Preso em Azkaban



- CAPÍTULO TRINTA E NOVE -
Preso em Azkaban

- Isso não é possível! – gritou Harry.
- Cale a boca! Lógico que isso é possível! Você ousou desafiar o Lord e ele mostrou seu poder! Desde que ele dominou o Ministério, ele desativou Azkaban, libertou seus seguidores e começou a utilizá-la para prender os prisioneiros de guerra e inimigos. Você nesse caso se encaixa nos dois quesitos! – falou o homem debochado.
Harry enfurecido deu um chute na parede rochosa, porém se arrependeu, pois com a força que ele chutou, acabou machucando os dedos.
O Comensal se virou e foi embora, o que por um momento aliviou Harry, apenas por um momento. Pois em seguida, a criatura pútrida, denominada de Dementador apareceu... Deslizando no chão imundo.
- Chegou a hora do batismo Harry! Seja bem vindo! – gritou um homem de outra cela, Harry o reconheceu, era um ex-Auror.
Enquanto o Dementador se aproximava, Harry enfiou as mãos no bolso, à procura de sua varinha, para desespero – e por uma questão de lógica – haviam recolhido a varinha de Harry. Agora só restava para ele, sofrer sozinho.
A boca suja e fedida do Dementador se abriu, e Harry sentiu sua alma sendo puxada, sendo engolida. Reviveu todas as suas lembranças ruins, sofreu novamente tudo que havia sofrido em sua vida inteira, quando estava acabando, viu a morte de Dumbledore, viu o ódio que sentiu por Snape naquele momento e depois como de costume, o grito agoniado de sua mãe.
Finalmente a tortura cessou. Harry voltou à consciência e viu os outros prisioneiros, à beira da insanidade mental, rindo descaradamente de Harry.
- Calem a boca! – exclamou Harry furioso.
O resto do dia Harry passou preocupado em matar os ratos e baratas, limpar os restos de comida e amenizar o mau-cheiro. Porém tudo isso foi em vão. Os ratos voltaram pela noite, junto com as baratas. O fedo não diminuiu nem um pouco, e os restos de comida jogados fora foram substituídos por restos de pão velho que ele comera como almoço. Para dormir, deram-lhe um amontoado de palha e um trapo esfiapado, para ele se cobrir. De hora em hora um Dementador passava fazendo a ronda e se estivesse irritado, dementava os prisioneiros, mesmo sem a ordem de algum guarda.
Harry não conseguiu dormir naquela noite. Ao contrario, ficou muito acordado.
Era inacreditável, que ele Harry Potter, o comandante de uma milícia contra Voldemort – de certa forma bem poderosa – chamada Ordem da Fênix, por muitos era considerado herói, para praticamente todos é O Eleito e comprovadamente, é por causa de um feito incrível, de quando ainda tinha um ano de idade – sobreviveu à uma Maldição Imperdoável... O Avada Kedavra – ele era O-Menino-Que-Sobreviveu, numa guerra contra Você-Sabe-Quem. Os Inomináveis. Como alguns andavam chamando ultimamente. Aliás, a guerra que se estendia nesses últimos anos, estava sendo chamada pelos bruxos da Europa de A Guerra dos Inomináveis.
Um belo nome... Pensou Harry sarcasticamente, com um humor negro, comum quando Voldemort ganhava vantagem, sobre essa guerra.
O mais irritante de isso tudo, era que ele fora capturado quando estava próximo de tornar Voldemort mortal. Só faltando duas Horcrux para serem destruídas, sendo que uma delas é a cobra Nagini, de Voldemort. Estava na mira, seria aniquilada nos próximos dias e assim restaria somente uma Horcrux. Esta porém mantinha-se oculta até agora. Era o maior enigma de Harry.
Um corvo nojento que pousou na janela de Harry fez todos os seus pensamentos de dissiparem, como neblina. Ele emitiu um som agudo e estranho – Harry recusava-se a chamar aquilo de piado.
Mais uma vez aquele som chato foi pronunciado e Harry irritado esticou a mão inconscientemente. O Corvo explodiu, e suas penas levitaram no ar.
Mas é claro! Magia sem varinha! Exclamou uma voz na sua cabeça. Uma luz no fim do túnel apareceu, uma esperança, apesar de pequena era uma esperança. Por sorte os outros prisioneiros dormiam, pois do caso contrario teriam fofocado imediatamente para o vigia do corredor.
Vou esperar... Até amanhã. Pensou Harry. Sua tática era observar os mecanismos de Azkaban e durante a noite bolar um jeito de fugir recuperando sua varinha e sua espada usando magia somente a partir de sua mão. Seria difícil, praticamente impossível. Porém ele tinha que tentar.


