Godric's Hollow





- CAPÍTULO DEZENOVE -
Godric's Hollow





O trio aparatou, dando uma última olhada para Auguäii. Porém num estalar de olhos, já se encontravam no lugar combinado. Uma cabine de banheiro, numa estação de ônibus trouxa.
Harry estava com o rosto num lugar que o deixou excitado. A blusa de lã da amiga deixava o local ainda mais macio. A cabine que era totalmente apertada para três pessoas, fazendo a posição em que eles ficaram parecer imprópria. Porém Harry que estava com a Capa da Invisibilidade na mão, cobriu Rony e Hermione, ele preferiu nem imaginar o que os dois fizeram enquanto estavam invisíveis. Eles saíram da cabine, porém parecia que Harry saía sozinho. Hermione passou por entre homens que faziam suas necessidades. Harry torcia para que Rony estivesse tampando os olhos dela.
Quando estavam fora do banheiro, eles foram atrás de uma parede e Harry tirou a Capa de cima dos dois.
- Você tampou o olho dela não é Rony? – perguntou Harry.
- Lógico! – falou o ruivo – Mas Harry, nós precisamos fazer isso num banheiro feminino qualquer dia!
Rony tinha um sorriso maroto, que foi completamente abafado pela bronca que tomou de Hermione. E se Harry não estivesse tão apaixonado por Gina, pensaria melhor naquela hipótese.
- Vamos pegar logo esse ônibus. – falou Rony que ainda estava rubro.
Eles se encaminharam a uma bilheteria onde compraram as três passagens para Godric’s Hollow e eles aguardaram sentados num banco pichado por vândalos o ônibus.
Demorou quase uma hora até o veículo chegar, eles entraram e Harry observou Rony admirando o interior do veículo trouxa.
- Rony, comporte-se, temos que parecer trouxas. – cochichou Hermione no ouvido do ruivo, que parou de olhar todos os detalhes e se sentou em um assento.
- Sentem-se vocês dois aí. Eu vou ficar aqui atrás.
Harry se sentou no assento de trás e esperou até os outros passageiros entrarem. Mas a única pessoa foi uma velhinha que se sentou na primeira fileira. O que aliviou um pouco Harry, pois poderia conversar mais tranquilamente. Porém se pensasse por outro lado, aquela velhinha podia ser um Comensal espião usando a Poção Polissuco.
- Faça uma barreira sonora entre nós e aquela mulher. – falou Harry para Hermione.
Hermione apontou a varinha para a senhora, fez um movimento, e um estalo surgiu. Eles não conseguiam ouvir o que acontecia nos bancos da frente. A barreira, apesar de impedir todos os sons era invisível e era possível de ser atravessada.
Harry se afundou na sua cadeira, quando o ônibus deu partido, seu coração acelerou e sua barriga gelou. Ele estava muito nervoso.

