Londres Trouxa.



- Mione, Mione... É simples: nós vamos para a Londres dos trouxas, e não para a dos bruxos.
- O quê?
- Nós não vamos para o Beco Diagonal, que deve estar realmente vazio e perigoso, vamos pra onde ninguém tem medo de nada, num lugar onde as pessoas não saibam o que está acontecendo. Vamos passear pela Londres trouxa, olhar vitrines e comprar produtos trouxas... Ninguém poderá imaginar aonde nós vamos, pouquíssimos bruxos se misturam com trouxas dessa forma. Nós vamos ser um deles, é simples. O que você acha?
- Bem, se só houver trouxas, e com alguém da Ordem... - disse ela pensativa. - Ah Harry, quer saber, eu já não agüento mais também... Preciso respirar. Está combinado, avise o Lupin e veja quem poderá nos acompanhar...
Hermione abriu um sorriso radiante, nesse momento Harry se sentiu imensamente feliz com a idéia de sair, mesmo que por pouco tempo, daquela casa, já se sentia sufocado ali dentro.
- Ótimo... Vou subir para escrever para o Lupin. Você ainda vai demorar?
- Não... Vou ler um pouco na sala.
- Tá, então... Estou indo... - Harry saiu da cozinha e subiu as escadas de três em três degraus, entrou em seu quarto, sentou-se à escrivaninha, pegou um pedaço de pergaminho e escreveu:

Caro Lupin,
Antes de vir pra cá, perguntei a Sra. Weasley se eu e Hermione teríamos permissão para sairmos dessa casa, ela disse que sim, uma vez e com alguém da Ordem. Por isso estou lhe escrevendo, gostaria de solicitar alguém da Ordem para nos acompanhar, até Londres, amanhã. Espero sua resposta,
Harry.


Harry amarrou o pergaminho a perna de Edwiges e esta saiu voando pela porta da sacada, o rapaz ficou observando a coruja sumir na noite. Depois se sentou em sua cama e pegou o Quadribol através dos séculos para ler e se distrair, pela milionésima vez. Uma hora depois, Edwiges entrou no quarto e pousou no travesseiro, ao lado de Harry. Ele pegou o pergaminho que a coruja carregava, abriu e leu:

Harry,
Sei que é difícil estar confinado aí nessa casa, mas acho realmente desnecessário e perigoso esse passeio a Londres. Porém, Molly insistiu para que eu os deixasse ir, antes mesmo dela ir viajar, e que mandasse alguém para cuidar de sua segurança, então é isso que farei. Não se preocupem, vocês não verão o membro da Ordem que irá acompanhá-los, pois ele estará usando uma Capa da Invisibilidade, porém, a partir do momento que vocês saírem de casa, estarão seguros com esse membro. Ele estará no Largo Grimmauldi a partir das nove horas. Tomem muito cuidado e tenham juízo.

Remo Lupin
Lembrem-se: VIGILÂNCIA CONSTANTE!
Moody.


