A viagem de volta



Cap. 45


A VIAGEM DE VOLTA  


            __ Alô?


            __ALÔ? AQUI É...


            __ Oi, Sr. Weasley, é o Harry, não precisa gritar. Estou te ouvindo.


            __Ah, oi Harry. Como estão todos aí? Está tudo dando certo?


            Harry engoliu em seco.


            __ Sim, está.


            __ Que bom. Estávamos um pouco preocupados. Mandam....


            __ Espera um pouquinho, Sr. Weasley, vou colocar no viva-voz.


            __ Viva-voz? Mas que magnífico! Ainda não entendo como os trouxas...


            __ Oi papai.


            __ Ah, oi Rony. Ayame, Hermione?


            __ Olá Sr. Weasley__ cumprimentaram elas em uníssono.


            __ Pode falar agora, Sr. Weasley__ disse Harry.


            A voz do homem saiu pelo viva-voz do celular:


            __ Entao, mandamos esse celular porque as comunicações estão um pouco complicadas por aqui. As cartas que vocês mandaram chegaram até nós, mas um dois dias depois de vocês terem partido, parece que o Ministério descobriu, pois mandou uns inspetores até Hogwarts para perguntarem onde vocês estavam, alegando coisas relacionadas às aulas que já tinham voltado. Sabemos que os Comensais estão procurando vocês, e até agora sabemos que eles já sabem que vocês saíram do país.


            __ Eles estão procurando nos arquivos trouxas então?


            __ Parece que sim. Estamos com medo de que eles rasteiem as cartas, mas até agora tudo indica que isso não aconteceu.


            __ Mas estamos seguros aqui__ disse Ayame__ Eu não mandei nenhuma carta desde que chegamos na casa de Raoul. A última foi no Rio ainda.


            __ Isso é bom, mas é melhor não arriscarmos. Levem o celular para onde vocês forem, está bem? Creio que os Comensais não pensaram em rastrear ligações telefônicas ainda. Quando vocês pensam em voltar? A varinha já está pronta?


            A sala mergulhou em um silencio constrangido.


            __ Oi, aqui é Raoul__ disse o vampiro, quebrando o silencio__ Sou o fabricante da varinha. Ela não está pronta ainda, faltam somente alguns retoques.


            __ Ah, olá. Que ótimo. De qualquer maneira, peço que esperem pelo menos mais uma semana, até os Comensais desistirem de procurar vocês. Dumbledore contatou o diretor Alves e pediu que ele apagasse todo tipo de rastro seus depois que saíram da Escola Nacional. Isso vai impedir os Comensais de chegar muito perto.


            __ Tudo bem__ respondeu Harry__ E as coisas aí?


            Eles puderam ouvir o Sr. Weasley respirar fundo antes de responder.


            __ Estão um pouquinho complicadas. O Ministério está tentando pegar no pé de Hogwarts, difamando a escola e o diretor no Profeta. Mais alunos estão deixando a escola. Quando à Ordem, estamos fazendo de tudo para impedir os Comensais de avançarem. Mesmo eles tendo o controle do Ministério, e talvez por isso mesmo, os ataques a trouxas e a casas de alguns bruxos, principalmente os antigos membros do Ministério, estão mais freqüentes. Remo está aqui. Ele quer dar uma palavrinha com vocês.


            Eles ouviram o barulho do telefone sendo trocado de mão e o Sr. Weasley dizendo algumas palavras a Lupin sobre o funcionamento do aparelho.


            __ Oi Lupin__ cumprimentaram eles.


            __ Harry, Ayame, Rony, Hermione. Espero que estejam todos bem. Eu só queria contar a vocês sobre algumas coisas que tenho visto. Estou fazendo ronda de vigia na Sede dos Comensais, junto com Tonks, e têm acontecido algumas coisas estranhas. Já faz algumas semanas que pessoas tem desaparecido nos arredores da Sede, e aparecem mortas depois, sem distinção de bruxos ou trouxas. As mulheres e... as crianças... sempre aparecem boiando no rio das proximidades, logo na manhã seguinte ao desaparecimento. Já os homens... alguns acontecem o mesmo que as mulheres, mas a maioria dos corpos masculinos aparecem somente por volta de uma semana depois, já meio apodrecidos.


