Sacrifícios



Cap. 37


SACRIFÍCIOS


            Harry, Ayame e o Sr. Weasley entraram no Gringotes preocupados.


            __ Já são quase uma hora da tarde__ ia dizendo Arthur Weasley para um duende no balcão__ E combinamos com eles as onze. Temos certeza de que vieram aqui.


            __ Um minuto__ disse o duende antipaticamente, e saiu. Voltou pouco tempo depois, acompanhado por um duende de terno azul marinho, enfeitado com fios de ouro.


            __ Pois não__ disse ele__ Sou Estor. Creio que estão procurando o Sr. Rony Weasley?


            __ Sim, sou pai dele__ disse o Sr. Weasley.


            __ Ele foi realizar um trabalho para nós, como foi combinado, e creio que já esteja voltando. Queiram me acompanhar até a sala ao final do corredor, foi de lá que eles saíram e é lá onde eles voltaram.


            Os três se entreolharam.


            Eles seguiram Estor até uma porta grande no fim do balcão do saguão.


            __ Estranho__ disse o duende__ Está trancada. Eu tenho certeza de que não a tranquei.


            __ Com licença, poderia me dizer que trabalho é esse que meu filho foi realizar para o banco?__ perguntou o Sr. Weasley.


            __ Ora, o de sempre, é claro, capturar um dragão.


            Harry e Ayame se entreolharam espantados. O Sr. Weasley prendeu a respiração.


            Dragão??


 


            Hagrid, Rony e Hermione entreolharam-se novamente.


            O que fariam agora?


            __ Podemos... sei lá... pegar o coração de uma das raposas que fugiram... ou de uma das vacas mortas ali...__ Hermione andava pra lá e pra cá, preocupada.


            __ Se sobrou alguma coisa das vacas...


            __ Vale a pena tentar...


            A garota e Hagrid se afastaram, indo em direção às carcaças dos animais. Rony ficou sentado em uma das pedras, pensativo.


            Ele sentia um pouco de raiva. Não era pra ele estar ali, aquele Gringotes fizera uma confusão danada. Mas ao mesmo tempo, ele sabia que aquilo era importantíssimo. Se quisesse ajudar Harry a derrotar Voldemort, participar da procura dos ingredientes era o mínimo que podia fazer.


            Ele ergueu o olhar para a esfera de luz flutuante.


           


            __ Não estou vendo nenhum coração__ disse Hermione.


            __ Eu também não...__ respondeu o gigante__ Talvez naquela ali na frente...


            A busca foi interrompida por um grito vindo do lugar que eles haviam deixado. Hagrid e Hermione voltaram-se para lá e correram em sua direção.


            __ Rony!!


            Hermione sufocou uma exclamação ao chegarem no local.


            Rony tinha enfiado sua mão esquerda na esfera de luz, e fazia uma careta de dor. De repente, a luz se dissipou e a chave dourada caiu no chão, e o ruivo segurou a sua mão. Havia sangue nela.


            __ Rony!!


            Hagrid e Hermione aproximaram-se do garoto.


            __ Eu tive uma idéia__ ia dizendo ele, com uma voz de dor, enquanto Hermione tentava analisar sua mão, que sangrava__ Corações são praticamente carne, entao talvez... sabe, carne...


            Hermione conseguiu abrir a mão de Rony e observá-la bem.


            __ Ah, Rony...


            O seu dedo anular havia sumido.


            Hagrid se aproximou deles.


            __ Obrigado, Rony.   


            O ruivo assentiu, fazendo uma careta. Hermione fez um feitiço de cicatrização básico e rasgou um pedaço de sua blusa, enrolando o pano na mão do namorado.


            __ A chave está brilhando de novo__ disse Hagrid, apontando para o chão.


            __ Esse brilho__ Hermione apertou os olhos __ É de uma chave de portal.


            Os três entreolharam-se e relaram na chave ao mesmo tempo.


            Sentiram um puxão no umbigo ao fazerem isso.


 


            __ O que ele quis dizer com dragão?__ perguntou Ayame, apreensiva, enquanto o duende Estor fora buscar a chave da porta__ Será que confundiram Rony com Carlinhos?


