De Volta para a Caverna




- CAPÍTULO VINTE E CINCO -
De volta para a Caverna



- Tudo bem. Afinal, você é o comandante desta missão. – falou Bartolomeu e Moody concordou.
- Só preciso que diga a pista que me daria.
- Infelizmente Harry, há alguns anos, descobri algumas pistas, nada de muito importante, mas eram pistas. Voldemort soube disso. E me obrigou a fazer o Voto Perpétuo. Nas condições do voto eu tinha que guardar em segredo o local da pista e como efetuá-la. Mas por sorte, ele se esqueceu de pedir para que eu nunca revelasse por onde começar. E é só isso que eu posso dizer. Com certeza, você e seus amigos conseguirão achar o mesmo caminho que eu. Mas por isso, você Harry, terá que voltar para a caverna onde foi com Dumbledore antes dele morrer.
Harry sentiu como se tivesse levado um tapa na face. Voltar á caverna com certeza reviveria todas as lembranças más que ele tinha daquela maldita noite, onde sua vida mudara para sempre.
Harry, Rony e Hermione se dirigiram à lareira, prometendo que em breve voltariam à Paris, e que os espiões seriam enviados para a Cidade das Luzes e para Lion. As cidades principais da França.
Quando Harry pegou o Pó de Flu uma dúvida lhe veio à cabeça. Para onde iria? Ele não sabia o endereço da caverna e nem ao menos havia lareira na caverna.
- Por ai não Potter, venha cá! – exclamou Bartolomeu correndo com um caderno de papel velho na mão. – Preparei uma chave de portal. Toquem-na agora!
Harry colocou a mão no caderno. A sensação de viajar através de magia, que não era boa, a não se por vassouras se fez presente. Porém pareceu cessar mais rápido do que o normal. E logo eles caíram na entrada da caverna. Cercados pelo mar revolto.
Harry entrou, conhecia o caminho, foi guiando seus amigos, até o interior da terrível caverna. Eles caminharam até a antecâmara sem dizer uma palavra. O arco de rocha, onde ele e Dumbledore haviam passado há cerca de dois anos estava aberto. Harry se abaixou para examinar a pedra. Procurou por uma manche vermelha. A encontrou estava exatamente do jeito que Dumbledore deixara. Harry concluiu que ele e o diretor foram os últimos a passar por ali. Saber que passaria pelo arco, onde a última pessoa que passara ali, fora o seu mestre Dumbledore lhe causou uma dor no peito. Mas decidiu continuar. Ele atravessou o portal e se deparou com o enorme lago negro. Continuava com o mesmo jeito de trevas. Harry acendeu a varinha, olhou para frente, mas se esquecera que era impossível ver o outro lado dali.
- Por aqui. – falou Harry, indicando a orla estreita do lago. – Só tenham cuidado para não pisar no lago.
- Harry... o que viemos fazer aqui? – falou Hermione com a voz tremula.
- Ainda não sei. Mas talvez pegar algum objeto.
- Mas Harry, nós não podemos tentar um feitiço convocatório? – falou Rony, querendo sair correndo dali.
- Podemos! – a resposta foi um susto para Rony. – Porque você não tenta?
Rony também não esperava aquilo.
- Tudo bem. – o ruivo pigarreou e agitou a varinha no ar – Accio.
Um corpo não identificado surgiu no lago, mas em segundos voltou, caindo e formando ondas, que sumiram rapidamente. Rony e Hermione olhavam assustados.
- O que era aquele ser? – perguntou Hermione
- Aqueles seres, eu presumo. – respondeu Harry, achando engraçado a semelhança das perguntas dos amigos, com as perguntas que ele próprio fizera à Dumbledore, e mais engraçado as respostas que Harry dava aos amigos, que também eram iguais às que Dumbledore dava a Harry.
- Oh-oh! – exclamou Harry feliz. O barco que Dumbledore achara estava lá também.
- O que foi? – perguntaram os amigos.
- Achei o lugar. Tenham cuidado para não caírem na água.
Harry se aproximou do barco, verificou se estava seguro e entrou nele. Harry torcia para que o barco agüentasse.
- Será que ele nos agüenta?
- Espero que sim. – respondeu Harry com simplicidade semelhante à Dumbledore.
Os três subiram, ficaram apertados, é verdade. No meio do caminho Rony disse espantado, quase não conseguindo falar pelo medo.
- Harry!
- Rony? – perguntou Harry ao amigo.
- Eu acho que vi um corpo na água.
- Sim, você viu. – falou Harry, tranqüilo, porém lembrava-se de como ficara apavorado quando tivera uma situação parecida.
- São Inferis? – agora Hermione perguntava amedrontada.
- Sim.
Eles conseguiram cruzar o lago sem despertar os Inferis. Chegaram ao centro na pequena ilha. Harry se dirigiu para a bacia ao centro. Examinou-a minuciosamente. Releu o bilhete de R.A.B. que ele deixara pregado ali.
Toda a cena voltou à sua cabeça como um turbilhão. Harry viu Dumbledore fraco, implorando por água, e Harry tentava conjurá-la inutilmente. Harry viu novamente os Inferis saindo do lago. Uma agonia se espalhou pelo seu corpo. Pensou se aquele seria um momento ideal para ele usar a Barreira Sentimental que aprendera há alguns dias na França. Mas decidiu continuar sofrendo, ali, não sabia exatamente por que. Até que chegou um momento, ele não agüentou. Caiu de joelhos no chão rochoso. Porém aquilo havia lhe feito bem. Com esforço expulsou os pensamentos da cabeça e se concentrou numa mensagem, escrita no pé da bacia.
