As memórias do Lorde das Treva



Cap. 25


AS MEMÓRIAS DO LORDE DAS TREVAS


            __ No gabinete de Alvo Dumbledore?__ repetiu Ayame, espantada.


            __ Ousadia, não?__ o diretor deu um sorrisinho.


            Rony olhava em volta assustado.


            __ Onde? Cadê?


            __ Acalme-se, Rony__ disse Rebecca__ Não é o próprio Voldemort que está aqui.


            __ Não, mas da ultima vez uma memória dele fez muito estrago__ disse Harry__ E olha que ainda estava presa em um diário.


            __ Não se preocupem, essas memórias são inofensivas__ disse Dumbledore, saindo de trás da sua mesa e caminhando para a janela__ São como as minhas, filetes prateados guardados em vidros. A única diferença é que provavelmente contêm imagens um pouco fortes.


            Harry engoliu em seco, não sabendo se temia o que estavam prestes ou não a descobrir.


            __ Onde estão?__ perguntou ele.


            Dumbledore olhava para fora da janela, as mãos no parapeito.


            __ Uma vez encontrei Riddle aqui, quando já era diretor__ disse ele__ Ele me disse algo muito curioso. Eu sempre soube que essa sala foi, na época dos fundadores de Hogwarts, o gabinete de cada um deles durante um ano. Eu sempre pensara que provavelmente cada um dos fundadores acabou deixando uma marca aqui, mas nunca fui capaz de encontrar nenhuma. Nesse dia Tom estava aqui onde estou parado agora, e disse, logo antes de ir embora:


            __ Algumas pessoas gostam de deixar marcas, se é que me entende, professor. E algumas destas ainda fazem de tudo para que essas marcas sejam encontradas pelas pessoas corretas__ ele deu uma risadinha__ É interessante como o sol bate somente por alguns segundos em cada ponto da parede ali atrás, não é? Fico imaginando se a sala foi projetada para tanto.


            __ E então ele saiu__ continuou o diretor__ No inicio, tentei investigar essas coisas sobre o qual ele falou, mas nunca encontrei nada na parede. Devemos tentar juntos? __ ele se virou e apontou a parede atrás da escrivaninha__ Suponho que tenha algo a ver com o sol, a hora que a luz bate em determinado ponto.


            Com um aceno da varinha, o diretor retirou tudo o que estava pendurado naquela parede e botou no armário.


            __ Mas é quase meio dia, o sol está a pino__ disse Hermione__ Como vamos fazer a luz chegar até a parede?


            __ Sugiro que não façam isso muitas vezes, pode causar um certo desconforto nas pessoas__ disse Dumbledore, sorrindo para Mione. Ele então enfiou a cabeça para fora da janela e acenou com a varinha para o sol. Harry viu sua boca se mexer em várias palavras.


            De repente, uma luz intensa cegou os olhos do que estavam na sala. O feitiço do diretor havia movido o sol para o horizonte, ou parte dele, pois olhando para o céu era como se houvesse dois sóis: um a pino e outro acabando de nascer por trás das montanhas ao longe.


            __ Afastem-se da parede__ disse Dumbledore, apontando a varinha para fora ainda__ Vamos ver o que conseguimos encontrar.


            Todos os presentes encararam a parede por vários segundos. Ayame percorreu os olhos rapidamente por toda a superfície, mas não encontrou nada. Lançou um olhar à Dumbledore, mas ele encarava a parede concentrado. Harry deu uma olhada rápida pela parede e, não encontrando nada, voltou a olhar minuciosamente. Não encontrou nada.


            __ Não tem nada aí__ disse Rony__ Acho que...


            __ Não, esperem!__ exclamou Rebecca de repente__ Olhem ali! Bem no alto, onde a luz está batendo diretamente...


            Harry correu os olhos para onde a moça estava apontando e então viu: uma cobra entalhada em alto relevo, toda ondulada e cobrindo quase todo o comprimento da parede. Na cabeça dela havia a insígnia de Sonserina.


