O Orfanato



Cap. 32


O ORFANATO


(ai, que titulo de filme de terror.)


 


            Harry piscou mais uma vez. Não entendera nada do que o Patrono de Rebecca dissera. As palavras simplesmente eram desconhecidas.


            Antes, porém, que ele ou Dumbledore fizesse algo, o patrono desapareceu.


            __ O que foi isso?__ indagou a prof. MacGonagall__ O que esse patrono... disse?


            __ Eu não entendi esse língua__ disse Dumbledore, franzindo a testa e olhando para o local onde o patrono desaparecera__ Não entendi a mensagem.


            Ele olhou para os alunos ali.


            __ Eu também não entendi__ disse Harry, acompanhado por acenos negativos de cabeça de Rony e Hermione.


            Eles ficaram em silencio por um momento, intrigados, até que o diretor perguntou:


            __ Onde está Ayame?


            Harry sentiu o coração saltar. Esquecera-se completamente da ausência dela. Olhou para os amigos e falou:


            __ Não sabemos. Ela disse que iria conversar com Flitwick e não voltou mais.


            __ Tenho um pressentimento de que isso tem algo a ver com ela__ disse Dumbledore__ Poderiam encontrá-la?


            Os três se entreolharam.


            __ É o que sempre fazemos__ respondeu Rony, dando de ombros__ Agora, só não sei por onde começar a procurar. Onde ela se meteu dessa vez?


 


            Ayame abriu o portão de barras enferrujadas do orfanato lentamente. Entrou no jardim e andou silenciosamente, a varinha na mão, pelo caminho de pedras quadradas e sujas, cercado por grama alta e seca. Rebecca a seguia.


            As duas subiram os dois degraus de pedra da entrada rapidamente e se postaram na frente da porta de madeira escura e maciça. A fechadura era grande e trabalhada, e a maçaneta era redonda e de uma cor cobre.


            __ Abra__ pediu Ayame. Rebecca estendeu a mão e segurou a maçaneta. No momento em que ela fez isso, ambas ouviram sussurros no ar.


            As duas se entreolharam mas não disseram palavra. Rebecca apertou mais sua varinha não mão e girou a maçaneta.


            A porta estava destrancada e abriu soltando um gemido que arrepiou Ayame.


            __ Lumus.


            O interior do orfanato estava todo empoeirado. Aquele lugar havia sido abandonado a vários anos atrás, desde que a senhora que cuidava dele, Sra. Cole, morrera. De frente à porta, havia um grande hall de entrada que, se limpo, seria muito bonito, e uma escadaria grande na lateral. Dois corredores saíam do hall, um de cada lado. Ayame e Rebecca começaram a andar o mais silenciosamente possível, deixando pegadas na poeira do chão.


            __ O que você sabe sobre esse lugar?__ perguntou Ayame baixinho à Rebecca, enquanto viravam no corredor da direita.


            __ Não muito, eu acho__ respondeu a outra, no mesmo tom de voz__ Sei que a mãe de Tom Riddle deu à luz aqui, e o garoto aqui permaneceu até Dumbledore vir chamá-lo para ingressar em Hogwarts. Pelo o que eu saiba, Riddle foi o único bruxo que já morou aqui. Ele, desde aquela época, já tinha sentimentos de usar a magia para o mal. Roubava coisas das outras crianças usando magia, e às vezes fazia-as fazerem coisas por ele. Sei que, muito depois de Tom ter saído daqui definitivamente, aconteceu algo horrível nesse lugar: as crianças contraíram um tipo de doença desconhecida e infecciosa e o governo deixou o lugar em quarentena, até todos os doentes de curarem. Mas nenhum se curou.


            __ O que aconteceu?


            __ Todas as crianças que tinham pegado a doença morreram, juntamente com a diretora do orfanato, a Sra. Cole.


            Ayame parou de repente. Havia ouvido mais sussurros.


            __ Você ouviu isso?__ perguntou.


            __ Não... __ respondeu Rebecca, tomando a dianteira__ Vamos continuar... deve ser só o vento passando pelas janelas.


            Ayame torceu para que fosse só isso mesmo.


            Enquanto isso, em Hogwarts, Harry, Rony e Hermione procuravam por Ayame ou algum indício de seu paradeiro. Foram até a casa de Hagrid; mesmo o gigante não estando lá, Carlinhos estava, mas ele não soube informar onde a garota estava.


            Rebecca continuou andando, seguida por Ayame, muito devagar. Aquele corredor desembocava na cozinha, que estava muito suja e fedia.