“Em Little Hangleton”
- O que é isso, Little Hangleton?
- Se não me engano é um vilarejo, onde Riddle matou os pais. Lembro que no ano do Torneio Tribruxo eu sonhava com aquele lugar. E também fui para lá, no cemitério, onde Cedrico foi morto.
- Então vamos para lá? – falou Rony, talvez tentando achar um motivo para sair logo dali.
- Acho que não vai ser tão fácil! – falou Hermione, quase chorando, Harry se virou, temendo ver o que viu.
Os Inferis começavam a sair do lago. Harry não sabia porque, afinal não haviam tocado na água. Ao menos que...
- Hermione, você encostou na água? – perguntou Harry, procurando a varinha.
- Foi sem querer Harry. – respondeu a garota com os olhos marejados.
- Estupefaça! – Rony tentou atingir um, porém ele apenas cambaleou.
- Isso não adianta! – falou Harry nervoso, ele se adiantou, passou os amigos e ficou frente a frente com os Inferi. – INCÊNDIO!
Um jato de fogo saiu veloz da varinha de Harry. O fogo fazia arcos que envolviam os Inferis, matando-os, as cordas de chamas chicoteavam no chão e eram impulsionadas contra os monstros.
Harry correu para o barco. Os três entraram, e eles afugentavam todos que tentavam subir na embarcação.
Chegaram ao outro lado do lago, e Harry cruzou o portal, lançando uma última lança de fogo. Os Inferis pararam instantaneamente de avançar.
Harry abaixou a cabeça, ofegante. Respirou por alguns segundo e voltou a andar. Caminharam até chegar à antecâmara. Ele a deixou aberta e saiu correndo novamente. Chegaram à porta e Harry sentiu seu estomago despencar.
Uma criatura medonha, que segurava uma espada manchada e riscada em uma mão e um escudo gasto na outra. A figura espumava, ela bufava triunfante e finalmente disse com a voz enrolada.
- O mestre tinha razão! – um sorriso amedrontador brotou nos lábios escuros, revelando dentes grudados e afiados.
- Ele sabe que estamos aqui? – perguntou Harry, assustado com o Lyptus.
- Não, mas sempre deixa alguém de guarda e agora eu vou contar a ele.
O monstro virou de costas, se preparava para aparatar, quando Harry gritou desesperado.
- ESTUPEFAÇA! – gritou Harry.
O Lyptus caiu, porém se levantou com uma velocidade incrível.
- Como ousa atacar um membro do Império? – perguntou ele com ferocidade. – O mestre, que agora domina o que vocês chamavam de Ministério irá matar vocês.
- Não, se eu te matar primeiro! – Harry começou correr na direção do Lyptus, com a varinha na mão, sem dizer uma palavra, só fez um movimento, e um raio saiu de sua varinha.
O Lyptus ergueu seu escudo, bloqueando o ataque.
- Vamos numa luta de espadas! Covarde! – falou o monstro provocando. Harry na hora guardou sua varinha e apanhou a espada.
Harry avançou novamente sobre o Lyptus, o monstro corria rápido na direção de Harry, os dois com as espadas empunhadas. Quando chegaram à uma distância razoável, Harry foi o primeiro a atacar.
Ele fez um golpe, na diagonal, mirando a perna do servo de Voldemort. Foi bloqueado no meio do caminho, pela lâmina gasta da espada do Lyptus.
Harry girou rápido, quase atingiu o tórax do monstro, porém ele deu um passo atrás, fazendo a espada passar a apenas alguns centímetros.
- Incêndio! – a espada de Harry pegou fogo, e ele começou a fazer movimentos rápidos, sem dar trégua, aproveitando que sua espada estava mais leve, pela ausência do metal. – Inflamare!
No instante um brilho avermelhado surgiu em volta da espada de Harry. Ele atacou com toda a força que tinha e finalmente conseguiu atingir a parte superior da perna do Lyptus. O monstro urrou de dor, caiu no chão, lançando a espada longe. No local onde Harry havia feito o ferimento, em vez de sair sangue, pegava fogo. E a ferida aumentava de maneira rápida, Em poucos minutos tomava conta de metade da perna de Harry.
- O que você fez? – perguntou Rony, mais atrás, que ficara assistindo a luta.
Usei um feitiço que vai fazer esse ferimento inflamar até ele morrer.
Quando Harry se voltou ao Lyptus novamente, já sem força para gritar de dor, viu que o ferimento já havia tomado conta das duas pernas, dos braços e da barriga, só sobrava o peito, pescoço e a cabeça.
Porém essas partes logo foram engolidas, e o Lyptus virou nada mais que cinzas. Harry apanhou a espada e o escudo. Transportou-a para a sede da Ordem da Fênix e depois se sentou em uma pedra, para pensar em como seguiriam a missão.
- Harry, quando iremos ao vilarejo? – perguntou Hermione amigavelmente se sentando ao lado do amigo. Os braços quentes da garota o envolveram num caloroso abraço.
- Agora.
Os olhos de Hermione e de Rony se arregalaram, mas eles não disseram nada.



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