            __ Aonde? Não estou vendo nada...__ disse Ayame.


            __ Como não? É enorme!__ disse Harry.


            __ Só pode ser isso__ disse Rebecca, entusiasmada.


            Os dois então encontraram os olhares confusos dos restantes. Se entreolharam.          __ Não tem nada ali__ disse Rony.


            __ Vocês estão querendo dizer que não enxergam aquela imensa cobra estampada na parede na frente de vocês??__ Rebecca pos as mãos na cintura, confusa também.


            __ Realmente há isso aí?__ perguntou Dumbledore.


            __ Tenho certeza absoluta__ respondeu a moça, e Harry balançou a cabeça, concordando.


            O diretor suspirou.


            __ Faz sentido que vocês vejam, e nós não. Acredito que Salazar Sonserina tenha feito essa gravura de modo que somente seus descendentes pudessem enxerga-la. Rebecca tem um pouco de sangue dele, e Harry compartilhas sangue e ligação com Voldemort.


            __ O que fazemos agora?__ perguntou Harry__ Como que Voldemort escondeu suas memórias num alto relevo?


            Dumbledore fez desaparecer o novo sol, mas de acordo com Harry e Rebecca a gravura não desapareceu com a luz.


            __ Subam até lá e vejam o que conseguem encontrar.


            Harry sentou numa cadeira e Rebecca em outra, e então Dumbledore as fez flutuar, levando-os até a gravura. Os dois analisaram toda a cobra, começando pelo seu rabo. Chegando à cabeça, Rebecca disse:


            __ Tem algo escrito aqui. É... __ ela engoliu em seco__ É na caligrafia do Lorde, eu reconheço. Acho que estamos no lugar certo.


            __ O que está escrito?
            __ Não sei... eu reconheço as letras mas por algum motivo não consigo ler....


            Harry se aproximou:


            __ Eu consigo__ disse ele, apertando os olhos__ Está escrito... segredos de uma mente pura.


            __ O que?


            __ Segredos de uma mente pura__ repetiu Harry.


            __ Ah__ fez Ayame__ É que antes... você tinha falado em língua de cobra.


            Harry ergueu as sobrancelhas. Dumbledore disse:


            __ Parece que somente ofdioglotas podem ler isso. Harry... tente abrir.


            Ele assentiu e disse, em língua de cobra:


            __ Abra.


            Nada aconteceu.


            __ São segredos__ disse Rebecca__ Não se abrem segredos... tente algo como...


            __ Revele-se.


            Segundos após Harry ter pronunciado a palavra, a cobra estremeceu seu corpo inteiro. De repente, sua boca se abriu e um som estranho encheu o ar. Harry reconheceu como um feitiço, mas em língua de cobra. Porém, estava tão sussurrado que ele não conseguiu entender o que dizia.


            Os tijolos da parede então começaram a se movimentar, mudando de lugar freneticamente e formando, após algum tempo, uma abertura muito fina na parede, da largura de uma pessoa no máximo, mas bem comprida. A essa altura, todos estavam enxergando o que acontecia. Entalhada no fundo dessa abertura, havia outra cobra, um pouco menos trabalhada. Ao lado dela, havia uma gravura de um labirinto pequeno, feito de fissuras na pedra. Harry disse novamente:


            __ Revele-se__ E então a cobra se mexeu e deslizou pelos caminhos do labirinto, enrolando-se em si mesma. A laje que estava no fundo da abertura soltou um estalo, e então caiu para frente, quase aos pés de Harry, parado à frente da abertura.


            Uma luz brilhou e cegou o garoto por alguns instantes. Vinha da nova abertura; Harry deu um passo em direção à ela e viu uma pequena câmara de paredes feitas de madrepérola e mármore, que refletiam em vários frascos de cristal que estavam enfileirados em prateleiras baixas.


            Logo atrás do garoto, Rebecca vinha, olhando tudo ao redor com muita admiração. Ela parou ao lado de Harry na entrada da câmara, e eles se entreolharam. Dumbledore chegou logo atrás, seguido então por Ayame, Hermione e Rony.


            O ruivo assoviou ao olhar dentro do lugar.


