Expresso Hogwarts.



- Harry... Harry, acorda! – disse Hermione, ao ouvido de Harry.
O rapaz abriu os olhos lentamente, deu-se conta que estava esparramado na cama de Hermione, com um lençol enrolado no corpo, deitado de barriga pra baixo, todo torto. Ele levantou a cabeça e olhou para Hermione. Ela estava ajoelhada no chão, ao seu lado, quando viu que ele acordara se levantou. Estava inteiramente vestida com uma saia jeans e uma frente única branca. Carregava sua escova de cabelo na mão.
- Levanta Harry, se não vai se atrasar... – disse ela, enquanto penteava o cabelo.
- Que horas são?
- Sete.
- Sete? Ainda é cedo.
- Sim, eu sei. Mas, provavelmente a Sra. Weasley vai te acordar, e você não está no seu quarto.
Ele suspirou, se virou e sentou.
- Como está se sentindo? – perguntou ela, largando a escova e sentando ao lado de Harry.
- Bem... Bem melhor... Você me faz muito bem. - disse ele, sem olhar pra ela.
- Bom dia pra você também! – disse ela, sorrindo, dando um beijo na bochecha dele. – Ganhei meu dia hoje, obrigada!
Ele sorriu e se levantou, caiu na gargalhada.
- Que foi? – perguntou Hermione.
- Imagine se Rony visse isso? – disse ele apontando para o próprio peito, sem camisa.
- Huuu, iria ficar muito bravo, muito mesmo. – disse ela, rindo também.
- Obrigado por tudo.
- Precisando, é só me procurar, estarei sempre colada em você!- disse ela, num sorriso.
- Sei que estará. - disse ele, caminhando até ela dando um beijo em sua testa.
Harry se virou e foi até a porta, quando colocou a mão na maçaneta, virou e olhou Hermione de cima a baixo.
- Melhor você colocar uma calça, se não vai acabar matando do coração os pobres coitados que passarem por você. – disse ele sorrindo, mas firme. Ela sorriu em resposta e não ligou para o que ele falou.
Harry saiu do quarto de Hermione, entrou no seu, tomou um banho e se vestiu, checou seu malão (só porque não tinha nada o que fazer, pois sabia que nada estaria faltando.) depois desceu, encontrou na cozinha os Srs. Weasley e Gina, tomando café da manha.
- Olá Harry, querido, bom dia. Sente-se aqui. Por que levantou tão cedo? Pode aparatar agora, poderá sair mais tarde.
- Sei lá... Acordei e não consegui dormir mais. E vocês, por que acordaram tão cedo? – perguntou ele, se sentando ao lado de Gina que parecia estar com muito sono e cumprimentando o Sr. Weasley.
- Vamos levar Gina com o Noitebus. Sabe, ela ainda não pode aparatar. - explicou ela, enquanto servia a Harry dois pratos, um com um generoso pedaço de bolo e outro com ovos mexidos com bacon. Uma jarra de suco e um copo enorme.
- Hum, imagino, então que já estão saindo. - disse ele, abocanhando com gosto uma colherada particularmente grande de bacon.
- Sim, sim querido. Não é Arthur? – falou a Sra. Weasley num tom enérgico, fazendo o Sr. Weasley pular em sua cadeira.
- Sim Molly, sim. – disse ele se levantando com dificuldade. – Vamos Gina.
Gina levantou e sussurrou um ‘Até logo’ pra Harry.
- Vocês vão aparatar acompanhados de Remo e Moody. Eles estarão aqui daqui a pouco. Até logo querido.
- Até. – disse Harry, vendo os três ruivos saírem da cozinha. Depois voltou aos seus pratos, quando terminou, dirigiu-se até o forno para apanhar mais um pedaço de bolo quando ouviu passos próximos, bem atrás dele.
- Oi. - disse Hermione, por cima de seu ombro. Ela ainda estava de saia e agora, seu cabelo sustentava um lindo rabo de cavalo, sua franja comprida estava jogada de lado, caindo-lhe, delicadamente, sobre os olhos. – Hum, isso me parece delicioso.
