A história de Rebecca Vermefir



Cap. 09
A HISTÓRIA DE REBECCA VERMEFIRE_ parte 01

Rebecca Vermefire se aproximou de uma das massas disformes que existiam ali na torre de Astronomia e puxou o lençol branco e empoeirado que cobria a coisa, revelando ser um grande instrumento astronômico do qual ela não fazia a mínima idéia do nome. Ela nunca gostara muito de Astronomia, apesar de adorar as estrelas.
A garota se olhou na superfície espelhada, observando seu reflexo.
Não era nova. Tinha trinta e três anos já. Porém, não parecia nem um pouco que já tinha essa idade. Seus atos e pensamentos pareciam de uma adolescente, isso desde sempre. Talvez fosse essa a sua personalidade mesmo. Já seu rosto aparentava ser de uma garota dez anos mais nova. Mesmo com tudo o que passara, suas feições ainda pareciam muito jovens, e seu corpo também estava em boa forma, já que sempre fora muito vaidosa. Isso definitivamente ela não sabia como explicar.
Seus cabelos, que sua irmã cortara mais ou menos um mês atrás, haviam crescido somente um ou dois centímetros, e suas pontas enrolavam no pescoço, formando cachinhos que faziam cócegas. Ela se sentia estranha sem as madeixas longas, mas até aprovava o novo visual.
Rebecca virou-se, desviando o olhar do instrumento. Era vaidosa, mas nos últimos tempos evitara se olhar no espelho. Sentou-se novamente no chão, abraçando as pernas e, pendendo a cabeça de lado, retornou às suas lembranças.

