A Guarda Francesa




- CAPÌTULO VINTE E QUATRO-
A Guarda Francesa

Eles surgiram num beco francês. Harry procurou por algum ser vivo, mas não existia. Por sorte estavam sozinhos e ele não teria de alterar as lembranças de ninguém. Ele caminhou até a rua. Havia muitos carros e pessoas com roupas elegantes caminhando. Ele olhou, todos os prédios eram médios, tinham o mesmo tamanho e eram muito elegantes. Harry desviou o olhar para cima, procurando por um ponto turístico famoso até entre os bruxos. Não foi difícil achar, a grande Torre Eiffel. Uma imagem extremamente bela. O amanhecer iluminava a Torre de um modo diferente, ocultando seus detalhes e deixando aparecer somente seu contorno preto. Harry ficou admirado com a beleza e com a capacidade dos trouxas construírem um monumento tão grande sem usar magia.
- Eu aprendi, quando tinha aulas de estudo dos trouxas, que Paris é uma das cidades mais belas da Europa e até do mundo. Concentra grandes pontos turísticos, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Catedral de Notre-Dame e o famoso museu do Louvre.
- Vamos explorar a cidade e depois procuramos um hotel. E amanhã começamos a busca pela Horcrux. – falou Harry, se esforçando para desviar o olhar da Torre.
- Por mim não tem problema. – respondeu Rony.
Eles andaram durante todo o dia, verificaram todos os monumentos que Hermione havia citado e no fim da tarde se esforçavam para achar um hotel razoável e barato.
Conseguiram um no centro de Paris.
- Quantos quartos desejam? – perguntou o recepcionista falando um inglês com sotaque francês.
Os três trocaram olhares nervosos. Harry decidiu falar.
- Só um.
- Venham por aqui! – o homem os guiou até o quarto e entregou a chave para Harry.
- Agora não há problemas em eu dormir com você. – falou Rony para Hermione.
- Mas eu tenho. Eu namoro a sua irmã Rony! Você se esquece?
- Ela não liga Harry. Nem eu, você pode ficar tranqüilo.
Hermione tomou o banho, saiu enrolada na toalha. Quando chegou ao quarto, tirou a toalha, ela estava de calcinha. Harry desviou o olhar, mas registrou aquela imagem na cabeça. Esperou até ela por a camisola para se virar novamente.
Apesar de ser pequena, cobria a lingerie da garota, só deixava à mostra suas belas coxas. E fazia o desenho de seus peitos, abaixo do tecido fino.
Rony enlouqueceu com a cena e partiu pra cima da namorada, encheu-a de beijos, e sua mão deslizava por partes íntimas, porém mantendo o respeito.
Harry irritado, como se os dois namorados não lembrassem que ele estava no local, se deitou, de costas para a cena, que lembrava ele e Gina, quando fizeram pela primeira vez.
Harry acordou na manhã seguinte sentindo a raiva passar. Lançou um olhar à cama do lado. Rony e Hermione dormiam abraçados e por sorte, estavam vestidos.
- Acordem! – falou Harry emburrado.
Hermione foi a primeira a se levantar. Quando se lembrou do que ocorrera ficou envergonhada e pediu mais de dez vezes desculpas. Rony, no entanto parecia feliz demais para sentir vergonha.

