A busca do Lorde das Trevas



 


Cap. 51


A BUSCA DO LORDE DAS TREVAS


             


            O brilho nos olhos de Harry e Ayame desapareceu completamente.


            No início, nenhum dos dois sabia o que fazer, até que o instinto de Harry o fez puxar com força Ayame pela mão e os dois correram para a orla da Floresta Proibida.


            __ O que está acontecendo?__ perguntou a garota, mesmo já sabendo a resposta.


            __ Comensais__ disse Harry somente.


            Eles chegaram à Floresta e se embrenharam no meio das árvores, perto o suficiente para verem o que se aproximava da orla. Encostados em uma árvore, atentos, as varinhas a postos, os dois ficaram em silencio até poderem ouvir as batidas dos próprios corações acelerados.


            __ O que eles fazem aqui?__ sussurrou Ayame.


            __ Como eles entraram aqui?__ indagou Harry no mesmo tom.


            Ayame de repente deu um passo à frente, em direção à orla, observando com atenção.


            __ Tem alguém ali... é... é a Reb!


            Ela correu para fora da floresta antes que Harry pudesse impedi-la. No momento seguinte, porém, aquele grito que eles ouviram antes veio de novo à tona na mente do garoto, e ele subitamente reconheceu que era a voz de Rebecca, ou melhor, de Raquel.


            Logo quando eles saíram do meio das árvores, Harry notou que a moça estava cambaleante e parecia estranha.


            __ Rebecca!__ chamou Ayame.


            __ Ah... Ayame... Harry...


            Quando os dois alcançaram a mulher, ela ofegou e disse:


            __ Me desculpem... eu não queria... ele... ele me obrigou... Ah, Ayame...


            __ O que é? O que aconteceu com você? Reb, há Comen...


            Harry interrompeu a garota puxando ela e a irmã novamente em direção à floresta, para um lugar mais seguro.


            __ Vocês precisam sair daqui__ disse Rebecca quando eles pararam__ É sério... eles querem... eu não queria, me desculpem... vocês tem que acreditar em mim... Preciso ir para o castelo agora! E vocês precisam desaparecer!!


            Ayame segurou o braço da irmã.


            __ Nada disso, você vai nos contar o que está havendo e vamos para o castelo juntos.


            Rebecca fechou e abriu os olhos com força. Ela parecia tonta.


            __ Ayame... Fui eu quem abriu os Portões de Hogwarts para os Comensais da Morte. Era o único modo deles entrarem, e eu os ajudei.


            Nem Harry nem Ayame disseram nada. A moça continuou:


            __ Voldemort ainda pode controlar meu corpo. Ele vem fazendo isso algumas vezes desde que vocês voltaram do Brasil. É por isso que eu tenho acordado nos corredores. Ele saía a procura de informações. E conseguiu o que queria. Os Comensais estão aqui.


            Ayame estava espantada.


            __ Mas... Reb...


            __ Isso não é mais importante agora! Eles entraram no castelo em sigilo, não sei o que procuravam. É mais provável que seja a varinha.


            __ Eles nunca vão encontrá-la__ disse Harry__ Dumbledore... cuidou dela.


            __ Assim espero. Mas acho que eles não vão sair de lá até conseguirem o que querem. Não sei bem o que está acontecendo, mas estou com medo de que haja reféns. Preciso me reunir com o pessoal lá de dentro... preciso ajudá-los.


            __ Você quer dizer que precisamos ajudá-los__ disse Ayame.


            __ Não__ retrucou Rebecca__ Vocês ficam aqui, o mais longe possível deles. Ayame, imagina se os Comensais encontram você ou Harry, principalmente. Eles esqueceriam tudo o que vieram fazer só para capturar vocês!


            __ Mas Rebecca__ disse Harry__ Se conseguirmos chegar junto dos outros dentro do castelo, seria uma opção bem mais segura do que ficar aqui fora, onde não haveria ninguém para nos ajudar se nos encontrassem!


            __ Aqui na escuridão da Floresta é o território perfeito para eles... e para outros seres__ disse Ayame sombriamente.


            Rebecca parecia querer falar algo mas não tinha nada com o que retrucar.


            __ De qualquer maneira, você sabe que não iríamos ficar aqui de qualquer jeito__ disse Harry__ Entao agora, vamos para o castelo.


            Cada um deles fez um Feitiço Desilusório em si mesmo, já que convocar a Capa de Invisibilidade poderia revelar seu esconderijo. Dessa maneira, lentamente conseguiram atravessar os jardins e chegar ao Saguão de entrada, onde tudo estava silencioso.


            Lentamente, Rebecca os guiou pelo castelo. O medo de serem encontrados apossava-se de cada um deles, mas não encontraram ninguém até o corredor da sala comunal da Grifinória.


