A Fortaleza de Gelo



- CAPÍTULO TRINTA E DOIS -
A Fortaleza de Gelo


Encantado, Harry fitou estupefato a beleza e a maestria com que a Fortaleza era organizada.
No meio da neve, um caminho era trilhado, até chegarem aos enormes portões, que ficavam presos às muralhas brancas, que se estendiam como enormes braços ao redor da Fortaleza. A cada cem metros havia uma torre muito alta, que dava para se observar além do morro e da floresta. Em cada uma da torre estava um ser com alguma arma que Harry não conseguiu identificar.
Um palácio se encontrava dentro da muralha e cercado por pequenas ruas e algumas casas, todas feitas com gelo, deixando a Fortaleza de Gelo, totalmente branca e brilhante.
Aves estranhas, que lembraram hipogrifos voavam em circulos pelos perimetros da Fortaleza. Várias estacas de madeira serradas e com uma ponta capaz de furar uma pedra estavam presas em alguns pontos estratégicos. E as janelas do palácio eram cercadas com grades feitas com grossas barras de ferro, revestida com gelo, para não estragar a visão da Fortaleza.
Em frente ao portão havia um grupo de vinte soldados, que carregavam escudos, lanças, arcos e espadas. Além de uma armadura que era igual, e no elmo havia um dragão esculpido.
- O que desejam? – perguntou um soldado mau-humorado. A caravana de Harry chegou mais perto e ele pode observar que os olhos dos guardas eram mais sérios, a pele parecia mais esticada, os braços e pernas muito fortes, quase desproporcionais e o mais impressionante, todos tinham orelhas pontudas.
- Somos enviados de Minerva McGonagall. Temos uma carta assinada pela diretora de Hogwarts, ela nos disse para mostrar a vocês, elfos que guardavam a entrada e depois ao rei e à rainha.
Harry ficou surpreso, quando Moody citou o nome elfo. Eram bem diferentes dos elfos domésticos, que Harry estava acostumado.
O elfo se adiantou e pegou um pergaminho enrolado que Moody havia tirado de um bolso de sua veste.
O elfo franziu a testa enquanto lia atentamente a mensagem.
- Líforn! – exclamou o elfo guarda. E um apareceu correndo, atravessando uma pequena abertura feita no portão.
- Chamou-me? – perguntou Lífonr, que era um elfo com o cabelo mais comprido e um pouco mais baixo que o primeiro.
- Sim! – disse o guarda, sem melhorar seu humor – Levem esses humanos até o rei e a rainha.
Lífonr olhou com os olhinhos engraçados erragalados. E depois, ajeitando a coluna e engrossando a voz, disse:
- Sim senhor. – ele se voltou à Equipe Espártaco – Sigam-me, por favor!
Ele andou entre os guardas que cochichavam, e entrou pelos portões. Harry e o resto da equipe fez como ordenado. Passaram pelos guardas curiosos e adentraram na magnifica fortaleza. Suas edificações eram maiores que Hogwarts, e apesar de tudo ser de gelo, não deixava o ambiente mais gelado do que ele era por estar no extremo norte do continente.
Um elfo estava parado na porta do palácio, com um trompete em descanço e assim que avistou, Lífonr fez alguns gestos e o elfo endireitou e começou tocar o instrumento, avisando que visitantes chegavam.
As portas do palácio foram abertas e Harry viu uma fila de soldados, até chegar em dois tronos, onde o rei e a rainha dos elfos estavam sentados.
Harry observou que esses soldados não tinham os braços musculosos como os do portão, e que todos eram bem parecidos com humanos normais.
Líforn adentrou o salão, seguido por toda a equipe Espártaco, eles caminharam pelo tapete vermelho, passando pelos soldados que olhavam fixamente para as visitas.
Assim que Líforn se aproximou dos tronos ele fez uma reverencia. Harry ficou observando sem saber como se comportar, então olhou para Moody e Brom, que já haviam visitado a Fortaleza de Gelo, e eles continuaram eretos. Harry também continuou.
- Olá, humanos! – falou a rainha com elegância e formalidade.
- Olá, nobre rainha Galatza! – falou Brom, enquanto tirava o pergaminho de McGonagall – Essa é uma mensagem de Minerva McGonagall para a senhora.
Ele lhe passou o pergaminho, enquanto ela lia, expressava vagos sorrisos.
- Hum sim, entendo sua situação. Acolheremos e protegeremos vocês em nossa fortaleza, e sentimo-nos ainda honrados e proteger Harry Potter! – falou ela, olhando para Harry.
- Meu nome está na carta? – perguntou Harry.
- Está, mas não preciso dela para saber quem é você. Até alguns bruxos peregrinos da China que se refugiavam aqui contaram histórias sobre vocês. Eram um pouco distorcidas, é verdade, porém eram sobre você.
Harry ficou impressionado, com a revelação da rainha. Então ele era conhecido como herói até na China?
- Vamos parar de conversas e vamos ao que interessa. Para permanecerem na Fortaleza de Gelo, vocês precisam da minha confirmação solene.
Naquele momento Brom e Moody se ajoelharam, Harry imitou o movimento.
A rainha estendeu a mão, seguida pelo rei.
- Eu permito e concordo com a proteção do grupo chamado de Equipe Espártaco, em nossas terras elficas contra qualquer tipo de ataque, e também dou a minha bênção à eles para que consigam alcançar seus objetivos. – quando ela terminou, o rei e a rainha abaixaram a mão.
Brom e Moody se levantaram primeiro, e foram imitados e depois sairam do palácio guiados por Líforn.
- Vocês dormirão nos quartos da região ao norte. Terão sempre dez guardas em volta dos seus dormitórios.
- Quantas pessoas, quer dizer, elfos – corrigiu Harry ao ver a reprovação de Líforn – existem aqui na Fortaleza de Gelo?
- Aproximadamente... de três a quatro mil elfos – ele falava com naturalidade, do enorme número de elfos. – Ora, não se assombre, Hogwarts tem pouco menos que isso, principalmente há uns quatro anos atrás, quando estava-se no auge da trégua de Voldemort. – falava Líforn com sabedoria.