Eles tomaram o café da manhã e o clima entre eles já estava quase normal. Partiram bem cedo para as ruas, porém sem saber aonde ir.
- Há um Instituto Bruxo aqui, que fica escondido, porém não sei se lá teremos ajuda.
- Onde fica? – perguntou Harry.
- Nas redondezas de Paris.
- Então é para lá que nós vamos. – falou Harry decidido, se lembrando de quando conversou com Dumbledore, ele dissera no palpite para irem pelas redondezas da Cidade das Luzes.
Eles pegaram um ônibus trouxa e se dirigiram ao Instituto Bruxo que Hermione dissera.
Quando chegaram, a Torre Eiffel estava longe, parecia uma miniatura. E a construção mais notável era uma padaria.
- É ali! – Hermione apontou para a padaria.
- Mione, mas cadê o Instituto? – perguntou Harry.
- Eu não falei que ele ficava disfarçado? Só precisamos chegar para o homem do balcão e dizer a senha.
Eles entraram, o estomago de Rony roncou ao ver a grande variedade de pães e doces. Hermione se dirigiu ao homem magro, com o queixo pontudo que estava no balcão e disse:
- Itse Bruxê Min!
O homem arregalou os olhos por um momento, mas logo em seguida voltou à sua expressão séria.
Ele mostrou uma porta. Harry, Rony e Hermione cruzaram-na e quando ele fechou, o que parecia uma cozinha para fazer pães começou a ficar distorcida, a cores giravam as imagens pulavam até que tudo foi tomando forma novamente. Um salão elegante, com uma lareira e uma poltrona apareceram. Havia um corredor que levava até a poltrona solitária.
- Olá. – falou uma voz masculina, atrás da cadeira – Creio que vocês sejam os enviados de Dumbledore.
- Como você sabe?
- Sou um vidente. Conheci a sua professora, ou melhor... Ex- professora Sibila e conheci também a Cassandra. Famosa vidente, que fez muitas profecias.
- E como é o seu nome?
- Bartolomeu Garcia. – disse o homem se virando. – E o seu é Harry Potter.
- Você previu isso também? – perguntou Harry intrigado.
- Não, vi sua cicatriz! – falou o homem sorrindo.
Harry sorriu envergonhado.
- Eu sou Hermione Granger e esse é o Rony Weasley.
- Ah sim, já imaginava. Um Weasley é difícil não ser reconhecido, nenhuma família de bruxos tem esses cabelos.
Rony sorriu também envergonhado.
- Senhor, se você sabia que Dumbledore havia nos enviado, sabe também o por quê?
- Sentem-se, vamos conversar.
O homem tirou sua varinha e conjurou mais três poltronas. Harry se sentou na que ficava defronte ao francês.
- Harry, primeiro, eu quero que conheça a Guarda Francesa. É um grupo de bruxos treinados, com habilidades especiais para lutar. Você poderia fazer o treino básico e se integrar a nós. E nós nos aliaríamos a vocês, da Ordem da Fênix.
- Quanto tempo dura o treinamento básico? – perguntou Harry.
- Apenas uma semana. No máximo dez dias. O treinamento inicial e básico é praticamente para aumentar suas defesas e aprimorar um pouco o seu ataque. Assim que terminar e for proclamado um membro da Guarda Francesa e nós estivermos com a Ordem da Fênix, direi um pouco sobre as Horcrux.
- Como você sabe delas? – perguntou Harry, assustado, ficando em pé.
- Sou um vidente, lembra? – Bartolomeu falou com simplicidade. Acendendo um charuto.
Harry desabou na poltrona, julgando a si mesmo pela sua ignorância. Achou divertida a situação e mais divertida ainda a reação de Bartolomeu, como se ele soubesse o que Harry ia fazer.
Mas é claro que ele sabia! Ele é um vidente!
Uma voz em sua cabeça exclamou, e Harry se lembrou. Dando risada sozinho... Divertido com a confusão que ele mesmo estava fazendo.

