Novas posições



Cap. 15
NOVAS POSIÇÕES

Harry viu Rony e Hermione entrarem na sala comunal, que já estava bem barulhenta, ao final do ultimo dia da semana de aula. Os dois avistaram o amigo, que sentara rabugento em um canto, e foram até lá.
__ O que foi? Conversou com a Ayame?__ perguntou Rony, que estava sujo de terra devido ao treino de quadribol.
Harry fez que sim com a cabeça e contou o que acontecera.
__ Mas... o que ela tem na cabeça??__ indagou Hermione__ Ela está fazendo como quando descobrimos que ela tinha uma irmã gêmea, lembram-se? Não queria se abrir com ninguém, ficava chata e estranha pelos cantos, brigando conosco, e está repetindo tudo. Só que de um jeito pior!
__ Mas porque ela faz isso??__ desabafou Harry__ Ela não confia na gente? Como???
__ Acho que não é isso...__ disse Rony__ Acho que ela tem vergonha de se abrir com as pessoas. E não gosta de admitir que está errada.
__ Que orgulhosa...eu estou cheio disso__ Harry levantou-se__ Vou acabar com isso agora.
__ Não, Harry__ Hermione segurou seu braço__ Tenho uma idéia melhor. Olha, nós já corremos muito atrás dela. Não temos o dever de ficarmos sofrendo assim. Vamos esperar que ela sinta falta e veja que está errada e venha até nós. O que acha? Vamos ignorá-la até isso dar algum resultado.
Harry sentou-se, refletindo sobre a idéia.
__ Hermione, isso é mais fácil pra você e pra mim do que pro Harry__ Rony comentou__ Eles são namorados, lembra?
__ Não__ disse Harry__ Mione está certa.... acho melhor fazermos isso mesmo. E aliás, Ayame está me ignorando tanto como namorado como quanto... sei lá, qualquer outra coisa, então não faz diferença.

Ayame ligou o chuveiro, a cabeça ainda quente. Resolvera tomar banho em um dos banheiros fora do dormitório, no terceiro andar, para não correr o risco de ser interrompida. Ouviu alguém entrar no banheiro, porém, e torceu para não ser Hermione.
__ Ayame? Sou eu, Maria!
__Ah!__ fez a garota no banho. Quase esquecera que a amiga do Brasil estava lá. __ Entra!
Maria Eduarda entrou no banheiro e botou os cabelos loiros pra dentro do box.
__ Oi... está tudo bem?
__ An.... ta, ta sim.... só estou tendo alguns problemas com os meus amigos aqui...
__ Hum__ fez a garota loira, fechando a porta do box__ Não quer conversar?
__Bem....
__ Prometo não contar pra ninguém...
__ Não é isso, Maria!!__ Ayame exclamou__ É que... ah, não vai fazer mal nenhum né... bem, é que....
E ela contou sobre o que estava acontecendo, sobre como estava se sentindo. Ao final da conversa, Maria falou:
__ Ah, Ayame... O que eu acho é que você está exagerando... sabe, eles são seus amigos, eles querem te entender, e você não está mostrando que confia neles, entende. Eu não posso dizer muito, porque faz tempo que não conversamos e não sei como está sua vida agora, mas eu achei que, nas cartas que você me mandou, você parecia bem mais feliz aqui do que lá no Brasil, o que faz sentido. Aqui é sua casa não é?
__ Mas eu dou a mesma importância pra vocês, meus amigos do Brasil, do que pra eles!
__ Eu sei, não estou dizendo o contrário... Mas você não pode negar que nossa amizade é superficial comparada à que você tem com eles, e eu não reclamo disso, amiga.
__Você... não se sente chateada por isso?__Ayame botou a cabeça pra fora do box.
__ Claro que não__ disse Maria, sorrindo__ Eu gosto da nossa amizade do jeito que ela é, tudo bem? Juliano também acha isso, apesar de ele querer mais do quer amizade com você...
Ayame pigarreou com a garganta. Maria deu um risinho e continuou:
__ Meu conselho é que você converse com Harry, Rony e Hermione, e com o Dumbledore também, eles só querem o seu bem.
Ayame abaixou a cabeça.
__ É...você tem razão. Eu estou sendo muito teimosa. Não vou aceitar certas coisa que eles aceitam, como a minha irmã... mas não quero perder a amizade deles por isso. E você vai ver, logo Rebecca vai se mostrar com a verdadeira cara dela, e daí eles verão que eu estava certa. Mas não quero que eles pensem que eu não confio neles, eu amo muito os três... eu só estou meio revoltada e confusa com as coisas... o que você acha...? Maria?
Ayame olhou para fora do box novamente e constatou que a amiga já tinha ido embora. Sorriu e voltou para o banho.