            Ele tomou fôlego e continuou:


            __ O mais estranho são as marcas que aparecem nos corpos. Todos possuem perfurações nos pescoços e nos pulsos. Alguns ainda têm arranhados e outros machucados. E... todos parecem ter tido o sangue retirado do corpo.


            Os olhares de todos ali se voltaram para Raoul automaticamente. Este apertou os olhos e disse:


            __ São vampiros. Tenho certeza.


            __ Foi isso que concluímos também__ disse Lupin ao telefone__ Estamos tentando descobrir quantos são, mas parece que tem mais ou menos cinqüenta deles morando na Sede. Tonks tentou capturar um quando estava atacando, mas... não deu. Eles são muito rápidos, é difícil acertá-los com feitiços, ainda mais no escuro. Estou esperando a próxima lua cheia para... para ver se consigo capturar algum para conseguirmos informações.


            __ Parece que Voldemort encontrou substitutos para os dementadores__ disse Ayame.


            __ Essa história dos corpos dos homens apareceram mais tarde__ disse Harry__ Acho que sei porque. Dumbledore me disse que Voldemort estava sem um corpo fixo, parasitando outras pessoas. Acho que os vampiros se alimentam deles e entao deixam o corpo para Voldemort ficar. Quando não serve mais, ele o descarta.


            __ Sim__ disse Lupin__ Dumbledore teve a mesma idéia. Esperem um pouco...


            Eles ouviram mais um barulho no telefone.


            __ Alô?__ disse a voz do Sr. Weasley__ Não se esqueçam do que dissemos, e tomem cuidado. Contataremos vocês quando for seguro voltar. Liguem aqui somente se precisarem. Agora é melhor desligar, porque eu li que é mais caro fazer ligações internacionais, e Molly está vindo... Bom, ela ficaria falando com vocês por só Merlin sabe quanto tempo.Se cuidem.


            __ Obrigado, Sr. Weasley. Tchau.


            Harry desligou o celular.


            __ Raoul__ disse Ayame rapidamente__ O que você disse para o Sr. Weasley... sobre alguns retoques na varinha...


            __ Não se anime__ respondeu ele__ Eu entrei na onda de vocês de mentir a eles.


            __ Entao o que aconteceu? O que há de errado?


            O vampiro suspirou, todos os olhares concentrados nele.


            __ Eu não sei o que deu errado. Tenho certeza de que fiz todo o procedimento correto. Não esqueci de nenhum detalhe.


            __ Entao porque não está funcionando??


            __ Eu não sei. Talvez... quem sabe vocês tenham errado em alguma coisa. Não sei, pegado algum ingrediente errado, interpretado aquela profecia errado...


            Os quatro trocaram olhares temerosos e ficaram em silencio. Se aquilo fosse verdade...


            __ Olha__ disse Raoul__ Eu sei o quanto essa varinha é importante para vocês. Posso tentar descobrir o que deu errado e tentar arrumar, nessa semana a mais que vocês ficarão aqui. Está bem?


            __ Sim__ disse Harry, estendendo a varinha de volta para o vampiro__ Obrigado.


           


            Naquela semana, eles não se divertiram muito, preocupados com a varinha. Raoul passava quase o dia inteiro trabalhando nela, lendo livros sobre o assunto, mas não conseguia avançar. Ayame tentara lembrar da profecia e escrevê-la num papel, mas estava tão nervosa que não conseguia lembrar corretamente de todas as partes.


            Às vezes, iam até a praia e os jardins, tentar esquecer os problemas, o que às vezes funcionava, às vezes não. Certa vez, Harry e Ayame estavam deitados na areia, em silencio, olhando o céu de fim de tarde, quando a garota disse:


            __ Não podem ser os ingredientes. Estavam todos certos, tenho certeza.


            Harry não respondeu. Quando escureceu, eles voltaram para a mansão. Quando entraram na sala de estar, o garoto disse:


            __ Ayame, e se deu errado porque... porque eu deveria ter feito a varinha? Sabe, a profecia parece dizer que somente aquele que deve derrotar Voldemort poderia fabricar a arma.