            Os três viraram no corredor, andando rápido, mas de repente, Rebecca, que estava na frente, estacou, e disse:


            __ Não andem mais!


            Mas já era tarde demais. Harry e Ayame, ambos andando rapidamente, subitamente esbarraram em algo, uma cortina invisível de magia que bloqueava sua passagem.


            Rebecca os puxou de supetão, bem na hora em que uma gama de feitiços estuporantes passou bem no lugar onde eles estavam.


            __ Ratinhos, ratinhos, venham cá__ eles ouviram alguém dizer__ Será que pegamos algum, Avery?


            __ Temos que verificar, Jugson. Vão, Rabastan, Rosier, Travors, e Mulciber também. Os outros ficam aqui.


            Eles ouviram passos vindo em sua direção. Rapidamente, Harry lançou um Affabiato em volta deles para que nem sua respiração fossem ouvidas, e ficaram o mais imóvel possíveis, contando com a semi-escuridão do corredor para escondê-los melhor.


            À essa altura, os três já tinham concluído que havia Comensais de vigia nos corredores de cada uma das casas, e provavelmente da sala dos professores e no Salao Principal, impedindo que qualquer pessoa saísse de onde estava. Ayame imaginou se eles tinham capturado alguma pessoa que não tinha conseguido se esconder a tempo.


            Os quatro Comensais atravessaram a barreira e olharam em volta. Travors passou do ladinho deles, mas não notou nada. De repente, uma voz ecoou pelos corredores. Era de Belatrix Lestrange.


            __ Escutem__ disse ela__ O castelo está sitiado. Não há como vocês saírem, nem como ninguém entrar. Pensam que estão impenetráveis, mas rapidinho iremos descobrir as senhas das salas comunais, duvidam? Vocês sabem quais são as exigências do Lorde das Trevas. Dêem a ele o que Ele quer e não seremos... cruéis. Deixaremos vocês em paz.


            Ela deu uma risada e entao a voz cessou. Alguns risos também ecoaram no corredor da sala comunal e de repente a Mulher Gorda gritou:


            __ Vocês nunca vão entrar! Eu não vou deixar.


            __ Cala a boca, mulher idiota__ disse Avery__ Você sabe que, se dissermos a senha, você não tem escolha senão abrir. Faz parte do seu feitiço. E já lançamos um feitiço em volta do seu quadro que a impede de fugir e nos deixar aqui  do lado de fora.


            Harry e Ayame se entreolharam, preocupados.


            __ Eu sei o que fazer__ sussurrou Rebecca, apesar de saber que não poderiam ser ouvidos devido ao feitiço de Harry__ Essa barreira deve ser semelhante à da Sede, que só deixa Comensais entrarem, mas muito mais fraca. Eu posso passar por ela sem muito danos. Entao, entro na sala comunal e tento saber o que está acontecendo.


            __ E nós?


            __ Ficam aqui, é claro. Muito quietos. Eu volto o mais rápido possível com informações e com um plano.


            __ Traga o Mapa do Maroto__ pediu Harry.


            __ Mas como você vai passar por todos esses Comensais? Eles verão você abrir o retrato da Mulher Gorda.


            __ Eu dou meu jeito__ respondeu ela dando alguns passos à frente. Harry e Ayame ficaram observando, apreensivos, quando uma pequena tremulação na barreira ocorreu, imperceptível para que  não estivesse olhando quase que diretamente para ela. Felizmente, nenhum dos Comensais notou a perturbação, e Harry concluiu que era porque Rebecca ainda carregava a Marca Negra que ela conseguia passar por aquela barreira sem grandes avisos.


            Ayame segurou a mão de Harry.


            __ Está com medo?__ perguntou ele.


            __ Não__ respondeu ela, mas sua voz tremeu__ Não muito. Mas eu tive uma idéia. Tem um jeito de nos escondermos aqui em Hogwarts e os Comensais nunca conseguirem entrar.


           


            Rebecca andou entre os Comensais da Morte que estavam no corredor o mais silenciosamente possível. Ela ficou admirada em notar como alguns deles estavam desatentos. Pensou em qual seria o castigo que o Lorde lhes daria se soubesse, mas afastou esses pensamentos e botou seu plano em prática.


            Num dos quadros pendurados na parede do corredor havia uma garotinha. Ela começou a gritar descontroladamente, e quando alguns Comensais se aproximaram para fazê-la parar, o quadro caiu em cima deles.


            Aproveitando a pequena distração que isso causou, Rebecca sussurrou para a Mulher Gorda a senha e entrou pela frestinha mínima que o quadro giratório deixou para ela passar, fechando-se logo que ela o fez.