Rebecca Vermefire sempre fora reconhecida na comunidade dos Comensais da Morte. Primeiro, porque o Lorde das Trevas em pessoa viera convidá-la para integrar seu lado. Segundo, por suas habilidades em Arte das Trevas. E terceiro, por participar das mais secretas reuniões do Lorde das Trevas, sendo considerada até como um braço direito de Voldemort. Na verdade, a garota concordava com essa idéia. Desde o início, Voldemort mostrara um interesse muito grande nela. Porém, achava ser o braço esquerdo do Lorde, já que o seu braço direito era ele mesmo (o que qualquer Comensal inteligente o bastante já devia ter percebido).
Desde sua iniciação, onde recebera sua Marca Negra, Rebecca demonstrou muita facilidade para aprender e aperfeiçoar as Artes das Trevas. Em menos de um ano, já era uma das melhores Comensais da Morte. E ai de quem tirava sarro dela por ser mulher.
Ela, porém, não fazia muito trabalha de campo. Tanto que, até sua família descobrir, somente os outros Comensais da Morte sabiam que ela era um deles. O que mais fazia, entretanto, era ficar ao lado de Voldemort. Nas reuniões, nos planos... algumas vezes, ele a dispensava, mas outras vezes fazia questão dela estar ao seu lado. Muitos Comensais tinham inveja disso, e outros nem ligavam, como se fosse um jogo que Voldemort estava fazendo com ela. Porém, foi somente quando já estava mais amadurecida e quando os planos de Voldemort começaram a envolver Ayame, foi que ela começou a pensar que tudo aquilo era muito estranho. Afinal, o Lorde das Trevas era muito individualista. O que queria com ela ali ao seu lado?
Naquela época, entretanto, nada disso passava pela cabeça de Rebecca. Ela admirava e venerava Voldemort como um deus, e fazia tudo o que ele pedia. Tanto que sofreu um baque realmente muito grande quando soube que o Lorde havia sido derrotado. Principalmente por um garotinho de um ano de idade. Depois disso, ela não tinha mais com quem se apegar.
Foi por isso que voltou na íntegra para a família. Antes, quando Voldemort estava em seu auge, ela raramente ia para casa, e tratava todos com muita frieza. Mas agora não tinha pra onde ir. Seus sonhos haviam sido destruídos. Ela não sabia o que fazer. Aos poucos, foi voltando para o seio familiar. Suas irmãs tinham um ano e meio. Seu pai estava quase perdendo o emprego, mas com a queda de Voldemort começou a se arranjar novamente.
Logo, ela retomou sua vida normal. Cuidava das irmãs, com mais carinho, fez novos amigos, teve vários namorados, arranjou novo trabalho. Antigamente costumava trabalhar na área de relações exteriores do Ministério. Agora, voltou ao mesmo cargo, sendo recebida com apego, já que o clima de vitória enchia os corações da maioria dos bruxos e ninguém sabia do seu passado não muito distante.
Não muito distante mesmo. Sete anos depois da Queda, depois de estar trabalhando há quatro anos, e namorando o mesmo rapaz há três, todo o seu passado voltou de uma vez.
Ela tinha acabado de ser promovida no trabalho. Esperava por isso há realmente muito tempo, e era uma coisa muito importante para ela. Teve uma festa em homenagem à ela. Estava tão feliz! Até notar que seu pai não comparecera à festividade. Ligou para ele, e Carlos dissera que esquecera-se completamente, pois era no mesmo dia de uma apresentação de Ayame e Ayume. Ele não poderia ir.
Rebecca ficou tão decepcionada!! Aquilo era tão importante para ela!! Como seu pai esquecera?? O sentimento de decepção deu lugar à raiva, então. Era culpa das gêmeas. Mais uma vez, seu pai a trocara por elas. Claro, era certo, já que ela era adotiva e as irmãs não. Já estava cansada de tudo isso.
Deixou a festa e começou a vagar pelas ruas, a raiva se remoendo dentro dela. De repente, encontrou ele. Em um beco escuro. Ouviu um estalido e lá estava ele: cabelos loiros escorridos, rosto pálido e fino. Lúcio Malfoy.
__ Rebecca.
__ Lúcio? O que você quer?
Lúcio fez a proposta. Havia rumores de que o Lorde das Trevas estava na Albânia. Ele e alguns outros Comensais da Morte ainda fiéis e não corrompidos armaram um plano para encontrá-lo e ajudá-lo. Mas, para isso precisavam das habilidades de Rebecca.
__ Você é muito importante, Rebecca__ dizia ele__ O Lorde sempre a considerou assim. Ele gostaria muito que você fosse ajudá-lo. E aliás, seus dons são muito úteis para o propósito. Sua Maldição Imperius é a mais eficaz que já conheci. E também precisaremos de sua Maldição Cruciatus, já que nossa expert nisso, Belatrix, está em Akzaban.
Rebecca não sabia o que pensar, o que dizer. O Lorde... voltaria? Ela não tinha certeza de se era isso o que ela queria. Havia se passado tanto tempo... e ela havia retornado à sua vida normal... era tudo tão confuso... o que ela deveria escolher?
Subitamente, um discurso que Voldemort fizera uma vez para ela, somente para ela, veio com força à sua memória:
__ Rebecca__ dissera ele__ Você sabe porque está aqui? Você já se perguntou porque o seu destino se cruzou com o do Lorde das Trevas? Por que razão? Eu lhe darei a resposta. O seu destino é buscar o poder. O poder é a única razão para que você viva, e sua vida existe em função de buscá-lo cada vez mais. E o poder só pode ser encontrado através de uma maneira. Através de mim. Fique comigo, Rebecca, e você terá o poder. Você satisfará a sua razão de viver!
Aquelas palavras vieram como um último toque para que Rebecca desse o primeiro passo em direção a um abismo profundo. Enquanto ela voltava à sua vida normal, aquela filosofia que o Lorde lhe apresentara foi ficando vaga e talvez até esquecida. Mas como a garota acreditara naquilo. Daria sua própria vida defendendo aquele ideal de vida. E agora essa vontade e coragem voltara às suas veias. E foi assim que Rebecca aceitou a proposta de Lúcio Malfoy de procurar o Lorde das Trevas.