Harry pegou outro prato e colocou um pedaço para Hermione, enquanto ela o observava. Ele entregou o prato pra ela.
- Obrigada. – eles se sentaram e ele serviu suco pra ela. Ela provou o bolo. – Hum... Bom demais!
Eles comeram tudo, e repetiram. Quando estavam finalizando seus copos de suco, Rony apareceu acompanhado de Fleur e Gui que parecia ligeiramente saltitante ao andar.
Todos se sentaram e comeram. Minutos depois Lupin e Moody chegaram e se renderam á alguns pedaços de bolo também.
- Falta uma hora para o embarque, que tal pegar suas malas, esperamos vocês na sala. – disse Lupin.
O trio subiu e com feitiços desceram suas malas e seus bichos de estimação, se despediram de Gui e Fleur, Harry e Hermione demoraram nessa despedida, que foi feita em meios a soluços, lágrimas e abraços, porém em sussurros e olhares de cumplicidade. Os outros três estranharam, mas não disseram nada. Harry ainda foi atrás de Dobby e lhe entregou um grande saco cheio de galeões, os olhos do elfo se inundaram de água e ele chorou loucamente na barra da calça de Harry.
Saíram da casa de Harry, seguiram para praça e aparataram, verificando a presença dos trouxas. Havia apenas uma velhinha andando pela calçada, Fleur foi até ela e inventou um assunto qualquer e a vez virar de costas para o resto do grupo.
Harry, Rony, Hermione, Lupin e Moody apareceram já na plataforma, não muito cheia, pois ainda faltava meia hora para o embarque. Os garotos entraram, pegaram uma cabine e deixaram suas malas lá, depois tornaram a sair do trem onde viram os Srs. Weasley estavam chegando com Gina.
- Façam uma boa viagem meninos, e tomem cuidado, tenham juízo, não saiam fazendo besteiras e pelo amor de Deus, respeitem as regras, principalmente o toque de recolher. – disse a Sra. Weasley, séria. Depois a mulher abraçou cada um dos garotos e deu um beijo na bochecha. A plataforma começou a se encher, ao primeiro apito do Expresso, os alunos alvoroçados ouviam os avisos de ultima hora dos pais ou procuravam uma cabine no trem.
- Adeus, adeus. Espero vê-los em breve. Mandaremos avisos sobre as reuniões. – disse o Sr. Weasley apertando a mão dos garotos.
- Como? – perguntou Hermione, apertando a mão de Lupin, em seguida a de Moody.
- Harry sabe muito bem como fazer. – disse o Sr. Weasley com uma piscadela pra Harry.
- Tenham um bom ano letivo. Se cuidem. Não façam loucuras. – disse Lupin, abraçando Harry. – Tonks mandou ‘oi’ para vocês, e um bom ano letivo também.
- Obrigado. – disseram os garotos.
- Lembrem-se, vigilância constante. - rosnou Moody.
Os garotos assentiram com a cabeça e embarcaram no trem, andando atrás de sua cabine.
Harry, Rony e Hermione entraram, mas Gina disse alguma coisa como um ‘vou ficar em outra cabine’ e saiu pelo corredor cheio de estudantes. Harry foi o ultimo a entrar, fechou a porta e sentou-se.
- Reparou que não está tão cheio quanto era antes?- perguntou ele, pra Hermione.
- Sim, o número de estudantes reduziu. – disse ela. – Sinto muito Harry, mas eu e Rony temos que ir para o vagão dos monitores. Não vamos demorar.
- Tudo bem... – disse Harry, enquanto os outros dois deixavam a cabine.
Ele recostou a cabeça nas costas do acento e fechou os olhos. Só então se dera conta que fora dormir mais de duas da manha e acordara as sete. Estava exausto. Então, o sono o envolveu e ele dormiu.

Duas horas depois Harry abriu os olhos e viu o carrinho de doces. Levantou num pulo e comprou o máximo de coisas possíveis, para se manter acordado. Abriu a porta e parou ao lado do carrinho, escolhendo o que ia comer quando viu um pequeno grupo de meninas se aproximando, ele as olhou brevemente, mas seu olhar voltou pra uma delas.