O Caos se espalhava pela Ordem da Fênix. O vilarejo de Hogsmead tinha várias construções destruídas e vários cadáveres espalhados pelo chão. A neve agora deixara de ser um tom alvo e passou a um tom escarlate, manchada de sangue, assim como as vestes dos guerreiros sobreviventes. Os Comensais – ou bárbaros modernos, como foram apelidados – foram dominados e os que se renderam foram presos. Porém a Ordem tivera um enorme prejuízo. Levaram o seu líder, levaram Harry Potter.
Uma reunião altamente secreta era feita na sala de segurança máxima da sede da Ordem.
Nela estavam reunidos: Alastor Olho-Tonto Moody, Remo Lupin, Ninfadora Tonks, Minerva McGonagall, Quim Shackebolt, Rony Weasley, Hermione Granger, Artur Weasley, Cornélio Fudge, Jynn, Rubeo Hagird e Gina Weasley.
- Precisamos armar uma Operação Resgate! – protestava Moody, dando um soco na mesa.
- Apoiado, mas não temos certeza se Harry realmente está em Azkaban e de como está a segurança por lá.
- Eu acho essa decisão muito precipitada! – falava Fudge.
- Pro inferno suas opiniões! O que não podemos é deixar o Potter nas mãos do inimigo! – dizia McGonagall com toda a sua energia de antes, que estava ficando um pouco apagada devido ao cansaço, porém que aflorou novamente, quando Harry estava em perigo. – Vamos agir e rápido ainda! – ela completou.
- Precisamos então levar um número razoável de pessoas para Azkaban! Assim poderemos resistir por algum tempo se a segurança for alta ou então poderemos invadir se for baixa.
- O que os nossos espiões descobriram? – indagou o Sr. Weasley.
- Por enquanto nada. Voldemort está confidenciando muito bem as informações. Só os Comensais mais confiáveis recebem detalhes. – falou McGonagall.
- O garoto Potter é um refém de alta segurança. Voldemort fará de tudo para não deixar que ele escape, já que é tão difícil capturá-lo.
- Por isso que as nossas chances diminuem. Ele deve ter investido pesado na fortificação de Azkaban.
- Se quiserem posso reunir meus elfos e ajudar na invasão. – ofereceu Jynn.
- Certamente que precisaremos... – falou Lupin e logo depois soltou um suspiro de cansaço.
Rony, Hermione e Gina permaneciam calados até o momento. Para eles era mais dolorosa a captura de Harry, quase insuportável.
- Mas teremos que fazer esse tal resgate hoje! Agora! Imediatamente! – exclamou Hagrid que também deu um soco na mesa, porém desta vez ela rachou.
- Reparo. – falou Moody apontando para a mesa. A madeira se recompôs e ficou sem falhas, como se fosse nova. – Calma Hagrid! Não podemos ser tão apressados assim. Essa operação será para no máximo três dias. Assim teremos tempo de organizá-la bem.
- E enquanto isso Harry ficará naquele lugar? Lá é horrível! – Hagrid havia passado alguns meses na prisão, no segundo ano de Harry em Hogwarts.
- O Harry é forte! – falou Lupin – Se Sirius sobreviveu doze anos, Harry agüentará alguns dias!