Eles ficaram a primeira hora conversando, porém quando o assunto acabou, todos se calaram e se contentaram em observar a estrada, e os campos verdes que passavam velozes pelas janelas. Conforme o tempo passava, Harry ia ficando mais tenso, apesar de saber que a viagem duraria quase três horas de ônibus, e que nem chegara à metade, ele não conseguia conter o nervosismo que se espalhava rapidamente pelo seu corpo. Seus sentimentos estavam difusos, Harry não fazia idéia se estava feliz em visitar Godric’s Hollow ou se aquela viagem só faria mal a ele. Porém uma certeza ele tinha, ele estava finalmente preparado para visitar o túmulo de seus pais.
O sol foi se erguendo lentamente, o ônibus seguia veloz e quase solitário pelas estradas esburacadas do interior Inglês.
- É melhor desfazer a barreira, pois logo iremos chegar.
Hermione, com o mesmo gesto fez outro estalo surgir, porém agora eles ouviam o motorista mudando de marcha.
Passou-se um tempo e eles conversaram apenas sobre assuntos corriqueiros, sem nenhum sigilo.
- Chegamos! – anunciou o motorista perto do meio dia, diminuindo a velocidade.
Eles desembarcaram apanharam suas malas e seguiram, havia uma placa com teias de aranha e enferrujada que dizia.
“Godric’s Hollow”. Atrás dela estendia-se uma estradinha de terra, que levava ao interior de um bosque. Harry respirou fundo e disse.
- É isso ai.
Eles andaram por essa estrada, passaram pelas arvores baixas e volumosas, até chegarem finalmente a uma rua que estava asfaltada.
Era pequena, e todos se locomoviam usando bicicletas. Um pequeno bar era o local mais movimentado da cidade. Eles se dirigiram ao estabelecimento e perguntaram à um homem gordo com a barba mal-feita.
- Onde podemos achar algum lugar para dormir? – perguntou Harry.
- Ali na pensão. No fim da rua! – falou o homem com o hálito ruim e com a voz tremula, com certeza estava bêbado.
Saíram o mais rápido possível daquele local que fedia à suor. Foram até a pensão indicada, não era muito boa, porém daria para passar apenas uma noite nela.
- Vamos ter que dormir juntos novamente! – falou Harry para Hermione.
- Ah... Tudo bem. Vou comprar um pijama hoje. – falou Hermione desapontada.
Eles subiram ao quarto, arrumaram as três camas apertadas e depois desceram, voltando à rua.
- Para onde você que ir primeiro, Harry? – perguntou Rony, enquanto andavam pela rua.
- Acho que quero ver onde meus pais passaram seus últimos momentos. Pelo que soube, ela fica na colina. – eles olharam, havia um morro com grama verde, e no alto, uma construção pouco visível.
- Deve ser aquela casa.
Os três jovens andavam pelas ruas observando tudo, as ruas tranqüilas faziam parecer que Godric’s Hollow não passava de um vilarejo fantasma.
Assim que chegaram ao pé da colina visualizaram melhor a casa, era um sobrado branco, embora o tempo fizesse com que as paredes ficassem sujas. A porta ainda estava arrombada, as janelas estilhaçadas. E o ar que circulava perto dela parecia mais pesado.
Foram subindo a rua temendo o que encontrariam no interior da casa. Harry, porém imaginava como sua vida seria totalmente diferente, se ele ainda morasse ali, feliz com seus pais.
Chegaram finalmente ao topo. Estavam de frente com a casa. A pequena cerca de madeira corrompida pelos cupins estava aberta, provavelmente, uma das últimas pessoas que abriu ela fora Voldemort. Eles cruzaram a cerca e andaram pelo jardim dominado pelo mato. A porta estava jogada no chão, havia marcas da explosão que fez voar. Harry adentrou e seu coração disparou. Os moveis estavam destruídos e jogados por todo o canto da sala. Havia pratos quebrados, copos, a mesa e os sofás estavam revirados, e encostados na parede. Aquele fora o local onde o pai de Harry e Voldemort duelaram. E ao pé da escada velha, fora onde Tiago morrera. No chão, havia uma foto muito bonita. Era Tiago e Lílian Potter acenando para quem visse, os dois estavam felizes.
Harry subiu a escada, passou pelos quartos, alguns destruídos também, porém os outros estavam intactos.
Andaram por todos os quartos, só faltava o último, que estava com a porta também derrubada. Harry entrou e viu, o berço onde ele dormia na noite do assassinato. Os móveis também estavam quebrados, com exceção do berço. Na frente dele, havia marcas de sangue, apesar do Avada Kedrava não fazer cortes, Harry tinha certeza que sua mãe tentara se defender, atacando e sendo atacada, antes de morrer. Uma fúria encheu seu coração ao se lembrar dos gritos que ele ouvia quando os dementadores se aproximavam.
“O Harry não! Por favor, me mate, mas deixe o Harry em paz.”
Lágrimas escorreram pela face pálida de Harry, ele tentou imaginar o quanto eles não sofreram, tentando protegê-lo.
- Vamos embora. – falou Harry, os amigos concordaram sem falar nada. Eles desciam as escadas, se dirigiam à porta, quando Harry deu uma última olhada na sala.
De repente, ele sentiu seus olhos revirarem, uma agonia tomar conta do seu corpo, os gritos de Hermione ficar distante. Parecia estar morrendo, quando um filme passou por sua cabeça.
- Tiago, segure um pouco o Harry. Ele não para de chorar e meus braços já estão cansados! – falou Lílian entregando Harry aos braços do pai.
- Claro meu amor! – aceitou Tiago, beijando a testa de Lílian, com amor. Eles sentaram no sofá, Tiago tentando distrair o choroso Harry.
Assim que o garoto, ainda sem cicatriz parou de chorar Lílian voltou a falar.
- Ah amor. Eu estou com tanto medo, não sei... Pode ser bobeira minha, mas eu acho que você não deveria ter confiado o nosso segredo à Pedro.
- Eu também preferiria que o Almofadinhas fosse o nosso confidente, mas ele insistiu para que eu contasse ao Rabicho.
- Mas eu acho que se Rabicho for torturado e interrogado por Você-Sabe-Quem ele acabará dizendo.
- Não se preocupe amor. – Tiago abraçou a amada Dumbledore prometeu que iria nos vigiar e que mandaria alguém ficar na cola de Rabicho.
- Quem?
- Ele mandou o Aluado. Parece que ele também não confia muito em Rabicho.

