Momentos



Cap. 07
MOMENTOS

Harry, logo depois que Dino e Simas foram embora, esperou uma pergunta ou manifestação de Ayame, mas esta não veio.
__ Ayame?__ chamou ele baixinho__ Onde você está?
Mas nenhuma resposta veio.
__ Tire a capa!
Nada. Então, de súbito, ele entendeu o que acontecera: Ayame fugira. Harry se amaldiçoou por ter deixado isso acontecer, num momento que a garota mais precisava era de companhia, apesar de não pensar assim. E também xingou Ayame, já que tudo isso era culpa dela. Mas que mania de desaparecer toda hora!!
“Se eu for chamar Rony e Hermione, vai ter mais alvoroço ainda”, pensou ele. Então resolveu ir procurar sozinho, apesar de não ser fácil encontrar alguém invisível. E não poderia contar com a ajuda do Mapa do Maroto, já que ir até a sala comunal sem Ayame levantaria suspeitas em seus amigos.
Harry estava tão nervoso que não sabia onde começar a procurar. Começou a andar de um lado para o outro, até que percebeu que aquilo era inútil. Sentou-se no chão e respirou fundo, para se acalmar.
__ Já sei!__ exclamou.
Como não pensara nisso antes? Era o lugar perfeito para Ayame se esconder, e estava relativamente perto.

Harry chegou à frente da porta da Sala Precisa. Fechou os olhos e pensou com força:
__ Eu preciso chegar ao lugar onde Ayame está.
Abriu os olhos e empurrou a porta, mas esta estava trancada. Não funcionara. Ele pensou mais um pouco: o que Ayame estaria procurando? Então fechou os olhos novamente e disse mentalmente:
__ Preciso de um lugar onde possa descansar e pensar.
Abriu os olhos e empurrou a porta de novo. Desta vez, o aposento se abriu, mostrando um quarto grande e cheiroso.
Harry olhou para dentro. Ali estava ela, deitada na cama, adormecida. O garoto se aproximou de Ayame, e sentou-se na cama ao lado dela. Seu rosto estava molhado. Provavelmente estivera chorando. Mas agora parecia tão calma e serena. A raiva que antes se apossara dele deu lugar à pena, e Harry decidiu deixá-la dormir tranqüila ali mesmo. Mas queria que Ayame soubesse que ele estivera ali, então remexeu nas gavetas do criado, fazendo menos barulho possível, até encontrar um pedaço de pergaminho, uma pena velha e um tinteiro.
A tinta estava meio seca, mas Harry conseguiu escrever algumas palavras. Deixou o bilhete ao lado de Ayame na cama, acariciou-lhe os cabelos ainda meio molhados e deu-lhe um beijo na testa. Depois saiu, fechando a porta e desejando à garota bons sonhos.

Ayame acordou com o relógio de parede batendo as horas. Esfregou os olhos, se espreguiçou e olhou a hora: oito horas. Resolveu levantar-se, pois já se sentia bem descansada, então rolou para o outro lado da cama, mas sentiu algo em baixo de si.
Sentou-se na cama e viu um pedaço de pergaminho amassado entre os lençóis. Havia uma pena e um tinteiro no criado mudo que antes não estavam ali. Ela imaginava quem estivera no quarto.
Pegou o bilhete e leu:

Bom Dia, querida
Espero que tenha dormido bem e que tenha descansado. Quando acordar vá até a sala comunal, se já passar do horário do começo das aulas. Senão, espere aqui por um tempo. Eu, ou Rony ou Hermione passaremos aqui na Sala Precisa antes de irmos para a aula. Não faça nada impensado, por favor.
Harry.