            Eles procuraram Raoul, que estava em seu escritório, para conversar sobre isso.


            __ Não__ disse ele__ Isso seria inviável. Leva-se quase vinte anos para aprender tudo o que se deve aprender na arte de fabricar varinhas. E ainda uma varinha daquele porte, um iniciante nunca poderia fazê-la corretamente.


            __ É__ disse Ayame__ Realmente, a profecia pode querer dizer que aquele que tem o poder de derrotar o Lorde das Trevas deve usar a varinha, não necessariamente fabricá-la. Voce nunca poderia ter feito ela, Harry.


            Até o final de semana, ninguém da Ordem tinha ligado, e eles começaram a ficar preocupados com isso também. No domingo a noite, Raoul chamou-os na sala de jantar e estendeu a varinha para Harry.


            __ Não há mais nada que eu possa fazer. Desculpe.


            Eles foram para a cama desanimados. Depois de ter tomado banho, Harry sal para o quarto e viu Ayame na sacada. Foi se juntar com ela.


            __ O que está fazendo aí?


            __ Nada. Na verdade, estou olhando o tempo. Parece que vai chover bastante hoje a noite.


            Eles ficaram um momento observando as nuvens negras que cobriam as estrelas.


            __ Vamos entrar__ disse Harry.


            Quando se aconchegaram na cama, Ayame desabafou:


            __ Estou com medo.


            Harry a abraçou e os dois fecharam os olhos.


           


            Ayame acordou com a cortina da sacada esvoaçando violentamente. Saiu da cama e foi até a sacada para fechar a porta de vidro, sem acender a luz. O vento estava muito forte. Antes de puxar a porta porém, uma coisa chamou seu atenção, nos jardins escuros lá embaixo.


            Ela piscou. Jurava que tinha visto uma forma mais escura entre as árvores.


            Um pressentimento ruim apossou-se dela. Ayame calçou os chinelos, pegou sua varinha e saiu do quarto.


            Ficou surpresa ao encontrar Raoul no corredor.


            __ O que foi?


            __ Não sei. Estou com um instinto estranho__ respondeu o vampiro__ Algo está errado aqui. Sinto um cheiro estranho no ar.


            __ Eu senti o mesmo. Acha melhor investigar?


            __ Acho melhor você ficar aqui, e eu ir lá fora investigar. É mai seguro.


            Ayame não gostou muito da idéia, mas assentiu.


           


            Harry acordou com Ayame o sacudindo.


            __ Acorda, Harry!!__ ela gritava__ Temos que sair daqui!!


            __ O que?


            __ Rápido! Eu tenho que chamar Rony e Mione...


            __ O que está acontecendo??


            A garota parou com a mão na maçaneta da porta.


            __ Eles nos encontraram.


 


            Ayame relembrava o seu reencontro com Raoul no corredor enquanto batia na porta de Rony e Mione.


            O vampiro entrara pela janela do seu próprio quarto e viera rapidamente em sua direção.


            __ Vocês estão em perigo__ dissera ele, baixinho__ Têm que sair daqui.


            __ O que houve?


            __ Há bruxos lá embaixo, vestidos com túnicas pretas, escondidos nos jardins da frente e dos fundos. São cinco no total.


            __ Comensais__ sussurrou a garota.


            __ Creio que sim. Vá avisar seus amigos, e eu vou tentar despistá-los.


            Era isso que a garota fazia agora.


            Minutos depois, ela, Harry, Rony e Hermione estavam descendo as escadas, as mochilas nas costas, o mais rápido e silenciosamente possível.


            __ Como é que eles nos acharam?__ indagou Rony.


            Quando eles saíram para a sala de estar, porém, aconteceu.


            As janelas e portas se abriram com um estrondo, e de repente, eles estavam cercados com cinco Comensais da Morte.


            Harry não esperou eles atacarem e ergueu a varinha, estuporando um deles na hora. Os outros quatro lançaram feitiços, mas Ayame gritou Protego Maximus criando um escudo em volta deles que parou todos os outros feitiços. Ao mesmo tempo, eles saíram correndo, pela brecha deixada pelo Comensal estuporado, e tentaram alcançar a porta aberta.


