A união do Clã Agushaka



- CAPÍTULO TRINTA E SETE -
A união do Clã Agushaka

O mais curioso, era um dos elfos, logo atrás de Líforn e Jynn, que usava uma armadura de metal, com uma espada presa na cintura, e um escudo erguido. Estampado no escudo estava um brasão, igual ao do estandarte que ele segurava com a outra mão. A flâmula era belíssima, com cores vivas e alegres, encantou Harry. Porém não diminuiu sua curiosidade de o que seria tudo aquilo.
- Podem me explicar isso?
- Sim, Harry... Nós somos elfos do clã Agushaka, um dos clãs mais fortes entre os elfos da Fortaleza de Gelo. Viemos, autorizados pela rainha Galatza, nos unir à Ordem da Fênix, nesta batalha, nesta guerra. – falava Líforn com uma formalidade anormal – Somos como os outros elfos que você viu lá. Guerreiros, corajosos, fortes e leais e estamos nos oferecendo para ajudar. Porém entenderemos se você não aceitar.
- Não! Claro que aceito, toda a ajuda é bem vinda, ainda mais de elfos, que são uma raça guerreira por natureza.
- Ótimo! – um sorriso surgiu no rosto de todos os elfos, e se destacou mais em Líforn e Jynn.
- E poderia pedir mais um favor também?
- Claro, a partir de hoje, até essa guerra acabar, você é nosso líder.
- Vocês poderiam ensinar alguns bruxos a lutar com espada? Pois tenho certeza que Voldemort, depois de perder a batalha e ver como esse tipo de arma é fundamental ele irá treinar seus Comensais. Brom e eu poderemos ajudar vocês nisso.
- Certamente que sim. – respondeu Jynn, adiantando-se.
- Ótimo... Agora vamos para Hogwarts, pois aqui, não caberão todos vocês, porém lá... Certamente que caberá. – falou Harry. Conforme ele passava pelos elfos eles faziam singelas reverencias.
Ele chegou na rua de Hogsmead e só então que os elfos perceberam que era para saírem do hall também. Juntos caminharam pela estrada até o Castelo de Hogwarts
As torres belas davam um belo contraste, contra a luz do sol, deixando a superfície escura, parecendo uma sombra, cortada no céu. Harry via, com satisfação, Hagrid voando com Bicuço, seguido por um bando de hipogrifos filhotes, que haviam nascido a algumas semanas. As asas se dobravam de maneira engraçada e torta, como crianças aprendendo a andar.
No portão estava Tonks brincando com sua varinha, jogando-a de uma mão para a outra, distraidamente.
- Ah, oi Harry... Beleza? – perguntou ela, endireitando-se para falar com Harry.
- Beleza e você? – respondeu Harry, educadamente.
- Nossa... – sussurrou Tonks ao ver o grupo de elfos guerreiros que seguia Harry – Quem são eles?
- São elfos do Clã Agushaka... Fazem parte da população élfica da Fortaleza de Gelo, que nos acolheram quando Voldemort mandou suas tropas atrás de mim.
- Ah sim! Muito prazer! – falou ela num tom mais elevado, erguendo a mão. Todos os elfos responderam alegres. – Como eles são simpáticos... – ela sorriu.
- Bastante! – respondeu Harry sorridente.
- Ah, e o que desejam fazer? – perguntou atrapalhada – Ah, lógico, vocês desejam entrar! – ela saiu da frente, liberando a passagem.
O grande grupo entrou no gramado, espantando os alunos que descansavam à beira do lago. Minerva McGonagall surgiu correndo, abandonando toda sua postura pomposa.
- Harry... O que é isso? – perguntou ela, ajeitando os óculos que quase caíram.
- São elfos.
- Eu sei que são elfos! Não estou brincando, o que significa isto? – perguntou ela, parecendo ofendida com a resposta irônica de Harry.
- São do Clã Agushaka. Foram enviados para ajudar-nos na batalha final.
- Ah sim. Desculpem-me pela grosseria. Assim como receberam nossos refugiados no vosso castelo, receberemos vocês com grande prazer, em nosso castelo.
- Muito obrigado... Sra. McGonagall – falou Líforn com formalidade.
- Ficarão hospedados aí o tempo necessário. Terão dois dias de folga e depois iniciaremos os treinamentos.
- Que treinamentos? – perguntou McGonagall.
- Treinamento de armas brancas, para os nossos bruxos em geral iremos ensiná-los a usar a espada.
- Ótimo.

Voldemort andava de um lado para o outro, arrastando sua veste negra. Já estava cansado de repetir aquela cena nos últimos meses. Harry Potter estava ganhando dele naquela guerra. Mas por quê? Simplesmente porque Voldemort fora ignorante o bastante para subestimar o jovem Potter. Voldemort pensava que com a morte de Dumbledore, Harry e a Ordem da Fênix perderiam o rumo e a força. Mas o velho Alvo tinha razão... Apostar em Harry era uma decisão sensata, o garoto tinha potencial, e teve também um magnífico mestre, Alvo Dumbledore.
Voldemort se amaldiçoava por ter reconhecido a sabedoria de Dumbledore e o poder e a persistência de Harry Potter. Era inadmissível que um garoto e um velho já morto fossem capaz de vencer o poderoso Lord Voldemort, o pior bruxo que já existiu, o mais poderoso, mais perverso. Então decidiu que chegara a hora... Estava na hora de atacar com força total, atacar pessoalmente Harry e seus amigos. Estava na hora de acabar com a farra daquela maldita Ordem da Fênix e com seu líder mirim. Estava na hora de mostrar para o mundo todo seu poder incontestável, e dominar enfim toda a superfície terrestre e colocar os bruxos, trouxas e criaturas sob sua tirania sem fim. Sob sua repressão e sob sua maldade extrema. Provar seu radicalismo em relação aos seres vivos e matar, torturar, estraçalhar que ousasse desafiar seu comando. E os primeiros seria os seguidores de Dumbledore – e de seu sucessor, Harry Potter.
Nagini o observava do trono, com seus olhos avermelhados e penetrantes, não dizia nada, apenas focava seu mestre com sua concentração de cobra. Apenas analisava a fúria que vinha se tornando constante a cada vitória de Harry.

