A Chave na velha casa




- CAPÍTULO VINTE E SEIS -
A Chave na Velha casa

acreditava, mas estou começando a achar que é verdade.
- Por quê?
- Já vi vultos encapuzados, todos usando preto andando por aqui. Já vi feras terríveis em noites de lua cheia, e um dia, estava voltando para casa, e todas as luzes da rua sumiram, e eu me senti como se nunca fosse ser feliz, porém não vi ninguém por perto.
Harry no mesmo instante se lembrou de como Duda se sentira quando encontraram um dementador, era exatamente igual ao que Pablo sentiu.
- Mas vocês devem pensar que eu sou um louco... – falou Pablo, olhando para o chão.
- Não, por incrível que pareça, nós acreditamos em você, e temos as respostas para essas “assombrações”. – falou Hermione se aproximando do jardineiro.
- Mentirosa! – Pablo saiu correndo, com o machado na mão, alguma coisa havia o feito perder o controle, ele correu atrás de Hermione, que aparatava de um canto ao outro da sala.
- Volta aqui vadia! – berrou o homem, porém um barulho ensurdecedor ocorreu. Alguma coisa havia caído no chão, e uma poeira enorme subiu. Harry escutou o grito de Pablo, no momento em que o objeto caiu.
Harry correu até onde Pablo estivera há poucos segundos. Havia uma grande cratera no chão, um corpo ensangüentado caído num ângulo estranho, as pernas estavam reviradas, o rosto do jardineiro tinha uma expressão de pavor. Hermione se aproximou também, quando viu o corpo que jazia no fundo se apavorou. Ela soltou um grito e levou a mão à boca, como se tivesse falado um palavrão muito feio em público.
- Coitado, ele não tinha culpa nenhuma nisso. – falou ela, com algumas lágrimas escorrendo no rosto pálido.
- Tinha sim, quem mandou sair correndo com um facão atrás de você? – falou Rony emburrado.
- Ele não tinha culpa, RONY! – gritou Hermione enfezada – Ele estava amaldiçoado, você não percebeu? Voldemort lançou um feitiço, para que quem entrasse aqui, e estivesse perto da Horcrux, tivesse um acesso de loucura e corresse até o centro, onde a armadilha estivesse preparada.
- E por que não nos afetou?
- Porque somos bruxos treinados, temos uma resistência bem maior que ele!
- Parem de brigar, ou os próximos mortos seremos nós. – falou Harry, com rispidez.
Hermione e Rony se calaram no mesmo instante. Harry se perguntou se não havia sido duro demais.
Eles voltaram a examinar o ambiente. Harry desceu ao subsolo, onde Pablo estava morto, pesquisou sobre o local, e concluiu que não passava de um porão. O que caíra sobre Pablo, era uma bola, de metal, a primeira idéia que veio à cabeça de Harry, era que aquilo fosse uma bola de canhão, mas estava muito grande. Ela atingira as costas do homem, várias costelas estavam quebradas, Harry tentou imaginar a dor que aquilo promovera, mas era demais para ser imaginado. Harry lançou uma última olhada ao porão antes de subir. Porém, de relance, visualizou uma porta, negra, quase impossível de ser vista, pois ficava totalmente encoberta pela sombra. Aquela figura parecia um enorme buraco, no meio da parede, não havia fechadura e nada que pudesse a trancar.
- Ei, desçam aqui! Acho que encontrei alguma coisa! – gritou Harry.
Rony e Hermione pularam, a garota evitava olhar para o cadáver caído. Harry indicou a porta, e seguiu a passos silenciosos. Quando chegou perto, examinou e constatou que realmente não havia fechadura. Apenas um buraco, no local onde se colocaria a chave.
- Bombarda! – falou Rony, e porém tudo que aconteceu, foi um barulho anormal e algumas faíscas que voaram.
Harry tirou a espada da bainha, ergueu-a e desceu rápido, cortando a porta de cima a baixo. A madeira se dividiu em duas partes, cada uma caindo na direção oposta.
- Vamos... – falou Harry, e eles adentraram em um corredor escuro e úmido. Havia várias teias de aranha e poças de água, causadas pelas goteiras. Conforme pisavam no chão, o musgo presente ficava grudado nos sapatos.

Harry caminhava ao lado de Rony e Hermione. O corredor escuro parecia não ter fim... Com uma mão suada, ele empunhava a espada. Na outra segurava firme a varinha. Gotas que caíam do teto interrompiam o silêncio quase absoluto.
Alguns instantes depois, a primeira pista de que se aproximavam de algo. O coração de Harry disparou, o suor começava a escorrer mais rápido pela testa. A luz, ao fim do corredor ia aumentando a cada passo que eles davam. A saleta de tom esverdeado continha provavelmente uma Horcrux, e Harry estava surpreso, pois – não sabia se felizmente ou infelizmente – nenhum desafio muito grande ainda tinha aparecido.
- Harry... Você acha que a Horcrux está na sala? – perguntou Hermione.
- Sinceramente, eu não sei... Até agora está fácil demais.
- Ah, mas mesmo assim eu não gostei nem um pouco de vir aqui. – falou Rony.
- Vamos prosseguir talvez os desafios se encontrem naquela sala esverdeada, ou então... Estamos no lugar errado.