No lado de fora, Dumbledore mantinha sua guarda, no pé da colina, escondido, esperando o mal que nunca vinha. Talvez fosse a hora de deixar as vigias de Tiago e Lílian, Voldemort não aparecera nenhuma vez, e Lupin não dera notícias de comportamento estranho de Pedro Pettigrew.
Minerva, a gata fazia a ronda noturna pela cidade, como forma de gato. Eles ficariam até o amanhecer, quando a outra dupla de guardas chegaria. Tiago e Lílian estavam sob proteção durante 24 horas.
Dumbledore estava calmo, quando um estalo conhecido se fez na colina. Ele se virou numa fração de segundo e avistou, um vulto com uma capa negra se encaminhando para a porta.

- Tiago! Ouvi alguma coisa, deve ser alguém aparatando! – falou Lílian tremendo.
- Segure o Harry, eu vou ver o que é! – falou Tiago, dando o último beijo na mulher que amava.
Ele foi até a janela e viu o vulto preto andando em direção à porta. Os olhos vermelhos estavam concentrados na casa.
- Lílian! É ele corra pra cima e leve o Harry! Eu cuido desse maldito! – Lílian Evans Potter, que tinha belos olhos verdes correu para o andar de cima e se trancou no quarto de Harry.
- Colloportus! – falou Tiago e a porta se trancou magicamente.
- Alorromora. – falou uma voz fria do outro lado. – Ora Tiago, acha que pode impedir que eu entre? Bombarda!
A porta voou sobre Tiago Potter, que caiu sentado. Se levantou num pulo, e viu Voldemort com mais quatro Comensais.
- Fiquem aqui e não permitam que ninguém entre! – os quatro servos pararam como uma barreira humana, tampando a passagem
- Se asqueroso! O que quer aqui! Estupefaça!
- Protego! Seu verme, acha que pode medir forças com Lord Voldemort? Crucio!
Tiago caiu no chão contorcendo-se, ele gritava de dor, estava sendo torturado mentalmente e fisicamente. Até que depois de alguns minutos, a dor alucinante cessou.
- Você é uma cobra! Idiota! – urrou Tiago – Expelliarmus! Estupefaça! BOMBARDA!
Somente um ataque acertou Voldemort, ainda que parcialmente, fazendo-o somente dar dói passos para trás.
- Já chega, sua vida acaba aqui! Avada Kedavra!
Um lampejo de luz verde voou contra Tiago, que caiu no chão, morto.
Voldemort passou pelo cadáver pisando no abdome e subiu a escada.

Enquanto isso, pelo lado de fora, Dumbledore subia a colina correndo, quando chegou se deparou com quatro Comensais tampando a porta e a Marca Negra flutuando sobre a propriedade.
- Bombarda! – gritou Dumbledore e todos os Comensais voaram, sem tempo de reagirem, Dumbledore atravessou e entrou na sala. Deparou-se com tudo destruído e o corpo do jovem Tiago Potter caído ao pé da escada. No andar de cima, Voldemort entrava em todos os cômodos, porém todos estavam vazios, até chegar ao último que estava trancado.
- Te achei, tola! – ele explodiu a porta também, Lílian gritou de agonia e colocou Harry rápido no berço.
- Seu maridinho já esta morta. E agora vou matar seu filhinho, enquanto você o vê morrer. Depois matarei você para acabar de vez com a família Potter!
- Não! Seu nojento! – ela apontou a varinha a ele, com as mãos tremulas. – Estupefaça!
- Protego! Crucio! – Lílian começou a se contorcer de dor também, o pequeno Harry chorava.
A dor cessou e Voldemort se dirigia ao berço. Lílian se levantou ofegante pela tortura.
- Avada... – dizia, mas foi interrompido pelos gritos desesperados.
- O Harry não! Por favor, não mate o Harry! Me mate se quiser, mas deixe o Harry!
- Saia da frente garota tola!
- O HARRY NÃO!
- AVADA KEDAVRA! – o lampejo de luz verde ia em direção ao bebê, porém Lílian se atirou na frente.