            __ É muito estranho alguém fazer essa confusão, pois Rony ainda está na escola e isto está registrado no Ministério, o que quer dizer que seu nome não estaria nos registros de pessoas que trabalham com dragões__ explicou o Sr. Weasley, também com o rosto preocupado__ E além disso, se esse mal entendido realmente aconteceu, por que Rony e os outros não a desfizeram? Porque entraram nessa confusão?


            __ Olhem, o duende está voltando__ avisou Harry.


            __ Desculpem a demora__ disse Estor, enfiando a chave na porta e girando-a.


            Houve um estalo e entao a porta se abriu.


            Hagrid, Hermione e Rony estavam sentados no sofá.


            __ Ah!! Aí estão os três!__ o Sr. Weasley exclamou, indo de encontro ao filho__ E que história é essa de dragão... Rony! Sua mão...


            __ Oi pai__ disse o ruivo, fazendo uma careta__ Você está parecendo a mamãe falando.


            Harry e Ayame se aproximaram também.


            __ O que aconteceu?__ perguntou a garota, dirigindo-se a Hermione.


            A outra garota deu uma piscada e entao disse, virando-se para o duende, que estava parado na porta.


            __ Nós cumprimos o trabalho que o senhor nos pediu, Sr. Estor. Muito obrigada, até logo.


            E foi caminhando-se para fora, acompanhada de Rony e Hagrid. Os outros hesitaram por um momento, confusos, e entao os seguiram.


            __ Claro__ Estor respondeu enquanto saíam__ O pagamento será depositado na sua conta, Sr. Weasley. Lamento pelo o que o dragão fez com sua mão.


            Rony assentiu e apressou o passo. Os outros também apressaram-se.


            Hagrid, Rony e Hermione só disseram alguma coisa quando tinham saído do Gringotes e estavam já perto do Caldeirão Furado.


            __ Acho que fiquei com trauma do Gringotes__ disse Hermione__ Aliás, Hagrid, você não precisava fazer alguma coisa lá?


            __ Ah, eu deixo pra fazer outro dia... Isso é mais importante.


            __ O que é mais importante?


            __ Vocês podem nos explicar o que está acontecendo??


            Hermione virou-se para eles e sorriu. Olhou de esgueira para Hagrid, que bateu levemente no bolso da blusa.


            __ Nós encontramos o segundo ingrediente da varinha.


            Harry e Ayame ficaram boquiabertos, juntamente com um Sr. Weasley de olhos arregalados, e entao os três começaram a exclamar e gritar juntos.


            __ E isso envolvia um dragão?__ indagou Harry.


            __ Sim__ respondeu Hermione__ Vamos voltar para a Toca, e no caminho explicamos melhor. Aqui é muito movimentado.


            Eles andaram apressados até o carro alugado do Sr. Weasley, que levou-os até a sua casa. A Sra. Weasley veio recebê-los, com uma mão nas costas e outra na barriga de seis meses.


            __ Mas que demora! O almoço até já esfriou. O que é que... Rony!! Por que você está todo sujo? E...porque sua mão está enfaixada?? O QUE É QUE ACONTECEU??


            __ Retiro o que disse antes, pai__ disse Rony__ A mamãe é muito pior.


            Eles entraram, dizendo a Sra. Weasley que tudo seria explicado. Hagrid, Rony e Hermione lavaram as mãos e os rostos sujos de suor e terra, e Molly fez um novo curativo na mão de Rony (ela exclamou ao ver que faltava-lhe um dedo e exigiu explicações o mais rápido possível). Entao, sentaram-se à mesa e os três começaram a outros o que havia acontecido.


            No final da história, o Sr. e a Sra. Weasley estavam boquiabertos e Harry e Ayame muito animados.


            Hagrid colocou o coração de dragão em cima da mesa (Molly botou um prato para isso) e eles o admiraram por algum tempo. A Sra. Weasley sugeriu usar um feitiço de conservar carne que ela usava, mas Hagrid explicou que os corações de dragão não se deterioravam nunca, até depois da morte do dragão, por isso eram utilizados na fabricação de varinhas.