            Quando estavam quase lá, o escudo de Ayame se desfez, e a porta fechou-se violentamente. Harry virou-se e gritou feitiços ao acaso, acertando mais um. No momento seguinte, porém, sua varinha saiu voando de sua mão, acertada por um feitiço do Desarmamento.


            Os três Comensais restantes aproximaram-se correndo, quando de repente, o trio foi arremessado contra a parede oposta. Eles olharam para trás, e Raoul estava ali, parado na porta aberta, com a varinha apontada para os intrusos.


            __ Tive alguns imprevistos. Vão, pela passagem do subsolo até onde foi o ritual semana passada. Marina está lá, saberá o que fazer. Eu cuido deles.


            O vampiro abaixou a varinha e olhou para os Comensais com olhos famintos.


            Eles correram em direção à garagem, de onde havia uma entrada para o local indicado por Raoul, sem antes ouvirem gritos de dentro da casa.


            __ Olha aquilo!__ exclamou Hermione antes de entrarem na garagem, apontando para a casa, perto da sacada do quarto onde eles estiveram.


            Uma caveira feita de fumaça verde, de cuja boca saía uma cobra como uma língua, pairava no ar.


            Harry engoliu em seco e entrou na garagem, sem antes dar um ultimo olhar à Marca Negra.


           


            Marina estava no local combinado. Quando Harry, Rony, Hermione e Ayame entraram correndo lá, ela já apontou-lhes um buraco no chão e um potinho cheio de pó verde ao seu lado.


            __ Isso é uma lareira rústica__ disse ela__ E isso é Pó de Flu. Essa lareira só tem ligação com um local, a Escola Nacional. Vamos até lá.


            Ayame imaginou, já que os Comensais haviam encontrado eles ali, se eles não tinham atacado a Escola Nacional. Sentiu um calafrio.


            __ Tem certeza de que lá é seguro?


            Sua resposta foi interrompida por passos rápidos vindos da passagem, e logo Raoul estava ali, com um acompanhante.


            Ayame olhou para ele incrédula.


            __ Eu mencionei alguns imprevistos__ disse ele__ Aqui está.


            Raoul segurava pelos braços um homem de cabelos longos e ruivos, a pele branca e sem vida, os olhos vermelhos e boca escancarada, mostrando caninos afiados. Eles podiam ver que suas pernas estavam quebradas, impedindo-o de andar.


            __ Havia outros, mas já cuidei deles. Estao junto dos seus Comensais. Vocês não vão acreditar no que esse aqui me contou.


            Ayame estava com medo do olhar dele e do tom raivoso em sua voz.


            __ Sabe quem é o chefe desse vampiro aqui? E de todos os outros vampiros que estão com o seu Lorde das Trevas?


            Ele sorriu para o vampiro preso em suas mãos, que tinha uma expressão de raiva, e colocou a mão direita em seu rosto.


            __ Erik.


            Ouviu-se um estalo quando a cabeça do vampiro foi arrancada de seu pescoço, e seu corpo caiu no chão, mais sem vida impossível.


            Ayame e os outros ficaram paralisados, enquanto Raoul aproximava-se deles, pegava um pouco de pó de Flu e dizia:


            __ Está decidido. Eu vou com vocês para Londres.


           


            Harry aterrissou aliviado na lareira empoeirada do escritório de Jonas Alves, diretor da Escola Nacional. Fora a viagem mais longa de Flu que ele já fizera na vida.


            Ele fora o ultimo a chegar, e os outros já estavam se limpando. Ayame aproximou-se dele com um pano e disse:


            __ Ligue para Londres. Nós temos que avisar o que aconteceu.


            Harry pegou o celular e discou o número gravado na memória de chamadas recebidas. O telefone tocou três vezes até alguém atender.


            __ Alô?


            __ Sra. Weasley, aqui é o Harry.


            __ Harry!! Vocês estão bem?? Arthur não me deixou falar com vocês da ultima vez...


            __ Estamos bem, a senhora pode chamar o Sr. Weasley?


            Harry não queria preocupar Molly, já que ela estava grávida de sete meses. Ela resmungou um pouco mas logo depois Arthur Weasley estava ao telefone.


