A Destruição da Horcrux




- CAPÍTULO VINTE E NOVE -
A destruição da Horcrux


Slok segurou na mão deles e aparatou para Hogsmead. Apareceram no meio da rua, e quase em cima de uma mulher que jogou as sacolas para o alto, caiu de costas e deu um berro.
Slok sorriu envergonhado, mas apenas ajudou a mulher a se levantar e partiu em direção ao castelo.
Ele andava de pressa, quase nem encostava seu cajado no chão, porém o que mais impressionou Harry foi a agilidade que ele tinha para se locomover entre as estradas que levavam à Hogwarts, como se ele passasse por ali, todos os dias.

Assim que chegaram ao portão, encontraram dois guardas da Ordem da Fênix, mais um Trasgo, que tinha um porrete na mão, que era quase do tamanho de Harry.
- Senha? – perguntou o Trasgo se adiantando, todo atrapalhado.
- Deixe-os entrar! – berrou uma voz ao fundo, que Harry reconheceu ser de Lupin.
O Trasgo recuou, fazendo o chão tremer a cada passo que ele dava.
- Olá Harry, Hermione, Rony e... desculpe, quem é o senhor? – perguntou Lupin, franzindo a testa.
- Oh, olá, eu sou Slok, o Guardião da Floresta de Little Hangleton. – falou Slok, estendendo a mão, Lupin sorriu e o cumprimentou.
- Ah sim... Ouvi histórias suas. Bom, creio que vocês queiram falar com a diretora? – perguntou Lupin.
- Exato.
- Então venham por aqui. – ele começou a andar, suas vestes balançavam ao vento, fazendo ondulações. Lupin andava pelo gramados, com o passo firme, e assim que chegaram na entrada do castelo, ele os guiou até a sala da diretora McGonagall.
- Múmia milenar! – falou Lupin, e a escada de gárgula desceu girando.
Eles subiram, e encontraram a sala com a porta aberta. McGonagall conversava com um mapa na mão, com o quadro de Dumbledore.
- Ah, olá garotos! – falou ela, parecendo um tanto surpresa, e com um movimento rápido, escondeu o mapa – Ora, veja quem veio... Se não é o velho...
- Slok, o guardião! – completou o quadro de Dumbledore sorrindo.
- É bom rever vocês também meus amigos! – Slok retribuiu o ato de educação dos dois.
- E o que os traz aqui? – perguntou Minerva, se levantando. Ela começou a andar por uma parte livre do gabinete.
- É que temos uma surpresa ótima! – falou Rony entusiasmado.
- Então diga!
- Nós achamos a primeira Horcrux, que é a Taça de Helga Hufflepuff.
Lupin, atrás do grupo deu um soco no ar de alegria, Minerva abriu um enorme sorriso, que Harry vira poucas vezes na vida, e Dumbledore soltara uma exclamação alegre ao fundo.
- Mas tem um problema... – falou Hermione, murchando um pouco a felicidade no ambiente.
- Qual? – perguntou McGonagall.
- Não sabemos como destruí-la. – adiantou Rony.
- Não tem problemas, a Ordem da Fênix vem discutindo isso à alguns dias e acho que temos a solução. Mas primeiro, é melhor irem dormir.
Harry apesar de querer destruir logo a Horcrux, não contestou e foi para um dormitório, junto com alunos da Grifinória que estavam no quarto ano.

Como era bom, sentir o sol aquecendo seu rosto... – pensou Harry, na manhã seguinte, se lembrando dos velhos tempos, em que o sol o acordava todos os dias.
Harry se trocou suas vestes, por umas que estavam novas, desceu para a Sala Comunal, onde encontrou Rony e Hermione.
- Vamos comer? – perguntou Rony, ansioso para degustar a deliciosa comida que os elfos domésticos preparavam.
- Sim... Mas depois do café nós iremos para a Sede da Ordem da Fênix.
- Tá bom Mione!
Juntos os três saíram pelo quadro da mulher gorda e desceram pelas escadarias de mármores, que se moviam até o saguão de entrada e depois se dirigiram ao Salão Principal.
As mesas estavam repletas de jovens agitados, como nos tempos de Harry. Seria difícil encontrar Gina no meio de tanta confusão. Mas por sorte, ou por conspiração do destino, ela estava voltando, quando Harry chegou.
- Gina! - ele a chamou e se aproximou quando a amada o avistou – Me espere no jardim daqui a vinte minutos. – sussurrou Harry e depois deu um beijo na bochecha da garota, que saiu sorrindo.
Harry, Hermione e Rony se sentaram à mesa da Grifinória, porém ficaram bem sossegados e quietos, pois o que eles menos queriam era chamar a atenção de todos.
Comeram rápido um delicioso bolo de fubá, com alguns biscoitos de polvilho e ao leite, beberam o tradicional suco de abóbora e pegaram algumas tortinhas para comerem na Sala Comunal.
- Podem ir à frente, preciso falar com Gina! – disse Harry, se separando dos dois e saindo pela porta principal, e andando pelos gramados verdes do fim da primavera.
Harry caminhou pela grama fofa, até a margem do lago e se sentou ao lado de Gina, no lugar onde eles já haviam se encontrado.
- Olá, minha princesa! – falou Harry.
- Tudo bem meu príncipe? – retribuiu Gina dando-lhe um breve beijo. – O que me conta de bom? Tem alguma novidade?
- Na verdade... Sim! – respondeu Harry – eu, Rony e Hermione achamos a primeira Horcrux.
- Jura? – perguntou Gina espantada, os olhos dela haviam se arregalado. – Parabéns meu amor! – dessa vez o beijo foi mais longo, o que deixou Harry louco.
- Pois é... Mas agora, vem a parte ruim.
Gina se sentou novamente, com o ânimo abalado, pois a garota já sabia o que estava por vir.
- Eu preciso destruir essa Horcrux de qualquer jeito, antes que Voldemort descubra e venha recuperá-la.
- Mas depois nós poderemos ficar juntos? – perguntou Gina.
- Não... Pois terei que sair novamente em outra jornada! – disse Harry, e após dar o maior beijo do encontro em Gina, e também o mais apaixonado, Harry saiu, com um aperto enorme no coração.

