A Câmara da Morte




- CAPÍTULO VINTE E OITO -
A Câmara da Morte



Assim que ele pisou na primeira rocha, à boca da caverna, sentiu suas pernas tremerem. A visão não era nada confortável, o interior da grande caverna era totalmente escuro e com estalactites e estalagmites gigantes, parecendo lanças prontas para perfurarem a pele de Harry. Morcegos dormiam com a cabeça para baixo, e reproduziam um ruído capaz de causar arrepios em Harry. Ele continuou segurando a espada, e deixou a varinha bem fácil de ser sacada no seu bolso.

Um uivo ameaçador surgiu, deixando Harry descontente. A medida que andava, ele podia sentir sua felicidade indo embora, porém não sabia se era por causa do seu medo que aumentava, ou se era pela presença de uma criatura que ele odiava.
Harry continuou andando, até ter a confirmação, pois seu primeiro obstáculo eram quatro Dementadores, porém eles eram anormais. Eram quase o dobro dos Dementadores que Harry havia enfrentado, e eles pareciam mais furiosos também.
As criaturas vinham deslizando sobre as rochas, e se aproximavam cada vez mais de Harry, que como havia planejado, tirou sua varinha com extrema agilidade do seu bolso. Com dificuldade pensou na lembrança mais feliz, e conjurou.
- Expecto Patronum! – gritou Harry, e o veado branco saiu galopando de maneira elegante, para cima dos Dementadores. O Patrono de Harry era um caso raro, pois ele era jovem e tinha um feitiço poderoso, muitos bruxos habilidosos e bem mais velhos não conseguiram alcançar tal feito.
Porém um fato o deixou impressionado, pois o valente veado, que normalmente afugentava vários monstros, só havia conseguido espantar um. E os outros três continuavam sua marcha insistente.
- Expecto Patronum! - gritou Harry e um novo veado surgiu de sua varinha – EXPECTO PATRONUM!
Os dois animais galopavam lado a lado, e deram cabeçadas duras nos Dementadores. As feras teimosas brigavam com ferocidade contra o Patrono duplo de Harry.
Mas para o alívio do garoto, os veados derrotaram os Dementadores e Harry pode seguir seu caminho, um pouco mais tranqüilo.

Durante vários minutos, Harry não foi interrompido por nada, nem mesmo os morcegos dorminhocos.
Apesar do silêncio, aquilo apavorava Harry, um pânico crescia, pois aquela calmaria com certeza anunciava que a qualquer momento chegaria a tempestade.
Um ruído surgiu no meio da escuridão. Harry com a visão prejudicada sacou sua varinha e disse:
- Lumus. – um brilho luminoso surgiu bem a tempo de ele ver o que havia se mexido.
Várias passagens secretas foram abertas e um pequeno exército de Inferis surgiu. Eles marchavam automaticamente, sem emoções. Vinham na direção de Harry.
Ele desatou a corre, de vez em quando se virava para soltar algumas labaredas de fogo, que queimavam poucos Inferis. Harry corria com tanta dedicação que nem percebeu o túnel no chão, que se aproximava
- SOCORRO! – gritou Harry, ao enfiar o pé direito no buraco e cair desengonçado, batendo as costas na parede lisa.
Ele desceu, escorregando de costas por um longo tempo, e via que atrás dele, meia dúzia de Inferis também haviam se arriscado a descer atrás dele.
Assim que Harry viu, o fim do escorregador sentiu um frio na barriga, pois podia ver também ossos humanos espalhados pelo chão.
- Ai! – exclamou Harry, ao cair sentado em cima de uma costela, que se quebrou. – AI! – exclamou novamente perdendo a paciência, pois um Inferi que saíra do túnel atingiu com o pé, o rosto de Harry.
O primeiro Inferi se levantou, Harry seguiu o movimento, porém não teve tempo para apanhar a varinha. O Morto-Vivo pulara sobre ele, e vinha com as mãos podres em direção ao pescoço do garoto.
Harry elevou sua espada e girou, fazendo um movimento, atacando a garganta do Inferi, que caiu decapitado.
Os outros vinham correndo – se é que era possível – e Harry, buscou sua varinha no bolso, porém não a achou.
Instintivamente lançou um olhar ao local onde ele caíra, e viu que sua varinha se encontrava ali.
Esticou sua mão e enunciou: - Accio Varinha!
Um estalo aconteceu e a varinha voou até a mão dele.
- Incêndio! – um jato de fogo saiu da varinha, incendiando todos os inferis.