            __ Alô? Harry? O que aconteceu?


            __ Sr. Weasley, eles nos encontraram.


            __ O que??


            __ Tudo bem, estamos seguros agora. Só precisamos saber o que fazer.


            O garoto podia ouvir a respiração acelerada do homem.


            __ Harry... eu te ligo depois.


            E desligou.


            __ Como é que eles sabiam que nós estávamos lá?__ indagou Rony novamente.


            __ Foi Erik__ respondeu Raoul__ Ele deve ter deduzido que vocês me procurariam, porque é um dos únicos que sabe que eu sou um fabricante de varinhas. E para ele é bem mais fácil me encontrar.


            O diretor da escola acompanhou-os até o salão principal, onde havia alguns colchões.


            __ Não avise ninguém que estamos aqui__ pediu Ayame a ele__ Vamos partir logo de manhã.


            O telefone celular de Harry tocou, e ele o atendeu rapidamente.


            __ Como eles souberam onde vocês estavam?


            Era a voz de Lupin no celular. Harry respondeu o que Raoul dissera, explicando por cima quem era Erik.


            __ Entendo. Harry, achamos melhor que vocês façam novamente aquilo que fizeram para ir até aí, comprar passagens que não irão usar, deixar pistas falsas. Mas voltem para cá o mais rápido possível. Creio que os Comensais não esperavam que essa invasão falhasse, entao eles não estão mais procurando tanto vocês por aí, pelas pistas trouxas.


            __ Todos os Comensais que nos atacaram estão mortos__ disse Harry.


            __ Mas isso ano irá atrasar tanto assim o fato de que logo eles estarão procurando vocês novamente.


            __ Está bem. Ligaremos quando estivermos chegando.


            Lupin se despediu e desligou.


            Harry contou aos amigos sobre sua conversa.


            __ Ainda temos o dinheiro que Rebecca me deu__ disse Ayame__ Podemos comprar passagens para vários lugares, mas não muitos.


            __ Dinheiro não é problema__ disse Raoul__ Eu comprarei as passagens para os falsos lugares, e depois alugaremos um avião particular para levar-nos até a Grã-Bretanha.


            Eles gostaram da idéia e agradeceram. Tentaram dormir naquele final de noite, e de manhã alugaram um táxi até o aeroporto do Rio de Janeiro. Marina ficou na escola, com o intuito de voltar algum tempo depois para a casa de seu amo. No aeroporto, Raoul comprou passagens para Los Angeles e para a Itália, e também comprou passagens desses lugares para a Inglaterra.


            Eles alugaram um jatinho particular, que faria a viagem com uma escala em Portugal. Esperavam estar em Londres ao fim da tarde.


            No vôo, a maioria deles acabou dormindo um pouco (exceto Raoul, que Harry suspeitava não precisar dormir). Quando Harry acordou, estava tudo silencioso na cabine. Ele levantou-se para esticar as pernas um pouco e uma coisa caiu de seu colo.


            Harry abaixou-se para pegar e viu a varinha que não funcionava, lembrando-se que estava com ela na mão antes de adormecer. Ele sentou-se novamente, girando a varinha entre os dedos.


            O que eles tinham entendido errado? Por que a varinha não funcionava? Ele ficava imaginando o que Dumbledore teria a dizer.


            Harry teve uma imensa vontade de rir quando pensou em quantas coisas dependiam daquele gravetinho em sua mão, mas só balançou a cabeça ao ver sua namorada levantando-se três poltronas à frente e vindo até ele.


            __ Oi__ disse ele__ Já estamos chegando?


            __ Acho que sim, já passa das seis da tarde, e Raoul disse que já passamos por Lisboa enquanto dormíamos.


            Ela sentou-se do seu lado e eles ficaram conversando sobre a paisagem que viam pela janela. Depois de um tempo, a garota disse que ia ao banheiro. Ayame levantou-se e, sorrindo para Harry, disse:


            __ Sabe, se não tivéssemos tido noticias tão estranhas e ruins nos últimos dias... talvez você pudesse ir no banheiro comigo. Podíamos fazer como nos filmes.