            __ Acho que não tem nada aqui__ disse Ayame, tampando o nariz__ Vamos voltar.


            As duas deram meia volta e foram até a entrada novamente.


            __ E agora? Subimos ou vamos ver o outro corredor?


            __ Corredor__ respondeu Rebecca. Ela sentia que, o que quer que houvesse ali dentro daquele orfanato abandonado, estaria lá em cima. Mesmo sabendo que cedo ou tarde iriam ter que subir as escadas, resolver adiar isso o mais possível.


            O corredor da esquerda desembocava em uma sala de jantar. Havia uma mesa grande de vidro e algumas cadeiras caídas. No funda da sala, havia um grande objeto coberto por um lençol. Ayame e Rebecca se separaram e andaram pelo aposento, observando tudo. A mais nova foi até a massa coberta pelo lençol e o retirou.        


__ Esse parecia um lugar feliz__ disse ela__ Tinham até um piano.


__ Acho que duvido um pouco disso__ retrucou Rebecca baixinho. Ela abaixou-se e mostrou para a irmã uma boneca que havia encontrado no chão.


Ayame soltou uma exclamação silenciosa. A face da boneca estava toda pintada de preto, deformando suas feições e fazendo-a parecer um boneco assassino.


            __ Acho que nenhuma criança feliz faria isso com sua boneca__ continuou Rebecca.


            De repente, eles ouviram novamente.


            __ Agora você ouviu também, não__ disse Ayame, aproximando-se da irmã rapidamente__ Esses sussurros...


            Rebecca engoliu em seco.


            __ Ouvi.


            __Acho melhor subirmos.


            A escada era de madeira e os degraus rangiam a cada passo. Ayame não sabia se andava lentamente para ver se o barulho parava ou subia correndo para aquilo acabar logo.


            Lá em cima havia um único corredor, com várias portas. Eram os quartos das crianças do orfanato. Rebecca e Ayame foram andando e lendo as plaquinhas incrustadas em cada porta fechada.


            __ F-A...F-B...M-A...M-B....__ lia Ayame.


            __ F dever querer dizer feminino e M, masculino, e o A deve se referir à idade. A são os mais novos... B um pouco mais velhos... e assim por diante...


            Rebecca continuou andando pelo corredor. Ayame continuou olhando para as placas nas portas. Sua mão estendeu-se em direção à maçaneta de um dos quartos. Ela ouvia alguém lá dentro... um choro de criança... Ela tocou a maçaneta e a girou.


            __ Ayame! Vem aqui!


            A garota virou a cabeça para o fim do corredor, onde Rebecca a chamava.


            __ Rápido!


            __ Estou indo...__ e soltou a maçaneta, deixando a porta do quarto levemente entreaberta.


            Rebecca apontou uma porta para Ayame. Parecia muito igual às outras, mas era uma das últimas portas. A irmã mais velha então levou a varinha à plaquinha da porta, iluminando-a.


            __ T...R...__ leu Ayame.


            __ Tom Riddle__ disse Rebecca__ Parece que o mini Voldemort tinha um quarto só pra ele.


            __ Devemos entrar?


            __ Eu não sei... mas acho que, se o ingrediente da varinha está aqui no orfanato, o lugar mais provável é que esteja nesse quarto...


            Rebecca estendeu a mão e encostou na maçaneta. Sentiu um arrepio muito estranho e a soltou rapidamente.


            __ O que foi?


            __ Nada...__ ela segurou a maçaneta novamente.


            De repente, ambas ouviram algo.


            Uma música tocada no piano.


            __ Pensei que você tinha dito que esse lugar estava abandonado__ disse Ayame com a voz meio esganiçada.


            Rebecca também estava arrepiada.


            __ E eu disse.


 


            Hermione chegou ofegante à sala comunal, onde Harry e Rony já a esperavam.


            __ E aí? O que descobriu?


            __ Eu... encontrei... o...o...__ ela sentou-se na poltrona, cansada. Respirou fundo e disse__ Encontrei o Snape. Ele disse que tinha pedido à Ayame que levasse um frasco de Poção Polissuco para Hagrid levar para Rebecca, um pouco antes do teste de aparatação.


            __ O patrono deve ter encontrado ela primeiro__ disse Harry__ E disse algo pra ela, e ela saiu e mandou o patrono nos avisar.


            __ Mas não entendemos a mensagem!__ retrucou Rony__ O que pode estar acontecendo?


            __ Ela deve ter ido com Hagrid__ disse Hermione__ É só esperarmos eles voltarem. Acho que está tudo bem.


            __ Não sei...__ disse Harry__ Estou com um pressentimento. Tudo isso... vocês não acham que tem algo a ver com alguma coisa?


