O Berrador



Cap. 23


O BERRADOR


 


            Ayame escancarou a porta da sala.


            __ O que foi isso?


            __ Ayame!


            A garota se aproximou e foi então que viu o que estava acontecendo. Rebecca estava sentada à mesa, no fundo da sala, a janela aberta atrás dela. Em cima da escrivaninha, havia um envelope cinza chumbo, com um selo vermelho. A professora olhava esse envelope preocupada e assustada. Ayame se aproximou ainda mais, se postou ao lado de Rebecca e observou a carta novamente. Arregalou os olhos: no selo vermelho, vinha estampada uma caveira com um cobra saindo-lhe da boca como uma língua.


            A Marca Negra.


            __ O que é isso, Rebecca??__ sussurrou ela.


            A outra estremeceu.


            __ Não sei direito... é uma carta vinda da Sede, mas este tipo de envelope... eu nunca tinha visto por lá...


            __ Os únicos envelopes coloridos que eu já vi....__ começou Ayame__ ... foram...


            As duas falaram juntas.


            __ Berradores.


            Fez-se silencio. De repente, o envelope começou a se sacudir.


            __ Acho melhor você abrir...


            Rebecca estendeu a mão para o berrador, respirou fundo e o abriu.


            Uma voz encheu a sala, fazendo as duas garotas ali se encolherem, e fazendo cada uma lembrar coisas diferentes.


            Uma voz aguda e fria.


 


            Olá, minha querida Rebecca.


 


            Rebecca prendeu a respiração subitamente. Voldemort continuou.


 


            Deve estar se perguntando como eu te encontrei. Se não estivesse em estado debilitado, eu mesmo teria ido atrás de você, minha querida sobrinha. Então confiei essa tarefa a minha família, a qual você ainda pode fazer parte. Se não queria ser descoberta, foi um erro ficar sem seu disfarce de Prof. Raquel, não? Já deve ter notado que eu tenho pessoas leais a mim em Hogwarts, minha querida, ao contrario do que muitos pensam.


             Sim, você me traiu profundamente, e estou muito decepcionado, mas estarei sempre disposto a te receber de volta, Rebecca. Lembre-se de que você faz parte da minha legitima família, tem meu sangue, por isso pode voltar.


            Dê minhas congratulações para sua irmã de criação, Ayame. Foi bom saber que ela está de volta. Quando voltar para mim, traga-a com você. Seria uma grande aquisição para nossa família.


            Não se preocupe, eu não entregarei seu disfarce.


            Não se esqueça de mim, Rebecca.


 


            O berrador explodiu quando Voldemort terminou de falar.


            Rebecca e Ayame se entreolharam. Ficaram em silencio por um bom tempo.


            __ Você...__ começou Ayame, devagar__ Não pensa em... seguir o conselho dele não é...


            Rebecca fitou a irmã.


            __ Conselho?__ ela franziu as sobrancelhas__ Não, Ayame, ele não me chamou de volta por conselho. O Lorde das Trevas sabe usar muito bem as palavras... ele pode ter dito que me aceita de volta na família dele, que são os Comensais, mas se eu botar o pé na Sede mais uma vez ele me mata__ a essa altura, Rebecca já havia levantado e falava mexendo as mãos__ Ele só está brincando comigo, me lembrando dessa historia idiota de sangue, me chamando de sobrinha, porque ele sabe que eu....ele pensa que eu não estou me dando muito bem deste lado... e quer ver a minha reação a isso. Ele diz que, mesmo estando decepcionado comigo, me quer de volta, mas isso é mentira! É mais uma das tramóias dele. Por minha causa ele está assim, debilitado, porque eu traí ele na ultima hora. Então você acha que ele me perdoaria tão fácil assim? Isso é uma armadilha para que eu seja tentada a voltar pra ele, e quando fizer isso, ele me torturar e me matar!


            A moça suspirou e parou de andar. Ayame a fitava intensamente. Ficaram em silencio por um tempo.