- Vamos dormir. Pois o treinamento já começa amanhã, quanto mais cedo melhor, pois partirão antes.
Harry concordou, seguiu Bartolomeu pelo corredor interminável e iluminado por tochas presas na parede, à esquerda do salão onde estavam. Havia um tapete vermelho, com detalhes dourados, que os seguia por todas as direções que iam. Diversas vezes, passaram por pequenos grupos de homens, com roupas elegantes, e com a varinha em mãos. Bartolomeu dissera que aqueles eram os membros da Guarda Francesa que estavam fazendo o turno de vigia.
- Hermione, durma no quarto ao lado. Hoje terá de dormir sozinha, não quero você e o Rony aborrecendo Harry. – falou Bartolomeu piscando para o trio. Logo em seguida ele partiu e deixou o grupo em frente a duas portas de madeira.
- Boa noite Mione.
- Boa noite Harry.
- Boa noite amor! – falou Rony, dando um breve beijo em sua namorada. Em seguida eles se separaram e os garotos entraram em um quarto.
Era simples, porém categórico. Havia duas camas, um espelho e um pequeno guarda roupa. Para a direita havia uma porta, que dava acesso a um banheiro, que Harry e Rony iriam dividir.
Harry mal se deitara, quando sentiu que sua mente estava ficando lenta, os olhos pesados e a visão embaçada. Quando se deu conta estava sonhando. E sonhando com uma bela ruiva, que caminhava por um campo florido. Os cabelos vermelhos balançavam ao vento. Até que um vulto encapuzado passou veloz por trás dela. O cenário mudou e agora eles estavam numa floresta escura. O homem lançou um raio de luz verde, e a bela Gina, caiu morta no chão.
- NÃO! – gritou Harry, instintivamente se levantando e jogando as cobertas para longe.
Rony acordou assustado e perguntou ao amigo.
- O que foi cara?
- Nada... Foi só um pesadelo... Com a Gina.
- Ah Harry! Não brinca! – falou Rony, com o tom de voz mudado, agora o medo era presente.
- Não estou brincando.
- Merda! E se alguém a atacou? Como fizeram com o papai?
- Só podemos torcer ara que ela seja salva.
Harry tentou dormir novamente, mas encontrou grandes dificuldades. Depois de um tempo, que para ele, pareceram várias horas, o sono venceu-o novamente.

Um piado. Esse foi o som que acordou Harry pela manhã. Ele procurou pelos óculos, e quando encontrou, pode avistar uma bela coruja branca, parada no parapeito da janela, com uma carta amarrada em sua pata.
- Bom dia para você também Edwiges. – Harry bocejou.
Ele se levantou, desamarrou a carta da pata da coruja e sentou-se na cama para ler.

Harry Potter

Infelizmente, mando-lhe esta carta para comunicar-te que Hogwarts terá que permanecer fechada. Não que tenha ocorrido algum tipo de ataque. Porém pessoas encapuzadas e misteriosas foram flagradas rondando as propriedades e também o vilarejo de Hogsmead. Recebemos um decreto, que vem do atual Ministro por posse forçada (Lord Voldemort) que se a escola não fechasse um ataque em massa, entre bruxos, aborto e trouxas iria ocorrer. Como prova, ele escrevera o decreto com sangue de um trouxa morto. Mandamos para o Departamento de Inteligência da ordem da Fênix e foi constatado que a tinta, realmente era o sangue do cadáver.
Aguardamos por suas instruções.

Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts e conselheira da Associação de Bruxos Internacionais.


- Merda – cochichou Harry para si mesmo, com raiva de Voldemort, mais raiva do que ele conseguia sentir.
Harry pegou uma pena e um pergaminho. Levou água e comida para a coruja, que aproveitava seus breves minutos de descanso.
Harry se voltou para a carta que iria escrever.

McGonagall

Faça o que diga o decreto. Só mantenha as aulas dos alunos do sétimo anos. Mas se certifique de que isso ocorrerá em sigilo. Precisamos muito que mais adultos sejam formados para o bem. E também, forneça Hogwarts como abrigo, para os que não têm para onde ir. Continue alimentando e dando dormitório, apenas não dê aula. A não ser para os alunos do sétimo ano.

Harry Potter, presidente da Ordem da Fênix.