- Olá Harry, como vai? – perguntou Cho Chang, com um sorriso loucamente exagerado com um olhar penetrante e malicioso.
- Estava bem até agora. – respondeu ele, ríspido, pagando os doces. Ela não ligou para a indiferença dele, jogou seus longos cabelos negros para trás e dirigiu sua atenção para os doces. Harry recolheu seus doces e olhou em volta, viu no fim do vagão longos cabelos castanhos, presos, cercado por um grupo de garotos, que pareciam pertencer ao sétimo ano.
O rapaz não pensou duas vezes, jogou seus doces dentro da cabine e caminhou até mais perto para observar, Cho o seguiu com o olhar, o viu parar e observar uma rodinha de garotos.

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- Então, Granger, acho que nós poderíamos relembrar as regras da escola juntos. Sabe, esqueci algumas, será que você não poderia me ajudar?
- Ah, eu adoraria Parker, só que não posso...
- Poderíamos sair juntos, só nos dois, para discutir as regras... – Ele estava com um olhar malicioso. Philip Parker era um estudante da Sonserina, o mais novo monitor da casa, depois que Malfoy deixou a escola. Tinha o cabelo loiro escuro, arrepiado por alguma poção, os olhos eram cor de mel, às vezes levemente esverdeado, um corpo sarado, bem definido. Muito bonito, mas mantinha o tom de voz habitual dos sonserinos, era arrogante. Estava cercado por um bando de garotos sonserinos também, todos olhavam maldosamente pra Hermione, na verdade olhavam para as pernas ou para o decote dela.
- Não, realmente não posso. - disse Hermione, desesperada, olhando em volta, viu Harry por perto, observando, como única alternativa lançou um olhar desesperado ao rapaz, na esperança que ele entendesse.
Harry, que estava de longe, onde via exatamente as costas de Parker, foi andando na direção da amiga para ajudá-la. Caminhou em passos fortes e decididos, viu todos os garotos da roda se afastando, quando finalmente chegou, só havia Parker e Hermione ali.
Parker, obviamente, não vira Harry chegar, pois estava de costas pra ele e muito ocupado em olhar para Hermione.
- Algum problema, Hermione? – perguntou Harry, sério. Parker virou-se bruscamente pra Harry, com raiva.
- Quem você pensa que é pra me interromper? – falou Parker, cheio de arrogância e grosseria, lançando a Harry um olhar de nojo.
- Harry Potter! – disse Harry, pura e simplesmente. Jamais achara, em toda sua vida que usaria sua fama a favor de si mesmo, teve uma prova de que estava redondamente enganado. Parker pareceu meio desconcertado, mas se manteve firme. A essa altura, a maioria das pessoas que estava no corredor, observavam a cena com interesse. Principalmente Cho.
- Grande coisa. Agora, se não se importa, eu estava conversando com a Granger aqui e eu não suporto ser interrompido.
- Mas... – disse Harry, porém Parker já dera as costas pra ele e voltara a falar com Hermione.
- Posso saber por que não? Por que não quer sair comigo? – perguntou Parker, se aproximando de Hermione com um sorriso arrasador.
- Porque... Bem... Porque... – Hermione não conseguia pensar em nada, olhou de um modo suplicante pra Harry, que fez a primeira coisa que lhe veio a cabeça.
O rapaz saiu da onde estava e deu a volta, colocando-se exatamente atrás de Hermione, passou uma de suas mãos pela cintura dela, abraçando-a por trás, com a outra, jogou o rabo de cavalo dela pra um ombro enquanto pousava seu queixo no outro. Hermione, que tinha uma sintonia incrível com Harry, logo entendeu, e enlaçou uma de suas mãos à mão de Harry em sua barriga.
- Porque ela tem namorado. - respondeu Harry, com um sorriso devastador.
Parker olhou a cena confuso, parecia não acreditar.