            __ Foi bom saber que ela está de volta__ repetiu Ayame, colocando um tom sarcástico na frase de Voldemort que falava a respeito dela mesma__ Foi ele mesmo que me matou!


            __ Pra você ver como ele joga com as palavras conosco, tentando parecer... uma boa pessoa__ comentou Rebecca.


            A moça de repente ofegou e se jogou na cadeira.


            __ Você está bem?__ Ayame se aproximou dela.


            __ Acho que sim... só estou preocupada... Alguém aqui de dentro sabe da minha verdadeira identidade e disse ao Lorde...


            __ Como foi que descobriram isso? Quando foi que você ficou por ai sem a poção??


            Rebecca mordeu o lábio.


            __ Ontem. Quando eu e Carlinhos estávamos passeando nos jardins. Ele insistiu, e estava tão escuro...


            Ayame ergueu uma sobrancelha.


            __ Esse seu olhar de censura__ Rebecca olhou para a irmã sorrindo tristonha e com o semblante preocupado__ é igualzinho ao da mamãe.


            Ayame relaxou o rosto e o olhar. Virou-se de costas para a irmã, e fitando a janela, perguntou:


            __ Você acha que Voldemort não vai entregar seu disfarce mesmo?


            __ Não sei muito bem, mas acho que não. Acho que ele pensa que pode conseguir alguma coisa comigo aqui em Hogwarts ainda. Sabe, estou bem no seio do inimigo.


            As duas ficaram em silencio. Rebecca debruçou-se na escrivaninha e aninhou o rosto entre os braços. Ayame continuou fitando a janela.


            Passado um tempo, a mais velha ergueu a cabeça e disse:


            __ Ayame, acho que não vai dar para ter aula hoje. Você poderia voltar outro dia?


            Ayame se virou e respondeu que tudo bem.


            __ Avise Dumbledore sobre isso o quanto antes__ disse Ayame com um pé pra fora da sala.


            __ Já mandei uma carta para ele hoje, sobre o ataque dos dementadores, e como ele não respondeu até agora, deve estar um pouco longe...


            __ Hum__ fez Ayame, franzindo as sobrancelhas.


            __ Vou avisar o restante da Ordem.


            __ Não, deixa que eu faço isso__ pediu Ayame__ Preciso conversar com eles um pouco.


            Rebecca assentiu e então Ayame foi embora, e encaminhou-se correndo para a sala de Dumbledore.


            Desde o ano anterior, sabia-se que talvez houvessem espiões de Voldemort no Ministério. Mesmo com essa hipótese, Ayame decidiu usar a Rede de Flu. A lareira da sala de Dumbledore era bem mais provável que não estivesse sendo vigiada, pois o diretor provavelmente teria tomado preucações em relação a isso. Então, pra lá Ayame se dirigiu, e esse então seria o meio mais rápido e seguro de contatar a Ordem.


            Na gárgula de águia que marcava a entrada do escritório, a garota parou um instante para tentar adivinhar a senha. Enfim, usou a mesma que usara há algumas semanas atrás, quando acordara.


            __ Em breve__ disse ela, e a águia pulou para o lado revelando uma escadaria. Provavelmente, Dumbledore não tivera tempo ou não quisera mudar a senha.


            Ela entrou na sala e foi direto para o armário, onde havia um pote fechado com cinzas esverdeadas. Ayame pegou um punhado delas e entrou na lareira, jogando as cinzas e dizendo seu destino.


            A garota aterrisou cambaleante na lareira dos Weasley, na Toca. Não fora ao Largo Grimmauld pois não sabia se havia alguém lá ou não, mas tinha certeza de que pelo menos a Sra. Weasley estaria em casa. Enquanto saía da lareira e limpava a poeira, ouviu alguém descendo as escadas e logo o Sr. Weasley apareceu.


            __ Ayame! O que faz aqui?


            __ Precisava conversar com alguém da Ordem, Sr. Weasley... Dumbledore não está, nem Snape, e se falasse com a prof. MacGonagall ela provavelmente esperaria Dumbledore voltar....