O sábado chegou sem muitas novidades em Hogwarts. De acordo com o que a professora MacGonagall tinha falado em sua última aula, devido aos acontecimentos de alguns meses atrás, as idas a Hogsmeade aconteceriam raramente, pois a segurança devia ser redobrada e o Ministério estava com um excesso de missões naquele período para mandar pessoal para fazer a segurança dos alunos. A professora disse que avisaria quando as visitas poderiam acontecer.
Harry fez suas tarefas na parte da manhã, e depois do almoço chamou Rony para irem até a sala da professora MacGonagall a fim de conversarem sobre o Campeonato Interescolar.
__Entrem__ a professora abriu a porta, usando vestes amarelas que não combinavam com sua personalidade__ Então, Potter, veio saber do Campeonato Interescolar?
__ Sim, professora.
MacGonagall sentou-se atrás de sua escrivaninha e apontou duas cadeiras para Rony e Harry sentarem.
__ Fiquei muito feliz ao saber que o time da Grifinória foi escalado para o Interescolar, por ter ganhado no ano anterior. É uma honra representar Hogwarts. Você fez um bom trabalho ano passado, Sr. Potter, e espero que continue assim. Você também, Sr. Weasley__ adicionou ela, e Rony sorriu__ Como está o time?
__ Eu sou o apanhador, Rony é o goleiro e Gina é a única artilheira que temos. Catarina e Lucy, as do ano passado, saíram da escola. Mas temos batedores, do quinto ano, Carlos e Jonas. Eles não eram muito bons no começo, mas você viu ano passado, professora, eles melhoraram.
__Sim__ concordou a professora__ Apesar de seus irmãos Fred e George, Sr. Weasley, serem os garotos mais atentados que eu já conheci, eles eram os melhores batedores que nosso time já teve. Potter, espero que trabalhe bem com Carlos e Jonas, e faça testes para os novos artilheiros e também alguém de reserva. Entendido?
Harry balançou a cabeça, indicando que sim.
A professora abriu a primeira gaveta da escrivaninha e estendeu ao garoto um pedaço de pergaminho.
__ Esse é o calendário dos jogos. O Ministério fez com que todos eles fossem realizados aqui em Hogwarts, e não nas outras escolas participantes, porque eles consideram Hogwarts mais segura, e consideram os alunos daqui mais suscetíveis a ataques dos Comensais da Morte do que os alunos de Beuxbatons e de Drumstang, devido à precedência deles.
Harry entendeu que o que a professora queria dizer é que grande parte dos alunos de Hogwarts eram filhos de pessoas que trabalhavam no Ministério ou que eram de alguma forma contra Voldemort.
__ Então, espero que vocês estejam bem preparados para os jogos__ a professora se levantou e caminhou até a porta, seguida pelos garotos__ Tenham um bom dia.
E fechou a porta. Harry e Rony começaram a andar.
__ Quando é o primeiro jogo?__ perguntou Rony, espichando o pescoço para ler o papel na mão de Harry.
__É daqui três semanas, no primeiro sábado de outubro__ respondeu ele__ Mas Hogwarts não participa, é Beuxbatons contra Drumstang.
__ Sério?__ disse Rony__ Mas vai ser um massacre! As garotas de Beuxbatons não têm chance contra os caras de Drumstang!
__ Sei lá, einh Rony__ disse Harry rindo__ Se elas forem como a Gina...
__ Será que o Krum vai vir?__ o moreno sentiu uma pitada de ciúme da voz do amigo__ Ele não está mais na escola, mas pode muito bem vir assistir. De qualquer maneira, quando jogarmos contra Drumstrang, ele vai ver como Hogwarts tem um ótimo goleiro.
Harry sorriu, satisfeito por ver que talvez esse ano Rony não teria ataques de histeria e “Eu não posso fazer isso! Eu sou um lixo!” antes dos jogos.

