O ataque dos mortos-vivos



Cap. 39


O ATAQUE DOS MORTOS-VIVOS


            Ayame sentiu o coração parar.


            Inferi.


            Parecia que tinha sido ontem quando seu avô adotivo, Alvo Dumbledore, lhe ensinara o que eram aqueles seres.


            __ Os Inferi__ dissera ele__ São pessoas mortas reanimadas por um feitiço das Trevas, controlados como marionetes pelo bruxo que os criou. Voldemort utilizava muito deles quando estava poderoso. O maior problema dos Inferi é que sua maior arma é o medo que eles afligem nas pessoas. O medo da morte.


            Agora, lá estava ela, rodeada por aqueles seres tenebrosos.


            __ Ayame__ disse Harry, sussurrando__ Vá andando.... devagar... para a casa... Quando eu der o sinal... corra..ok?


            Os dois começaram a caminhar, lentamente. Os Inferi estavam cada vez mais perto, vindos de todos os lados. Ayame observava-os atenta e aflita, divisando entre eles homens, mulheres, crianças. Um garoto Inferius que estava mais no seu campo de visão chamou-lhe particularmente a atenção, pois seu rosto era a face que mais dava para observar: sem emoção, sem calor, sem vida.


            Simples corpos sem alma.


            Ayame sentia o coração bater acelerado. Harry pegou em sua mão, obrigando-a a continuar andando. Ele acelerou o passo, e de repente os dois estavam correndo, em direção à parte mais abrigada da ruína.


            Para o terror deles, a escuridão formada pelas paredes das ruínas tinha escondido mais daqueles mortos-vivos. O desespero tomou conta de Harry quando, ao chegarem na parte mais abrigada, encontraram outros Inferi, andando lentamente na direção deles, os olhos vidrados no nada.


            __ Droga, Ayame, sua varinha!!__ gritou Harry, lembrando a namorada do único recurso que tinham.


            A garota estava muito assustada para ouvir.


            __ Ayame!!


            Os gritos, porém, não foram nada bons. De repente, Harry se viu rodeado.


            Rodeado por Inferi. Ayame teve um surto de terror, e começou a correr desgovernada, para longe de Harry, tentando fugir dos mortos.


            __Não! A...__ o garoto calou-se quando mãos pegajosas e geladas seguraram seus braços.


            Harry lutou para desvencilhar-se, sem sucesso. Os Inferi aproximavam-se cada vez mais dele, encostando nele, tentando segurá-lo, sufocando-o...


            Ayame, em seu acesso de medo, não conseguiu correr para muito longe, pois aqueles medonhos corpos sem vida estavam por toda parte, e logo a seguraram também.


            __ AAh!! Me solta!!


            A varinha da garota caiu de sua mão, e ela abaixou-se para pegá-la, mas antes que a alcançasse, mais Inferi a seguraram e a puxaram para longe.


            Eles chegavam cada vez mais aos montes, rodeando-a, segurando-a, puxando-a...


            Ayame foi caindo, ouvindo os gritos de Harry em algum lugar atrás de si.


           


            Era aquele o fim?


 


            Ayame parou de gritar, angustiada e sufocada pelas mãos daqueles mortos que a seguravam, mas ainda ouvia Harry gritando seu nome.


            __ O maior problema dos Inferi é que sua maior arma é o medo que eles afligem nas pessoas. O medo da morte.


            A frase de Dumbledore ecoou em sua mente. Porque ela estava com tanto medo da morte? Já encarara aquele fantasma outras vezes. Já morrera uma vez.


            Entao porque sentia tanto medo?


            A voz de Harry confundia-se em seus ouvidos com a voz de Dumbledore, que ecoava novamente em sua mente, mesclada com sua própria voz, numa lembrança:


 


            __ Mas não há como detê-los, professor?__ perguntara ela.


            __ Sim, há__ respondera Dumbledore__ Os Inferi são criaturas das sombras e do frio. O que significa que eles não suportam a luz e o calor. Você não teria problemas em derrotar um se encontrasse, minha querida.


           


            Ela não teria problemas de derrotar um se encontrasse?


            O que Dumbledore quisera dizer com isso? Lá estava ela, sendo sufocada por um bando daqueles mortos-vivos, com muitos problemas em derrotá-los.


            A voz de Harry cessara de repente. Ayame sentiu o coração mais apertado. Faltou-lhe ar ao pensar no que poderia ter acontecido. O medo voltou a inundá-la.


            Sim, aquele medo. O mesmo medo que a fizera se sacrificar antes.


            Não era a morte que ela temia, era a perda. A perda da pessoa mais preciosa da sua vida.


            Mas como ajudá-lo? Ela nem conseguia se ajudar!


            Eles não suportam luz e calor.


            A voz de Dumbledore ecoou novamente em sua cabeça.


            Claro! A perfeita junção de luz e calor.


            Fogo!


            Uma centelha se esperança nasceu dentro de Ayame, mas logo se apagou.


            Tinha perdido sua varinha.


            Você não teria problemas em derrotar um se encontrasse, minha querida.


            O que aquilo queria dizer???