Harry andou solitário até Hogsmead, e vagou pelas ruas vazias, até chegar à Sede da Ordem da Fênix. Harry entrou no saguão, e encontrou Rony e Hermione, num beijo ardente. Os botões da camisa de Rony estavam desabotoados, e Hermione já tirara sua capa, e estava só de saia e camiseta.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – explodiu Harry furioso.
- Desculpa Harry, mas a culpa é do Rony, ele que me agarrou aqui no meio! – exclamou Hermione, que parecia extremamente furiosa também.
- Ah, me desculpem. – falou Rony, sorrindo para descontrair o ambiente.
Harry saiu a paços largos e passou entre os dois veloz, subiu as escadas e se dirigiu ao seu gabinete.
Harry entrou e fechou a porta.
- Colloportus! – falou, apontando a varinha para a porta.
Harry tirou sua espada e colocou-a na redoma de vidro, depositou sua varinha sobre a escrivaninha e sentou-se em sua poltrona. Durante um tempo, ficou com a mente vagando em diversos assuntos, como as Horcrux, a Profecia, a batalha final, porém o que ele mais conseguia pensar era em Gina.
Não sabia se iria agüentar ficar muito mais tempo longe de sua ruivinha. Harry se sentia incomodado em deixar sua amada para trás, mas sabia que aquela era a coisa certa, porque Harry não estava disposto a perder Gina, e se a perdesse... Perderia também a guerra.
Após o tempo de reflexão, Harry apanhou um pergaminho e a pena que estava em pé, graciosamente em cima da escrivaninha.
Harry se preparava para escrever, quando uma voz sábia surgiu às suas costas.
- Desejaria falar com a diretora, Harry? – perguntou Dumbledore.
- Exatamente, vou mandar-lhe uma coruja pedindo para ela vir pra cá. – explicou Harry.
- Creio que não seja necessário, pois como sabe, eu tenho um quadro naquela sala também... – falou Dumbledore divertido – se você quiser, eu posso chamá-la! – Harry achou-se um burro por não ter pensado naquilo antes.
- Ah sim... Então peça para que ela venha até aqui! – pediu Harry sorrindo para o quadro.
A imagem de Dumbledore sumiu, deixando apenas o fundo negro, e alguns instantes depois reapareceu.
- Ela já está vindo. – no momento seguinte a lareira acendeu, e uma chama verde surgiu, e na lareira apareceu a diretora McGonagall.
- Me chamou, Harry?
- Sim... Pois pretendo destruir a Horcrux hoje, e gostaria de saber o que a Ordem da Fênix decidiu.
- Oh, sim... Bom, espere até a hora do almoço, pois convocarei uma reunião com a cúpula e nós te passamos as instruções.
- Muito obrigado. – disse Harry antes dela sumir novamente pela lareira.

Harry se levantou, e andou pelo espaço vago, ao lado de sua escrivaninha, sua cabeça trabalhando à mil por hora. Um turbilhão de informações sendo processadas, e um turbilhão de idéias sendo selecionadas.
Harry apanhou sua varinha, quando estava cansado de andar e se dirigiu à sua Penseira. Colocou a varinha na têmpora e puxou-a lentamente. Um fio prateado saiu e ficou flutuando no ar, até que Harry desse um toque sutil e ele descesse em direção ao conteúdo da Penseira.
- O que depositou aí? – perguntou Dumbledore curioso.
- A lembrança da caçada à Horcrux.