Ayame leu o bilhete mais uma vez. Gostou de saber que Harry estivera ali com ela. As aulas já haviam começado (começavam oito horas) então ela decidiu se trocar e acordar de vez.
Foi até o banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes com uma escova dental que achou no armário da pia. A Capa de Invisibilidade e a camisola da enfermaria estavam no mesmo lugar que deixara. Havia um cesto de roupas no banheiro, então ela jogou a camisola lá e levou a Capa para o quarto, colocando-a em cima da cama.
Olhou-se no enorme espelho que havia ali, quase pegando uma parede inteira. Dormir com os cabelos molhados não havia sido uma boa idéia. Pelo menos não estava com cara de sono nem olheiras. Se voltou para o guarda-roupa, e encontrou duas coisas que não notara na noite anterior: um potinho de vidro e uma escova de cabelo. Dentro do potinho havia prendedores de cabelo, linha e agulha. Abriu a segunda gaveta, pegou uma calca jeans clara, pensando em arrumar os cabelos depois. Na terceira gaveta, encontrou algumas blusas. Escolheu uma branca de alça larga com algumas flores rosa claro estampadas. Depois, pegou um dos prendedores de cabelo do potinho, a escova de cabelo e fez uma trança com suas madeixas encaracoladas. Por último, olhou-se no espelho e sorriu: parecia bem natural.
Ayame pegou a Capa de cima da cama e a colocou sobre si antes de sair. Quando pegou na maçaneta da porta, porém, notou uma coisa brilhante no chão. Abaixou-se e pegou: era o anel que ela ganhara de Harry há algum tempo, que também servia como um selo de amizade entre ela e Hermione, que tinha um parecido.
A garota sorriu. Sabia agora quem a tinha visitado de manhã. Então colocou o anel no dedo anular da mão direita e saiu da Sala Precisa.