Rebecca Vermefire nunca se esquecera daquele dia. Suas irmãs tinham nove anos de idade, e ela vinte e cinco. Já fazia alguns meses que ela e outros Comensais da Morte, chefiados por Lúcio Malfoy, estavam traçando e cumprindo parte de um plano para encontrar o Lorde das Trevas na Albânia. Rebecca já havia viajado algumas vezes para lá, dando à família a desculpa de que viajava a trabalho.
Naquele dia, naquela noite, ela tinha uma reunião para relatar o que fizera na última viagem. Iam se encontrar algumas ruas atrás, em um beco sem saída, onde ninguém os veria. Pelo menos era isso o que ela pensava. O que ela esperava.
Mas algo deu errado. Seu pai apareceu. A seguira até ali. Estava se encontrando com Malfoy, MacNair, Crabbe e Goyle. Mostraram suas marcas registradas, as Marcas Negras. Foi aí que ele apareceu. Segurou seu braço, olhou atônito para a Marca. Lúcio mandou os outros se retirarem. Tirou a varinha do pai desolado com uma única palavra. E disse firmemente:
__ Ninguém pode saber desse encontro.
__ Sem problema__ respondeu a garota friamente, sem ao menos olhar para o pai__ Os meus Feitiços da Memória também são ótimos.
__ Isso não é suficiente.
Rebecca encarou Malfoy, absorvendo o significado de suas palavras. Matar seu próprio pai?
Suas dúvidas foram interrompidas pelo aparecimento repentino de suas irmãs.
__ Mas o que...??
__ Filhas!!__ gritou seu pai__ Saiam daqui!
__ Papai!!
A risada de Malfoy encheu o ar.
__ Me poupem!! O que temos aqui? Uma reunião de sangue ruins?! Que dramático! O papai descobrindo que a filhinha é aliada de seu maior inimigo. As irmãzinhas queridinhas querendo se mostrar. Ora, que ralé! Pensei que você fosse mais inteligente, Carlos. Não notou que sua queridinha era propensa para o caminho das trevas? Sempre foi! Ao contrário do restante da família, todos....
__ Malfoy, é melhor...
Mas Rebecca não conseguiu terminar sua frase para deter as ofensas de Lúcio. Sua irmã mais travessa e de gênio mais difícil gritou:
__ Você não é mais da nossa família! Não é mais nossa irmã!
Aquilo atingiu Rebecca mais do que ela esperava.
Malfoy riu mais alto ainda, e sacou a varinha das vestes.
__ Garota insolente!__ disse ele__ Seu pai não lhe ensinou a respeitar? Pois bem, deveria! Agora vai pagar pelo o que não fez.... E vocês, assistam isso e aprendam a lição!
E, num piscar de olhos, Lúcio Malfoy matara seu pai.
No momento, Rebecca parecia ter perdido o chão embaixo de seus pés. Mas então, veio à sua mente tudo o que ela já passara, já sofrera, ou pensava que sofrera, por causa do pai. E, sem perceber, um sorriso maligno apoderou-se de seus lábios.
Ela olhou para suas duas irmãs. Ambas atônitas, sem saber o que fazer. Então, aquela que ela mais gostava, mais se identificava, a mesma que antes a expulsara de sua família, começou a chorar e falar tudo. Despejou na cara da irmã tudo o que estava sentindo.
Rebecca se sentiu muito ofendida. Mas não seria aquela pirralha quem estragaria todo o seu plano de voltar para o lado do Lorde das Trevas.
Empurrou-a, e apontou a varinha para Ayame:
__ Eu nunca gostei de você mesmo. E como você me expulsou da sua família estúpida, eu não vou ter nenhum remorso de te matar. Bye, Bye, irmãzinha.
As palavras saíram normalmente da boca de Rebecca, mas ela nunca matara antes. Porém, uma voz gritou antes que o feitiço atingisse o alvo, e um vulto separou o jato verde de Ayame.
__ NÃÃO!!
Rebecca viu então o corpo pequeno e frágil de sua outra irmã, a mais quieta e meiga, cair na frente da irmã que ela queria matar.
__ A... A-Ayume!!__ Ayame gritou, abraçando o corpo morto da menina.
Rebecca observava tudo meio tonta. Sentiu a mão de Malfoy em seu ombro.
__ Muito bem, Rebecca__ disse ele__ o Lorde ficaria muito satisfeito.
Isso. Voldemort ficaria satisfeito. Ela fizera o correto.
__ Agora acabe com isso. Mate a outra também.
Sim. Faria isso. Mataria Ayame também. Ela não era mais sua família. Sua família agora era Lord Voldemort.
Rebecca segurou a varinha com força e aproximou-se.
__ Levante-se.
Ayame parara de chorar, mas continuava sentada no chão, abraçada com a irmã e o pai.
__ Não ouviu? Levante-se!!
De repente, algo aconteceu. Rebecca não entendeu direito. Tudo o que se lembrava era uma luz muito forte, vermelha, e um calor muito intenso. Então, sentiu-se aparatando. Malfoy a tirara dali.