            Harry piscou e corou quando entendeu o que ela queria dizer, mas quando levantou-se para responder, ela já tinha desaparecido no fundo da cabine.


            Não mais de quinze minutos depois, o avião deu um leve solavanco e o piloto anunciou que iriam pousar. Estava frio e nublado em Londres, e uma neblina fina pairava nas ruas enquanto os cinco esperavam um táxi do lado de fora do aeroporto. O carro os levou até o Largo Grimmauld. Eles desceram e ficaram zanzando pela rua até o taxi ir embora. Entao rumaram para o numero 12.


            __ Oh, por Merlin, aí estão vocês!__ exclamou alguém logo depois que eles entraram, mostrando-se depois ser a Sra. Weasley. Harry ficou assustado pelo tamanho de sua barriga, debaixo das várias camadas de roupas__ Oh, o senhor é...?


            __ Raoul__ o vampiro fez uma reverencia__ Sua casa é muito bonita__ elogiou ele lançando um olhar em volta.


            A Sra. Weasley fez uma careta.


            __ Não é minha casa. Venham, tem sopa quentinha na cozinha. Vocês vão passar a noite aqui e amanhã de manhã pegarão o trem para Hogwarts.


            Mais ou menos duas horas depois deles terem chegado, o Sr. Weasley, Lupin, Tonks, Olho-Tonto e os gêmeos Weasley chegaram à casa.Enquanto os adolescentes ficaram no quarto jogando papo fora e contando aos gêmeos como fora a viagem, Raoul ficou na cozinha conversando por algumas horas com os membros da Ordem, sobre os vampiros. Mais tarde, quando se encontraram no corredor, Ayame perguntou-lhe o que ficara decidido.


            __ Eu vou substituir a garota de cabelos roxos...


            __ Tonks...


            __ Isso, vou substituí-la na ronda da Sede dos Comensais, porque é mais fácil para eu capturar outro vampiro, com a ajuda daquele lobisomem. Fora isso, ficarei aqui nessa casa. Parece que está meio abandonada, não?


            __ Ela é meio que um ponto de encontro dos membros da Ordem__ Ayame piscou__ Um refúgio. Harry é o dono dela.


            Raoul ergueu uma sobrancelha mas não disse nada.


            Na manhã seguinte, terça-feira, eles voltaram para Hogwarts. Chegaram na hora do almoço, e enquanto Hagrid providenciava que suas malas fossem para seus dormitórios, eles encaminharam-se até o Salão.


            __ Sabe, a comida do Brasil pode ser boa e tudo mais__ disse Rony__ Mas nada supera esse cheiro delicioso que vem da comida de Hogwarts.


            A prof. MacGonagall veio conversar com eles logo que entraram no Salão, dizendo que era para eles freqüentarem as aulas normalmente naquela tarde e no fim do dia ir até o gabinete do diretor. Quando sentaram-se, Gina, Neville, Dino, Simas, Luna e Cho os rodearam e perguntaram sobre a viagem.


            __ Sua tia... o que aconteceu?__ perguntou Cho para Ayame. A garota piscou confusa, até lembrar-se que tinha inventado uma desculpa de que sua tia recém descoberta adoecera.


            __ Ah__ fez ela, mudando a expressão de ultima hora__ Ela veio a falecer. Por isso que demoramos tanto para voltar...


            Cho lhe deu um abraço rápido e voltou para a mesa do Corvinal. Quando Simas e Dino também se afastaram, Gina perguntou:


            __ E aí? Nós sabemos que vocês foram numa missão da Ordem. Deu tudo certo?


            Os quatro evitaram se entreolhar, afinal não sabiam o que dizer. Harry enfim respondeu:


            __ Nós achamos que sim. Temos algumas coisas para conferir ainda.


            Gina assentiu e eles voltaram juntos para a sala comunal. Harry, Rony, Mione e os outros foram para a aula e Ayame ficou no dormitório desarrumando as malas.