            __ Então é aqui mesmo__ disse__ Nem acredito.


            __ Vamos__ disse Dumbledore__ Entrem.


            Harry deu um passo em direção à câmara, e nada de estranho aconteceu: pelo jeito, todos os impedimentos estavam antes da descoberta da câmara. O brilho dali atrapalhava um pouco a visão, mas o garoto percorreu as prateleiras, observando os frascos que eram todos diferentes entre si.


            __ Como é que Voldemort mandava as memórias para cá?__ perguntou Ayame, andando cautelosamente e postando-se ao lado de Harry.


            __ Por um processo chamado Objetação__ respondeu Rebecca__ Como se fosse uma aparatação de objetos, mas só pode vir para esse local, entende? É uma magia muito difícil de ser feita, e há vários pontos nela que devem ser cuidados, mas acho melhor deixarmos isso pra mais tarde e tentarmos descobrir qual dessas memórias é a que estamos procurando.


            __ E como vamos fazer isso?


            Rebecca olhou para Dumbledore, fazendo a mesma pergunta com o olhar. O diretor suspirou:


            __ Assistindo às memórias.


            __O que...? Mas há muitas delas!!


            __ Esperem__ disse Ayame__ Essa memória, se existir, com certeza deve ser um tanto nebulosa e fragmentada, pois é provável que Voldemort não se lembre de tudo por causa do próprio processo da aliança com Nagini. Então... acho que podemos diminuir o numero de frascos para abrir se procurarmos uma memória mais escura e frágil que as outras, entendem?


            __ Boa idéia__ disse Dumbledore, aproximando-se da prateleira da direita__ Vamos começar a procurar então.


            Todos começaram a observar atentamente cada um das memórias. Os frascos diferiam em tamanho e numero de curvas, alguns sem nenhuma e outros com várias dobras, alguns mais achatados e outros compridos e finos. Começaram pelas prateleiras mais altas, e logo antes de todos estarem quase chegando à ultima prateleira, haviam quatro frascos com um liquido acinzentado e esfumaçado no chão, no centro da câmara.


            __ Terminei o meu lado__ anunciou Rony, colocando mais um frasco escuro no chão da câmara.


            __ Ei, esperem um pouco__ exclamou Hermione de repente__ Venham ver isso aqui.


            A garota estava agachada na frente da ultima prateleira do seu lado, que era o da parede bem à frente da abertura da câmara.


            __ Esses frascos estão ajeitados na forma de uma runa__ disse ela__ Vêem? Formando essas linhas...


            __ Realmente__ disse Dumbledore, franzindo as sobrancelhas__ Elas formam a runa para a letra S. Mas há um frasco fora do lugar...


            __ Sim__ concordou Hermione__ Esse frasco aqui... ele está bem no meio...


            Ela apontou um frasco pequeno que estava entre todas a linhas. Harry estendeu a mão e o pegou.


            Dentro do frasco, havia uma fumaça escura e densa, mas bem difusa, rodopiando lentamente, fora de um tempo normal. Harry ficou observando aquele movimento por alguns minutos, até que Dumbledore tomou delicadamente o frasco de sua mão.


            __ Vamos voltar para o escritório__ disse ele__ Parece que encontramos o que estávamos procurando.


           


           


            Alvo Dumbledore encaminhou-se para o seu armário e trouxe a Penseira até sua escrivaninha. A passagem da câmara fechara-se logo após saírem, voltando à gravura de cobra na parte de cima da parede. Harry então disse, em língua de cobra, “Encoberte-se” e ela desapareceu.


            Todos se postaram em vota da Penseira. Dumbledore despejou delicadamente o conteúdo do frasco na bacia prateada, e o líquido lá dentro rodopiou lentamente, mas ao invés de ficar transparente, tomou uma coloração turva e acinzentada.


            __ Não sei se seria uma boa idéia todos assistirem à isso__ disse Dumbledore.


            __ Pensando bem, eu também acho que não__ disse Ayame.


            Dumbledore fitou os rostos de cada um ali.


            __ Sua cara está muito engraçada, Sr. Weasley__ disse ele, sorrindo__ Mas... Desculpem-me... Rony, Hermione e Ayame, queiram sair, por favor.