            __ E era Norberto__ disse Harry__ Foi uma grande coincidência.


            __ E esse mal entendido do Gringotes também foi uma baita coincidência__ disse Rony.


            __ Eu estou começando a achar que há coincidências demais nessa nossa busca dos ingredientes__ disse Ayame__ Deve haver algo por trás de tudo isso.


            Ninguém comentou mais nada, cada um absortos em seus pensamentos. Hagrid recolheu o coração e o guardou no bolso novamente.


            __ Valeu, Rony__ disse Harry, abraçando o amigo__ Pelo sacrifício, sabe. Seu dedo. Eu...


            __ Não precisa falar nada, amigo__ respondeu o ruivo, dando-lhe um soco no ombro__ Eu já sei. Todos nós aqui faríamos o mesmo, não só para ajudar a derrotar Você-Sabe-Quem, mas porque somos seus amigos. Mas é bom agradecer mesmo, porque deve ser muito ruim viver sem um dedo.


            O ruivo abriu e fechou a mão em que faltava o anular e acenou para Harry.


            Eles riram, e no meio das risadas Ayame começou a chorar.


            __ Ora, o que foi?__ perguntou o Sr. Weasley.


            __ Ah, eu nem acredito que estamos conseguindo__ disse ela, esfregando os olhos__ E.. sei lá...


            Hermione, que estava ao seu lado, a abraçou e também começou a chorar. Logo depois, a Sra. Weasley juntava-se as duas.


            Os garotos entreolharam-se.


            __ Mulheres...


            Ayame jogou um guardanapo neles.


 


            Depois do almoço, os alunos de Hogwarts e Hagrid voltaram para a escola. Foram diretamente para a sala de Dumbledore, onde o diretor guardou o segundo ingrediente cuidadosamente enquanto ouvia Hagrid, Rony e Hermione contarem sua história novamente.


            __ Muito interessante__ disse Dumbledore__ Contudo, o estranho é que sua teoria dos tipos de amor não se encaixa nesse caso, Ayame.


            __ Como não? Amor entre amigos, Rony, Hermione e Hagrid são amigos entre si e de nós, entao... é o amor Philia__ a garota franziu a testa.


            Dumbledore a fitou.


            __ Sim__ disse ele__ Mas, se não me engano, o amor Philia é o que representa o sentimento entre amigos e entre familiares. Foi ele que representou o primeiro ingrediente também, como família. Você e Rebecca.


            Ayame abriu a boca para falar algo, mas a fechou logo. Piscou.


            __ Oh não__ fez ela.


            __ Mas não se preocupem__ tranquilizou-os o diretor__ Agora só temos que esperar o terceiro ingrediente se manifestar.


            O que eles não esperavam é que essa espera poderia ser mais tensa do que as outras.


 


            Na semana seguinte, Lupin os visitou em Hogwarts. Ele almoçou com Harry, Rony, Hermione e Ayame na sexta, na sua antiga sala (Rebecca fora comer com seu novo namorado).


            __ Eu vim para ver se estava tudo bem com vocês__ dissera ele__ E parabenizá-los pelas conquistas dos ingredientes. Vocês estão fazendo muito mais do que toda a Ordem junta.


            __ Não diga isso__ falou Harry__ A Ordem é fundamental para a luta contra Voldemort.


            Lupin sorriu.


            __ Sim__ disse ele__ Mas vocês são uma parte fundamental da Ordem. É por isso que resolvemos entregá-los isso.


            Eles estendeu quatro moedas de ouro, parecendo-s muito com galeões, exceto por um OF estampado em fino alto relevo em um dois lados.


            __ São moedas de comunicação. Quando um dos membros que estão vigiando os lugares encontrarem algo suspeito, eles avisarão por essas moedas. É um mecanismo novo pelo qual decidimos optar para não haver mais casos estranhos como aquele do Patrono da Rebecca. Dumbledore que o indicou, sabe. Ele disse que é muito eficiente e que fora criado por uma certa pessoa que ele conhece e admira e espera que ela não se importe de estar usando sua idéia.