Dumbledore, ainda na sala, ouviu os gritos desesperados por misericórdia. Ele subiu os degraus de dois em dois e chegou ao patamar de cima. No momento em que ele chegou Voldemort dizia.
- Sem problemas, apenas será menos doloroso para você. Avada Kedavra! – falou ele apontando a varinha ao bebê.
Dumbledore correu para dentro do quarto, mas parou na porta. Observando o que acontecia.
O feitiço bateu em Harry e voltou-se para Voldemort, fazendo uma explosão de luzes, era espantosa a cena. Voldemort berrando de dor, na frente do cadáver de Lílian, até que seu corpo começou a evaporar e um semi-espírito saiu voando pela janela. Suas vestes e sua varinha ficaram no chão. Dumbledore correu até o berço e pegou Harry no colo. Apesar de noite tenebrosa ele olhou para o bebê e sorriu.
- Harry Potter... O Menino que Sobreviveu.
Neste instante Minerva McGonagall apareceu na porta, seu rosto estava branco e uma expressão de terror dominava sua face.
- O que aconteceu aqui Alvo? Quando voltei da ronda você não estava no posto de guarda, aí quando chego aqui vejo Comensais caídos na porta, Tiago morto na sala e Lílian no quarto, com você segurando Harry.
- Voldemort esteve aqui. – falou Dumbledore com melancolia.
- E você o matou, impediu que Harry fosse morto também?
- Na verdade não. Ele matou Tiago e Lílian, mas quando foi matar Harry, esqueceu-se da proteção do amor. O feitiço voltou-se contra ele.
- Então ele morreu?
- Ainda não, está num estado de semi-espírito. Mas o que importa é que Harry sobreviveu. Ah, Minerva, mande chamar Hagrid e Sirius!
Algum tempo se passou e Sirius apareceu montado numa moto voadora. Hagrid veio logo depois, com Minerva.
- O que aconteceu? – perguntaram os dois em uníssono.
- Depois explico. Agora Hagrid e Sirius, levem aqueles Comensais da Morte para Azkaban e depois vão à Rua dos Alfeneiros, com Harry. Minerva venha comigo, preciso cuidar de alguns detalhes antes de entregar Harry aos tios.
- Pode deixar que eu levo os Comensais e depois Harry.
- Eu não vou. Tenho que pegar um rato! Hagrid use minha moto! – falou Sirius, aparatando furioso.


Neste momento, Harry saiu do transe. Voltou novamente ao seu corpo. Estava sentado na porta, Hermione e Rony gritavam ao seu lado. Sua cabeça doía muito.
- Harry! O que aconteceu? – perguntou Hermione em lágrimas.
- Eu vi como aconteceu. Não sei como, mas acabei de presenciar a noite em que meus pais morreram. Dumbledore estava vigiando minha casa. Ele quase chegou a tempo. Voldemort, ele matou meus pais de maneira cruel!
- O que está falando Harry?
Harry explicou em detalhes a cena da noite que os Potter foram assassinados.

- Vamos ao cemitério.
Eles andaram pela cidade, procurando o cemitério, não foi difícil achá-lo. Cruzaram o portão e se dirigiram ao fundo. O coração de Harry o guiava. Eles chegaram, era uma das últimas lápides, estava escrito.
Tiago e Lílian Potter.
Que o amor prevaleça por toda a eternidade.
- Olá pai, olá mãe! – falou Harry, para os túmulos. – Acabei de ver, como vocês sofreram para me salvar. Só tenho uma coisa a dizer. Obrigado... Obrigado por me salvarem, obrigado por lutarem. E eu prometo, irei matá-lo, irei acabar com todo o mal que ele fez, com vocês e com todos os outros.
Uma lagrima caiu sobre a lápide de Lílian. Harry passou mais algum tempo, chorando no cemitério. Até que decidiu voltar à pensão e ficar lá até o dia seguinte. Aproveitou para refletir sozinho, enquanto Hermione e Rony iam comprar pijama para a amiga.
A noite chegou junto com o animo de Harry. Aquele tempo sozinho foi essencial para que ele se pudesse se recompor. Uma coisa ele havia aprendido com Brom e principalmente com Dumbledore, não se deve temer o inimigo e não ficar lamentando a morte das pessoas. Outra coisa de extrema importância, era que sempre, se devia usar a força do amor e não o ódio, pois era isso que diferenciava Harry de Voldemort.
Ele dormiu rápido, pensando anda na cena que ele vira.

- POTTER! ACORDE JÁ! TEMOS MUITA PRESSA! – a voz penetrante da diretora McGonagall fez Harry acordar com um tremendo susto.
- O que aconteceu diretora? – perguntou Harry, curioso.
- Um desastre enorme! E nós temos que ir rápido!
- Mas diga o que aconteceu! – falou Harry impaciente







N/A: Obrigado pelas visitas e muito obrigado também ao comentário e ao voto!
Aqui está o capítulo, espero que gostem!

Jonss

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