Ayame desceu correndo para o Salão Principal, antes que o horário de almoço acabasse. Fazia realmente muito tempo que não dormia até aquele horário, mas tinha uma desculpa. À noite, Tiny viera limpar a sala comunal da Grifinória, e Ayame ajudou-a, enquanto mais dois elfos limpavam o dormitório. A elfa no começo relutou em receber ajuda, mas depois de um tempo ficou feliz em ter Ayame ajudando-a. As duas conversaram depois por um tempo, e quando o relógio da sala bateu duas horas da manhã foi que a elfa levantou assustada e disse que precisava ir.
__ Nossa__ disse Ayame__ Eu nem notei que era tão tarde! Desculpe por te segurar aqui, Tiny.
__ Não tem problema, Srta Ayame, a Tiny que é desligada. Tiny agora vai ir, pois amanha é o dia de folga de Tiny.
__ Ah, que ótimo, vocês têm um dia de folga!
__ Sim, nós temos. Foi Dobby quem conseguiu pra gente. Foi muito bom.
Ayame viu Tiny corar, e levantou-se também.
__ Então boa noite, Tiny.
__ Boa noite, Srta. Ayame.
Após isso, o sono de Ayame não fora dos melhores: ela tivera muitos pesadelos dos quais não se lembrava, mas acordou com uma grande angústia no peito, e recordava-se vagamente de algo relacionado com uma criança.
O Salão estava quase vazio, mas isso a deixou mais tranqüila. Não estava muito a fim de suportar olhares de curiosidade. Mal sentou-se à mesa da Grifinória, porém, alguém sentou ao seu lado.
__ Oooi!!
__Ah! Oi, Juliano. Tudo bem? Como está indo nas aulas?
__ O mesmo de sempre__ ele fechou a cara__ Bombas de bosta. E olha que o ano nem começou direito ainda!
Ayame ergueu as sobrancelhas em tom de censura.
__ Você devia se esforçar mais. Pensei que a Maria tivesse te dado um jeito!!
__ Caramba, ela fala um monte pra mim, me dá as maiores broncas. Mas eu to nem aí...E ela fica chata quando eu vou mal, caramba...
__ Ela se preocupa com você, Ju... e falando na peste...
A garota loira vinha andando na direção deles, sorrindo.
__ Minha orelha estava coçando__ disse ela em português__ Estavam falando de mim é?
__ Estávamos te esculachando__ respondeu Juliano, no mesmo idioma.
Os dois começaram a conversar e Ayame contentou-se em só observar. Era muito bom ter dois amigos que não tinham todas aquelas preocupações que ela tinha ao seu redor. Ela se sentiu repentinamente livre com eles.
__ Eu achei Hogwarts com o mesmo nível que as escolas lá no nosso país__ comentou Maria__ E isso é bom, quer dizer que nossas escolas lá são boas, não é Ayame?
__ Claro, é muito bom estudar no exterior. Foi ótimo vocês terem conseguido essa bolsa, sabia?
__ É, e foi muita sorte também, sabia? Principalmente pro Juliano aqui...
Juliano tomou a palavra entusiasticamente.
__ Foi muito estranho, eu estava fazendo a prova pra bolsa, junto com a Maria, e eu lia a prova e pra mim tava escrito tudo em grego, ou em inglês, melhor dizendo, já que essa língua é chata... (OBS: eu não compartilho da opinião deste meu personagem.) Daí, eu encostei na cadeira e dei uma cochilada...
__ Você o que....??__ exclamou Ayame, indignada.
__ Dormi, ué. Daí, quando acordei, faltava só cinco minutos pra entregar a prova! Eu olhei pro papel, ele olhou pra mim e eu fiz toda a prova em cinco minutos!
__ E ainda passou!__ completou Maria, sorridente.
__ Nossa, que estranho mesmo!!__ disse Ayame__ Eu acho que, na verdade, você sabia responder tudo, Ju, mas por causa da sua preguiça, você não ia bem nas provas... daí, num momento de pressão, seu conhecimento aflorou.
__ Aflorou é? Ainda bem que foi o conhecimento que aflorou, e não outra coisa!__ disse o garoto, indignado.
Ayame e Maria riram. A morena suspirou e, quando todos havia recuperado o fôlego, disse:
__ E aí, querem conhecer Hogwarts como quase ninguém conhece?