Harry ficou muito feliz, e fez uma nota mental: Lembrar de agradecer a Sra. Weasley. O rapaz desceu correndo e quando chegou à sala encontrou Hermione dormindo como um anjo no sofá. Ele se aproximou, ela estava deitada com um livro sobre a barriga e uma das mãos sobre o livro, a outra mão estava estendida para fora do sofá. Sua feição era serena, calma, tranqüila; seu peito subia e descia de forma lenta e profunda, acompanhando sua respiração. Harry ajoelhou-se ao seu lado, tirou o livro de cima da garota e juntou a mão estendida ao corpo dela. Tirou a mecha de cabelo que lhe cobria os olhos e acariciou-lhe o rosto. Como era bom tocá-la, como era bom senti-la... Hermione abriu os olhos lentamente e disse num sussurro:
- Acho que peguei no sono...
- Ah, Mione, me desculpe, eu não queria te acordar. - falou ele, em voz baixa.
- Tudo bem Harry... Sem problemas. Falou com a Ordem?
- Mandei uma mensagem para o Lupin e ele já respondeu, temos a permissão pra sair, e teremos um membro da Ordem junto conosco, só que coberto por uma Capa da Invisibilidade... Não Mione, não se levante, volte a dormir, não foi minha intenção te acordar. - a garota queria levantar, mas foi impedida por Harry.
- Eu preciso dormir na minha cama... - ela deu um enorme bocejo, e se deixou cair de volta no sofá, fechando os olhos. - Não sei porque estou com tanto sono, dormi até tarde hoje... - quando se deu conta, Harry estava carregando-a nos braços, já estava começando a subir a escada. - Não Harry, não precisa, me põe no chão...
- Não, vou te levar até o seu quarto... Eu acordei você, é mais do que justo...
Ela não contestou, fechou os olhos mais uma vez, passou os braços pelo pescoço de Harry e se deixou levar, só os abriu de novo quando sentiu ser colocada em sua cama. Harry deitou-a e a olhou, ela ainda estava com os braços nele. Era praticamente impossível resistir. Sozinhos, no quarto escuro, iluminado apenas pelo luar que entrava pala janela, tão perto. A luz da lua refletia branca e reluzente nos olhos de ambos. Hermione que sempre fora tão racional, sentia alguma coisa diferente, queria beijá-lo, “Não posso beijá-lo, é meu amigo, meu irmão... O que está acontecendo? De novo? Não!” E antes que se desse conta estava acariciando o rosto de Harry, o cabelo dele. Ela queria saber o que estava acontecendo, precisava saber.
- Por que...? - ela começou, mas ele a interrompeu levando o dedo indicador os lábios dela. Hermione não pode conter um arrepio que correu por todo seu corpo.
- Não diga nada... Deixe-me dizer. Mione, eu sei que você tem certeza que quer ir comigo a caça as Horcruxes, mas pode ser muito perigoso. Eu, por mim, ah, seu eu pudesse... Te proibiria de ir, não quero você correndo perigo por minha causa e...
Foi a vez de Hermione fazê-lo se calar, com o mesmo gesto que ele a fizera. Foi possível sentir um tremor passar pelo corpo dele.
- Não comece Harry, está decidido, vou com você pra onde você for... Sempre com você, sempre juntos...
Harry foi se aproximando dela, e ela dele. “Não, não, não!” dizia uma voz na cabeça de ambos. Ele queria, ele precisava, o corpo dele urrava de vontade de tocá-la. “Mas isso não pode acontecer, não pode... Eu não posso, nós não podemos. O QUE É QUE ESTÁ CONTECENDO? PARE COM ISSO, JÁ!”
- Boa noite, Mione. - disse ele, desviando e beijando a bochecha dela, como se acordasse de um transe.
- Boa noite, Harry. - respondeu ela, desapontada. “Porque eu estou desapontada? Deveria estar feliz por ele ter ido embora, e não desapontada!”.
O rapaz saiu do quarto e fechou a porta, encostou-se nela e foi escorregando até sentar-se no chão. Como podia se sentir daquele jeito? Como podia fazer aquilo? Por que eles faziam aquilo? O que, exatamente, estava acontecendo? Ele não conseguia achar respostas, a única coisa da qual ele tinha certeza era que nunca tinha ficado tão confuso em toda sua vida.