A rainha Galatza estava no trono, olhando entristecida para o trono vazio ao lado. Há poucas semanas seu marido morrera em batalha. Depois um dos clãs mais fortes do seu domínio pediu para partir. Ela bondosamente e compreensivamente, aceitou. Um súdito estava na sua frente lendo um longo tratado, que ela deveria assinar no final. Porém sua mente vagava por lugares distantes e sombrios. Por sorte ela tinha duques e condes confiáveis e por isso, acreditava que eles tivessem refletido sobre o tratado e decidiram que era bom. Então ela iria assinar independente de qual fosse o contexto. Por hora ela se sentia envergonhada por esse ato, não estava cumprindo seu dever de rainha, não estava honrando o povo que estava em suas mãos. Não estava cumprindo com suas obrigações. Chegava até pensar em abdicar o cargo e escolher alguém mais apropriado para a nação de elfos, que não tinham culpa de seus erros.


Passaram-se dois dias e os treinamentos começaram conforme o combinado. Na manhã onde o sol estava encoberto por nuvens os elfos mais habilidosos em espadas mais Harry e Brom, os melhores espadachins da região, se reuniram num grande salão, junto com mais de cinqüenta membros da Ordem da Fênix.
Os comandantes do treino foram escolhidos pelo voto e ficou decidido que seria: Jynn, Brom e Harry.
-... Hoje a Ordem da Fênix está com quase mil soldados recrutados, porém cerca de cinqüenta vieram atrás deste treinamento. Por isso, vocês serão chamados de Ramgar, que significa “Os Melhores”, em outras línguas. E no final, receberão um certificado e uma espada, produzida por ferreiros élficos e humanos, em conjunto.
- Nos primeiros dias mostraremos os princípios básicos simples. Ou seja, se conhecerem alguém que ainda esteja interessado em entrar, até a segunda semana de treinos é possível ingressar no grupo. – falou Brom, interrompendo Harry, que sorriu e fechou os olhos.
- Pronto? – perguntou Harry – Ótimo... Então como Brom já disse, iremos mostrar golpes básicos de espadas.
Jynn se afastou, deixando Harry e Brom no meio, e todos os membros da Ordem olhando fixamente aos dois.
Brom de repente girou o corpo com a espada reta, na altura do seu abdome. Harry apenas levantou sua espada e bloqueou o ataque de Brom. Todos arregalaram os olhos, com a facilidade que Harry dissipou a investida.
- Agora é a vez de vocês. – Harry sorriu misterioso. Todos se olharam sem entender, até que Harry disse – Vocês não ouviram? Juntem-se em pares e façam este movimento. Só não exagere na força para não matar seu adversário no primeiro dia de treinamento.
Timidamente eles se juntaram em grupo e começaram a praticar o golpe. No começo foram demasiado devagar, porém depois foram aumentando o ritmo a cada seqüência de golpes.
Harry observava o grupo treinando. Ele, Jynn, Brom e todos os elfos escolhidos para auxiliar no treino ficavam andando entre os aprendizes para verificar se estavam fazendo certo e corrigir os possíveis erros.
Harry andava até que viu uma dupla ao fundo, eram dois homens jovens. Um deles iniciou a girada com a espada erguida enquanto o outro se atrapalhava para erguer a espada e praticar a defesa. Harry estendeu a mão, num impulso e a espada saiu da mão do homem que atacava. Todos pararam e olharam para a espada que flutuava e para a mão de Harry estendida.
- Desculpe! – pediu o homem sem a espada envergonhado.
- Obrigado – agradeceu o homem que fora salvo.
- Não há culpa em nenhum dos dois neste episódio. Todos erramos, ainda mais no primeiro dia de treinos.

Vários minutos se passaram e os professores decidiram que já estavam bons o suficiente naquele movimento. Então novamente o trio voltou ao meio, porém desta vez quem ficava em destaque era Jynn e Brom.
Jynn desceu sua espada, na diagonal em velocidade rápida, enquanto Brom erguia a sua de baixo para cima, e as duas espadas se encontraram no ar, formando um X. Com os pés e as pernas, os dois se empurravam tentando levar vantagem sobre o adversário. Até que depois, quando os dois estavam cansados, eles recuaram e admiraram a animação dos alunos, em praticar aquele movimento.

No primeiro dia, praticaram mais um tipo de movimento e depois foram dispensados, deixando todos os instrutores satisfeitos com o progresso. Assim como os alunos os professores também foram descansar, cada um em seu respectivo quarto.
A semana seguiu com o tempo esfriando e o número de alunos aumentando. Em um mês de treino já haviam feito um belo progresso, e estavam aptos a batalhar numa guerra, sem glamour algum, porém conseguiriam se virar bem. Por isso, o grupo Ramgar – nome dado aos membros da Ordem que lutavam de espadas – receberam numa cerimônia solene, uma elevação de nível.
Isso pareceu entusiasmar o grupo, que treinava todos os dias, mesmo agora com o inicio do inverno.
A neve caía devagar enquanto golpes de espadas se desenrolavam dentro de um salão aquecido por uma aconchegante lareira. Tudo transcorria normalmente, quando o alarme soou ao longe. Todos pararam no mesmo instante e olharam para Harry, esperando instruções.

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