A hora do almoço chegou rápido, pelo menos essa foi a impressão que Harry teve. Ele apanhou sua Firebolt e saiu voando até Hogwarts. Chegou em apenas alguns minutos. Ele sabia que era desnecessário voar de vassoura até Hogwarts, pois o percurso era pequeno, mas Harry estava com saudades de sentir o vento chicoteando seu rosto e balançando seus cabelos.
Os alunos se amontoaram em volta dos portões e da muralha, para ver Harry voar e fazer a aterrissagem. Foi saudado com palmas assim que se encostou ao chão. Harry não pode evitar achar graça no tumulto e por isso sorriu aos alunos.
Harry guardou sua Firebolt na mochila que cabe tudo e seguiu seu caminho até o Salão Principal. A hora que chegou teve uma surpresa.
No Salão havia uma mesa extra, com vários membros da Ordem. Entre eles estavam: Lupin, Tonks (os dois usavam um anel de noivado), Sr. e Sra. Weasley, Moody, Hagrid, Mundungo, Quim Shackebolt, Brom, Albeforth, Horácio Slughorn e Jonx Gryffindor, ao lado de Jonx, estava Luna e ao lado de Luna estava Cho.
- Olá! – cumprimentou Harry, sentando-se ao lado de Cho.

A comida foi servida e todos conversavam como se aquele fosse um almoço na casa da avó, num domingo ensolarado. Não havia nenhum indicio de conversa sobre assuntos da Ordem, o que Harry achou bem inteligente da parte deles, pois aquele era um lugar público demais.
Assim que todos terminaram, Harry sorrateiramente fez sinal para saírem da mesa. O grupo cruzou o refeitório atraindo olhares curiosos dos alunos. Que ficaram ainda mais confusos quando a diretora McGonagall também se levantou.
O grupo da cúpula da Ordem da Fênix andou pela estrada que ligava Hogsmead e Hogwarts. Atravessaram o vilarejo pouco movimentado naquela tarde e chegaram à sede da Ordem.
Foram até a Sala de Reuniões e após certificarem-se de que ninguém tentava forjar a segurança Harry iniciou;
- E então... Como iremos destruir a Horcrux? – perguntou Harry.
- Eu e você iremos destruí-la. Eu realizarei um feitiço para neutralizar a magia negra da Taça e você logo em seguida dará um golpe certeiro com a sua espada. Porém você terá que ser resistente, Harry... Assim como eu, pois a magia negra daquele objeto é altamente potente... Nós confiamos em você. – disse Brom.
- Ei, mas nós também iremos! – falou Rony, Hermione e Jonx concordaram com a cabeça.
- Mas permanecerão à uma distância segura, pois se estiverem perto demais vocês podem não resistir. – falou McGonagall severamente.
- Tudo bem... – concordou Jonx.
- Então, todos estão de acordo? – perguntou Harry democrático.
E os participantes da reunião levantaram a mão em sinal de apoio.
- E onde iremos destruir? – perguntou Harry.
- Moody, Tonks, Quim e eu iremos isolar uma área. A um quilometro do vilarejo.
- Ótimo. Quando terminarem é só me chamar, estarei na minha sala. – disse Harry,m encerrando uma das reuniões mais rápidas que tivera.
Ele passou pela sala e subiu as escadarias, rumo ao último andar.

Poucas horas se passaram até que a porta de Harry fosse aberta. Dobby entrou acanhado.
- Amigos de Harry Potter estão chamando o senhor lá em baixo e Dobby veio avisar ao mestre Harry Potter.
- Muito obrigado Dobby.
- Não há de que, senhor! – respondeu o elfo, que recuou e fez uma singela reverencia quando Harry passou.
Ele usava uma capa tradicional de bruxo, sua espada e sua varinha. Porém carregava um enorme peso em suas costas. Em frente à porta da Sede, Brom o aguardava fumando um cachimbo.
- Está pronto, Harry? – perguntou Brom, distraído com a fumaça cinzenta que saía.
- Sempre pronto. – respondeu Harry.
- Não diga isso... – falou Brom, finalmente olhando para ele.
E assim os dois seguiram por um tempo, até chegarem a um local. Havia algumas árvores, e em volta um círculo branco translúcido. Harry o cruzou, seguido por Brom, e num pedestal estava a Taça de Helga Hufflepuff, envolta por uma redoma de vidro. Que brilhava ao reflexo do sol.
Os membros da Ordem que estiveram na reunião estavam ali também para dar apoio à Harry., inclusive Gina, a ruiva amada estava lá, olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas. Harry respirou até encher os pulmões e se adiantou alguns passos, ficando de frente com a Taça.
- Gardent Mórn Vall! – um lampejo branco disparou da varinha de Brom e correu direto para a Taça, que ficou um pouco mais brilhante e com uma pequena neblina em volta, o que dizia que a magia negra estava neutralizada.
Harry retirou sua espada, ergueu-a na horizontal, na altura do peito e depois girou, numa velocidade assombrosa. A Taça partiu-se ao meio, e uma fumaça negra saiu de dentro dela, parecendo um espírito que ia se dissipando aos poucos. Porém ele mirou Harry e avançou, no momento em que a fumaça encostou-se a Harry ele sentiu uma dor insuportável e intolerável.
Caiu de joelhos no chão gritando. Sem forças, cessou os gritos e tudo que sabia era que Gina gritava descontroladamente por trás do círculo, até que tudo escureceu.

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