            Dentro da sala comunal da Grifinória estava uma zona. Os alunos do primeiro e segundo anos estavam em um canto, chorando descontroladamente e gritando, enquanto os alunos mais velhos tentavam acalmá-los. De um outro lado, alguns alunos do quinto ano discutiam, e Rebecca viu dois garotos se atracando ao lado deles. Ela viu Gina e Hermione tentando conversar com os alunos mais novos e Rony tentando afastar os que brigavam, enquanto todo o resto estava amontoado perto das paredes, com medo de fazer algo.


            A moça desfez seu Feitiço Desilusório e foi atrás de Hermione:


            __ Ei!


            __ Reb....!!! Quer dizer, Prof. Raquel!! Como entrou aqui??


            __ Passei pelos Comensais__ disse ela__ Isso aqui está uma baderna.


            __ Eu sei, todo mundo está... estamos presos e...


            __ TODOS FIQUEM QUIETOS!__ gritou Rebecca e subitamente a sala silenciou, voltando com tudo com a balbúrdia quando os alunos notaram esperançosamente a presença de um professor, amontoando-se subitamente em volta dela__ Está tudo bem. Nós vamos dar um jeito nisso.


            Rony se aproximou empurrando pessoas.


            __ Re... Raquel! Onde está o Harry??


            __ Está ali fora, seguro, com Ayame. Está tudo bem, eu só preciso saber...


            __ Ele tem que ir para um lugar seguro__ disse Gina aproximando-se também__ Harry tem que ficar longe dos...


            __ Ele está bem, não podemos ir pegar ele agora__ disse Rebecca__ Eu preciso saber o que aconteceu. Como os Comensais entraram aqui no castelo e o que fizeram...


            __ Foi tudo muito rápido e inesperado__ começou Hermione__ Nós...


            __ Não é por nada não__ disse alguém de repente, e Rebecca sentiu-se cutucada. Ela virou para trás e viu Neville__ Mas acabou de aparecer uma porta ali naquela parede.


            __ Não á hora de piadas, pelo amor de Merlin, Neville__ disse Hermione.


            __ Não estou brincando__ respondeu o outro__ Venham ver!


            Realmente, um grupo de alunos já havia se amontoado em volta de algo na parede leste da sala comunal, ao lado da lareira. Rebecca esticou o pescoço e viu uma porta, branca, com uma maçaneta de bronze, que com certeza não existia ali.


            __ Saiam de perto!__ mandou ela para os alunos__ Não sabemos o que tem aí... Todos, se afastem. E fiquem com as varinhas a postos.


            A maioria obedeceu ao que Rebecca mandara, mas Rony e Hermione aproximaram-se lentamente da estranha porta junto com a moça.


            De repente, a maçaneta começou a se sacudir.


            A sala mergulhou num silencio profundo e temeroso. Rebecca estacou no lugar e engoliu em seco.


            A porta abriu-se subitamente.


            __ Funcionou!__ uma voz disse.


            __ Ótimo__ respondeu outra voz, e a cabeça de Harry Potter apareceu na porta.


            __ Oi__ Ayame apareceu ao lado dele__ Quem aí está a fim de um resgate?


           


            Harry ficou olhando enquanto Rebecca, Rony e Ayame coordenavam a entrada das pessoas na Sala Precisa. Fora uma ótima idéia o que Ayame propusera alguns minutos antes, enquanto eles ainda estavam no corredor. Os dois tinham corrido até um corredor mais vazio e pensado desesperadamente em um lugar seguro, onde os Comensais da Morte não pudessem entrar, em que coubesse todo mundo de Hogwarts e, o fundamental, que tivesse ligações com as quatro sala comunais, a sala dos professores e o Salão Principal, e uma saída.


            Qual foi o alívio deles quando, ao abrirem os olhos, virem uma porta enorme se materializar na parede do corredor, e qual a surpresa ao encontrem um salão descomunal, sustentado por colunas gregas, com seis portas brancas com maçanetas de bronze nas paredes: três do lado oeste, três do lado leste. Foi coincidência Harry e Ayame terem escolhido bem a porta da sala comunal da Grifinória como a primeira para abrir.


            No final do salão, havia uma última porta, também branca, mas com uma maçaneta dourada. Enquanto os últimos alunos da Grifinória entravam, Harry chamou Ayame e os dois abriram aquela porta.


            __ É um túnel__ disse a garota baixinho, olhando para a imensidão escura que se abrira atrás da porta. Harry puxou a varinha e iluminou o chão de terra batida e algumas pedras da entrada. Quando subiu a luz pelas paredes, encontrou uma espécie de corrimão de pedra sobressaindo-se da rocha.