            Apesar de parecer confuso, Hermione e Rony entenderam o que Harry queria dizer, pois estavam pensando sobre a mesma coisa.


            Aquilo tinha alguma coisa a ver com o a varinha.


 


 


            Rebecca e Ayame desceram a escada o mais rapidamente que podiam sem emitir quase nenhum ruído, o que era difícil, devido aos degraus rangedores. O coração de ambas parecia que ia sair pela boca.


            O piano ainda tocava, uma música leve e melodiosa.


            As duas viraram no corredor da esquerda, as varinhas levantadas à frente de si. Tinham cogitado a possibilidade de apagar as varinhas para não chamar a atenção, mas o medo de ficar no escuro num lugar daqueles era maior do que... do que qualquer outra coisa.


            Ayame entrou na sala de jantar, seguida por Rebecca. O piano ficava de costas para elas. A mais nova respirou fundo e caminhou até o final da sala. Rebecca foi junto, ficando alguns passos atrás.


            Sentada do banquinho do piano, havia uma garota. Ela tocava rapidamente, os dedos delicados deslizando pelas teclas. Ela usava um vestido de mangas compridas, de uma cor escura, e seu rosto não estava visível, pois ela tocava com a face abaixada.


            Ayame abriu a boca para dizer algo.


            Antes que dissesse alguma coisa, a garota ergueu o rosto.


            Seus olhos eram negros e sua face era cheia de cicatrizes e deformações. Ela abriu a boca, de onde saía uma substancia líquida muito parecida com sangue, e disse, numa voz fina:


            __ Vocês vieram nos buscar?


            Ayame gritou alto e saiu correndo para fora da sala, seguida por um Rebecca tropeçando. A mais nova alcançou a porta de entrada e tentou girar a maçaneta.


            __ Está trancada!!


            Rebecca empurrou a irmã e apontou a varinha para a porta.


            __ Alohomorra!


            Mas nada aconteceu. Ela tentou girar a maçaneta mais uma vez, desesperadamente, mas a porta não abriu.


            __ Vocês vão nos deixar aqui?


            Ayame e Rebecca se viraram de súbito. A menina estava ali. Elas apontaram a varinha para ela, mas com um sério pressentimento de que não adiantaria nada.


            __ Vocês vieram nos buscar?


            Mais uma criança aparecera, no sopé da escada. Era um menino, as vestes cheias de manchas de sangue e os cabelos caindo nos olhos.


            __ Vocês vieram nos buscar?


            Várias outras crianças foram aparecendo, empurrando Rebecca e Ayame para o centro do hall de entrada.


            __ Vocês vieram nos buscar?


            (ai meu deus até eu to ficando com medo.)


            Ayame ergueu a varinha e disse:


            __ Riddikulus!


            Mas nada aconteceu.


            Rebecca de repente puxou Ayame e as duas saíram correndo para a escada, subindo os degraus correndo o mais rápido possível.


            __ Não são bichos-papões!__ falou Rebecca enquanto corriam.


            As duas entraram em um quarto à esquerda e se espremeram na parede oposta à porta.


            __ O que vamos fazer?__ sussurrou Ayame.  


            Mas antes que Rebecca respondesse, as crianças apareceram, atravessando as paredes. Desta vez, havia um número bem maior delas.


            __ Vocês vieram nos levar embora?


            Nem Rebecca nem Ayame responderam novamente. A garotinha do piano repetiu a pergunta.


            __ Vocês vieram nos levar embora?


            __ Não, não viemos!!__ respondeu subitamente Ayame.


            Não podia ter dito coisa pior.


            As crianças começaram a chorar. Alto e agudo, seu choro parecia que ia estourar os ouvidos de Ayame e Rebecca.


            De repente, a menina do piano agarrou Ayame e começou a chacoalhá-la.


            __ Você devia nos levar embora!! Vocês deviam ter vindo para nos buscar!!!


            __ Pára!!__ Rebecca tentou agarrar a menina, mas ela desapareceu subitamente, juntamente das outras crianças.


            Ayame caiu ao lado de Rebecca, desmaiada.


            __ Ayame!__ ela abaixou-se__ Ah não... acorda vai... Aguamenti!


            O jato de água que saiu da varinha de Rebecca acabou por acordar a outra.