Harry abriu os olhos e os fechou logo em seguida, uma claridade ofuscante entrava no quarto, através da porta aberta da sacada. Ele se sentou, apanhou o relógio, que estava no criado mudo, e constatou que eram oito horas. Levantou foi até o banheiro, tomou banho, escovou os dentes, tentou arrumar o cabelo, e foi para o quarto enrolado numa toalha. Parou em frente o guarda-roupa, abriu a porta e ficou olhando... Olhou demais e no fim optou por uma calça jeans e uma camiseta preta.
Saiu do quarto e já começara a descer a escada quando se perguntou se Hermione ainda estaria dormindo. Decidiu chamá-la, foi até a porta e bateu, não houve resposta, Harry insistiu, porém foi inútil. O rapaz girou a maçaneta e abriu a porta devagar entrou no quarto e viu que Hermione não estava na cama, provavelmente estava no banheiro. Harry já estava se virando para sair quando alguma coisa passou pela suas pernas, ele olhou e viu Bichento, com alguma coisa na boca, rondando-o.
- Bom dia, Bichento... - disse o rapaz distraidamente, indo em direção a porta. Mas parou quando ouviu um barulho de maçaneta virando, depois o ranger de uma porta abrindo. Harry se virou e viu a porta do banheiro abrir revelando uma Hermione ainda molhada, com uma toalha enrolada no corpo.
- Bichento, devolve minha blusa, seu gato safado! - disse ela brava, sem notar a presença de Harry. - Volte aqui...
Ela parou de chofre quando viu Harry, o olhou com a testa enrugada e a sobrancelha levantada. Parecia estar muito brava.
- O que você está fazendo aqui?
- Pensei que estivesse dormindo e...
- Invadiu meu quarto!
- Não, eu não invadi!
- Ah não? Por que será que você me pegou só de toalha? Porque eu quis!? – ela indagou, com ironia. - Você invadiu sim... Agora vai embora, e deixe que eu me vista pelo menos!
Ela foi empurrando Harry pra fora do quarto, depois pegou Bichento e se fechou no quarto mais uma vez. O rapaz não entendeu nada. Desceu e encontrou um excelente café da manhã posto a mesa. Frutas, pães, bolos, biscoitos e mais uma infinidade de sucos e coisas deliciosas. Harry abriu um sorriso largo.
- Dobby?
- Sim, Harry Potter senhor? - respondeu uma Dobby extremamente feliz, saindo de trás do fogão.
- Você é realmente muito bom... Dá uma olhada nisso, você deve ter levado um tempão pra preparar!
- Não, imagine, senhor. Dobby fez porque Dobby gosta de agradar Harry Potter que é tão bom com Dobby.
- Muito obrigado Dobby, está tudo maravilhoso, obrigado mesmo.
- Por nada Harry Potter, por nada.
Harry se sentou, a fim de esperar Hermione para tomarem café juntos, mas desistiu, meia hora depois ele levantou para ir chamá-la. Estava com fome e já esperara demais. Quando chegou ao pé da escada, parou. Seu corpo não se movia, não correspondia ao cérebro. Estava paralisado, simplesmente imóvel com a visão dela descendo a escada.
Hermione descia a escada lentamente (ou eram os olhos de Harry que estavam vendo tudo em câmera lenta), estava simplesmente linda: usava uma saia de pregas, de um tecido muito leve, acompanhava os movimentos que ela fazia, rosa-bebê, que ia até um pouco acima dos joelhos, e uma blusinha branca com pequenas borboletas feitas de lantejoula da mesma cor; uma sandália baixinha, prateada. Cabelo solto e levemente ondulado. “Perfeita!” pensou Harry, enquanto a olhava “Pára com isso, pára de pensar em besteira...”
- Harry? Hei... Harry? Acorda, o que foi que te deu? - perguntou ela, dando tapas no braço dele. - Parece que está dormindo... Já estava indo lá em cima me chamar, né?
- É, você estava demorando muito. - disse ele, sem prestar muita atenção.
- Vamos então, estou com fome. - ela passou por ele, em direção a cozinha. Harry sentiu aquele mesmo perfume doce que o embriagara duas vezes... “Ah, como eu queria uma terceira, quarta, quinta vez...” ele estava enlouquecendo “Pára, pára... É melhor parar antes que seja tarde demais...”
Harry e Hermione seguiram para cozinha, ele entrou e se sentou em uma das cadeiras, mas ela parou na porta e ficou olhando pra mesa maravilhosa que Dobby havia preparado.
- Uau, Dobby é muito bom mesmo, dá uma olhada... Que maravilha!- disse ela quando se sentou.
Os dois passaram um bom tempo comendo, depois, satisfeitíssimos com a refeição foram para sala. Antes de saírem, Harry perguntou:
- Você está levando sua varinha?
- Estou sim, e você está com a sua capa?