            Rony e Hermione se entreolharam e Ayame abriu a boca.


            __ Mas...__ disse ela__ Eu também... eu posso... Eu não tenho medo dele.


            O diretor a olhou por trás dos oclinhos de meia lua, e Harry não conseguiu ver a intensidade de seu olhar, mas Ayame relaxou os ombros, olhou para Rony e Mione, e suspirou.


            __ Está bem. Estaremos esperando lá fora.


            Ela foi a primeira a se virar, e os três saíram, de mãos dadas.


            Harry olhou para Rebecca, que fitava o líquido na Penseira, e para Dumbledore, que acabara de desviar o olhar da porta e fitava os outros dois.


            __ Aqui vamos nós__ disse ele, mergulhando na bacia.


            Harry foi logo depois; formas estranhas desenhadas na fumaça cinza rodopiavam em volta dele enquanto caía, e depois de parecer uma eternidade, ele sentiu os pés no chão.Dumbledore estava ao lado dele, olhando para frente, e logo depois Rebecca caiu do outro lado, meio cambaleante.


            O garoto olhou em volta, avaliando o local: era uma floresta densa e fria, o vento passava por entre as árvores assoviando. Ele levou a mão à testa: sua cicatriz formigava de um jeito estranho.        


            Harry ouviu um farfalhar de folhas logo atrás dele, e teve um sobressalto; pegou a varinha rapidamente e foi para o lado de Rebecca. Dumbledore deu alguns passos e se postou atrás deles, bem na hora em que um vulto alto de capa passava na frente de onde estavam.


            __ Vamos__ disse o diretor quando o vulto estava a alguns passos à frente, indicando para que o seguissem.


            Tom Riddle parecia saber muito bem para onde ia naquela escuridão toda, e caminhava deslizando entre as árvores. Harry, Rebecca e Dumbledore o seguiam, e pararam quando a floresta se abriu numa clareira onde havia uma caverna.


            Um vento gélido e um odor estranho vinham da caverna. Riddle parou na entrada e retirou o capuz: sua pele era clara e seus dedos já eram longos e finos; seu rosto também era fino, mas seus olhos continuavam com vida e suas narinas eram visíveis. Harry notou que havia um volume estranho na parte da frente de sua roupa. Tom suspirou, sibilando, e então entrou.


            Harry olhou para Dumbledore, se perguntando se iriam entrar também. O diretor olhava fixamente a caverna. Ficaram ali por alguns segundos que, para Harry, pareciam uma eternidade, até que o professor falou:


            __ Está com medo do que possa encontrar lá dentro, Harry?


            O garoto franziu as sobrancelhas.


            __ Acho que... Estou sim. Mas o que quer que esteja lá é o que eu vou ter que enfrentar e derrotar, não é? Então é melhor sentir medo agora e então depois não senti-lo mais.


            Rebecca colocou a mão no ombro de Harry.


            __ E você, Rebecca?__ perguntou Dumbledore.


            __ Não sei se estou com medo__ respondeu ela__ Eu já convivi com o que quer que esteja lá dentro por muito tempo, mesmo sem saber disso.


            Harry ficou com vontade de perguntar de Dumbledore estava com medo também, mas ele começou a caminhar em direção à caverna. Rebecca deu um empurrãozinho em Harry e eles o seguiram.


            Tom Riddle andara lentamente enquanto eles conversavam, pois rapidamente o alcançaram, com a varinha acesa à frente, olhando para o fim da caverna adiante atentamente. Então, ele começou a andar rápido, e os três apertaram o passo para acompanhá-lo.


            Subitamente Riddle parou. Deu então mais dois passos à frente e levou sua varinha à parede. De repente, várias luzes se acenderam, iluminando uma longa câmara cheia de estalactites. Bem no centro dessa câmara, Harry viu uma fenda na rocha escura, de onde vinha o vento e o fedor.


            Tom Riddle caminhou lentamente para a fenda. Harry ouvia sua respiração; ele estava ansioso. O garoto separou-se um pouco de Dumbledore e Rebecca e postou-se na margem da fenda oposta à que Riddle estava agora. Fitou o garoto à sua frente, que mesmo depois das pequenas transformações ainda continuava bonito e olhava concentrado o fundo da fenda. Harry respirou fundo e então voltou o olhar para onde Riddle olhava.


