A história de Rebecca Vermefir



Cap. 10
A HISTÓRIA DE REBECCA VERMEFIRE _parte 02

A porta da diretoria se abriu, e Harry viu Rony e Hagrid entrarem, seguidos por Rebecca, de cabeça baixa. Dumbledore se levantou e pediu para a garota se sentar.
__ O que temos para contar é longo__ explicou ele, se postando ao lado da cadeira onde Rebecca havia sentado.
Harry notou a garota procurar com os olhos, sem quase mover a cabeça, sua irmã, que estava no canto mais distante da sala, encostada na parede, com os braços cruzados. Ayame levantou os olhos bem na hora que Rebecca a fitava discretamente, como se pressentisse o movimento da irmã, e ambas desviaram o olhar na hora. O olhar de Ayame foi encontrar o de Harry, e ele lhe lançou um olhar mais repreendor do que pretendia. A garota desviou os olhos novamente, desta vez para o teto.
A atenção de Harry voltou para o diretor, que recomeçara a falar:
__ Na noite em que Rebecca foi presa, eu já fui falar com ela. Primeiramente, por ela ser uma Comensal da Morte que, já era de meu conhecimento, era muito próxima de Voldemort.
Harry notou Ayame levantar a cabeça e fitar o diretor com interesse. Provavelmente, assim como ele, ela ficara espantada em saber que Rebecca era próxima de Voldemort.
Dumbledore conversou baixinho um momento com Rebecca, sem ninguém ouvir. A garota assentiu com a cabeça, e o diretor se encaminhou para a parede oposta à sua escrivaninha, onde um armário de cor escura ficava. O armário onde a Penseira era guardada.
O diretor voltou com a bacia de pedra nas mãos e a pousou delicadamente no chão à frente de sua escrivaninha, e todos, exceto Ayame que continuava afastada, fizeram uma roda ao redor dela.
__ O que é isso?__ Neville perguntou. Provavelmente, nunca vira uma Penseira antes. E não era o único.
__ É uma Penseira__ respondeu Harry, em voz alta para todos ouvirem__ Serve pra assistir lembranças.
__ Como Harry já teve o prazer de fazer, geralmente somos transportados para dentro da Penseira__ disse Dumbledore__ Porém, como estamos em muita gente para isso, somente assistiremos as lembranças daqui mesmo.
Dizendo isso, o diretor levou sua varinha à têmpora e um fio prateado saiu quando ele a afastou, depositando-o dentro da Penseira. O fio prateado dançou por um momento na substância brilhante e branco-prateada da bacia, e depois se dissolveu. No instante seguinte, uma imagem começou a se formar na superfície: uma porta grande, e logo após via-se Dumbledore dentro da torre de Astronomia, olhando para uma pessoa sentada no canto mais distante da sala.
__Olá.__ todos ouviram o diretor dizer.
A pessoa ao canto demorou um pouco para reagir, então levantou um pouco os olhos inchados e com olheiras.
__ Não parece você__ comentou Gina, lançando um olhar à Rebecca.
__ Você não me viu em Akzaban__ respondeu a outra, mais friamente do que pretendia.
O Dumbledore da lembrança retomou a fala.
__ Queria conversar com você um momento. Posso?__ disse ele, apontando para o chão ao lado de Rebecca.
A outra não respondeu. Dumbledore sentou-se.
__ Como está se sentindo?
__ O que você acha?
__ Não acho nada. Você é quem devia me responder.
Rebecca fugiu à pergunta com outra pergunta.
__ O que você quer comigo? Vai pedir indenização, é?
Dumbledore se acomodou melhor em seu lugar.
__ Eu não usaria a palavra indenização, mas é algo do gênero.
A garota, pela primeira vez, ergueu a cabeça e fitou o diretor espantada. Não esperava essa resposta.
__ Como...?
__ Primeiro vou conta uma história, e então você vai entender.
Rebecca voltou à sua posição, enfiando o rosto parcialmente entre os joelhos dobrados.
__ Você conhece a história do Lorde das Trevas, Rebecca?

(OBS: a história do Voldemort é a original da série normal, ok. Não tive saco de ficar inventando uma historia totalmente diferente pra ele, já tinha muito o que fazer com o resto neh..... XD)

Rebecca se lembrava da primeira vez em que tivera coragem de perguntar algo tão íntimo ao Lorde. Sabia que era muito atrevido, mas sua curiosidade falou mais alto que sua prudência. Já fazia muitos anos que ela era uma Comensal, e agora que Voldemort voltara, ela queria saber mais.
__ Lorde... se me permite... eu... sua família... eu queria saber mais sobre ela. A família original, não nós.
Para sua imensa surpresa, o que a garota recebeu não foi uma repreensão, mas uma resposta.
__ Tive o prazer de matar meu pai__ dissera ele, degustando as palavras__ Um homem que não merecia respeito, fraco e insolente. Abandonou minha mãe, e eu nasci num orfanato trouxa. Ela morreu no parto.
Ele deu uma risada fria.
__ Minha toda família está morta. Posso dizer que matei todos com minha próprias mãos.
Mal sabia Rebecca que essa não era a história toda.