            __ Parece molhado com algo__ disse ele indicando o corrimão.


            Ayame botou o dedo da substância que molhava a pedra e cheirou, fazendo uma careta. Antes que Harry pudesse perguntar alguma coisa, ela apontou a varinha para o corrimão e de repente toda a pedra estava repleta de chamas, iluminando o túnel até o seu fim não visível dali.


            __ Era álcool__ explicou ela repetindo o procedimento do outro lado da parede__ Acho que esse túnel leva para fora de Hogwarts. É a saída.


            Ayame e Harry chamaram Rebecca e seus amigos e mostraram o túnel.


            __ Temos que saber aonde ele vai dar__ disse a moça.


            __ Eu vou__ disse Ayame__ Conheço bem Hogwarts por causa de todo o tempo que fiquei explorando esse lugar. Talvez seja mais fácil para eu identificar onde sairemos.


            __ Está bem__ disse Rebecca__ Hermione, se importa de ir junto? Harry e Rony entao ficarão aqui e tentaremos encontrara a porta que dá para a sala dos professores.


            Todos concordaram. Ayame e Mione entraram no túnel, iluminado pelos corrimões em chamas. Rony conversou com Gina e Neville para que eles acalmassem o máximo possível o restante do pessoal, enquanto Harry e Rebecca testavam as portas. Pela localização da sala dos professores, eles concluíram que seria a segunda porta à esquerda. Dumbledore não pareceu surpreso ao ver uma entrada para a Sala Precisa se abrir, e logo o diretor e os outros professores estavam no salão. Harry explicou o que tinha acontecido com eles e onde estavam Ayame e Hermione, e enquanto, com a ajuda dos professores, eles foram abrindo as demais portas, Rebecca chamou Severo Snape em um canto e atualizou-se sobre o que acontecera.


__ Você precisa contar a Dumbledore sobre o portão__ disse ele secamente antes de mais nada, depois que a moça lhe contou sobre Voldemort a controlando__ O Lorde das Trevas já fez você ajudar aos Comensais uma vez. Ninguém garante que não haverá uma segunda.


            __ Eu vou falar com ele__ respondeu Rebecca__ Mas me conte o que eles querem.


            __ Quando os portões foram abertos sem a autorização de Dumbledore, soou um alarme quase inaudível, para não alertar os invasores. Uma das ferramentas de proteção do diretor. Ele nos avisou rapidamente e conseguimos levar os alunos às salas comunais ou aos lugares mais perto, antes que os Comensais entrassem. Mas foi tudo muito rápido. Tivemos que lutar para conseguir nos proteger. Pelo menos conhecemos mais os corredores de Hogwarts do que os invasores.


            __ Você ainda não me disse o que eles vieram buscar__ disse a moça__ É a varinha?


            Snape apertou os olhos.


            __ Potter__ respondeu ele num sussurro.


            Rebecca demorou para captar.


            __ Harry?__ repetiu ela__ Eles estão atrás de... mas... isso é inesperado. Pensei que Voldemort queria ele mesmo capturar Harry. É o que ele sempre quis.


            __ Não me peça para entender a mente do Lorde das Trevas__ disse Snape rabugento__ Agora vá falar com Dumbledore.


            O diretor estava conversando com a prof. MacGonagall, logo depois de terem aberto a porta da sala comunal da Lufa-Lufa. Enquanto a sala do Corvinal era aberta, Rebecca contou o que acontecera e Dumbledore franziu a testa.


            __ Isso é péssimo__ disse ele__  Isso explica suas noites de sonâmbula. Você está com medo de que aconteça de novo?


            __ Não sei o que esperar__ disse a moça. Ela então respirou fundo, engoliu em seco e disse__ Dessa vez foi um pouco diferente da outra vez. Era como se o Lorde não pudesse realmente ver o que estava acontecendo pelo meu corpo, mas eu sentia os desejos dele e tinha que realizá-los. Como se fosse uma Maldição Imperius. Mas... eu acho melhor não ficar por perto. Eu tenho medo de mostrar a Voldemort nosso esconderijo, ou coisa pior. E também o certo é não ficar perto de Potter...


            __ Se é o que você acha melhor a fazer, eu concordo__ assentiu Dumbledore__ Mas você deve tomar cuidado. Não sabemos aonde aquele túnel leva, mas as garotas já devem estar voltando com notícias. O ideal é que você não entre nele, pois pode mostrar nossa localização na saída para Voldemort. Fique aqui no castelo, e se esconda. Não deixe o Lorde das Trevas ler sua mente. Faça o possível. E não deixe os Comensais da Morte verem você, com ou sem Poção.


            A moça hesitou por um momento e assentiu, acatando às ordens do diretor.