            Mais tarde, eles se encontraram na frente da sala de Dumbledore. O diretor os esperava com quatro cadeiras na frente de sua mesa, e Raoul estava ali também. Pela cara de feliz do diretor ao recebê-los, o vampiro ainda não tinha contado sobre o fracasso da varinha.


            __ Como foram de viagem?__ perguntou o diretor enquanto sentavam-se__ O Sr. Raoul aqui estava me informando sobre o ataque dos Comensais que acabou expulsando vocês de lá.


            __É...__ fez Ayame, dando um meio sorriso amarelado.


            A cara bem-humorada de Dumbledore foi se desfazendo aos poucos e ele ficou sério.


            __ Aconteceu alguma coisa?


            Os quatro se entreolharam constrangidos. Harry então pegou a varinha falhada de seu bolso e estendeu à frente, pousando-a na escrivaninha.


            __ É a varinha?__ perguntou o diretor.


            Harry assentiu, engolindo em seco.


            __ É, mas... Professor, a varinha não está funcionando.


            Dumbledore ergueu o olhar da varinha em sua mesa e ficou encarando Harry  um bom tempo. De repente, ele levantou-se e, caminhando impaciente pela sala, disse:


            __ Eu imaginei que isso poderia acontecer.


            __ Imaginou?


            __ Sim, Ayame, imaginei.


            __ Mas... nós fizemos tudo certinho, encontramos todos os ingredientes e o ritual também foi perfeito... o que deu errado?


            Dumbledore parou de andar.


            __ Creio que não fizemos nada de errado... Só esquecemos um detalhe. Na verdade, esse detalhe chegou ao meu conhecimento somente após termos descoberto que a arma da profecia era uma varinha...


            __ Não estou entendendo__ disse Harry.


            O diretor suspirou e disse:


            __ Toda varinha precisa de um pouco de magia para funcionar... Além da magia que ela canaliza de quem a usa. Estou certo?


            Dumbledore olhou para Raoul, que assentiu. O vampiro tomou a palavra:


            __ Essa magia geralmente é impregnada na varinha no momento de sua fabricação. Mas não acho que esse tenha sido o problema nesse caso. Vocês estavam lá, sentiram a enorme quantidade de energia mágica que foi liberada.


            Os olhares voltaram-se para Dumbledore.


            __ Vou ter que discordar. A profecia deixava bem claro que, para a varinha funcionar, sacrifício seriam necessários. Para a magia da varinha, nenhum sacrifício foi feito ainda.


            __ Mas a profecia também diz três ingredientes! Essa magia seria um quarto ingrediente__ retrucou Ayame.


            __ Na verdade, Ayame, a profecia não diz três ingredientes. Ela diz três tipos de amor, no que você estava certa. Para cada um deve encontrar... não quer dizer que cada ingrediente deve se relacionar com um tipo de amor diferente, mas sim que cada amor deve ter no mínimo um ingrediente. Percebi isso quando notamos que o tipo de amor foi repetido nas provas que vocês passaram para conseguir os ingredientes.


            __ Entao realmente há mais um ingrediente? O que faremos agora?


            __ O que fizemos antes: esperaremos o ingrediente aparecer. Já sabemos o que será... só não sabemos como conseguiremos.


            Eles ficaram em silencio. Uma centelha de esperança renasceu no coração de Harry.


            __ Mas, professor__ disse Hermione, quebrando o silencio__ Voldemort sabe que viajamos para fabricar a varinha. Acho que ele espera que ajamos logo, que o ataquemos ou algo assim... Mas não podemos.


            Dumbledore sorriu.


            __ Não é tão fácil assim. Mesmo que tivéssemos a varinha funcionando, não é fácil chegar até Voldemort, ainda mais se ele sabe que temos a arma que pode derrotá-lo. Na verdade, é até mais provável que ele tente entrar em Hogwarts para capturar a varinha ou conseguir barganhar alguma coisa, por isso temos que ter cuidado. Mas logo ele notará que não estamos prontos ainda. Porém, não se preocupem. Deixem isso para a Ordem pensar.


            Os outros assentiram e a reunião acabou.

esse cap tava meio pronto antes de eu ir viajar, mas ja to fazendo o outro, tenham paciencia pleease ^^ comenteeeeeem

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