__ Conheço alguma coisa__ respondeu ela ao diretor de Hogwarts.
__ Bom__ disse Dumbledore__ Mas, vamos relembrar algumas coisas. Você devia saber que Voldemort era filho de um trouxa.
Rebecca arregalou os olhos.
__ Sim, ele não gosta de falar sobre isso. E seu verdadeiro nome é Tom Riddle.
A garota assentiu, demonstrando que isso já era de seu conhecimento.
__ Tom Riddle pai era trouxa, e se casou com a mãe de Voldemort. Porém, quando descobriu que ela era uma bruxa, a expulsou e a abandonou.
__ E ela foi parar no orfanato, onde o Lorde nasceu e cresceu até vir para Hogwarts__ completou Rebecca entediada.
__ Exatamente. Agora que já relembramos a história de Voldemort... o que você sabe sobre a sua história, Rebecca?
A garota olhou pasma e desconfiada para Dumbledore. Desviou o olhar daqueles olhos azuis e seu rosto escureceu. Houve um momento de silêncio absoluto, quebrado somente pelo canto de um pássaro lá fora.
__ O que você quer me contar...__ disse ela finalmente__ Eu já sei de tudo.
Foi a vez de Dumbledore ficar pasmo.
__ O Lorde me contou tudo__ completou Rebecca, ainda com o rosto abaixado.
O diretor esperou um momento antes de falar:
__ Então foi uma perda de tempo vir até aqui, não? Eu não queria isso.
Rebecca não respondeu, e virou o rosto pro outro lado.
__ O que você acha de me contar tudo isso que o Lorde lhe contou?
A garota sentiu-se arrepiar. Relembrar aquilo que não sabia se queria esquecer ou não... olhou novamente para o diretor, que a fitava firmemente.
__ Tanto faz.


Rebecca nunca, nunca mesmo, esquecera aquele dia em especial. Aquela noite.
Ela acabara de tomar banho, e estava voltando para seu quarto na Sede, quando foi chamada para comparecer à sala principal, ou seja, à presença do Lorde das Trevas.
__ Já era__ pensara ela, enquanto andava__ Eu não devia ter perguntado da vida pessoal dele hoje mais cedo. Agora o Lorde se arrependeu de ter contado e vai me punir....
Porém, o que ficou sabendo era muito pior... ou melhor?
Rebecca entrou silenciosamente na sala, fechando a porta atrás de si como era de costume. Voldemort estava sentado em sua poltrona à frente da lareira como sempre. Apontou com seu indicador fino e branco uma outra poltrona, ao lado dele. Rebecca sentou-se.
__ Lorde__ a garota fez uma reverência__ Para que o senhor....
__ Achei interessante a sua curiosidade sobre a minha família__ respondeu ele, interrompendo-a.
Rebecca sentiu os músculos enrijecerem.
__ Gostaria de saber mais?
A garota demorou para captar.
__ S-sim__ respondeu, descansando os braços da cadeira, sem ousar falar mais, o coração acelerado. Porque ele estava querendo lhe contar isso?
O Lorde das Trevas começou a falar.
__ Tom Riddle tinha um irmão mais novo.
Rebecca arregalou os olhos. Então... o Lorde tinha um tio? Para uma pessoa como ele, algo tão comum era extraordinário.
__ Esse irmão era um trouxa, um Sangue-Ruim. Mas, casou-se com uma bruxa, sem saber que ela tinha sangue mágico. E abandonou a mulher quando soube disso. E esta também estava grávida.
Quer dizer que o Lorde também tinha um sobrinho? Que estranho era ouvir aquilo.
__ O que...o que aconteceu com eles?
Voldemort deu uma risada fria.
__ Quando encontrei meu tio, o matei, é claro. Morreu como meu pai, implorando por misericórdia. Dois fracos. Já a mulher... quando a encontrei, ela já tinha dado a luz à uma criança, mas a havia deixado no batente de uma porta. Também a matei, depois de tirar dela todas as informações de que precisava.
Rebecca não estremeceu. A essa altura, já havia se acostumado com as mortes que o Lorde causava e toda a frieza que existia nele.
__ Mandei vigiarem a casa aonde a mulher havia deixado a criança. Era uma família que cuidaria bem da criança. Algumas vezes, a visitava como outra pessoa, e perguntava sobre sua vida. Era uma menina. Até que ela foi para um lugar onde o meu acesso ainda era restrito, Hogwarts. Mas, ainda assim, acompanhei-a e muito satisfeito fiquei com ela. Na verdade, ela me faz satisfeito até hoje. Não tanto como eu esperava, mas de uma maneira muito progressiva.
Rebecca tinha medo de descobrir de quem ele estava falando.
Voldemort deu um risinho frio e se ergueu, e começou a andar ao redor da poltrona da garota lentamente.
__ Vamos lá, Rebecca. Ligue os pontos.
A garota não ousou responder nem ligar nada. Aquilo era tão maravilhoso... e terrível ao mesmo tempo.
__ Você é minha sobrinha, Rebecca Vermefire.