- Chegamos! – exclamou o elfo, assim que chegaram à algumas casinhas. – Tem um quarto pra cada um. Mas se preferirem, podem se agrupar.
Harry lançou um olhar para Rony e para Jonx, que entenderam.
- Eu, Harry e Jonx iremos dormir no mesmo quarto. – falou Rony, para Líforn.
- Eu e Luna também! – falou Hermione, enquanto o resto permaneceu quieto.
- Tudo bem, os jovens podem dormir juntos então.
Os três entraram no casebre entre o de Hermione e Luna e do Hagrid. Era um tanto apertado porém era confortável. Por dentro, era como se fosse uma construção normal. Não aparentava ser construida de gelo.
- Volto amanhã cedo para buscá-los. Terão uma reunião com a rainha antes do almoço ser servido e depois estarão livres para explorar as áreas da Fortaleza. – falou Líforn, que depois desejou boa noite e se retirou.
- Por que o rei não faz nada aqui? – Harry perguntou para Brom, antes de entrar no quarto.
- Pois na civilização dos elfos, quem governa é a rainha. O rei é como se fosse a primeira-dama da Inglaterra. Ela não faz praticamente nada.
- Hum...

Assim que Harry entrou no quarto, viu Edwiges apoiada no para-peito da janela, com uma carta no bico. Harry correu para ler, e identificou a letra fina de McGongall.

Harry Potter

Alegro-me ao saber que vos estais bem. Por aqui está tudo normal também, não houve nenhum sinal de perseguição por parte de Voldemort. Porém é bom ficar por ai durante um tempo, enquanto aproveita para pensar na próxima missão, em busca da próxima relíquia.
Qualquer notícia mande-me através de Edwiges.
Até mais

Minerva Mcgonagall


Harry colocou a carta sobre uma mesa, e acariciou as penas de sua coruja e depois deu-lhe comida e dormiu.
Flutuando na nuvem mais alta e mergulhando no mais profundo oceano, harry sonhava num mundo fantástico, onde tudo era possível e onde tudo era pura fantasia e imaginação própria, um mundo onde ele governava, um mundo só dele.
Porém foi arrancado dessa fantasia maravilhosa por um chamado no mundo real.
- Harry! Acorde! Líforn já está lá fora, nos esperando.