            A sala comunal da Sonserina era a penúltima a ser aberta, e no momento em que isso aconteceu, Rony, que andara de vigia na entrada do túnel, gritou algo, chamando Harry. O garoto se aproximou e logo viu dois vultos emergindo do túnel.


            __ Oi, voltamos__ disse Hermione meio suja de terra.


            __ Tinha um pedaço do túnel que desabou__ disse Ayame, que não estava suja que nem a amiga__ Tivemos que abrir caminho, por isso a demora. Quer dizer, Hermione teve que abrir caminho.


            __ Eu não ia deixar ela fazer o trabalho pesado__ disse a outra olhando para Harry__ Por causa do neném.


            O moreno subitamente lembrou-se de que pedira Ayame em casamento e ela dissera sim, mas achou melhor contar isso aos amigos em outro momento menos tenso.


__ O túnel também tem várias passagens laterais, que acredito terem saída na Floresta Proibida, por causa do cheiro e das pegadas de animais__ continuou Ayame__ Mas a passagem principal sai de Hogwarts e acaba atrás de um morro logo depois de Hogsmeade. Parece um lugar seguro.


__ Demora uns vinte minutos para atravessar__ completou Hermione.


            Harry assentiu e foi contar a Dumbledore e aos outros professores o que descobrira. O diretor conversou um pouco com os outros membros do corpo docente e entao eles decidiram começar a evacuar as pessoas.


            __ Formem grupos de no máximo vinte pessoas por vez__ mandou a prof. MacGonagall__ Srta. Vermefire e Srta. Granger, que já atravessaram, levem os  primeiros grupos, por favor, junto com a prof. Sprout.


            Só faltava o Salão Principal para ser aberto. Harry aproximou-se da porta no momento em que Snape a abria. Dentro do Salão haviam mais umas cem pessoas, todas espremidas no fundo, pois alguém, ou alguma coisa, batia na grande porta de entrada, com força bruta.


            __ Entrem logo!__ gritou Snape para os alunos aterrorizados. Um aluno do sexto ano de Corvinal, ao passar pelo professor, disse:


            __ Eles tem um trasgo!! Estão tentando entrar aqui faz uns dez minutos, batendo e batendo na porta.


            Harry engoliu em seco. Já derrotara um trasgo antes, mas fora por pura sorte e aquele de sete anos atrás parecia bem mais grogue. O garoto esqueceu-se por um momento de seus devaneios quando viu Rebecca se esgueirar entre os alunos que entravam e desaparecer no meio do Salão Principal.


            Ele não pôde observar o que ela fazia ou aonde ia por mais tempo pois Snape fechou a porta e a lacrou, como fizera com as outras.


            __ Ande, Potter__ disse o professor__ Seja útil e comece a explicar a esses alunos o que devem fazer.


            Harry fez uma careta e saiu de mansinho de perto do aglomerado de alunos novos sem Snape o notar. Ele se encostou em uma das colunas que sustentavam o salão, e ficou por lá, observando a movimentação, até que Ayame voltou do primeiro grupo que levara e ele se ofereceu para ir no lugar dela.


            __ Vamos nós dois agora, mas então você fica lá e eu volto para levar mais grupos__ disse ele__ Você já trabalhou muito por hoje, não?


            __ É, estou ficando cansada mesmo__ respondeu a garota afagando a barriga e dando um beijo em Harry__ Obrigada.


            Mais ou menos uma hora depois, Harry voltou para o salão pela ultima vez, para avisar os únicos que tinham permanecido lá (Dumbledore, Snape e Rony) sobre a situação do outro lado.


            __ Estão todos bem__ informou ele__ A prof. MacGonagall começou a levá-los para lugares mais seguros, e quase toda a Ordem está lá para ajudar, mais alguns membros do Ministério amigos do Sr. Weasley. Os elfos domésticos também conseguiram aparatar para fora da escola. Ayame ficou na porta da saída esperando a nós.


            O garoto hesitou por um momento e entao desabafou o que estivera pensando no caminho:


            __ Não vamos negociar com os Comensais? Eles não podem ficar em Hogwarts para sempre__ disse Harry.


            __ Devemos priorizar a segurança de todos primeiro, Harry__ respondeu Dumbledore__ Afinal, Hogwarts não é nada sem as pessoas que vivem nela.


            O moreno assentiu meio sem convicção e entrou no túnel, seguido pelos outros. De repente, porém, ele olhou para trás e teve um pressentimento.


            __ O que foi?__ perguntou Rony.


            __ Vocês viram Hagrid alguma vez aqui conosco?__ indagou ele, e sua voz tremeu.


            Todos pararam de andar.