            __ Tudo bem... O que você...


            A conversa foi interrompida pela Sra. Weasley, que apareceu no sopé da escada e veio de encontro a eles.


            __ Molly, eu disse pra você ficar na cama...


            __ Ayame! Aconteceu alguma coisa, querida?


            __ Nada muito grave... como está o bebê?


            __ Muito bem, muito bem... Sente-se, e comece a falar.


            __ Molly, você não devia...


            __ Quieto, Arthur, ficar sabendo disso agora não vai prejudicar o bebe, vamos ouvir...


            Ayame deu um risinho, respirou fundo e contou desde a conversa que tivera com Harry, Rony e Hermione sobre agir mais rápido contra Voldemort, contou do que Rebecca lhe contara sobre o ataque dos dementadores (aproveitando para reforçar o pedido anterior) e então contou sobre o berrador.


            __ Oh!__ exclamou a Sra. Weasley quando ela contou o que Voldemort dissera.


            __ Estou preocupada se Rebecca vai poder continuar com esse disfarce ou não, ela disse que tudo bem, mas eu não confio em Voldemort...


            __ Hum, vejo que está se dando melhor com sua irmã__ comentou o Sr. Weasley.


            Ayame sorriu sem graça, e respondeu:


            __ Dumbledore acha ela importante pros planos dele.


            __ Bom, não podemos mudar o disfarce dela até Snape voltar para preparar mais Poção Polissuco__ continuou o Sr. Weasley__ E então não custa nada conversarmos com Dumbledore sobre isso, já que eles voltaram juntos. Quanto ao que você disse sobre agir mais rápido e atacar os Comensais enquanto eles estão mais fragilizados... Lupin já deu essa idéia à Dumbledore, mas... ele disse que não.


            __ Não?


            __ É. Não entendemos porque, mas Dumbledore deve saber o que faz.


            Ayame franziu as sobrancelhas.


            __ Bem, se é assim... Acho melhor eu voltar. Já disse tudo o que precisava. Obrigado, Sr. e Sra. Weasley.


            __ Oh, querida, não quer ficar mais?__ perguntou Molly.


            __ Não, Sra. Weasley, não quero atrapalhar vocês, e nem acordar Percy ou Fred e George... Já está tarde, e eu não avisei ninguém que vinha.


            A Sra. Weasley sorriu e a acompanhou até a lareira. Ayame voltou para a sala de Dumbledore e olhou no relógio estranho na parede, que marcava quase meia noite. Foi correndo para a sala comunal, e encontrou ainda várias pessoas papeando ou jogando algo, afinal o dia seguinte era domingo. Harry, Rony e Hermione estavam num canto, ela lhes contou primeiro sobre o berrador de Voldemort e então sobre a sua visita à Toca.


            __ O que Dumbledore pensa que está fazendo?__ disse Harry, um tanto indignado.


            __ Calma, Harry. Eu também estou curiosa com isso. Quando ele chegar, a primeira coisa que vai ter que fazer é nos dar explicações__ respondeu Ayame, séria.


           


 


            O dia seguinte amanheceu nublado. Várias pessoas reclamaram por isso, entre elas Juliano, que combinara com Maria Eduarda e algumas amigas dela de fazerem um passeio.


            __ Esse clima aqui da Grã Bretanha é muito chato__ queixou-se ele para Ayame enquanto tomavam café. A garota riu.


            __ Vocês vão ter outras oportunidades. Você vai ver como é legal andar na neve, Juliano, e então aposto que não vai mais reclamar do frio.


            __ Mas é bom que esteja nublado assim, daí você pelo menos começa a fazes seus deveres, não é?__ disse Maria Eduarda, apontando o dele pra ele.


            Os alunos de Drumstang e Beuxbatons iriam embora logo após o café da manhã, e voltariam quando o próximo jogo acontecesse. Houve bastante despedidas no Salão. Em meio a isso, Hermione cutucou Ayame e lhe apontou Rebecca, que estava sentada sozinha em uma mesa.