Harry, Rony e Hermione saíram juntos da sala comunal para o primeiro dia de aula de seu último ano em Hogwarts. A primeira aula do dia seria de Feitiços, e logo depois, enquanto Hermione tinha Estudo dos Trouxas, os dois garotos tinham uma aula vaga. Bom horário para uma segunda-feira.
Hermione se ofereceu para ir ver se Ayame já acordara, e então deixou os dois garotos rumarem sozinhos para a sala de Feitiços, enquanto corria até a Sala Precisa para não chegar atrasada à aula. Na verdade, Harry queria ir, mas pensou que poderia ir depois se encontrar com a garota na sua aula vaga, quando esperava que Ayame estivesse na sala comunal como ele pedira no bilhete.
Ayame, porém, meia hora depois, acabava de sair da Sala Precisa, e não tinha a mínima intenção de ir até a sala comunal. Eram oito e quinze da manhã, ou seja, os corredores estariam vazios pois as aulas começavam às oito horas. Isso era uma oportunidade única de vagar por aí com os próprios pensamentos. Mesmo assim, a garota estava de baixo da Capa de Invisibilidade que Harry deixara com ela: não podia arriscar ser vista por Filch ou algum outro professor. Mesmo não entendo porque isso, ela resolveu seguir a recomendação-ordem de Dumbledore que não podia ser vista por ninguém além daqueles que estavam na sala do diretor com ela no dia anterior. Porém, isso era mais uma razão para descobrir logo o que acontecera com ela de uma vez por todas.
Ayame mal andara até o fim do corredor e quase foi atropelada por dois alunos do primeiro ano que viraram a esquina do corredor correndo como loucos.
Uma menina de cabelos louro-claros parou ofegante no meio do corredor, bem na frente da porta da Sala Precisa, que parecia nada mais do que uma porta normal. Seu companheiro, um garoto também louro que devia ser seu irmão, parou também.
__ Que droga, mano__ disse a garota__ Levaremos uma advertência bem no primeiro dia de aula, e ainda perderemos pontos.
__ Calma, mana, eu sei que vamos encontrar a sala__ o garoto tentou ajudar.
__ Eu queria ter um mapa de Hogwarts__ reclamou a menina, cruzando os braços.
__ Bom, isso eu não tenho, mas posso ajudar vocês__ Ayame resolveu entrar na conversa.
__ AAA!!__ a garota gritou.
__ Q-Quem falou isso?? Onde você está??__ o menino olhou em volta com os olhos arregalados.
__ Eu... eu estou... __ Ayame não tinha pensado nessa parte__ Eu sou um fantasma. A... a Fantasma dos Perdidos nos Corredores.
__ Fantasma??
__ Calma, os fantasmas de Hogwarts são bons__ disse Ayame__ Só o Pirraça, ele é chato. Tomem cuidado com ele.
__ Você pode nos ajudar, Srta. Fantasma?__ perguntou o garoto, olhando para o lado contrário de onde Ayame estava.
__ Sim__ o garoto virou-se para o lado onde ela estava agora__ O que vocês procuram?
__ A sala de Defesa Contra as Artes das Trevas__ respondeu a garota.
__ Hum__ fez Ayame__ Eu sei bem onde é. Virem à esquerda e desçam as escadas. Cuidado, elas mudam. Tem um corredor bem largo com um quadro de uma moça ordenhando uma vaquinha. É a primeira porta.
__ Oh, obrigada!__ agradeceu a garotinha__ Muito mesmo!
__ De nada__ respondeu Ayame__ Mas tem mais uma coisa. Vocês tem um papel e uma pena aí?
O garoto abriu a mochila e estendeu uma pena e um pedaço de pergaminho para o ar.
Ayame pegou o que pedira com a mão por baixo da Capa, pois não podia deixar que lhe vissem. O garoto olhava para o papel admirado. Andou silenciosamente até ficar por trás dos dois alunos, que ainda olhavam para frente pensando que a “fantasma” estaria lá. Rapidamente, passou o papel e a pena para debaixo da Capa e escreveu algumas palavras.
__ Tomem__ disse ela, voltando para a frente dos alunos__ Com isso vocês na irão perder pontos. O professor de Defesa Contra as Artes das Trevas é meu amigo.
__ Obrigada de novo!!__ exclamou a garota__ Se eu pudesse te ver, poderia te dar um abraço.
__ Desculpem, mas eu não posso aparecer__ respondeu Ayame__ Vão, vão logo, senão se atrasaram mais.
Os dois acenaram rapidamente e correram na direção de Ayame lhes indicara.
A garota ficou sozinha ali de novo, e riu do que acabara de fazer.
__ Meu Deus__ pensou ela__ Fantasma dos Perdidos nos Corredores!! De onde eu tirei isso??
E continuou andando para onde seus pés a estavam levando.


