Bárbaros Modernos



- CAPÍTULO TRINTA E OITO -
Bárbaros Modernos

- Fiquem calmos. Apanhem as espadas e vamos ver o que está acontecendo. – Harry saiu na rua, coberta pelo manto branco da neve. Ao fundo, saindo da floresta este mesmo manto era manchado por borrões negros que avançavam como touros.
- O que está acontecendo? – perguntou Líforn.
- Devem ser Comensais atacando Hogsmead!
Harry saiu correndo, seguido por Líforn, Brom, Jynn – que em vez de espada carregava uma lança e um machado de guerra – Jonx, Hermione e Rony.
Logo os bruxos aprendizes entenderam o recado e saíram também, bloqueando toda a rua.
- Dobby! – chamou Harry, o elfo já apareceu temendo, pois as últimas vezes que ele fora chamado sempre eram por conta de problemas.
- Sim, senhor?
- Chame os elfos de Hogwarts e depois os membros da Ordem na sede!
No mesmo instante o elfo doméstico desapareceu.
Os Comensais enfurecidos corriam com varinhas e armas brancas levantadas, gritando e destruindo tudo que viam pela frente. Era óbvio que aquela era uma tentativa de dominação de Hogsmead e depois Hogwarts.
- Precisamos impedi-los! – falou Harry – Incêndio!
Uma barreira de fogo se formou entre os Comensais que pararam. Enquanto isso, os vigias em pontos estratégicos atacavam com feitiços estuporantes e flechas enfeitiçadas. Alguns instantes depois Hagrid apareceu voando em Bicuço, ele carregava uma enorme pedra, que soltou sobre os Comensais, esmagando alguns deles. Atrás em fila vinham os filhotes do hipogrifo que traziam pedras menores e despejavam organizadamente.
- Isso irá atrasá-los, até que os reforços cheguem!
Aparentemente os atacantes estavam sem líder, o que de certa forma facilitava, porém dificultava a ação de Harry. Pois para desestabilizar um inimigo o jeito mais fácil é atacando o líder, porém a parte boa, é que o grupo não trabalhava de forma organizada.
- Olhem, eles estão chegando! – gritou Hermione, apontando para várias pessoas que vinham correndo, entre elas, elfos e humanos.
- Ótimo! – com o gesto da varinha Harry fez a barreira de fogo sumir.
- ATACAR! – gritou Jynn para os elfos sob seu comando.
Harry repetiu o ato aos bruxos e todos entraram em combate, um combate feroz.
Harry corria cortando quem entrasse em sua frente. Ele não tinha uma plano, pois foram pegos de surpresa, o que dificultava sua ação. Por isso corria, para tentar se isolar por alguns segundos, ele devia aproveitar a vantagem que tinham, sobre o outro grupo, de Comensais que não tinham comando.
Chegou à última construção do vilarejo, onde escalou pela janela até o telhado. Ficou em pé, observando a cena. Nenhum grupo levava vantagem, pois todos lutavam de maneira desorganizada.
Harry fitou a luta por alguns segundos. Não teriam tempo de preparar arqueiros, nem catapultas, nem tanques cheios de óleo fervente, ou qualquer outra emboscada. Então uma idéia, provavelmente a única possível, brotou em sua mente.
O necessário seria apenas cercá-los e ir massacrando-os, até ficarem encurralados por completos e por fim derrotados, afinal... Os elfos e a Ordem da Fênix estavam em maior número que os Comensais.
Com um pulo habilidoso, Harry caiu no chão de uma vez, sacando a varinha.
- Sonorus! – sua voz foi ampliada magicamente. – Elfos e membros da Ordem da Fênix! Escutem! Vamos cercá-los e encurralá-los. Todos em formação, acredito que tenham sido treinados.
Sim, eles haviam sido treinados para tal tática, pois em pouco tempo, haviam fechado um círculo em volta dos Comensais que olhavam atônitos.
Numa marcha forte eles avançaram, diminuindo o espaço dos Comensais.
Harry lançava feitiços estuporantes em todos os bruxos que via, assim diminuía o número de pessoas que teria de combater corpo-a-corpo. Porém os Comensais – que foram apelidados de bárbaros – não olhavam e aceitavam a posição deles. – Alguns também atacavam com varinha, enquanto outros tacavam pedras, alguns tentavam se adiantar e impedir o avanço da Ordem e dos elfos, enquanto outros xingavam e amaldiçoavam até a décima geração de descendentes de Harry.
Jonx lutava com um barbado que havia conseguido escapar do meio do círculo. Ora Jonx lutava com espada, ora Jonx usava varinha. O bárbaro – ou Comensal – lutava bem, e dava certo trabalho à Jonx, do que os demais estavam dando ao grupo inteiro. Luna – que havia confirmado noivado com Jonx há pouco tempo – fazia parte da formação que oprimia aos Comensais, porém sempre lançava olhares temerosos à batalha do amado.
Por fim, após longos minutos de luta, Jonx deu fim à vida daquele rebelde incomodo e voltou ao circulo, que agora já estava quase desmanchado. Os Comensais não tinham mais espaço para recuar e agora atacavam como loucos. Ou matavam ou morriam e por isso a batalha ficou mais acirrada e emocionante para um guerreiro elfo – que adoravam lutas gigantescas.
Jynn atacava com uma mão segurando a espada, e na outra segurando um machado. Outros elfos lutavam com martelos pesados, enquanto a maioria batalhava normalmente com espadas e escudos.
Seis ou sete soldados, sendo um deles Líforn haviam se espalhado e subido em casas e de lá atiravam lanças e flechas nos inimigos. Uma pequena formação de arqueiros havia se formado, enfim.