           


            Harry não tinha mais forças para gritar.


            Os Inferi amontoavam-se em cima dele, agarrando-o, apertando seu pescoço, seu peito, sufocando-o.


            Ele não conseguia mais enxergar nada, e lutava para pelo menos respirar.


            Fechou os olhos com força. Queria chamar Ayame mais uma vez, ouvir sua voz, mas não teve forças.


            De repente, sentiu o calor.


            De onde vinha, ele não sabia. Mas tudo começou a ficar quente, cada vez mais quente.


            Harry abriu os olhos. A claridade aos poucos foi inundando seu campo de visão.


            Demorou para ele perceber que os Inferi que o machucavam estavam saindo de cima dele. Estavam indo embora.


            Estavam sendo afastados.


            Ele ouviu um barulho familiar. Um crepitar de fogo.


            A claridade. O calor. Fazia sentido.


            Uma força inundou-o, fazendo com que ele conseguisse empurrar os mortos-vivos restantes que estavam segurando-o.


            Levantou-se e olhou em volta.


            Seu queixo caiu.


            Havia fogo espalhado por toda parte. Por toda parte, os Inferi recuavam, temerosos por causa da luz e do calor.


            E o mais impressionante de tudo era de onde o fogo vinha.


            __ Harry!! __ Ayame correu para perto dele.


            Ele não disse nada até ela chegar perto, incrivelmente sorridente.


            __ O que...__ balbuciou ele__ Você...Você fez isso??


            Ayame sorriu ainda mais.


            __ Eu não sei como__ respondeu ela, fazendo uma chama crepitar na palma de sua mão__ Mas meus poderes voltaram.


           


            Rebecca entrou desesperada na sala dos professores.


            __ E com as provas chegando cada vez mais perto... Opa, Srta. Bungee, o que aconteceu?__ indagou a professora de Transfiguração.


            __ Harry... Ayame...__ ofegou ela__ Eles... a moeda... Eles desapareceram.


            MacGonagall levantou-se da cadeira onde estava sentada, conversando com o prof. Flitwick. O mestre de Feitiços também levantou-se, franzindo a testa pequena.


            __ O que?


            Rebecca se recompôs e disse, séria.


            __O terceiro ingrediente. Harry e Ayame foram levados até ele.


 


           


            Harry não podia acreditar.


            Mas estava ali a prova. Todo aquele fogo espalhado não poderia ter vindo do nada.


            E, além disso, ali estava, sua namorada, controlando-o, fazendo malabarismos com as chamas.


            Realmente. Os poderes de Elementar de Ayame, que ela sacrificara para salvá-lo, tinham retornado.


            __ Isso aí, vão embora, seus zumbis idiotas!!__ gritava a garota. Harry aproximou-se dela, tentando acalmar sua euforia.


            __ Olha__ disse ele__ Isso tudo é muito bom, mas não podemos esquecer que ainda estamos em perigo aqui. Vamos para o abrigo ali nas ruínas...


            Os dois caminharam furtivamente para lá.


            __ Temos que encontrar nossas varinhas__ disse Ayame__ Eu perdi a minha também.


            __ Você se lembra de ter visto onde Lestrange colocou a minha? Tem certeza de que está aqui?


            __ Tenho, eu vi na mente dele... Ele não era um bom oclumente, Harry...


            __ Falando de mim? Ou de nós?


            Os dois congelaram no lugar.


            Rodolfo e Belatrix tinham voltado. O homem ainda estava com a aparência de Harry, pois a Poção Polissuco ainda não tinha perdido o efeito.


            Lentamente, Harry e Ayame viraram-se para onde vinha a voz dos dois Comensais, e deparam-se com eles encarando-os, as varinhas apontadas.


            __ Muito interessante, conseguiram afastar nossa legião de Inferi__ ia dizendo Belatrix__ Mas não são capazes de fugir de nós.


            __ Agora__ disse Rodolfo__ Vocês vão encontrar o ingrediente, e darão ele a nós.


            Ayame e Harry foram recuando, indo em direção ao abrigo das paredes em ruínas. Talvez de lá pudessem tentar escapar.


            __ Nós não sabemos onde ele está__ Ayame ia enrolando__ Ele aparece assim, do nada. Até agora, não houve nenhum indício de seu paradeiro. Se ao menos vocês deixassem de nos perseguir com mortos-vivos para podermos nos concentrar!


            ___ Não se preocupe com isso, querida, estaremos aqui quando os indícios se manifestarem__ respondeu Belatrix, também caminhando, acabando deixando-os acuados de costas para a parede do abrigo.


            Harry olhava pelo canto do olho em volta, procurando um jeito de sair daquela situação. De repente, sentiu Ayame cutucando-lhe a mão. Seus olhares se encontraram.


            Ela piscou para ele.


            No momento seguinte, uma parede de fogo tinha-se erguido à frente deles, separando os Comensais dos dois adolescentes. Eles ouviram Belatrix gritar algo atrás das chamas, e um jato verde passou entre eles, acertando a parede.


            __ Corre!


            Porém, mal Ayame acabara de gritar isso, aconteceu.