Harry retornou sua caminhada, até que, após pular uma pedra, ele avistou ao longe, um portão de ferro, com detalhes entalhados e algumas serpentes desenhadas, o brasão de Lord Voldemort estampado na chave, estava estampado também lá.
Na frente, havia quatro guardas, com lanças em pé, escudos na frente do abdômen e espadas penduradas na cintura. Todos usavam armaduras de ferro, negras, e na cabeça um capacete resistente. Eles pareciam soldados medievais, de batalhas de reinos trouxas, de alguns séculos atrás. Harry se lembrou deles, de tanto que Hermione os descrevia.
Harry foi andando cuidadosamente, em direção à eles, porém sem fazer barulho, para não despertá-los.
Quando estava à uma distância mínima, escondido atrás de uma rocha, ele decidiu que se desse mais alguns passos seria impossível não ser visto, então concluiu, que ali era o melhor local para dar o ataque surpresa, enquanto estavam distraídos.
Harry pegou uma pedra do tamanho de sua mão e a ergueu com dificuldade.
Lembrou-se de um feitiço que Brom havia o ensinado.
- Incêndóri. – a pedra virou uma bola de fogo, com o interior rochoso. – Midificulus.
A pedra começou flutuar sobre sua mão, e ele a estendeu, deixando ereta.
- Atacke! – a rocha saiu voando numa velocidade impressionante, e aumentava a cada metro que voava, quando chegou nos guardas ela estava do tamanho de uma bola de basquete em chamas.
Atingiu os dois primeiros, um caindo direto morto, enquanto o outro se contorcia de dor no chão.
Harry saiu correndo, agora com a varinha na mão atacando os outros guardas, que se defendiam com os escudos.
- SOLDADOS, EM POSIÇÃO! – gritou um dos guardas. E vários anões apareceram no teto, saindo de fendas na rochas. Eles tinham arcos, e atiravam flechas em Harry.
- Chamuscas! – uma barreira de fogo se formou em cima de Harry, torrando todas as flechas atiradas. – ESTUPEFAÇA! – Harry conjurou com tal vontade que o raio se ramificou atingindo a maioria dos arqueiros. Harry estuporou os outros restantes. –Estimpande! – uma corda forte se formou, amarrando todos os anões arqueiros.
O Soldado que restava, era um homem jovem, com cabelo negro e dentes sujos, apesar de sua feição debochada, ele olhava impressionado para Harry e amedrontado também. Ele se encolhia conta o portão, mas estava disposto a dar a vida para que Harry não cruzasse o portal.
- Vamos lutar com espadas, assim não fico em desvantagem! Seria antiético da sua parte me atacar com varinha! – falou o guarda, com um sorriso malicioso, pois ele pensou que tiraria vantagem sobre Harry, lutando com espadas.
- Como deseja! – falou Harry, guardando sua varinha no bolso. – Lutaremos usando magia, ou uma luta como trouxas?
O homem, que observara o poder mágico de Harry adorou a pergunta, pensado que teria mais vantagem ainda, lutando como trouxa.
- Sem magia.
- Mas você é bruxo? – o homem acenou positivamente com a cabeça – E por que está aqui?
- Sou integrante do Esquadrão de Vigilantes do Lord. Não somos tão importantes como os Comensais da Morte, mas temos um dever nobre. Que é vigiar certo locais para o Lord.
- Que lindo... – falou Harry debochado – Então vamos ver se o seu “mestre”, treinou bem os vigilantes!
- Vamos ver então, Potter! Seu garoto medíocre! – falou o guarda, espumando de raiva. O medo que habitava nele, havia sumido, ou ao menos diminuído.
Harry tirou a sua espada, o guarda analisou-a por um momento, depois que o fascínio foi embora, ele tirou a sua também, era um metal escuro e na lâmina estava escrito “Esquadrão de Vigilantes do Lord”