            __ Eu também não vi meu irmão__ disse o ruivo, olhando nervoso para o amigo.


            Como se tivessem lido seus pensamentos e medos, uma voz ecoou em todas as paredes. A voz conhecida de Belatrix Lestrange.


            __ Foram muito espertinhos em se esconder não sei raios aonde, fora de nosso alcance. Mas não pensem que será assim por muito mais tempo se não acatarem nossas exigências. Temos reféns.


            Harry sentiu o coração disparar e engoliu em seco.


            __ Um Weasley e aquele meio gigante. Vocês sabem o que devem fazer. Entreguem-nos Potter e deixaremos eles saírem com vida.


            O coração de Harry agora parecia ter parado. Ele tinha ouvido o que achava que tinha ouvido?


            Então não era pela varinha que os Comensais tinham vindo. Era por ele.


            __ Nós temos que... nós temos que ajudá-los__ gaguejou Rony


            Harry olhou meio atordoado para Dumbledore, que assentiu e disse:


            __ O Mapa do Maroto, Harry. Está com você?


            O garoto tirou o pergaminho do bolso e o abriu. Por um momento, não quis usá-lo na frente de Snape, pois mostraria os segredos do Mapa, mas salvar seus amigos era mais importante.


            __ Eles estão na cabana de Hagrid__ disse ele observando os pontinhos no Mapa__ Há pelo menos sete Comensais de guarda, de todos os lados da casa.


            O diretor observou o pergaminho por cima do ombro do garoto e depois de alguns momentos disse:


            __ Não devemos alertar os que já estão seguros fora de Hogwarts. Harry, Sr. Weasley, continuem a caminhar no túnel. Eu e Severo vamos tentar ajudar Carlinhos e Hagrid.


            __ Não, é o meu irmão que está lá!!__ exclamou Rony__ Eu quero ajudar.


            __ Eu também não...


            __ Harry__ interrompeu Dumbledore firmemente__ Você ouviu Belatrix. É você que eles querem. Não podemos correr o risco de entregá-lo agora que todos estão seguros.


            Harry abriu a boca para dizer algo, mas não sabia o que falar. Subitamente, entretanto, teve uma idéia e tirou um manto brilhante de debaixo da blusa.


            __ A Capa de Invisibilidade__ disse ele__ Posso usá-la. Além de poder ajudar, seria um trunfo acima dos Comensais. Eles não saberiam quem os estaria atacando.


            Dumbledore fitou a Capa e hesitou por um momento. Mesmo torcendo fortemente pelo contrário, Harry achou que ele não fosse permitir que o garoto ajudasse. Depois de alguns instantes, porém, o diretor assentiu.     


            __ Ayame comentou algo sobre passagens laterais que saíam na Floresta__ disse ele__ Vamos por uma delas.


            Eles encontraram no Mapa do Maroto a passagem mais próxima da cabana de Hagrid e a seguiram.


           


            Ayame olhou para o céu. Parecia ter passado mais ou menos quarenta e cinco minutos desde que ela se despedira de Harry ali na saída do túnel. A essa altura, eles deviam estar quase chegando, se já não deviam ter chegado. Um vento frio passou raspando sua pele, e ela sentiu um calafrio. Por um momento, teve o pressentimento que o calafrio não tinha nada a ver com o vento, mas afastou esse pensamento da cabeça.


 


            Harry caminhou o mais silenciosamente possível pelo chão da Floresta Proibida até a orla. Dumbledore, Snape e Rony vinham logo atrás, pois ele estava na vanguarda da operação devido à sua invisibilidade. Quando chegaram à vista da cabana, o diretor pediu que eles parassem.


            __ Assumiremos agora__ sussurrou ele, referindo-se à ele e Snape. No momento seguinte, dois dos sete Comensais estavam paralisados. Harry correu na frente, abatendo mais um com um feitiço e fazendo com que outro ficasse atordoado o suficiente para o feitiço de Rony o acertar.


            Os outros três Comensais que estavam do outro lado da casa começaram a atacar e logo mais três Comensais chegaram. Harry deixou a troca de feitiços para Dumbledore, Snape e Rony cuidarem e entrou silenciosamente pela porta da cabana. No momento em que fez isso, porém, uma rajada de luz vermelha veio em sua direção e o atingiu, jogando-o contra a parede.


            Um Comensal que ele não conhecia desviou da mesa no centro do aposento e veio em sua direção. Só pela cara de satisfação dele, Harry percebera que a Capa tinha caído de seu corpo.


            De repente, porém, antes que o Comensal pudesse chegar mais perto, algo o atingiu por trás, e ele caiu desmaiado no chão. Atrás de seu corpo caído, emergiu Hagrid. Harry levantou-se, pegando a Capa do chão.