            É claro que ele olhava para Hermione ao dizer isso, já que ela inventara o mecanismo dos falsos galeões para a AD a dois anos atrás. Os outros também a fitavam, sorrindo. Ela ficou um pouco sem graça e assentiu.


            __ Espera aí__ disse Rony__ Isso quer dizer que estamos dentro? Da Ordem?


            Lupin levantou-se da mesa para se despedir.


            __ Se vocês considerarem, sim.


            Harry, Rony e Hermione exclamaram de alegria. Ayame os parabenizou também.


            Na terceira semana de janeiro, as coisas ficaram um pouco mais complicadas. Na terça, depois da aula de DCAT que eles tinham antes do almoço, Rebecca pediu para que Harry e os outros ficassem para conversar.


            __ Temos um problema__ disse ela, depois de verificar se estavam realmente a sós__ Os Comensais da Morte começaram a atacar os membros da Ordem que estão vigiando os lugares dos ingredientes. Parece que eles descobriram que dois dos três ingredientes já foram conquistados por nós, e agora querem fazer de tudo para que não consigamos pegar o terceiro, ou roubá-lo de nós depois que pegarmos.


            __ Mas, até nos lugares públicos? Como a Estação King’s Cross?__ perguntou Harry.


            __ Não diretamente__ respondeu Rebecca__ Nos lugares públicos, eles estão usando o Ministério. Estão expulsando aqueles que eles sabem serem membros da Ordem do local, sempre usando alguma lei estranha e ameaças de prisão. Já nos outros lugares... Olho-Tonto estava no cemitério de Little Hangleton quando uns cinco Comensais o atacaram.


            __ Meu deus!__ exclamou Hermione__ Ele está bem?


            __ Está sim. É o Olho-Tonto. Difícil de roer. Mas agora sabemos que temos que tomar muito cuidado com o próximo ingrediente, pois os Comensais estão vigiando os lugares também. Até mais que nós.


            Harry contou a Ayame o que Rebecca lhes dissera enquanto ela o ajudava a fazer algumas tarefas na sala comunal naquela noite.


            __ Droga__ disse ela__ Agora mesmo que não vão me deixar ficar um dia num lugar, vigiando.


            __ Bom mesmo__ respondeu Harry__ É perigoso, Ayame. E aliás, você já participou de uma busca de ingrediente.


            Ela não retrucou.


           


            Na ultima semana do mês o inverno já tinha dado uma boa trégua. Na hora do almoço, por exemplo, os alunos já tinham retirado quase todas as blusas que botavam de manhã, para mais a tarde recolocá-las.


            Na sexta-feira, depois da aula de Transfiguração, Harry foi encontrar Ayame nos jardins para eles passarem um tempo juntos. Ele desceu as escadas do saguão e saiu do castelo, mas não avistou a namorada perto do lago, onde tinham combinado, entao resolveu ir até a casa de Hagrid.


            Ele chegou até perto da porta, quando ouviu barulho de gente conversando atrás da casa, na horta. Deu a volta no casebre e avistou Hagrid observando alguma coisa com interesse. Harry ouviu gritos e se apressou, curioso.


            __ O que é que ta...


            Ele parou no meio da frase quando viu Rebecca e Ayame rolando no chão, brigando. O que era aquilo? Elas não estavam se dando bem até um segundo atrás??


            O garoto correu para apartá-las, mas sentiu uma mão o segurar no ombro. Era Carlinhos.


            __ Calma aí, garotão. Elas não estão brigando de verdade. Olhe bem.


            Foi entao que Harry reparou bem nas duas: estavam rindo. Uma tentava impedir a outra de levantar, segurando-lhe as pernas ou o quadril, e a outra fazia cócegas, tentando sair.


            __ Quando chegamos aqui, as duas já estavam assim__ continuou Carlinhos__ Parecem duas crianças brincando.


            Ayame levantou-se e saiu correndo, como numa brincadeira de pega-pega. Notou Harry ali e lhe deu um sorriso, mudando de direção para vir para perto dele. Rebecca aproveitou a situação e se jogou nela, e as duas caíram novamente no chão, rindo.