Ele amarrou a carta na pata de Edwiges, que após a caricia do dono, levantou vôo. A mancha branca logo sumiu na imensidão azul que o céu tinha. Acusando um fim de inverno, que não fora nem de longe, um dos mais rigorosos.
Harry se arrumou e desceu, onde encontrou Bartolomeu. Estava preparando o café da manhã, com o charuto na boca.
- Bom dia Harry. – falou ele alegre.
- Bom dia.
Eles comeram, Rony fora o último a acordar, porém como era o que comia mais rápido, acabaram terminando juntos.

- O treinamento começa hoje! – falou Bartolomeu com solenidade. – E vocês receberão apenas um conhecimento, sobre o que irão aprender.
Bartolomeu falou cerca de duas horas. Harry se forçava para prestar atenção. O francês falava de um modo, quase impossível de se distrair. Começou contando detalhadamente sobre o ínicio da Guarda Francesa, falou sobre as guerras travadas, contou sobre a participação sigilosa deles, na Guerra dos Sete Anos, ele diz que a ajuda dos bruxos, encoberta pelos governantes ajudou e muito para que a França não perdesse.
Ele contou sobre técnicas antigas, aprendidas com bruxos orientais, nas trocas de especiarias, que os franceses faziam. As técnicas eram de autodefesa e algumas de ataque-surpresa, apesar de serem originárias do oriente, foram os franceses que a aperfeiçoaram.
Quando Bartolomeu terminou, ele propôs um pequeno treinamento inicial.
- Terão que endurecer as defesas pessoais, como vocês imaginam que isso possa ser possível?
Hermione hesitou, porém acabou cedendo, não conseguiu resistir à terrível pressão a responder, embora ela tentasse segurar, alguma força maior a vencia.
- Há quatro pilares: Oclumência, Escudos Internos, Barreiras Sentimentais e Feitiços Defensivos. E esses pilares são ramificados tronando-se vários braços de defesa.
- Parabéns Hermione! Sua inteligência é realmente admirável.
- Muito obrigada Sr. Garcia.
- Bom, pelo que sei, há um bruxo aqui que já domina um pilar de defesa. – Certo Harry? – perguntou Bartolomeu, lançando um olhar maroto a Harry.
- Sim, eu pratico Oclumência há uns dois anos. E segundo Brom... Que é – Harry foi interrompido neste ponto, Bartolomeu disse: Eu sei quem é Brom. Harry voltou a falar – Segundo Brom, eu estou num nível Avançado de Oclumência.
- Isso é ótimo Harry, você nem imagina quanto. – falou Bartolomeu sorrindo com sinceridade. – Ensinarei então, somente Escudos Internos, Barreiras sentimentais, que são mais para que ninguém mexa com seus sentimentos e também Feitiços Defensivos, certamente já aprenderam alguns em Hogwarts. Além de um pilar, que Hermione não citou. O estado nulo. Onde você pode dormir por semanas, sem comer, sem beber e sem sofrer dores, até que um ferimento grave cicatrize e você fique curado.
Na noite, eles praticaram bem pouco de Escudos Internos, era uma forma, de ficar imune à maldição Cruciatos e à maldição Impérius, apesar de Bartolomeu deixar claro, que não dava uma imunidade total, isso dificultava muito a aplicação dessas maldições.
Para conseguir efetuar a técnica do escudo, é necessário, fazer capa protetora invisível em volta de si, e visualizar na mente, um escudo envolvendo seu corpo, e depois espalhar a informação por todo o corpo. Isso faria uma barreira contra as maldiçoes.

Eles passaram duas semanas, só treinando Escudos Internos, e Harry já estava se tornando perito no assunto. Seu Escudo era muito poderoso, e só um bruxo extremamente poderoso como Voldemort, teria talvez uma chance de entrar, porém fazendo um esforço enorme.

- Vamos partir para Barreiras Sentimentais. Esse quesito é o mais simples. Em uns quatro dias vocês já estarão bons o suficiente. – falou Bartolomeu confiante – Tudo que tem que fazer, é esquecer-se dos sentimentos e concentrar-se somente no adversário. Use toda a sua energia para pensar num próximo ataque, um numa próxima defesa. Excluindo os sentimentos da mente, seu inimigo não conseguirá interferir.
Apesar de não usar seus poderes de visão naquele momento, Bartolomeu acertara. Em quatro dias tinham aprendido o suficiente de Barreiras Sentimentais.