- Sim, mas... Onde você guardou sua varinha, porque não tem bolsos, nem nada na sua roupa.
Hermione riu e puxou a saia um ligeiramente pra cima. Lá estava a varinha dela, cuidadosamente amarrada a perna da garota.
- Hum, então... O.k.. Vamos?
- Vamos... Você pegou dinheiro trouxa?
- Peguei e você?
- Também.
Harry abriu a porta para Hermione, ela passou seguida por ele. A porta fechou e casa desapareceu.
Eles foram andando até o ponto de ônibus, depois de um pouco de espera, tomaram um com destino ao centro Londres. Foi uma viagem tranqüila, os dois conversaram bastante durante o trajeto, quando estavam quase chegando, Hermione falou:
- Harry, me desculpe se fui grossa ou estúpida com você, quando você entrou no meu quarto. Sei que você não queria invadir, nem nada disso...
- Tudo bem Mione, sem problemas, mas por que você estava tão brava?
- Não sei o que é que está acontecendo com Bichento. É terceira blusa minha que ele devora... Ele anda meio louco, se comporta de maneira estranha, desde que chegamos à mansão.
- Deve estar entediado, assim como nós. Ou ele está passando fome! - brincou Harry. O ônibus parou na mesma avenida que ficava O Caldeirão Furado, eles desceram e começaram a caminhar pela calçada, paravam em vitrines, entravam em lojas, os olhos de Hermione brilhavam cada vez que passavam por uma livraria. Ela entrava e se divertia por demorados minutos, olhando título por título.
- Mas, Hermione, entenda, esses livros são de trouxas, não tem nada a ver com que ensinam em Hogwarts, pra que olhar tanto?
- Trouxa ou não, são livros. E são muito bons, você devia ler um pouco mais Harry. Ler é ampliar horizontes, você deveria ampliar os seus horizontes.
- Está me chamando de burro?
- Não, apenas desinformado!
A discussão durou até o momento que Hermione saiu da livraria carregada de livros. Andaram mais um bom tempo. Harry aproveitou para comprar umas roupas novas, já que as roupas trouxas que ele tinha, em grande parte haviam pertencido a Duda. Foi uma experiência muito interessante, ele nunca tinha comprado roupas pra si mesmo, com exceção das roupas de Hogwarts. Experimentou várias, e com a ajuda de Hermione saiu da loja cheio de sacolas.
- Foi muito bom nós termos guardado algum dinheiro trouxa. - disse Harry, contente.
- Foi sim, mas o melhor foi Gui ter trocado o dinheiro bruxo pelo trouxa, antes de ir viajar... Ah que maravilha!- exclamou Hermione, passando por uma vitrine cheia de livros.
- Mais uma livraria não, Hermione!
- Ah, Harry... Por que não?
- Já fomos a umas três ou quatro... Todas elas têm os mesmos livros.
- Por favor, só mais essa... Prometo! - Ela fez uma cara que desmanchou Harry.
- Tá, tá bom, só mais essa!- ela abriu um sorriso radiante. - Mas depois que a gente comer, já estou com fome... - ele olhou pro relógio- Já são duas horas, o tempo passou voando. Mas onde nós vamos comer?
- Hum... Que tal Mc Donald’s?
- Isso, faz tanto tempo, nem me lembro da última vez que comi num Mc Donald’s.
Havia um Mc Donald’s de um lado da livraria, do outro havia uma ruazinha estreita, escura, deserta e sem saída, era tão estreita que não passava sequer um carro. Os garotos entraram no restaurante, fizeram o pedido, depois sentaram em uma das mesinhas e mataram a vontade.
- Por que os bruxos não conseguem fazer isso? Nossa, é o melhor lanche do mundo, não tem pra ninguém... - dizia Harry, começando seu segundo lanche, parecendo criança.
Hermione apenas riu, vendo-o devorar o lanche com vontade.
Eles terminaram de comer, e estavam saindo do restaurante quando Harry se lembrou:
- Eu não vou embora sem tomar sorvete.
- Ah Harry, mas e a livraria?
- Vai indo, eu te encontro lá, só vou comprar o sorvete, você quer?
- Sim, chocolate, por favor!
- Te vejo na livraria, não sai de lá, hein?
- Ah, claro, vou sair voando... - disse ela. Depois seguiu para frente da vitrine e ficou olhando antes de entrar. De repente alguma coisa esbarrou nela.
- Desculpe, eu não te vi... - disse ela se recuperando do susto. Mal sabia que o susto maior seria quando olhasse para pessoas na qual ela havia esbarrado.


***
N/a: Sem N/a dessa vez.
Vocês sabem o que fazer, né?
Hauhsuahsuahsuhaushaushuas

Só uma pergunta: Quem esbarrou em Hermione?

Acho que a resposta vai ser o presente de Natal de vocês.
=D


Beijoooos.
Muito obrigada por tudo, amo vocês.




Paulinha.

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