- Até que enfim, Sr. Sonolento! – exclamou Líforn descontraído.
Harry tentou soltar uma risada, porém o sono ainda o impedia de fazer isso. Ele apenas se juntou ao resto da Equipe Espártaco.
- Vamos, a rainha Galatza nos espera. – Líforn começou andar pela pequena estrada, em direção ao imponente palácio.
Enquanto eles andavam, Harry foi conversando com Líforn de como era na Grã-Bretanha, onde os homens eram a maioria das vezes o comandante político.
- Ah sim, Moody já havia me falado. – falou o elfo, porém mesmo assim, ele parecia achar estranha a idéia.
- Do que vocês estão falando? – perguntou uma elfa, que se juntou ao grupo. Harry supôs que ela fosse namorada de Líforn.
- É que de onde ele vem, são os homens que governam, e não mulheres.
A elfa que tinha cabelos leves e lisos, que balançavam ao vento insistente, olhou aterrorizada para Harry.
- Mas como assim? Isso é impossível! Nos meus cento e cinqüenta anos eu nunca vi isso! – falou a elfa, que aparentava ser jovem.
- Que? – perguntou Harry indignado - Você tem cento e cinqüenta anos?
- Sim...
- E você Líforn, quantos anos tem?
- Noventa e quatro. Porém ainda somos muito jovens e não muito mais maduro que vocês!
- Mas quantos anos os elfos vivem? – perguntou Hermione, mergulhando na conversa. - Uns setecentos anos... Ou um pouco mais até. – disse Líforn. – E vocês, bruxos humanos?
- Os humanos trouxas vivem mais ou menos uns oitenta anos, somente. Agora nós bruxos, se formos poderosos podemos chegar aos duzentos anos. Foi com essa idade que Dumbledore morreu. – disse Hermione, como se fosse especialista no assunto.
- Tenho dó dos trouxas. Pois nós, elfos atingimos a maioridade com cinqüenta anos. E com essa idade os humanos já estão entrando na velhice. – falou Líforn balançando a cabeça.