Todos estavam pasmos ao ouvir Rebecca terminar de contar sua história na lembrança de Dumbledore. A garota, ouvindo seu próprio relato, se encolhia cada vez mais, e tentava não sentir os olhares pasmados que os outros lhe lançavam agora.
Ayame estava parada no local onde estivera antes, mas mordia os lábios e suas mãos tremiam. Harry notou seu estado, mas estava tão surpreendido que não conseguiu falar nada. Foi Dumbledore quem se dirigiu à ela:
__ Ayame, eu peço que você pelo menos termine...
__ Não__ sua voz tremia__ Não quero saber de mais nada. Eu vou sair daqui. Minha opinião já estava formada há muito tempo, mas isso agora... eu tenho certeza.
Ela se dirigiu à porta e saiu sem olhar para trás.
Os outros também estavam um tanto muito desconfiados e afastados. Rony tinha até pegado a varinha.
__ Por favor, ouçam o restante do relato__ pediu Dumbledore__ Ainda há coisas a serem esclarecidas.
Harry voltou seu olhos para a Penseira novamente. Aquilo era muito mais do que ele esperava ouvir um dia. Duvidava de Rebecca cada vez mais agora, mas resolveu atender ao pedido do diretor.
__ Continue.


Rebecca agora tinha certeza. Aquele era seu lugar. Ali, ao lado dele. Do Lorde das Trevas. Seu tio.
Era mais do que seu destino, estava em seu sangue. Não tinha saída, não tinha volta.
E foi por isso que Rebecca aceitou com prazer a missão de matar a única pessoa de sua família que ainda vivia.
E assim, ela se encontrou com Ayame. Não era mais a garotinha que ela enfrentara há anos atrás. Era uma moça, crescida, poderosa. Porém, faria de tudo para derrotá-la. Era o plano do Lorde.
Mas então ela ouviu. Ouviu aquelas palavras que por algum tempo ainda rebombavam em sua cabeça. Aquelas palavras que contradiziam tudo o que ela achava.
__ Eu não sei o que aconteceu com você... E apesar de tudo o que você fez, eu não sei porque, mas... droga, Rebecca, eu ainda te amo muito! Eu sinto muito a sua falta! Todos esses anos... eu tentei te odiar completamente, mas nunca consegui! Você era tão importante pra mim! Eu gostava tanto de você! E mesmo que você me odeie, eu... eu sinto a sua falta!
Aquilo realmente atingiu Rebecca como uma tempestade. Um impulso impensado a atingiu, e vendo a irmã ali ajoelhada no chão, chorando porque não sabia se amava ou odiava ela, a garota se aproximou e abraçou Ayame.
Ficaram assim por alguns momentos. Até que os olhos de Rebecca se erguerem e seu olhar encontrou o de Voldemort. Então ela se lembrou.
Era seu destino, estava em seu sangue. Ela tinha que fazer uma escolha agora.
E escolheu o lado do Lorde das Trevas.
Tirou a pequena faca de cabo prata e incrustado de safiras de suas vestes. Era agora ou nunca. Fizera uma escolha, e agora não podia voltar atrás. E era a escolha certa.
Não. Não era a escolha certa. Isso, porém, Rebecca só foi idealizar quando viu o corpo de Ayame cair nos braços de Harry Potter. Não ouviu suas ultimas palavras, mas era como se ouvisse seu ultimo suspiro. E aquele som ficou em sua mente para sempre.
Não. Não era aquilo que ela queria. Só agora ela tinha percebido isso. Porque só agora? Porque tivera que perder para dar valor??
Não. Estava em seu sangue. Era seu destino fazer aquilo. Mas... não, ela não queria mais ter aquele sangue, não queria mais seguir aquele destino. Não queria mais obedecer àquele destino. Nunca mais.
Mas o que fizera não tinha volta. Tudo o que fizera, nunca poderia voltar atrás. Não havia mais solução. Estaria corrompida para sempre?
Então Rebecca viu. Viu a oportunidade de, talvez, fazer algo por sua culpa. Harry Potter, o garoto que ela odiava somente porque o Lorde o odiava. Sempre fora assim, todas as suas idéias eram moldadas pelo Lorde das Trevas. E agora, o menino que ela pensava que odiava, mas que sua irmã amava, estava ali, enfrentando quem ela nunca tivera coragem de enfrentar, erguendo a varinha para Voldemort.
Aquilo era uma oportunidade? Talvez. Mas... sempre foram as escolhas dela própria que traçaram seu destino, independentemente das interferências do Lorde das Trevas, no fim a escolha sempre, sempre coube à ela. E agora, ela escolheria novamente. E torcia com todo o seu coração que aquela fosse a escolha certa, pelo menos desta vez.
Apertou com forca o punhal que ainda pingava o sangue de sua irmã e o encravou nas costas de Lord Voldemort.
Muitas coisas aconteceram a seguir, mas Rebecca não prestou atenção a nada. Somente soltou o punhal, e cambaleou até o corpo da irmã, deitado carinhosamente no chão.
Ficou ali por um tempo, não sabia dizer quanto. Então, sentiu suas mãos serem presas e seu corpo puxado para se levantar. Voltou à realidade, se recusou a levantar. Foi muito estranho, mas teve vontade de rir. Riu, riu alto, e então falou parte do que estava pensando até aquele momento. Esperava que, de alguma forma, Ayame a ouvisse.
__ Ai ai__ ria ela como uma maníaca, ao mesmo tempo que mais lágrimas escorriam pelo seu rosto__ Que ironia. Até agora pouco, eu queria matar Ayame. Mas agora, vendo-a assim, morta... Acho que isso era o que eu menos queria.
A garota parou de rir e começou a soluçar.
__ DROGA! Eu também sento sua falta, Ayame... Eu... eu não queria isso!! Mas o que adianta eu falar isso agora, não é... Eu queria que você pudesse me ouvir... Eu não agüento mais isso! Todo esse tempo eu também tentava te odiar e não pensar em você, mas não conseguia...
Ela começou a gritar e a se debater. Quim e Tonks a soltaram. Rebecca debruçou-se sobre o corpo de Ayame.
__ Me desculpe, irmãzinha.... Eu... eu sinto muito por tudo que eu fiz...__ ela levantou a cabeça e começou a passar a mão carinhosamente pelos cabelos da irmã__ É tão estranho ver você assim.. Tão fria... E pensar que era o que eu mais queria... Me desculpe...
__ Agora não adianta mais pedir desculpas__ disse Harry, que fitava Rebecca em pé ao lado do corpo de Ayame.
Sim. Não adiantava mais falar aquelas coisas. Ela não poderia ouvir.
Rebecca estava perdida.