A aula de Feitiços começou já com movimentos da varinha e magias. Como era o último ano, e o ano dos exames N.I.E.M’s, eles tinham que aprender tudo o mais rápido possível. O professor Flitwick começou com uma retomada de todos os feitiços que haviam aprendido até agora.
__ Wingardium Leviosa!__ disse Rony.
Hermione riu.
__ Depois de todo esse tempo, você continua falando errado.
As aulas de Feitiços da Grifinória eram junto com Corvinal. Assim, Harry aproveitou para observar os amigos brasileiros de Ayame.
A garota, Maria Eduarda, era uma cópia mais perfeita de Hermione. Usava óculos redondos, de fundo de garrafa, e tinha os cabelos loiros, curtinhos e encaracolados. Seus feitiços eram perfeitos, mas ela parecia muito tímida. Ela observava o amigo, Juliano, e corrigia seus atos falando baixinho. Ao contrário de Mione, que como sempre, corrigia Rony falando alto e com cara de indignação, além de um pouco de impaciência.
O garoto, Juliano, era o total oposto da amiga: seus feitiços se espalhavam por toda a sala e ele gritava alto, fazendo alarde e rindo.
__ Ixi!__ exclamava ele__ Quase que eu quebro o lustre, você viu, Maria?
__ Sim...
Em matéria de feitiços, ele era parecido com Harry: nem ótimo, nem ruim. Só sua mira era uma coisa, e é claro, o escândalo.
__ Eu já estou ficando com fome, e você, Maria?
__ Não.
__ Mas já?__ exclamou Simas, que estava perto dele. Os dois já tinham feito amizade__ Depois do que você comeu no café??
__ Ora, lá no meu país a gente tinha intervalo.
__ Mas nem acabou a primeira aula!
Maria Eduarda interrompeu.
__ A aula já está acabando, e depois você tem tempo vago, Juliano.
__ Tenho é?? Que massa, cara!!!!!
Passados alguns minutos a mais, o sinal tocou, e Juliano deu um pulo.
__ É isso aí, cara, direto pro rango!!__ e saiu correndo pela porta.
A amiga, Maria, pegou a mochila que o amigo tinha esquecido na pressa de sair e saiu também, parecendo não ligar muito para o amigo escandaloso e esquecido.
__ Deus!__ exclamou Hermione quando a garota saiu__ Quanta irresponsabilidade! Como aquela garota agüenta ele? Como a Ayame agüentava ele? Ele é pior do que o Rony!
__ Ei!
Harry riu, mas concordava um pouco com a amiga.
__ Vamos__ chamou ele.
__ Até mais tarde__ Mione se despediu, deixando os garotos rumarem para a sala comunal.
__ Ninho de Morcego__ Rony disse a senha, e a Mulher Gorda os deixou passar.
Logo quando entraram, Harry e Rony foram puxados para um canto por Gina e Neville.
__ Ei, Hagrid nos contou tudo__ disse Neville.
__ Tudo o que?
__ Tudo__ repetiu Gina__ Dumbledore disse que ele podia contar. Ele contou__ ela baixou a voz ainda mais__ que a Ayame não está mais enzubizada, mas que ela perdeu um pouco da memória e perdeu os poderes de fogo dela.
__ Ah, isso__ disse Rony.
__ Onde ela está? Queríamos ver ela.__ disse Neville.
__ Ué__ disse Harry__ Eu pedi pra ela vir aqui.
__ Não veio não.
__ Tem certeza? Ela está invisível.
__ Talvez ela não apareceu porque pensa que eu e Neville não sabemos de nada, e assim só vai aparecer para um de vocês__ disse Gina.
__ Mas o que faremos então?
Harry lembrou-se, então, do Mapa do Maroto.
__ Esperem aqui__ pediu ele.
O garoto subiu correndo até seu dormitório e abriu a mala. O Mapa do Maroto estava lá, bem em cima de tudo. Procurou por um pontinho nomeado “Ayame” no Mapa.
Quando viu onde ela estava, seu coração disparou. Ele desceu correndo as escadas, aproximou-se dos amigos e disse:
__ Temos um problema.
Rony, Gina e Neville o encararam.
__ Ayame está na Torre de Astronomia.

Ayame andava sem rumo pelos corredores do castelo, até que notou que estava aos pés da escada de levava à Torre de Astronomia.
Ela pensou em voltar, ir à cozinha comer alguma coisa, mas então notou que não havia barulho vindo da sala.
__ Ué__ pensou__ Parece que não está tendo aula lá.
Talvez segunda-feira não tivesse aula de Astronomia. Mesmo assim, parecia que algo puxava Ayame lá pra dentro, algo dizia que ela devia ir até lá.
A garota subiu um degrau.
De repente, um sentimento veio à sua mente dizendo que não devia avançar mais, não devia subir. Os dois sentimentos começaram a se combater dentro dela, e Ayame ficou ali parada, sem saber se devia subir ou voltar. Sua cabeça zunia sem saber o que fazer, e por fim ela começou a corre, subindo as escadas, escancarou a porta da sala com estrondo e olhou para o que havia lá dentro.


OIiii!
e ai, o que estao axandu??
comentem plis!!
xaauu!

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