            __ Acho melhor avisa-la do que conversou ontem com o Sr. Weasley__ disse a amiga. As garotas chamaram Rony e Harry e foram até lá. Ayame explicou o que acontecera.


            __ É o melhor a fazer mesmo, esperar Dumbledore voltar__ disse Rebecca__ Como eu te falei, não acho que Voldemort irá fazer algo por enquanto. Estou mais interessada em saber quem daqui de dentro me delatou.


            __ Com certeza foi alguém da Sonserina cujo pai é um Comensal__ disse Harry.


            __ Os jogadores de Drumstang também são suspeitos__ lembrou Ayame__ Entre eles também deve haver Comensais.


            Os quatro se despediram de Rebecca e foram para fora. Juliano e Maria Eduarda os alcançaram logo depois.


            __ Onde vocês estavam?__ indagou o garoto.


            __ Ah... conversando com a prof. Raquel.


            __ Poxa, ficamos te procurando, Ayame__ reclamou Juliano__ Não podia ter nos levado junto?


            Ayame deu um sorriso sem graça e pediu para que Rony, Hermione e Harry fossem indo na frente.


            __ Desculpem-me, Ju, Maria__ disse ela__ Mas é que... quando eu vim aqui para Hogwarts comecei a me envolver com certos assuntos um pouco delicados, e certos trabalhos que os outros alunos não podem ficar sabendo. Eu não posso contar para vocês, está bem? Era sobre isso que eu estava falando com a professora.


            __ É algo relacionado com os problemas lá fora?__ perguntou Maria, abaixando a voz__ Com... Você-Sabe-Quem?


            Ayame assentiu. A amiga sorriu carinhosamente.


            __ Nós entendemos, Ayame. Não se preocupe.


            __ Obrigada.


            __ O Potter e seus outros amigos participam também disso aí?__ perguntou Juliano.


            __ Sim.


            Ele fechou a cara.


            __ Ora, Ju, não olha assim pra mim. Sigam o meu conselho, é melhor vocês não se envolverem com isso. É muito perigoso.


            __ Tudo bem, tudo bem....


            Ayame sorriu e abraçou os dois.


           


            Harry, Rony e Hermione subiram pelas escadas do Saguão, e ali ficaram esperando Ayame alcança-los. Foi quando viram Alvo Dumbledore e Severo Snape entrarem no castelo.


            Harry se sobressaltou.


            __ Professor!__ exclamou ele, indo de encontro ao diretor e ao mestre de poções, seguido pelos amigos.


            __ Potter__ disse Snape.


            __ Harry__ disse o diretor__ Aconteceu alguma coisa?


            Foram interrompidos por uma exclamação atrás deles, e logo Ayame estava ali.


            __ Vovô__ disse ela__ Precisamos falar com o senhor .


            Dumbledore franziu as sobrancelhas.


            __ O diretor está um pouco ocupado agora__ disse Snape. Harry notou que ele estava um pouco nervoso.


            Outra exclamação interrompeu-os.


            __ Prof. Dumbledore!__ disse Rebecca__ Preciso falar com o senhor urgentemente.


            Desta vez o diretor ergueu as sobrancelhas, confuso e interessado.


            __ Ora, o que aconteceu aqui enquanto eu estava fora?


            __ O senhor logo vai saber__ Ayame pegou seu braço e começou a puxá-lo em direção ao andar superior, para irem ao gabinete do diretor. Os outros os seguiram.


OII gentee!!
esse ficou um pokinho mais curto...
Ahh eu sonhei ontem com a Ayame e o Harry!! Foi um sonho muito loco, onde eles derrotam o Voldy com água, e Hogwarts nao era um castelo, era uma chácara... e onde o Harry tá em dúvida se ele fica com a Ayame ou com a Gina (é claro que ele escolhe a Ayame, o sonho era meu!). Foi bem doidao, mas tinha umas coisas legais, se eu conseguir vou botá-las na fic.
Comentem e digam o que estao achando!! Pelas minhas ideias, essa fic vai ser bem maior que a primeira, mas vamo lá!!!!


bjooooooos

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