            __ É bom ver você, Harry, mas que diabos justo você está fazendo aqui??


            __ Nada de papo, Hagrid, vamos desamarrar Carlinhos e tirar vocês daqui.


            Eles ajudaram o Weasley a se soltar das amarras e Harry se escondeu debaixo da Capa de Invisibilidade novamente. Pouco tempo depois, Rony abriu a porta com tudo.


            __ Vamos, vamos!


            Os quatro saíram correndo da cabana e alcançaram Dumbledore e Snape perto da orla da floresta. Parecia que os dois tinham abatido todos os Comensais que tinham aparecido, o que somaria uns quinze.


            __ Vamos pelo mesmo lugar, rápido__ apressou-os Snape__ Não...


            Antes que ele terminasse, entretanto, vários estalidos foram ouvidos e de repente os seis estavam rodeados por mais uns dez Comensais da Morte.


 


            Ayame estava impaciente. Alguma coisa acontecera. Ela olhou pela décima vez para a entrada a frente de si, e entao decidiu entrar.


            O fogo nas laterais da parede tinha ficado um pouco mais fraco, provavelmente porque o álcool devia estar acabando. Ela começou a caminhar lentamente, apressando o passo conforme seus olhos se acostumavam novamente com a escassez de luz. Passaram-se uns cinco minutos quando ela virou na primeira curva do trajeto que já se acostumara a fazer. Isso não a impediu, porém, de se assustar loucamente quando sentiu algo tocar em seu ombro.


            __ Calma, sou eu__ disse uma voz conhecida logo depois do pulo de Ayame.


            __ Ah... Reb... você me assustou muito...


            __ Perdão. O que faz aqui?


            __ Estou procurando os outros que ficaram para trás... Eles deviam ter voltado a essa hora. E você? Sumiu lá do Salão. Onde estava?


            __ Dumbledore me pediu para não ficar lá__ respondeu ela com a voz um pouco rouca.


            Ayame esperou que a irmã explicasse mais coisas, mas como a moça não disse mais nada e aquela semi escuridão estava começando a lhe dar arrepios, ela disse:     


            __Você pode vir comigo? Procurar o pessoal.


            A garota não enxergou muito bem o movimento que Rebecca fez, mas imaginou que ela tinha assentido. Virou-se de costas e recomeçou a andar. Ouvia os passos da irmã atrás de si, o que deu certa segurança a ela.


            Depois da segunda curva, porém, repentinamente uma rajada de vento frio veio de uma das passagens laterais do túnel principal. O vento, além de causar uma leva de arrepios em Ayame, apagou o fogo que iluminava aquela parte do caminho.


            Ayame teve vontade de xingar, mas seu coração batia tão rápido que ela nem conseguia abrir a boca. Ela olhou para a frente do corredor subterrâneo, tentando procurar algum vestígio de luz, mas não encontrou nenhum. Sacou a varinha do bolso e tentou acender novamente o fogo no corrimão lateral do túnel.


            __ Incendio__ sussurrou ela.


            Nada aconteceu.


            __ Teve ter acabado o álcool...__ murmurou a garota. Ela sentiu um movimento atrás de si, e quando virou-se, pôde ver com a luz de sua varinha que Rebecca tinha sacado a varinha dela.


            __ Não adianta__ disse ela__ Eu acabei de tentar, mas não quer pegar...


            As palavras morreram na boca de Ayame ao notar a expressão da irmã.


            Seu coração parecia ter parado. A única coisa que podia sentir era estranhamento e medo. A única coisa que conseguia ver era o rosto de Rebecca.


            E sua expressão demoníaca estranhamente familiar.


            No momento seguinte, tudo ficou escuro.


           


            Lá estavam Harry, Rony, Snape, Dumbledore, Carlinhos e Hagrid rodeados por dez Comensais da Morte. Harry apontou a varinha para um deles, mas não atacou enquanto os outros não o fizessem.


            De repente, todos os feitiços pareciam ter sido disparados ao mesmo tempo. Uma rajada de cores passou por cima da cabeça de Harry, e por pouco um deles não o acertou. Ele correu, escondendo-se atrás do tronco de uma árvore, e de lá conseguiu abater uns dois Comensais, que não o viam por causa da Capa e confundiam-se de onde vinha o feitiço por causa da floresta.


            Harry estava mirando um terceiro Comensal, que estava lutando com Rony, quando sentiu algo perto de seus pés, e pelo canto dos olhos percebeu um feitiço que tinham acabado de errá-lo por milímetros. Levantou os olhos e viu um Avery correr na direção em que ele estava.


            O garoto girou o corpo pelo tronco da árvore, mas as folhas secas em seus pés o denunciaram e ele não conseguiu fugir do Comensal.