- Agora treinaremos feitiços defensivos. Digam-me todos que vocês sabem.
- Protego, Deffuso, Expecto Patrono para dementadores. Incêndio para Inferis e Riddikulos para bichos papão. – falava Harry, tentando se lembrar de mais algum.
- Só esses feitiços? – falou Bartolomeu. – Bom, como devem saber, Voldemort conseguiu apoio dos Lyptus também. São monstros horríveis, e muito poderosos. Algum de vocês sabe, qual é o feitiço para repeli-los?
- Há vários, porém o mais eficiente é um parecido com o que aprendemos com Brom O Lypturianos. É um feitiço que anula os poderes do Lyptus quando conjurado corretamente.
- Parabéns Srta. Granger, dez pontos para a Gri... Ah esqueci, não estamos em Hogwarts. – Bartolomeu deu uma risada descontraída, porém Harry só fingiu, estava preocupado demais com os Lyptus para rir. Percebendo a preocupação, Bartolomeu voltou ao seu tom sério – Pois bem, e o pior, é que Voldemort não se contenta apenas em dominar a Grã-Bretanha, ele está infiltrando Comensais por toda a Europa, aqui na França e na Holanda, são os países onde os Comensais da Morte estão ficando mais presentes. Ainda que poucos saibam, eles já estão infiltrados aqui. Por isso, terei de deixar uma parcela da guarda Francesa aqui, ou então abrirmos uma Filial da Ordem da Fênix na França.
- Não temos estrutura para isso Bartolomeu! A Ordem está se reconstruindo ainda. Estamos no processo de ressurgimento.
- Entendo...
- Mas podemos fazer o seguinte. Enviamos um espião para Paris e outro para Lion, que são as principais cidades da França. Eles vigiarão e qualquer problema, nós corremos para cá.
- Certo... Certo. Vou confiar em você Harry Potter. – falou Bartolomeu com pouca convicção.
- Mas então Bartolomeu... Vamos prosseguir os treinos. – interferiu Hermione.
- Ah sim... Certamente. Como estava dizendo sua resposta está certa, o feitiço mais eficiente para espantar os Lyptus é o Lypturianos. Vocês irão treinar ele por hoje e amanhã Depois partimos para mais um. E logo em seguida ensinarei a vocês como entrar no estado Nulo.
Bartolomeu agitou a varinha no ar e surgiu um guarda roupas velho e mofado. Suas portas rangiam ao menor movimento. As dobradiças estavam tão enferrujadas que parecia se fundir na madeira. O guarda roupas estava envolto por grossas cordas, e ele agitava-se furiosamente. Com mais um aceno da varinha as cordas sumiram.
- Esse é um bicho papão. Como me disseram há pouco, vocês poderiam espantá-lo usando o feitiço Riddikulos. Mas quero que imaginem um Lyptus e o afugentem com o feitiço que eu ensinei. Primeiro você Harry. – Harry deu um passo a frente, nervoso.
Bartolomeu fez outro aceno, a porta se abriu. De dentro saiu uma enorme fera. Havia chifres contorcidos. O focinho avançava para frente, como o de um cachorro. Seus dentes caninos saíam da boca. E as saliva pingava. Ele segurava uma espada de ferro, simples e amassada, estava suja de sangue. Sua vestimenta era apenas uma pequena tanga. O resto do seu corpo era coberto por uma pelagem negra. Os olhos pequenos e vermelhos paralisaram Harry. Só quando o bicho papão avançou que ele despertou.
- LYPTURIANOS! – gritou Harry, uma facha iluminada saiu da varinha, atingindo no peito a grande fera. Ela rugiu alto, e caiu de joelhos. Tentou se levantar, mas Harry foi mais rápido. – PETRIFICO TOTALUS!
O monstro paralisou. Seus braços grudaram na lateral do corpo. O único movimento era dos olhos nervosos, saltitando de um lado para o outro, procurando como sair dali.
- RIDDIKULOS! – gritou Harry novamente. O Lyptus se deformou e no seu lugar apareceu um bode negro, que tinha os chifres semelhantes. Porém a raiva se tornara em um olhar tolo e perdido.