            Ele demorou para acostumar-se com a escuridão dentro daquela fenda na rocha, mas logo divisou massas lá no fundo que reconheceu como esqueletos. Agachou-se na margem e apertou os olhos, fitando concentrado o fundo. Jurou ter visto uma fumaça negra passar lá embaixo, ondulando entre os ossos.


            Harry desviou o olhar da fenda quando começou a ouvir Tom Riddle falar. Não entendia o que ele dizia, não era língua de cobra tampouco inglês, mas uma língua antiga dos magos. Olhou para Dumbledore, do outro lado da margem, e este estava, talvez por causa da luz no local, um tanto pálido, mas Harry notou que ele entendia o que Riddle dizia.


            Por um instante, passou pela cabeça de Harry acabar com tudo aquilo, atacar Tom Riddle naquele momento, pois assim ele nunca tornaria-se o Lord das Trevas. E então lembrou-se: aquilo era uma memória, era passado, e ele não poderia alterar o que acontecera.


            A voz penetrante de Tom Riddle foi ficando mais alta. Harry olhava o rosto concentrado e ofegante daquele que viria a se tornar seu maior inimigo. Começou a ouvir um uivo vindo de dentro da fenda. As luzes da câmara começaram a piscar, ondulando. O vento e o odor vindos da escuridão se intensificaram. Subitamente, uma coluna de fumaça negra emergiu da fenda, e Harry deu vários passos para trás, cambaleante.


            A fumaça pairou no ar, e Riddle a fitava concentrado. Uma voz veio da coluna negra, falando na mesma língua do feitiço, e então Riddle respondeu, no mesmo idioma antigo. Enquanto ele falava, acompanhava com o olhar a fumaça que ia rodopiando pelo ar, envolvendo e circulando Riddle. A coluna negra respondeu algo ao que Tom dissera. Este falou novamente e então, com um aceno da varinha, retirou delicadamente algo de dentro de suas vestes, desfazendo o volume que Harry notara.


            Uma cobra saiu de dentro das roupas de Tom Riddle, e Harry reconheceu a serpente que mais tarde chamariam de Nagini. A coluna de fumaça negra rodopiou mais em volta de Riddle. O garoto começou a ofegar, acompanhando com o olhar a fumaça. Harry começou a caminhar em volta da margem da fenda; queria chegar ao outro lado e observar melhor o que estava acontecendo.


            __ Harry...__ ele ouviu Dumbledore dizer ao chegar à este lado da fenda, mas não deu atenção. Continuou com os olhos pregados no acontecimento à sua frente. A fumaça continuava rodopiando em volta de Riddle e da cobra, sibilando e dizendo palavras que Harry não entendia.


            De repente, a cobra subiu no ar, pairando acima da cabeça de Riddle. Harry sentiu uma fisgada forte na cicatriz, mas também não deu atenção. A fumaça começou a pulsar, espalhando-se e condensando-se alternadamente.


            Harry deu mais um passo em direção à Tom Riddle, a cobra e a coluna de fumaça.


            __ Harry, temos que ir...


            Um grito cortante soou no ar, enchendo a câmara e ecoando nas suas paredes.


            __ Harry!!


            O grito continuava, agudo, forte, cortante. A cicatriz de Harry doía ainda mais. Sentiu-se cair no chão de joelhos, com o olhos apertados. Ele ouviu seu nome ser chamado mais uma vez, mas não conseguia pensar para responder.


            Sentiu uma rajada de vento gélido e abriu os olhos.


            À sua frente, um vulto levantava-se. A capa caiu de seu corpo enquanto esticava-se, esguio. Harry ouviu uma cobra sibilar ameaçadoramente. E então viu, como se estivesse cara a cara com o vulto: as pupilas dilatadas, a pele mais branca ainda, os olhos vermelhos e as narinas em forma de fenda.


            Uma risada aguda e fria cortou o ar.


            Tom Riddle acabara de se transformar completamente em Lord Voldemort.


 

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