No hall da Ordem Albeforth Dumbledore andava de um lado para o outro, irritado. Seu bar havia sido destruído na batalha e até agora ninguém viera falar sobre um reembolso. Ele sabia – e concordava – que Harry era a prioridade, afinal precisava-se resgatá-lo. Mas enquanto isso o resto do vilarejo viveria do que?
A única certeza que ele tinha, além de que um dia morreria era que ninguém agüentava mais aquela guerra. Já estava na hora de dar um basta! Já estava na hora de verem a queda de Voldemort.


Na hora do almoço, Harry novamente comeu um pão velho, duro e sujo, com um copo de água quente. Não fora nada agradável. Mas seu consolo era que ele fugiria durante a madrugada, se tudo desse certo. Durante a manhã, ele observara os guardas. Trocavam de turno de três em três horas. E segundo cálculos de Harry, a troca mais favorável à ele, seria às quatro da madrugada. Ele percebeu também que os Dementadores tinham uma rota determinada e agora a tarde só restava à Harry mapear essa rota, para que ele pudesse elaborar seu plano de fuga. E a última coisa que ele percebera, fora que as armas e os pertences dos presos eram guardados numa sala, ao fim do corredor.

Por volta das três horas, quando finalmente conseguiu mapear o percurso dos Dementadores, a figura de Severo Snape apareceu diante da sua cela. Um sorriso desdenhoso e debochado brotou no rosto de Snape.
- O Lord deseja vê-lo.
- Que uma bomba de bosta caia sobre aquela cabeça oval! – retrucou Harry irritado.
- Cale a boca moleque! – Snape casou a varinha e com um gesto, Harry sentiu um choque, breve, porém doloroso se espalhar pelo seu corpo, atingindo até o interior de seus ossos. Snape pegou uma chave e destrancou a cela. E por questão de segurança, ele estalou os dedos e ela sumiu no meio de uma chama azulada.
Snape deu um chute nas nádegas de Harry, indicando que era para ele andar. Harry se virou prestes a xingá-lo, porém se conteve. Qualquer movimento errôneo poderia prejudicar seu plano.
- Está com medo, Potter?
- Não. – disse Harry, fazendo questão de se virar e encarar Snape. Porém este cuspiu na cara de Harry. Mais uma vez, ele fez uma força extraordinária para se conter.
Snape o conduziu por corredores escuros até que chegaram à uma câmara. Onde Harry foi jogado e deixado a sós com Voldemort.
- Potter, Potter! Finalmente as coisas estão se encaixando e o lado mais poderoso está vencendo. Você deveria ter se unido à mim quando pode. No seu primeiro ano, não deveria ter recusado aquela solidária oferta.
- Não me arrependo em nada do que fiz.
- Ora que corajoso... – falou Voldemort se divertindo. – Vamos ver se é tão corajoso agora. Crucio!
Um choque parecido com o de Snape, porém potencializado e permanente se espalhou por Harry. Ele caiu no chão e gritou, gritou até ficar rouco e até lágrimas escorrerem dos seus olhos e embaçarem seus óculos. Seus músculos se retorciam se contraiam. Pareciam que iam explodir. Seus ossos pareciam ser quebrados inúmeras vezes, repetindo sempre a dor e sua pele parecia estar fervendo no interior de uma fogueira alta.
Voldemort sorria maldosamente. Até que entediado abaixou a varinha. Estava satisfeito.
- Sabe por que não vou matá-lo agora? – perguntou Voldemort andando em volta de Harry agachado no chão.
- Não.
- Pois aqui não teria glamour nenhum. Você precisa ser humilhado diante uma multidão e ser assassinado na frente da sua namorada, isto é... Se ela não morrer antes! – ele soltou uma gargalhada que ecoou por toda a prisão.
- Eu vou matar você primeiro! – falou Harry cerrando os dentes.
- Ora, sua posição não está nada boa, para você ficar fazendo ameaças. – mais uma gargalhada.

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