- Cara, isso foi incrível! – falou Rony entusiasmado com a pequena luta de Harry contra um bicho papão em forma de Lyptus.
Durante dois dias, treinaram os feitiços anti-Lyptus, todos estavam se saindo bem. Então Bartolomeu decidiu encerrar aquela lição.
- Vamos agora, aprender o outro Feitiço Defensivo.
- Qual é?
- Um Feitiço que turbina o conhecido Protego. Ele se chama Protego Maximus. Mas basta você dizer Protego normalmente, porém pensando no efeito do turbinado.
- Beleza... – respondeu Rony distraído.
- Comecemos por você novamente, Harry. Está pronto?
- Sim.
- Então se prepare realmente, pois se não executar o feitiço corretamente poderá morrer.
Os batimentos cardíacos de Harry aumentaram de velocidade. Gotas de suor começaram e escorrer pela sua testa.
- KEDAVRA! – berrou Bartolomeu. Um jato verde saiu em direção à Harry.
- Protego Maximus! – uma enorme barreira apareceu diante Harry, dissipando até o ataque poderoso lançado por Bartolomeu.
- Você é louco? – perguntou Rony enfurecido com Bartolomeu.
- Tentou lançar uma Maldição Imperdoável no Harry? – Hermione também estava indignada.
- Se vocês não perceberam, eu não usei o Avada. Disse somente o Kedavra, que é um feitiço de ataque comum. A palavra Avada é introduzida, tronando-a Imperdoável e mortal.
- E por que você disse que eu poderia morrer? – perguntou Harry ofegante, o feitiço turbinado exigia bem mais energia.
- Por causa disso, se você fizer errado ele consome toda a energia de seu corpo.
Harry estava em dúvida se acreditava ou não em Bartolomeu, mas se o quadro de Dumbledore havia sugerido, é porque ele era de confiança. Harry expôs esse pensamento aos amigos no quarto pela noite. Rony e Hermione continuavam tão intrigados, que nem fizeram suas trocas de beijos ardentes, que por pouco não se tornavam em coisas mais apimentadas.
Harry dormiu inquieto durante aquela noite. O que o perturbava não era mais se Bartolomeu Garcia era confiável ou não. O que o preocupava agora era se os aprendizados que Harry estava acumulando, seriam suficientes para derrotar Voldemort.
Uma vez Dumbledore o dissera que Voldemort havia viajado pelo mundo todo e que ele acumulara muito conhecimento de magia negra. Agora Harry estava viajando pela Europa, acumulando técnicas do bem.
Mas quem será que utilizaria as forças aprendidas melhor? Voldemort ainda tinha uma vantagem, ou melhor... Sete, ele tinha as Horcrux, só depois que Harry as destruísse eles lutariam de igual para igual.
Por fim, com inúmeros pensamentos acumulados em sua mente, acabou adormecendo, vencido pelo cansaço.
Na manhã seguinte Harry acordou com o barulho silencioso do vento zumbindo baixo em seu ouvido. Harry se levantou. Hermione já havia levantado também, porém há pouco tampo, alias, ela ainda estava tomando banho. Um pensamento involuntário da amiga nua surgiu na cabeça de Harry, porém logo foi afastado e repreendido.
Ela é sua melhor amiga, namorada do seu melhor amigo e você ainda tem uma namorada!
Exclamou furiosa uma voz dentro da sua cabeça. Harry se sentiu mal e desceu, tentando evitar as imagens que de vez em quanto apareciam como parasitas.
- Bom dia Harry. – Harry respondeu entre bocejos.
- Amanhã será o último dia de treinamentos, se vocês se dedicarem bastante.
- De minha parte terá total dedicação. – respondeu Harry, se dirigindo ao refeitório. Seu estomago roncava inquieto.
- É muito bom ouvir isso.
Apesar de tentar disfarçar, a notícia de que a nova bateria de treinamentos terminaria em um dia alegrou Harry. E mais ainda, em saber que partiria na busca pelas Horcrux.