- Chegamos! – falou Líforn, algum tempo depois da conversa sobre a idade ter se esgotado.
Mas dessa vez havia sido diferente, a rainha Galatza estava os esperando na porta do palácio, com um belo e brilhante sorriso estampado no rosto.
- Bom dia! – desejou ela.
- Bom dia... – responderam juntos os membros a Equipe Espártaco.
Um servo abriu a porta do palácio, para eles entrarem, e Harry perguntou à Líforn.
- Por que não são os elfos domésticos que servem a rainha?
- Ah sim... É uma confusão que os bruxos costumam fazer. Nós somos apenas elfos... Uma raça que em questões físicas é parecida com a raça humana. Agora os elfos domésticos, são criaturas totalmente diferentes de nós e dos humanos. A única semelhança entre nós é o nome, pois do resto, somos raças totalmente distintas.
Harry achou curioso o fato de duas espécies serem diferentes, porém carregarem o mesmo nome. Mas decidiu não tocar mais no assunto, pois tinha a certeza de que Líforn já havia se cansado de explicar aquilo para os humanos que eram protegidos na Fortaleza.
A rainha cruzou todo o salão do palácio, passando inclusive pelo trono, onde o rei seu marido estava. Ela chegou ao fundo e abriu uma porta. Todos entrarem, menos Líforn que ficou do lado de fora.
A rainha se sentou na cadeira mais detalhada, ao centro de uma mesa. Atrás dela, uma enorme prateleira de livros se erguia.
Todos se sentaram em volta da mesa e aguardaram até ela se pronunciar.
- Já mandei chamar o Comandante do Exército, pois tenho certeza, de que Voldemort nos atacará. Quando, eu não sei. Pode demorar um mês, ou um dia e por isso temos que estar preparados. – falou a rainha – Não que isso seja um desastre, pois essa fortaleza e seu povo, já enfrentaram milhares de batalhas ao longo dos vários anos. Mas o que me preocupa mais é o que meu povo dirá, ao saber o motivo da batalha. Eles lutarão e darão a vida na batalha, porém não sei se eles aprovarão saber, que houve uma batalha para defender um jovem bruxo.
- Mas sei que os elfos tem admiração por Harry Potter! – falou Brom.
- E realmente a tem. E é isso que está me fazendo acreditar que a maioria não se incomodará. Mas pode haver alguns rebeldes que não concordem com isso. Você não se importaria de ser alvo de preconceitos, Harry?
- Não. Em Hogwarts sofri muito disso. Estou acostumado a ser perseguido por meu passado, presente e futuro.
- Ótimo. Alegro-me ao ouvir isso. Agora só nos resta, armar a estratégia de guerra. Porém só preciso que fique aqui Alastor Moody e Brom. Junto comigo e com o Comandante nós faremos a estratégia. – disse a rainha – Quanto aos outros, estão dispensados, e podem explorar a Fortaleza de Gelo, porém tenham cautela ao lidar com os elfos. Eles têm um comportamento peculiar, para vocês humanos.
- Não me esquecerei disso. – respondeu Harry.
Ele se levantou da mesa, seguido pelos outros e quando ia abrir a porta, a maçaneta girou. Um homem forte e com a pele mais morena de todos os elfos que Harry havia visto apareceu. Seu cabelo estava encoberto por um elmo enfeitado com pequenas pedras de safira. No seu peito havia uma faixa, que Harry viu, ser uma bainha, e a espada estava presa nas suas costas. Na cintura havia um machado e uma lança pequena. Ele usava botas de couro que vinham até a canela e estavam sujas de neve.
- Oh, vejam só. Este é Jynn. O Comandante do Exército.
- Prazer! – falou ele, com a expressão séria.
Harry respondeu e saiu rápido. Dava-lhe aflição estar no mesmo recinto que aquele homem bem armado.

Até a hora do almoço, todo o grupo passeava junto. Porém durante a refeição eles se dividiram. Os mais velhos foram juntos andar pela fortaleza. E os jovens se dividiram em dois grupos. Harry, Rony e Hermione permaneceram juntos, enquanto Jonx e Luna, foram procurar um lugar mais tranqüilo para namorar.
Harry, Rony e Hermione visitaram uma loja de artigos para elfos, durante a tarde. Eles constataram que os elfos tinham alguns objetos estranhos, como por exemplo, uma arma, com um bastão de madeira e nas extremidades dois retângulos de ferro, que tinham pequenos espinhos presos nas laterais. Outro era um utensílio de cozinha, que parecia uma jarra, se não fosse furada em baixo. Harry passou longos minutos tentando imaginar a utilidade de tais coisas.
Depois o trio se dirigiu à um restaurante de elfos e comeram comidas diferentes, porém de ótimo sabor.
O prato preferido de Harry foi um Molho feito com carne de búfalo e misturado à legumes que eles cultivavam em estufas. O tempero era feito por azeite, vinagre e três tipos diferente de pimenta.
Eles beberam uma bebida exótica, feita de mel, uvas selecionadas, açúcar refinado e para dar um toque especial, uma pitada de álcool.
De noite eles retornaram com o estomago cheio para os quartos.
Harry procurou Moody para lhe perguntar de qual seria a estratégia de guerra, porém não teve tempo, pois o som da trombeta soou do alto de uma das torres.
Uma gritaria e correria se iniciaram e Líforn foi correndo até eles.
- Venham para cá todos da Equipe Espártaco! – gritou ele, concorrendo com os gritos de alguns elfos desesperados. Harry certificou-se de que estava com a varinha e com a espada e depois saiu correndo, seguindo Líforn, pelo meio das casas de gelo.

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