O homem saiu correndo, com a espada deitada, e apontada para a barriga de Harry. Com pouco tempo para pensar, Harry pulou para o lado, e logo em seguida estendeu sua espada, fazendo um rasgo, no braço esquerdo do guarda. Assim que o sangue pulou para fora, ele deu um berro de dor, e se virou ainda mais furioso para Harry. Lançou um ataque, que para o azar de Harry, lhe cortou a veste e fez um pequeno corte no braço, menor do que o próprio que ele havia feito no inimigo.
Harry segurou a espada na diagonal e desceu ela numa velocidade impressionante, fazendo um circuito de semi-circulo no ar. O guarda pulara para trás e fazia um golpe, que certamente matara Harry com um corte no peito se ele não agisse rápido.
Harry ergueu a sua espada deixando-a reta, apontando para o teto, com isso bloqueou o ataque do adversário.
Numa fração de segundo, Harry virou sua espada, colocando a do guarda com a ponta no chão, mas antes que pudesse dar o golpe final, ele sentiu um chute na barriga e foi jogado para o chão, caindo de costas e acertou o rosto, na ponta de uma pedra, fazendo um corta em sua bochecha. Ele rolou para o lado, pois a espada do guarda, descia na direção do seu coração. E se levantando com um pulo fez um movimento rápido e, enfiou a sua espada entre as costelas do guarda.
- FILHO DA... – antes que pudesse completar a frase, ele morreu, ainda com a espada no seu peito. Harry a tirou e limpou nas vestes do bruxo morto.
Harry olhou para o portão, e pegou a chave. Enfiou-a na fechadura e girou, um “CLACK” surgiu, e logo em seguida uma tremedera. Harry olhou para o alto e viu pedaços de rochas se desgrudando do teto e caindo sobre ele. Harry pulou desesperado para dentro da câmara que os portões revelavam, mas antes que pudesse estar completamente seguro, um pedaço atingiu sua perna esmagando-a.
Harry gritou de dor e depois puxou a perna machucada com a mão, e ficou sentado alguns minutos até a dor alucinante diminuir.
No centro da câmara, havia um pedestal de ouro, porém era um ouro gasto e antigo. Ele estava cercado por uma grade com pontas finas, como as de uma lança. Porém no alto do pedestal, havia a Taça de Helga Hufflepuff.
- BOMBARDA! – gritou Harry pondo-se em pé, e a grade explodiu. Harry sentiu um alívio ao eliminar a última barreira entre ele e a Taça, a primeira Horcrux que ele havia achado. Ele andou mancando até o pedestal, onde hesitante em colocar a mão na taça, decidiu pegar um pedrinha. Jogou-a contra a Taça e nada aconteceu e só então pôs a mão. Sentiu um calor subir pelo seu barco, mas nada além disso. E se concentrando, aparatou para fora da Câmara da Morte, e caiu no gramado da floresta onde Slok, Rony e Hermione o esperavam.
- BRAVO, BRAVO, BRAVISSÍMO! – gritou Slok, dando pulinhos de alegria ao ver a Taça na mão de Harry. Porém toda a sua alegria foi cortada com um grito de pânico de Hermione.
- Ele está ferido! – gritou a garota, ao ver os cortes e sua perna. Slok se aproximou, enfiou a mão dentro de um bolso de sua veste e tirou uma varinha antiga. Colocou-a sobre os cortes que sumiam e depois, repousou sua mão sobre a perna da Harry. Os dedos tocavam sensivelmente sua canela, e uma dor se espalhava por Harry, fazendo-o ranger os dentes.
- Hum... Você quebrou a perna! – falou ele, coçando o queixo. Pegou novamente a sua varinha e tocou a perna de Harry.
Ele sentiu como se um líquido gelado e invisível corresse pela sua perna, a dor sumir e sentia também seus ossos se juntando. Com um alívio enorme, agradeceu:
- Obrigado. – Harry olhou para os amigos, e depois de receber os parabéns dos três ele falou – E agora, para onde vamos?
- Ora, vejo Hogwarts como o melhor local. – falou Hermione, erguendo os ombros.
- Então vamos logo, antes que Voldemort descubra e venha com seu exército para cá! – falou Harry.
- Acalme-se Harry, pois até aparatarmos e sairmos daqui, eu ainda sou o guardião desta floresta. – falou Slok, sorrindo bondosamente para os três jovens.

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