            __ Eu vou te pegar, Potter!!__ bradou ele, correndo em direção à árvore__ Você não pode fugir. E então o Lorde vai me recompensar! Petrificus Totalus!


            Harry desviou por pouco do feitiço novamente, mas no movimento sua Capa escorregou de seu corpo. O garoto tentou lançar um feitiço, mas a Capa dobrada e caída em seus braços atrapalhou sua mira e ele errou.


            Avery o encarou com um sorriso maléfico.


            __ Imp...


            Antes que ele pudesse terminar de pronunciar o feitiço, ele paralisou, e caiu no chão, estuporado. Harry preparou-se para correr, caso o feitiço que tinha atingido o Comensal fosse o erro de algum outro Comensal, mas antes que arrumasse a Capa de Invisibilidade Lupin apareceu à sua frente.


            __ Harry! Você está bem?


            __ Lupin! Estou... O que....


            Sua pergunta não feita foi respondida quando Harry virou a cabeça para o lado de fora da floresta, e viu vários outros integrantes da Ordem lutando contra os Comensais da Morte, e vencendo-os.


            __ Estamos retomando Hogwarts__ Tonks apareceu do lado deles__ Vamos lá, Harry! Ponha a Capa e vamos botar esse povo pra correr!


            O garoto sorriu e se embrulhou novamente com a Capa de Invisibilidade. Correndo para o campo de batalha, notou que mais Comensais tinham aparecido (na verdade, aqueles que tinham sido derrubados foram reabilitados pelos outros), mas que mesmo assim não eram páreo para os bruxos da Ordem.


            Um Comensal de grane porte caiu na frente de Harry pelo seu feitiço estuporante, e ele virou-se para encarar um outro que vinha na direção de Snape, que estava atrás dele. Entretanto, de repente o Comensal parou de correr, segurou seu braço esquerdo e virou a cabeça na direção de um companheiro que também parara de lutar mais à frente.


            Harry acompanhou o olhar dele e viu o outro Comensal assentir. Antes que pudesse gritar algo, avisar alguém do que notara ou mesmo impedir o Comensal, ele aparatou, juntamente com todos os outros Comensais que estavam ali.


            Todos pararam. Harry olhou em volta e tirou a Capa, virando-se para Rony, que acabara ao seu lado.


            __ Pra onde eles foram? Agora que tava ficando interessante__ disse o ruivo.        


            __ Continue com a Capa, Harry__ pediu o Sr. Weasley, que Harry não tinha notado antes__ Eles podem...


            O Weasley pai foi interrompido por um grito alto e agudo vindo de alguma parte da floresta mais além. Harry e Rony se entreolharam, e todos começaram a correr na direção do som.


            __ Ponha a Capa, Harry!__ mandou Lupin, correndo à frente. Harry obedeceu à contragosto, mas isso permitiu que ele chegasse mais rápido à frente do grupo e assim fosse o primeiro a chegar ao local de onde tinha vindo o grito.


            Seu coração deu um pulo quando ele viu Belatrix Lestrange saindo da orla da floresta, carregando alguém nos ombros. Harry não podia ver o rosto da pessoa carregada, mas aqueles cabelos negros e longos caindo nos ombros da Comensal eram inconfundíveis para ele.


            Harry prendeu a respiração involuntariamente e começou a correr com todas as suas forças em direção à orla, deixando a Capa cair atrás de si, apontando a varinha para Belatrix mas não pronunciando nada com medo de acertar a pessoa errada.


            __ Não!!__ bradou ele.


            A Comensal virou o rosto para ele e deu um sorrisinho.


            Harry chegou tarde demais ao local. Quando seus pés tocaram a grama onde Belatrix estava segundo antes, ela já tinha aparatado.


            E levado Ayame Vermefire, desacordada, junto com ela.




Pessoaaal!
Desculpem a demora, é que eu reescrevi esse cap. umas 30 vezes >.< e ainda to lotada de coisa p/ estudar.
Aléem disso, voces minhas queridas leitoras que comentam, parece que leem meus pensamentos!! É sério! Tudo o que eu planejo fazer, alguém adivinha >.<
Hum, olha, eu pensei um monte em várias coisas sobre a fic, mas acho que nao dá p/ mudar o que eu já tinha planejado desde o começo, coisas que eu tenho um propósito para fazer acontecer. Por isso, desculpem se por acaso o que acontecer na fic desapontar alguém, mas tipo, é como se fosse para 'um bem maior', para dar linhagem à história que eu tenho na cabeça desde quando comecei a escrever.
Muuuito obrigada pelos comentários (eu amoo lê-looos ^^) e continuem!
Bjooooooos

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