            __ Graças a Merlin... nós temos que dar um jeito de chegar até aquele quarto de Riddle... e rápido...


            Ayame levantou-se com a ajuda da irmã e elas saíram do quarto silenciosamente. Antes de saírem, a garota olhou para um porta retrato caído no chão, mas a outra a apressou. Andaram pelo corredor e chegaram até a porta com a plaquinha TR. Rebecca respirou fundo e abriu a porta.


            Era um quarto muito menor do que os outros. Tinha somente uma cama de solteiro com um colchão meio roído e um armário, que tomava a maior parte do espaço.


            __ Não parece ter nada de diferente aqui__ disse Ayame__ E muito menos nada que sirva para fazer uma varinha.


            Rebecca saiu do quarto e foi olhar a porta do quarto da frente.


            __ Calma, nós temos que...


            Mas a moça foi interrompida por uma batida de porta.


            A porta do quarto, que elas haviam deixado aberta, acabara de fechar-se, separando as duas.


            Ayame ficara trancada dentro do quarto de Riddle, e Rebecca ficara do lado de fora.


            __ Não, não, não!!__ exclamou Ayame, batendo na porta.


            __ Ayame!!__ gritou a outra do outro lado.


            A garota mais nova começou a chorar e sentou-se encostada na porta.


            __ Eu vou... eu vou tentar achar alguma coisa pra derrubar a porta...__ disse a mais velha.


            __ Não!__ exclamou Ayame__ Não me deixe aqui sozinha, Rebecca, por favor...


            __ Mas... está bem, não vou deixar, eu estou aqui, Ayame...


            As duas ficaram ali, separadas apenas pela porta, por alguns minutos. Ayame então se levantou, mais calma, e encostou o rosto na porta.


            __ O que vamos fazer agora?


            Porém, a garota sentiu um arrepio súbito e se virou.


            A garota do piano estava ali.


 


            Harry tinha avisado Dumbledore sobre o que tinham descoberto. Ele estava voltando para a sala comunal, meio preocupado, quando ouviu uma voz familiar cantarolando.


            __ Hagrid!!!__ gritou ele.


            __ Ora essa, Harry, que cara preocupada...


            __ Hagrid!! A Ayame está com você??


            __ Ayame? Não... a ultima vez que vi ela, ela me trouxe o suco da Prof. Raquel, se é que me entende....


            Harry engoliu em seco.


            __ Então ela deve ter saído para algum lugar.... droga...


            __ O que aconteceu?


            Harry contou.


            __ Isso é estranho__ disse Hagrid, franzindo as sobrancelhas peludas__ A prof. Raquel também não estava no lugar onde deveria estar, em Londres. Eu passei lá, mas não havia ninguém de vigia. Eu até pensei que ela já tinha voltado para Hogwarts, mas parece que não.


            __ Não tinha ninguém?


            __ Não.


            Harry sentiu o mau pressentimento voltar.


 


            Ayame gritou.


            __ O que aconteceu??__ perguntou Rebecca do outro lado.


            __ O que... o que... você quer comigo?__ perguntou Ayame.


            __ Você devia ter vindo nos buscar__ disse a menina__ Mas você disse que não veio para isso.


            __ Não... nós viemos fazer outra coisa... nos desculpe, não sabíamos, mas não podemos fazer nada... você não quer nos deixar ir embora?


            __ Não!!__ gritou a menina__ Eu quero ir embora!!!


            Ayame então se lembrou da foto que vira no chão do outro quadro.


            __ Você... como é seu nome?


            A menina do piano parou de gritar.


            __ Esther. (uma homenagem ao filme “A órfã”, pra quem já assistiu).


            __ Esther... você tem um irmão, não tem?


            A garota pareceu surpresa.


            __ Tenho... levaram ele embora. Igual todos os irmãos dos meus amigos.


            __ Hum__ fez Ayame__ O que aconteceu?


            __ Aquela doença levou ele e a mim embora... mas ele foi pro céu, e eu fiquei aqui. Igual ao que aconteceu com meus amigos. Todos os seus irmãos foram para o céu e nós ficamos presos aqui. Foi tudo culpa da doença. A doença dele.


            Ao dizer isso, Esther lançou um olhar ao armário.


            __ Ayame__ Rebecca disse do outro lado__ Está tudo bem?


            __ Está, fique quieta aí, Reb...__ ela respondeu. Ayame deu alguns passos em direção à garota do piano__ Esther. Sabe a moça que está lá fora? Ela se chama Rebecca. Nós somos irmãs. Eu já briguei muito com ela. Você brigava com seu irmão, não brigava, de vez em quando? Então... eu já fiquei muitas vezes de mal com a Rebecca, mas no fim acabamos fazendo as pazes... e eu amo muito ela. Você amava seu irmão, não amava?