Rebecca descansou a pena em cima do pergaminho onde estivera fazendo um relatório do seu primeiro dia de trabalho para entregar a Dumbledore, como este pedira. Suspirou e olhou para o relógio pendurado na parede da sala dos professores. Passava um pouco do meio-dia, então os outros professores provavelmente estariam almoçando, por isso ela resolveu ficar ali mais um pouco. Todos os seus colegas de profissão, apesar do disfarce da jovem trouxa, sabiam quem ela realmente era, e apesar de o diretor ter conversado sobre isso com todos, ela ainda sentia um certo preconceito por parte deles. Entre ignorarem-na até pelo menos dar-lhe um sorriso, a maioria dos professores encontravam-se no primeiro estágio, enquanto MacGonagall era a única que, às vezes, lhe lançava um olhar um tanto simpático.
Enquanto à sua nova aparência, Rebecca se sentia estranha por estar um pouco mais baixa do que era, e justo quando já estava se acostumando com seus cabelos curtos, devolveram-lhe os cabelos longos. Mas se sentia bem por ser totalmente diferente, como se isso aliviasse um pouco a repulsa que sentia por si mesma.
A porta da sala se abriu repentinamente, e Rebecca ofegou, pega de surpresa. Fez uma careta: não queria um colega que provavelmente iria ignorá-la.
Quem entrou foi o professor de Poções, Severo Snape. Rebecca se endireitou na cadeira. Aquele era um dos membros de Hogwarts com quem ela não falara direito ainda, mas não por causa dos mesmos motivos dos outros professores: é que a mulher não sabia como reagir na presença de Snape. Ele era a pessoa ali com quem ela tinha mais experiências em comum, com absoluta certeza: ambos eram ex-Comensais da Morte, mas ela não tinha certeza se isso era bom ou não.
__ Boa tarde__ disse Snape, sentando-se em sua mesa. Rebecca demorou a responder; geralmente não era cumprimentada.
__Ah... Oi__ respondeu ela, sorrindo, mas o homem não viu. Ela revirou os olhos para o teto, disfarçando, e começou a juntar seus papéis.
__ Está gostando do trabalho?__ perguntou Snape de repente.
Rebecca deixou algumas folhas de pergaminho caírem.
__ Ah, estou sim... __ ela abaixou-se para pegar as folhas e lembrou-se que Severo Snape sempre cobiçara o cargo de professor de DCAT__ Mas lecionar Poções também deve ser muito interessante. Desculpe por estar no cargo que você queria...
Snape levantou o olhar e a encarou.
__ Você não tem porque se desculpar.
Rebecca deu um sorriso encabulado. De repente, sentiu um tremor no braço. Olhou para o relógio novamente: era hora de tomar seu “suco”. Endireitou-se e tirou um frasquinho de dentro das vestes. Lançou um olhar a Snape, mas este não estava mais olhando, destampou o frasco e bebeu.
__Ruim?__ perguntou o outro professor sem levantar o olhar.
__Ah, não... __respondeu Rebecca__ Na verdade, você escolheu uma trouxa com um gosto até bom. Muito obrigada por ter preparado a Poção Polissuco para mim.
__ Não fiz nada além da minha obrigação__ respondeu ele.
__ Sim... __ a mulher pensou em como Snape sempre seguia as ordens de Dumbledore e ficou pensando o que fizera ele mudar de lado como ela fez.
__ Rebecca__ chamou o professor, e ela o olhou receosa. Snape, notando isso, continuou__ Não fiz isso porque simplesmente porque Dumbledore mandou. Penso que devemos nos esforçar para derrotar o Lorde das Trevas, e eu sei, assim como você, que essa marca que temos em nossos braços é uma lembrança de nosso passado que queremos esquecer mas não conseguimos.
Rebecca sentiu a Marca Negra formigar em seu braço esquerdo, apesar de a Poção Polissuco a esconder.
__ Por isso, penso que eu e você, como aqueles que já estiveram na presença do Lorde, devemos nos esforçar ainda mais para detê-lo. Sendo assim, não fiz mais do que minha obrigação ao preparar a poção pra você.
Rebecca assentiu com a cabeça.
__ Obrigada__ disse ela, encarando-o, e no momento soube que ali estava uma das pessoas com quem poderia contar enquanto estivesse naquela luta.
Snape também assentiu. Não era muito de seu caráter ser gentil com as pessoas, mas desde o momento que decidira lançar um olhar mais profundo àquela mulher, sentira que ela havia mudado de lado sinceramente, assim como ele fizera. Portanto, decidira mostrar seu apoio. E além disso, ele sentia que ela era a única pessoa que o entendia realmente.
Rebecca pegou seus papéis sem dizer mais nada, e dirigiu-se à saída. Mas, quando estava estendendo a mão para a maçaneta, resolveu perguntar. Sim, ele seria a pessoa ideal a quem perguntar aquilo...
__ Snape__ começou ela__ Eu não sei se você saberia me dizer isso, mas eu queria saber...

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