- EXPELLIARMOS! – exclamou Harry, atingindo um bruxo que caiu de costas no chão. Outro já corria em sua direção – Impedimenta!
OS músculos do bruxo foram travados e ele não conseguiu avançar.
- Estupefaça! – concluiu Jonx.
Harry tentou localizar Gina, temia que ela fosse ferida e por isso tentava não se distanciar muito de sua mulher. Ela lutava com dois bruxos ao mesmo tempo, porém levava clara vantagem. Harry percebeu que a maioria estava bêbada e sem noção do perigo, pois alguns chegavam a cambalear e outros tinham um hálito fétido que chegava a causar enjôos.
Harry se virou, sentindo que alguém avançava para atacá-lo e no mesmo instante viu o machado de Jynn voar, e cravar no crânio do homem, abrindo uma fenda, que era possível tocar seu cérebro com a arma. Um rio de sangue escorreu da testa do homem e percorreu até o chão, manchando a neve branca. O corpo caiu sem vida e Jynn correu para recuperar sua arma.
- AVADA KEDAVRA! – Harry ouviu ao seu lado, sem tempo de pensar se jogou no meio da batalha e caiu entre três comensais. Enquanto o feitiço mortal atingia um companheiro bárbaro daquele que lançou.
Harry viu o sorriso maléfico brotar nos lábios dos bruxos maus. Eles ergueram as varinha, prontos para dar uma morte triplamente dolorosa à Harry – se é que isso seja possível – e por sorte, pois ele não teria tempo de se defender, Moody, Lupin e Tonks correram em seu auxilio.
- EXPELLIARMOS! – bradou Tonks, lançando longe um dos Comensais.
- ESTUPEFAÇA – gritou Lupin, estuporando o outro.
- INCÊNDIO! – enunciou Moody, fazendo o último virar cinzas. Harry se surpreendeu com sua bravura e sangue frio. Aquele era o Moody, ex-auror, e alias um dos maiores aurores que Harry conhecia feroz nas batalhas, sem medo do inimigo.
- Obrigado... – falou Harry, esboçando um sorriso.
- Não há de que! – falou Moody num rosnado.
Harry voltou à batalha, a qual ele percebia que o progresso da Ordem havia diminuído. Os elfos continuavam lutando com bravura, porém só eles não conseguiam conter o avanço dos Comensais.
Harry corria para socorrer Quim, que lutava sozinho contra três Comensais. Harry já havia derrubado cerca de dez, depois que fora socorrido, porém eles pareciam nunca diminuir.
Cerca de quinze metros de Quim, Harry sentiu uma pancada cruel, brutal, quase mortal em sua cabeça. Viu-se caindo de cara na neve e perdendo os sentidos aos poucos. O último som foi um grito vitorioso.

Acordou assustado, sentindo a região da pancada ainda dolorida. Massageou-a com a mão, a fim de neutralizar a dor, porém fora em vão, ela continuou lá, sem dar sinais de que iria embora. Decidiu então se concentrar no ambiente, não era normal e não parecia nenhuma enfermaria que ele conhecia. Isso significava que, ele simplesmente havia sido capturado pelos seus inimigos e depois fora jogado em alguma prisão, ou algo parecido.
O local era escuro, apenas com uma pequena abertura, da onde entrava uma luz mínima. Havia poeira por todo lugar e ratos corriam apressados, passando sobre seus pés. Restos de comida jogados pelos cantos e por serem velhos fediam. Teias de aranha dominavam o teto, e desciam próximas à parede.
Um homem surgiu no corredor escuro. Usava um capuz pontudo, com dois furos nos seus olhos. Uma túnica negra e tinha uma varinha também negra, com um desenho de serpente gravado. Ele falou com uma voz grave e ameaçadora.
- Até que enfim acordou!
- Onde eu estou? – perguntou Harry.
- Ora, aonde mais? Em Azkaban! – o estomago de Harry gelou, no momento que o Comensal disse aquilo.

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