- Exatamente, tenho um namorado, por isso não posso sair com você. – disse Hermione sorrindo, enquanto sentia um beijo de Harry em seu pescoço, não pôde evitar um arrepio súbito que lhe correu o corpo.
- Mas, mas... – começou Parker.
- Mais nada, procure outra pra te relembrar as regras Parker, eu tenho mais o que fazer. – disse Hermione, virando-se pra Harry e dando um beijo demorado na bochecha dele.
O rosto de Parker se contorceu numa careta, como se fosse a primeira vez que tomara um fora.
- Ah... Você ainda cairá aos meus pés Granger, escreva isso. - vociferou ele, em voz baixa, fazendo apenas Harry e Hermione ouvi-lo.
- Claro que sim Parker e quando isso acontecer me interne num hospício. É caso de loucura crônica e irreversível. – falou ela, com um sorriso irônico, sendo puxada por Harry para sua cabine.
Parker ficou com a cara no chão. Saiu dali rapidamente e transtornado. Algumas pessoas que haviam visto a cena permaneceram e silêncio. Quando Harry e Hermione fecharam a porta de sua cabine, o corredor irrompeu murmúrios excitados e exclamações de surpresa.
Cho continuou parada onde estava, como se uma suspeita que ela sempre carregara tivesse sido confirmada. Um sorriso vingativo brotou nos lábios dela, enquanto via um simpático Parker entrar nervoso numa cabine.

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- Ah, meu Deus!- foi tudo que Hermione conseguiu dizer depois que Harry fechou a porta da cabine. Os dois caíram na gargalhada. – Eu não acredito que ele acreditou...
Ambos riam loucamente, lágrimas nasciam em seus olhos.
- Ele deve ser algum protótipo de Draco Malfoy mal sucedido. – disse Harry, se sentando e segurando a barriga que começara a doer.
- Foi... Foi... Hilário... A cara dele... Você viu a cara dele? – Hermione estava num estado deplorável, completamente vermelha e chorando.
- Terrível... Uma cara contorcida... Horrível!!!
- Foi uma excelente idéia Harry, meus parabéns. Ele caiu direitinho e o pior, ficou com a cara no chão na frente de um monte de gente. – ela parou de rir de repente. – Ah, meu Deus!!!
- Que foi? – perguntou Harry que ainda ria gostosamente.
- Um monte de gente viu... – disse ela, devagar. O encarou.
Caíram numa nova gargalhada.
- Enganamos boa parte de Hogwarts. – falou Harry, rolando de rir.
- Será que todos acreditaram?
- Claro que sim!
- Bem, fomos bem convincentes, não? – ela o encarou, voltaram a rir loucamente. Tomaram um susto quando a porta da cabine abriu.
- Está tudo bem? Hermione, você está sem ar? – perguntou Rony, preocupado, sentando ao lado da amiga.
Hermione o encarou, Rony com aquela cara de bobo e voltou a gargalhar, Harry a acompanhou.
- O que está havendo? – perguntou o ruivo, confuso.
- Acabamos de deixar Parker com a cara no chão. Você precisava ver a cara dele. – disse Hermione tentando se controlar.
- Que bom, aquele lá é uma imitação barata de Draco Malfoy. Merece ser humilhado. – disse Rony, encostando a cabeça no acento.
- Humilhado? Humilhado foi pouco. Rony foi o maior fora que ele já levou na vida! – disse Hermione, voltando a rir. Harry estava ficando roxo, numa tremedeira eletrizante.
- Fora? - perguntou Rony, encarando a amiga com os olhos arregalados.
- Sim, fora... Ele veio com uma conversa sem pé nem cabeça pra cima de mim... Ficou digno de pena! - dizia ela, respirando lentamente, pra passar o acesso de riso.
- Hum, o que foi que vocês fizeram? – perguntou Rony, interessado.
Harry, que já controlara o riso, e Hermione trocaram olhares. Nesse instante, Gina entrou na cabine afoita, seguida por Neville que estava ofegante e vermelho.
- É verdade? – perguntou Gina, olhando de Harry para Hermione.
- O que? – perguntou Harry.
- O que estão dizendo. É verdade? – perguntou Neville, ansioso.