Rebecca relatou suas memórias na conversa com Dumbledore.
__ Era o que eu tinha que fazer. Estava no meu sangue. Mas não há coisa que eu me arrependo mais do que isso. Mesmo assim... eu sou uma má pessoa.
O diretor de Hogwarts pensou um instante antes de falar.
__ Não é quem foram seus pais, seus tios ou qualquer outra pessoa assim que define quem você é. Não é porque você compartilha do mesmo sangue de Lord Voldemort que você precisa ser má. Você não é uma má pessoa, Rebecca. Uma má pessoa nunca teria percebido o que você percebeu, nem se arrependido do jeito que você se arrependeu. E isso comprova mais uma coisa: você é uma mulher muito forte.
Rebecca ergueu a cabeça. Tinha lágrimas nos olhos.
__ O que será de mim agora?
__ Você vai para Akzaban.
__ Hum. Nem sei porque perguntei. Lá é tão terrível como todos dizem? Mesmo assim, acho que mereceria tudo de terrível que existe.
__ Não fique infligindo coisas más a você mesma.
__ Não há como voltar atrás no que fiz, mesmo com meu arrependimento. O que me resta fazer, então?
__ Tem uma coisa.
Rebecca ergueu novamente a cabeça e prestou mais atenção.
__ Você passou muito tempo em companhia íntima do Lord das Trevas__ disse Dumbledore__ Sabe coisas sobre ele que muitas pessoas não sabem.
__ Talvez.
__ Suas lembranças seria muito úteis a nós. Entender Voldemort vem sendo meu objetivo por algum tempo. Estaria disposta a ajudar?
__ Sim__ respondeu ela, depois de hesitar um pouco__ Mas não vou poder ajudar muito em Akzaban.
Dumbledore sorriu.
__ Nisso eu darei um jeito.



eee aiii pessoaaaalll!!
tao gostando?
comentem viiu!! (eu amo ler comentarios...)
digam o q estao axando, pq afinal'alem de me agradar a fic tem q agradar o publico tb neeh!!
bjaaaaoooo
xaaauu

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