- Para permanecer em Estado Nulo, você precisam descarregar a sua força. Você deve se perguntar, “Mas aonde?”. Pois bem, na sua varinha. Ou no seu caso Harry, pode dividir na varinha e na Espada. E depois disso? – Bartolomeu explicava tudo com detalhes, seus olhos sugadores pulavam por cada um do trio. – É simples, é só dormirem. Quando seu organismo identificar que você já tem condições para sobreviver, ele te despertará.
- Mas como descarregamos na varinha? – perguntou Rony, examinando a sua varinha, como se ela tivesse alguma coisa que ele nunca havia reparado.
- Com um feitiço simples. Repitam comigo: Azijah.
O trio repetiu a palavra. Nada aconteceu.
Eles pegaram a varinha. Bartolomeu fez um pequeno corte em cada um. E eles pronunciaram: “Azijah”. Uma luz surgiu e Harry sentiu toda sua força fugindo, uma sensação desesperadora se espalhava pelo seu corpo. Ele tentava impedir que a energia se fosse, até que ele sentiu a última gota de poder saindo. Harry caiu no chão. Desacordado, não pensava em nada, não sentia nada e não se lembrava de nada.

- Acordem! – aquela palavra, pronunciada normalmente pareceu um grito no ouvido de Harry. Ele lançou instintivamente um olhar ao lugar onde estivera o machucado. Porém ele havia sumido.
- Quanto tempo nós ficamos em Estado Nulo? – perguntou Harry assustado.
- Uma hora. Poderiam ficar até uns dois dias, na primeira experiência. A partir da segunda já podem ficar até uma semana.
- E quando será a segunda experiência?
- Amanhã... – Bartolomeu sorriu. – Vocês começaram de manhã e terminarão à tarde.


Harry acordou no dia seguinte nervoso, a certeza de que passaria o dia num estado parecido com um coma, não o agradava.
Ele fizera o ritual como no dia anterior. Sentiu o mesmo desespero quando sua força fugia. Porém logo caiu, sem consciência.
Tudo que via, era escuridão, até que sentiu sua energia voltar, uma força enchia seu interior, um ânimo renovado invadia seu corpo.
De repente, meio que involuntariamente, seus olhos se abriram com velocidade incrível. Ele observou Bartolomeu sobre ele. O homem sorria, parecia estar muito satisfeito.
- Parabéns Harry. Parabéns Rony e Hermione.
Os três se levantaram meio confusos ainda.
- Mandei uma coruja na hora do almoço para Moody, ele está vindo aqui, para assinar nossa entrada na Ordem da Fênix e para numa pequena reunião, decidirmos os rumos, Harry.
Nesse instante, um calor se espalhou pela sala, um crepitar de chamas verdes surgiu na lareira, porém o fogo logo sumiu, e no lugar estava Olho-Tonto Moody.
- Olá Potter, Granger, Weasley. Olá Bartolomeu Garcia… Há quanto tempo não o vejo.
- Pois é meu amigo Moody.
Os dois se abraçaram, Harry surpreso perguntou:
- Vocês se conheciam?
- Sim. Conhecemo-nos através de Dumbledore e depois começamos a trocar corujas. Encontramo-nos apenas umas cinco vezes.
- Vamos ao que importa, pois amanhã cedo já partirão.
- Hoje! – falou Harry. Todos olharam para ele com dúvida – Quanto mais cedo partirmos melhor para nós.

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