            O fogo e o feitiço deviam ter mexido com as estruturas daquele remanescente da casa, pois tudo ruiu. O pedaço de teto que ainda restava, pendurado precariamente por varas enferrujadas, e as paredes descascadas, manchadas e frágeis, tudo isso caiu.


            Caiu em cima de Harry, Ayame, Belatrix e Rodolfo.


           


            Harry abriu os olhos. Tudo parecia muito escuro e enevoado. No momento seguinte, ele sentiu a dor.


            Tentou levantar o tronco, e conseguiu com esforço. Olhou para o foco da dor lancinante.


            Sua perna direita estava dobrada em um ângulo muito estranho e impossível, debaixo de um grande pedaço de concreto. Harry gemeu, respirando rápido. Em algum lugar ali perto, ouviu algo de mexer; o som de pedras rolando e entao de alguém levantando-se. Apertou os olhos para vem quem era, mas não conseguiu; seus óculos tinham uma lente quebrada e a poeira do concreto ainda pairava no ar.


            __Ayame?__ chamou ele baixinho, mas ninguém respondeu.


            O garoto recostou-se novamente, tentando esquecer a dor em sua perna quebrada, o que era muito difícil. Queria saber onde estava Ayame, mas tinha medo de chamá-la mais alto e acabar atraindo atenções indesejáveis.


            Passados uns cinco minutos, ou mais, ele não conseguia acompanhar muito bem o tempo, Harry ouviu um barulho. Apertou os olhos e conseguiu divisar alguém andando em sua direção.


            __ Quem está ai?__ uma voz perguntou.


            __Ayame!__ exclamou ele, aliviado.


            __ Harry!__ a voz dela também expressava alívio__ É você mesmo, consigo distinguir a sinceridade na sua voz.


            Ela aproximou-se dele. Harry conseguiu ver que havia um corte em sua cabeça, que ainda sangrava um pouco, e muita poeira em seus cabelos e suas roupas.


            __ Que história é essa de sinceridade?__ perguntou Harry, fazendo uma careta por causa da perna.


            Ayame ignorou a pergunta e se ateu ao rosto do garoto.


            __ Harry!__ exclamou ela__ Sua perna... ah não...


            __ Ai, não, não rela, tá doendo...


            __ Precisamos tentar tirar esse pedaço de concreto, Harry... Temos que sair daqui...


            Harry mordeu o lábio. Acenou positivamente com a cabeça. Ayame lhe deu um beijinho no rosto e entao empurrou a pedra.


            Ela não se moveu. A garota tentou novamente. Harry podia ver seu rosto ficar vermelho pelo esforço, mas o concreto não se mexeu nem sequer um milímetro e a dor piorava a cada vez que ela tentava.


            __ Droga... Estou usando toda a minha força!


            Harry ofegou.


            __ Tudo bem... deixa...


            __ Eu vou procurar nossas varinhas...__ disse a garota, segurando a mão de Harry por um momento.


            __ Mas...__ disse ele, fazendo outra careta__ E Belatrix e Rodolfo? Não sabemos onde eles estão... é melhor ficarmos juntos.


            __ Harry, você quer sair debaixo desse pedaço de concreto ou não?


            O garoto fez outra careta. Ayame suspirou e sentou-se ao lado dele.


            __ Desculpa, mas isso não tem importância mesmo__ disse ela__ Quando eu acordei, estava ali na frente, e vi quando Belatrix foi embora. Ela passou por mim, parecia bem machucada e chacoalhava a varinha como se estivesse quebrada. Ela foi embora mesmo. E Rodolfo... bom, era a causa de eu estar tão aliviada quando te encontrei, porque... bem, quando eu vi Bela indo embora sozinha, levantei-me e fui na direção em que ela tinha vindo. Rodolfo ainda não tinha voltado à sua forma normal, sabe... mas... Harry, ele está morto. Soterrado pelas paredes.


            O garoto não conseguiu sentir pena.


            __ Bom...__ disse ele__ Entao acho que não há perigo... Vá procurar nossas varinhas, por favor...


            __ Eu poderia pegar a varinha de Rodolfo, é mais prático, mas não sei se uma varinha de Comensal serviria muito bem...comigo... Harry...


            __ O... o que?


            __ Está sentindo isso?__ ela abaixou-se novamente e sussurrou.


            Harry tentou esquecer um pouco a dor para ver se sabia do que ela estava falando.


            E entao sentiu. O ar parecia ter ficado muito mais frio. Sentimentos ruins começaram a se apossar dele. Como se não houvesse mais alegria no mundo.


            Ayame e Harry observaram pasmos quando, no concreto e pedaços de ferro que os rodeavam, pequenas camadas de gelo começaram a se formar.


            __Ah não__ gemeu Ayame__ Mais monstros das Trevas, não.



aaah, eu queria ter acabado esse cap. quando a Ayame descobre seus poderes de volta, mas tava mto curto.... dai botei akela parte em Hogwarts, mas ficou paia ><
bom, o proximo será tenso tb muaauahuahuahuahauhauhauhau
nao percaaam! comenteeem!
bjoooooooooooos e boas feriaaas

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.