Os próximos cinco anos, Rebecca passaria como uma trouxa qualquer, mendigando pelas ruas, às vezes visitando Malfoy e outros Comensais. A antiga Sede, o esconderijo dos Comensais da Morte, estava destruída. E o plano que Lúcio Malfoy traçara não dera certo, uma vez que o Lorde não fora encontrado na Albânia.
Então aconteceu. Era noite, ela estava andando pelas ruas de Londres, contando o dinheiro trouxa que tinha para ver se dava pra comprar um MacDonald’s. (eu sei lá se tinha Mac na época, mas faz de conta que tinha). Então sentiu. Sentiu o que não sentia há treze anos. A Marca Negra queimava em seu braço esquerdo.
O que aquilo poderia significar?? Não... não podia ser... era quase impossível.
Mas acontecera. O Lorde das Trevas havia retornado. Ela sabia.
Rebecca devia comparecer ao chamado. Mas não foi. Algo a impediu. Ela não sabia o que fazer, então esperou, andando confusa por Londres, e quem a avistava via uma mulher perturbada e pálida.
Então sentiu mais uma vez a Marca queimar. Agora não podia ignorar. Respirou fundo, e aparatou.

Rebecca nunca esquecera aquele momento. Aparatou no jardim dos Malfoy. Entrou na casa, sem ser convidada, e então viu. Lá estava ele, sentado à mesa de jantar, na cabeceira. Lord Voldemort realmente retornara.
Rebecca não sabia se ficava feliz ou em pânico, até ver a expressão no rosto do Lorde.
__ Você não compareceu ao meu primeiro chamado__ disse ele, friamente, mas seu rosto não demonstrava raiva ou desapontamento__ Posso saber por que?
__ Eu...__ Rebecca não sabia o que responder__ Eu não sabia o que fazer, então deixei de vir. Desculpe-me, Lorde__ e fez uma reverencia, esperando um castigo.
Mas este não veio. A garota ouviu o Lorde se levantar da cadeira e se aproximar dela.
__ Muito bem__ disse ele, sussurrando em seu ouvido__ Era isso que eu esperava de você, Rebecca. Fiquei desapontado com você, sim, mas pelo menos me contou a verdade. Sabe que não pode esconder nada do Lorde das Trevas. Isso mesmo.
Os ombros de Rebecca relaxaram.
__ O que eu posso fazer para agradá-lo, meu Lorde?
Voldemort voltou à sentar na cadeira.
__ Lúcio fez a gentileza de me contar o que aconteceu com sua família. Quero que me conte com mais detalhes.
__ Sim__ e assim ela o fez. Depois, ficou sabendo como o Lorde voltara, e o que acontecera com o garoto Potter.
O tempo passou. Voldemort não demonstrava que tinha retornado abertamente, e ordenou que os Comensais continuassem levando a vida que levavam até segunda ordem. Rebecca, porém, ficou ao lado do Lorde como antes, e às vezes disputava o lugar com Rabicho, a quem Voldemort ainda pedia coisas mais pessoais.
E, quanto mais o tempo passava, mais Rebecca vai que o que o Lorde lhe dissera era verdade. Era destino dela ficar ao lado dele, segui-lo. Era seu destino buscar o poder através do Lorde. E assim, ela se empenhava cada vez mais em seguir suas ordens, satisfazer seus desejos e fazer acontecer seus planos.
O que ela não sabia era que, a cada dia, tornava-se mais uma peça nos planos de Lord Voldemort.

Rebecca Vermefire foi interrompida de suas lembranças por fortes batidas na porta da Torre de Astronomia. Sem esperar permissão, Rúbeo Hagrid e Ronald Weasley entraram.
__ O que fazem aqui? Aconteceu alguma coisa?
__ Não, está tudo bem__ respondeu Rony__ Ayame contou tudo o que ela lembra. Mas agora temos que ouvir outra história.
__ Foi por isso que Dumbledore mandou buscá-la__ completou Hagrid__ Vamos.
Rebecca assentiu. Era hora de contar tudo o que sabia para eles.


e aaii, o que tao axando?
nao percam o proximo!! vai ser muuito mais revelador!!
nessa fic eu to mais dramatica....auauahuahuahuaa
e nao to com nenhuma ideia pra comedia, entao nao esperem... T.T
bjuu
comentem pliiis! isso faz eu ficar taao feliz...
xaau
(desculpem a demora.... XP)

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