            Esther fez que sim com a cabeça.


            __ Eu gostaria muito de ficar perto da minha irmã, mas estamos presas aqui e não podemos sair sem terminar o que viemos fazer. Você também quer ficar perto de seu irmão, não quer?


            __ Quero...


            __ Então...__ Ayame se aproximou mais dela__ Me ajude a ficar com a minha irmã e eu vou te ajudar a ficar junto do seu irmão. E vou ajudar todas as outras crianças também.


            Esther piscou.


            __ Você pode fazer isso?


            __ Eu não sei se posso... mas vou tentar. Prometo.


            __Está bem__ respondeu a garota, sorrindo.


            A porta do quarto de repente se abriu com um estalo.


            Rebecca entrou e olhou para Ayame. Ambas sorriram.


            __ Nós viemos procurar um coisa__ disse a mais velha para Esther e para as outras crianças que começaram a aparecer__ Uma coisa que pertencia à Tom Riddle.


            De repente, Esther fechou a cara.


            __ Ele!! Foi ele que mandou a doença pra gente!! Foi ele que levou nossos irmãos embora!!!__ gritou ela.


            Ayame e Rebecca se entreolharam.


            __ Acho que__ disse Rebecca__ Voldemort deve ter lançado um feitiço no orfanato... Eu acho que já ouvi ele comentando sobre isso... uma maldição que ele havia lançado no lugar onde crescera... para que perecesse para sempre...


            __ Ele mandou a maldição em forma dessa doença__ completou Ayame__ Que matou quase todas as crianças e ainda separou-as... Mas... como quebramos a maldição?


            Rebecca pensou um momento e então se virou para Esther.


            __ O que deixa vocês presos aqui?


            A garota apontou para o armário.


            __ Cada um de nós tem algo aí dentro. Mas não podemos abrir.


            Ayame e Rebecca se viraram para o armário de Tom Riddle. Rebecca tentou abrir a porta do armário, mas não conseguiu. Tentou um feitiço, mas também não deu certo.


            __ Precisamos de algo mais específico__ disse ela.


            Ayame levantou sua varinha e apontou para o armário.


            __ Revele os segredos de sua entrada.


            Uma inscrição começou a se formar na madeira.


Somente família é permitido entrar


O sangue forma o elo perdido


E o motivo de riso


            __ Com certeza foi Voldemort quem escreveu isso__ disse Rebecca ao terminar de ler__ Fala de um sacrifício de sangue, bem típico dele. E despreza a família que ele tinha. E é claro que ele nunca imaginou que essa maldição pudesse ser quebrada, já que matou toda a sua família.


            __ Com exceção de uma pessoa__ disse Ayame.


            Rebecca olhou para ela. Abaixou a cabeça.


            __ Você é parente dele?__ perguntou Esther para Rebecca.


            __ Não__ foi Ayame quem respondeu__ Ela só tem o mesmo sangue que ele. Mas não é sua família. Ela é minha família.


            Rebecca sorriu para a irmã. Ela ergueu a varinha. De repente, porém, abaixou-se e começou a contorcer-se.


            __ O que está acontecendo?


            __ É... a Poção Polissuco... está passando o efeito...


            __ Ah é__ fez Ayame, preocupada__ Hagrid ia trazê-la para você....


            As crianças e Ayame ficaram observando a garota de cabelos claros e compridos se transformar em uma moça de olhos maiores e cabelos negros e encaracolados.


            Rebecca levantou-se, esfregando ao braços. Ela parecia um pouco sem graça. Ayame sorriu pra ela.


            __ Então vamos lá__ disse, cortando o pulso com a varinha e esfregando o sangue na madeira do armário.


            Ouviu-se um estalo e a porta do armário se abriu.


            Dentro dele havia uma caixa. Rebecca pegou a caixa e a abriu.


            De dentro da caixa várias luzes saíram e entraram em cada uma das crianças ali.


            __ Obrigada!__ disse Esther__ Vocês nos libertaram!


            O riso das crianças encheu o lugar.


            __ Espere, Esther!__ chamou Ayame__ Nós também temos uma irmã no céu. O nome dela é Ayume. Você pode dizer a ela que nós a amamos muito?


            Esther sorriu.


            __ Claro.


            E então ela e todas as crianças começaram a brilhar e desapareceram em um clarão.


            Ayame olhou para Rebecca, sorrindo. Esta tinha lágrimas nos olhos.


            __ Eu...


            Subitamente, porém, o armário e todo o quarto começou a pegar fogo.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.