            __ Tá, já ta bom, Reb, tenho um compromisso agora.


            __ É, eu sei__ respondeu a mais velha, ajudando Ayame a se levantar__ Mas talvez você queira tomar banho antes, Ayame, você tá toda enlameada e suada.


            Ayame corou.


            __ Olha só quem fala! E isso não é coisa que se diz na frente do meu namorado....


            Rebecca riu e disse que estava brincando.


            Harry aproximou-se das duas e Hagrid convidou-os a entrar e tomar um chá.


            __ Se quer saber, na verdade você está bem cheirosa__ disse o garoto enquanto entravam, rindo da cara de Ayame__ E essas folhinhas no seu cabelo estão bem charmosas.


            Ele começou a tirar as folhas e gravetos do cabelo da namorada, que fez uma careta.


            __ Você também até que está bem limpinha__ disse Carlinhos à Rebecca__ Exceto, talvez, por essas manchas de barro no seu rosto.


            Depois do chá, Ayame convenceu Harry a deixá-la voltar para o castelo e tomar banho. Ele quis continuar na casa de Hagrid (conversando sobre quadribol com Carlinhos) e entao eles combinaram de se encontrar depois na biblioteca.


            __ Daí você pode ficar aqui conversando até quando quiser, eu fico matando o tempo lendo algum livro__ disse Ayame__ Mas não vai demorar muito...


            E nem poderia, pois pouco tempo depois Rebecca resolveu voltar ao castelo e Hagrid pediu para que Harry fosse junto, antes que começasse a escurecer.


            __ Muito legal esse negócio do segundo ingrediente__ disse a moça enquanto subiam para o castelo__ Carlinhos me contou tudo o que aconteceu. Ele me disse mesmo que tinha recebido uma carta do Gringotes que requisitava seus serviços, mas como ele não recebeu nenhuma confirmação e nada do tipo nas semanas seguintes, achou que fora um engano de correspondência.


            __ Como a Ayame disse, tem coincidências demais nessa história__ comentou Harry__ Eu estou começando a achar que...


            Ele parou de falar quando viu algo brilhando no bolso das vestes de Rebecca.


            __ Ei__ avisou ele, parando__ No seu bolso... é...


            __ É a moeda da Ordem__ respondeu a moça, pegando a moeda e franzindo as sobrancelhas__ Mas não tem nada escrito.


            Harry sentiu algo quente no seu bolso também, onde guardava a varinha e a moeda, e pegou a ultima. Esta também brilhava como a de Rebecca, mas tinha algo escrito.


            __ Olha__ ele estendeu-a para a moça, que leu em voz alta:


            __ Onde tudo começou é onde tudo terminará__ Rebecca franziu a testa e estendeu a moeda novamente para Harry__ O que isso quer dizer? Não conheço nenhum código assim.


            Harry estendeu a mão para pegar a moeda, e quando a tocou, algo estranho aconteceu.


            Primeiro veio o arrepio.


            Entao sentiu um puxão no umbigo e a paisagem a sua volta mudou num piscar de olhos. Ele se viu caindo entre algumas árvores e não pôde evitar algumas pedras que estavam bem abaixo dele.


            Harry caiu no chão com um baque, bateu a cabeça em uma das pedras e tudo ficou escuro.


           


            __ Ayame!!


            __ Mas o que é isso?? Isso aqui é uma biblioteca, pelo amor de Merlin!


            Rebecca ignorou o dedo de Madame Pince, apontado para a placa de silêncio ao lado do balcão da biblioteca, mas baixou o tom de voz e continuou procurando a irmã. Foi encontrar esta numa das ultimas prateleiras, deitada de bruços no chão, com vários livros espalhados em volta dela e um aberto à sua frente, no qual Ayame tinha encostado a cabeça e dormia.


            __Ayame!__ chamou Rebecca mexendo a irmã__ Acorda!


            __ Ai... Reb! Eu não estava dormindo, estava só... Tá bom, eu estava dormindo sim, mas não conta pra ninguém...


            Rebecca segurou a irmã pelos ombros e a fez levantar.