O trio andou mais alguns metros até que chegaram à porta da sala. Ela estava quase vazia, só havia um baú, trancado e amarrado por várias correntes e um lampião que dava o tom verde à sala.
- Deve estar no baú! – falou Rony entusiasmado.
- Pode ser, mas continua com poucas barreiras.
- Ah Harry, deixa de ser pessimista! – Hermione começava ficar irritada com a insatisfação de Harry, quanto aos obstáculos.
- Tudo bem, cada um lança um feitiço. Rony lança fogo, eu faço o Bombarda e Hermione faz o Alorromora. No três. – Rony e Hermione pegaram as varinhas – Um, dois, TRÊS!
- Incêndio! – gritou Rony, e uma labareda de fogo saiu de sua varinha.
- Alorromora! – falou Hermione, destrancando alguns cadeados.
- BOMBARDA! – gritou Harry, explodindo o resto das correntes e cadeados.
Harry se aproximou cauteloso, pôs a mão na tampa e hesitante levantou-a. Uma fumaça roxa saiu, e rapidamente se infiltrou no nariz de Harry, ele se jogou para trás, caindo de costas com a intenção de se livrar da fumaça. – Saiam daí!
Foi a única coisa que Harry conseguiu fazer, pois logo em seguida seus olhos fecharam, sem forças, e uma escuridão dominou sua mente.

Uma floresta, uma densa floresta de pinheiros altos, com as folhas verdes. Era este o lugar que Harry se encontrava. Não fazia idéia de por que estava lá. Mas tinha a impressão de que aquilo era o que precisava ser feito.
Ele caminhou por alguns minutos, até achar um lago, que refletia o lindo céu azul, e no centro um brilhante sol. Havia um homem sentado num pedra à margem do lago. Harry nunca saberia quem fora o homem, pois ele se recusara a virar.
- Tudo que posso te dizer, é que você está em...


- Harry? – o rosto de Rony foi tomando forma aos poucos, diante de Harry, interrompendo o sonhou.
- O que aconteceu? – perguntou confuso.
- Você desmaiou, quase morreu. Aquela fumaça era venenosa, assim que desmaiou começou se revirar e babar. Mas aí Hermione enfeitiçou você, para que os efeitos do veneno agissem mais devagar e preparou uma poção.
- Quanto tempo eu fiquei desmaiado? – perguntou Harry, menos confuso.
- Mais ou menos uma hora. – falou Hermione que vinha chegando ao aposento onde Harry estava.
- Muito obrigado Mione.
- Não foi nada Harry... Você já nos salvou várias vezes também. – falou a garota com simpatia.
- E o que havia dentro do baú?
- Apenas uma chave. – falou Rony, que parecia desanimado.
- Uma chave? Mas nenhuma Horcrux é uma chave! A não ser que...
- Seja a Horcrux desconhecida! Que a gente ainda não havia descoberto. – completou Hermione, seguindo o mesmo raciocínio de Harry.
- Então vamos destruí-la? – falou Rony.
- Não! Precisamos ter calma, pois pode ser também que não seja uma Horcrux, apenas uma chave, que guarda alguma relíquia. – advertiu Harry.
- E como vamos descobrir?
- Temos que explorar o resto da casa. – falou Hermione, séria.

O grupo saiu do quarto onde Harry estivera repousando e voltou a sua busca. Revistaram todos os cômodos e não achavam nada, andavam pelo porão onde o corpo Pablo ainda estava caído. Andaram pelo túnel subterrâneo, várias e várias vezes, todas sem sucesso. Harry tentava imaginar onde Voldemort poderia esconder alguma relíquia.
Todos os lugares que conseguia pensar eram: Um cemitério, uma caverna, um castelo mal assombrado ou uma prisão.
Harry pensou, no cemitério da cidade, que era um possível local, depois em Hogwarts, que apesar de habitado haviam fantasmas, pensou na caverna onde eles estiveram há algumas horas e por fim, pensou em Azkaban. Descartou todas as hipóteses, deixando apenas a do cemitério do vilarejo, onde Harry também já estivera, e, aliás, fora lá que Harry presenciara o retorno de Lord Voldemort.
Uma onda de arrepios subiu pela sua espinha, mas decidiu que teriam que visitar o local.
- Parem as buscas, vamos ao cemitério.







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