            __ Ayame__ disse ela, séria__ Aconteceu uma coisa. Cadê a sua moeda da Ordem?


            Ayame esfregou os olhos.


            __ Está no meu quarto.


            __ Você deveria estar com ela__ censurou a mais velha__ Ninguém veio te procurar para falar algo sobre a moeda? Bom... vamos buscá-la.


            __ O que está acontecendo?


            Rebecca esperou sair da biblioteca e começou a explicar:


            __ Eu estava vindo para cá com o Harry quando nossas moedas começaram a brilhar. Estava escrito uma mensagem na do Harry, mas na minha não, mas não entendi o que queria dizer. Entao, quando o Harry encostou na moeda...


            Ayame prendeu a respiração.


            __ O que?


            __ Ele desapareceu.


            __ O que?


            __ Eu acho que a moeda funcionou como uma chave de portal, o que é muito estranho ter acontecido aqui em Hogwarts. E eu toquei a moeda também, mas comigo nada aconteceu. Entao lembrei que no caso da semana passada, com Hagrid e os outros, aconteceu a mesma coisa...


            __ Entao você acha que isso pode ser um aviso de ingrediente?__ Ayame estava aflita.


            Elas chegaram na sala comunal da Grifinória, e Rebecca esperou subirem até o quarto de Ayame para continuar a falar.


            __ Eu não tenho certeza, mas... O fato é que eu perguntei a várias pessoas da Ordem se a moeda deles tinha dado alguma manifestação antes de te procurar, mas não aconteceu nada com a delas.


            Enquanto Rebecca falava, Ayame procurava a moeda. Revirou suas coisas até que ouviu um tilintar e a moeda dourada saiu rolando pelo chão, parando ao lado do pé da moça mais velha.


            __ Aqui está__ disse ela, abaixando-se e pegando o galeão__ E... tem a mesma coisa escrita. O mesmo que estava na do Harry... Onde tudo começou é onde tudo terminará...


            __ O que isso quer dizer?


            __ Não sei, mas temos que avisar os outros e tentar encontrar o Harry. Porque se isso for mesmo um ingrediente, os Comensais estarão na espreita. E ele está sozinho nessa...


            Ayame sentiu o coração disparar.


            __ Vamos, vamos logo!


            As duas começaram a correr em direção à porta.


            __ Espera, traga sua moeda, Ayame...


            A mais nova voltou-se para dentro do quarto e pegou a moeda que Rebecca tinha deixado em cima da cama.


            No momento em que fez isso, tudo rodopiou e ela sentiu um puxão no umbigo.


           


            Harry abriu os olhos, sentindo uma pontada na parte de trás da cabeça. Tentou tatear em volta, mas sentiu-se espantadamente com as mãos presas por cordas. Olhou em volta e entao viu que não estava na floresta onde pensara que tinha caído.


            Estava em um cômodo pequeno e escuro, sem janelas. Parecia muito um armário embaixo da escada.


            Uma luz de repente o cegou. Vinha de uma pequena porta recém aberta. Com certeza ali era um armário embaixo da escada.


            Harry prendeu a respiração e sentiu o coração disparar quando percebeu quem era a pessoa que havia aberto a porta.


            __ Ora, ora, olhe só quem é que acordou! Está doendo a cabeça, Potter? Que pena...


 


            Ayame caiu com um baque em meio à algumas árvores espaçadas. Levantou-se e olhou em volta.


            Tinha quase certeza de que Harry também tinha sido trazido para aquele lugar. Seu coração estava disparado; aquele era o ultimo ingrediente, e eles teriam que tomar muito cuidado para não perderem-no para os Comensais.


            Ela olhou em volta novamente, mas não havia nenhum indício de que Harry estivera ali.


            Um pressentimento um tanto ruim percorreu Ayame enquanto ela caminhava para fora das árvores. Ela entao arregalou os olhos quando saiu da floresta e percebeu o local onde seria encontrado o ultimo ingrediente. Sorriu, murmurando a frase que estava na moeda.


            Onde tudo começou é onde tudo terminará.


            Ayame e Harry estavam em Godric’s Hollow.



E ai, pessoal? Comentem!! 

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