- O que é que estão dizendo? – perguntou Hermione, quase sabendo a resposta.
- Que você e Harry estavam se agarrando no meio do corredor? – falou Gina, com grande interesse e com o olhar aguçado.
Harry e Hermione se olharam e caíram de novo na gargalhada. Os outros três os observavam de queixo caído. Sem entender.
- Eu...? Eu e Hermione? – murmurou Harry, num som quase irreconhecível.
- Sim, é o que eu ouvi no corredor, vindo pra cá. – disse Gina, olhando pra eles, séria. Neville olhava de um pra outro com a cara retorcida, como se fizesse força pra entender tal coisa. Rony permanecia quieto, olhando pra quem falava.
- Você não acreditou nisso, acreditou? – perguntou Hermione, secando as lágrimas.
- As pessoas estão dizendo que viram. – disse Neville, inclinando a cabeça.
- Viram eu e Harry se agarrando? – perguntou Hermione.
- Sim, foi o que disseram. – disse Gina, com urgência.
- Nos não estávamos nos agarrando. Não que eu me lembre. – disse Harry se ajeitando no acento.
- Não, não... Não chegamos nem perto disso, não foi? – falou Hermione, sorrindo, pra Harry.
- Foi, nem perto. Foram só uns beijinhos. – disse Harry, ficando sério de repente. Assim como Hermione.
Gina, Neville e Rony arregalaram os olhos.
- Vo... Vo... Vocês...? Vo... cês..?- gaguejou Neville, procurando um lugar pra se sentar.
Harry e Hermione voltaram a rir loucamente. Os outros três já estavam aborrecidos com aquilo.
- Da pra dizer o que foi que aconteceu? – disse Gina, irritada.
- Nada demais, só inventamos uma historinha para o Parker largar do pé da Hermione. Só isso. – disse Harry, voltando a si.
- Só isso? – perguntou Rony, olhando pra Hermione.
- Sim, só. Uma historinha pra ele não ficar correndo atrás de mim.
- Philip Parker esta atrás de você? – perguntou Gina, abismada.
- Ah, veio com uma conversa de querer sair comigo...
- E você não aceitou? – disse a ruiva, horrorizada.
- É claro que não!- disse Hermione, categoricamente.
- Ah, se fosse comigo... – Gina saindo da cabine contrariada.
- Ah, menos mal, pelo que disseram, achei que... – disse Neville, mas pareceu incapaz de concluir a frase.
- E então, Neville, como vai? – disse Harry, tentando mudar o rumo da conversa.
- Bem... Na medida do possível. - disse o garoto, que se levantou em um pulo. – Tenho que ir, adeus.
Ele saiu rápido da cabine, fechando a porta ao passar.
- Bem, eu vou fazer a ronda pelos corredores, está na minha hora, depois de mim é você Mione. – disse Rony se levantando.
- Sim, eu sei. - disse ela, meio contrariada, como se fosse um insulto Rony lembrá-la de suas obrigações.
- Até. – disse o ruivo deixando a cabine.
Um silêncio tomou conta da cabine.
- Eu disse que era melhor ter posto uma calça. - disse Harry sorrindo. Hermione riu.
- Talvez fosse. Posso? – perguntou ela, apontando para um sapo de chocolate.
- Sim, me dê um. – Hermione jogou um sapo de chocolate pra Harry que estava sentado a sua frente.
- O que é que Cho esta fazendo aqui? Ela deveria ter terminado a escola ano passado, não?
- Sim, deveria. Mas repetiu. – disse Hermione, com simplicidade, comendo a cabeça de seu sapo.
- Repetiu? Como assim repetiu? – falou Harry, sem acreditar.
- Repetiu. Não obteve nota o suficiente pra passar. Cho esteve muito ocupada ano passado, atrás de garotos. Sequer lembrou que Hogwarts era uma escola. Não estudava e faltava muito as aulas pra fazer sabe Deus o que...
- Ninguém merece. – disse ele, abocanhando seu sapo inteiro.
- É, agora estamos na série dela, teremos aula juntos. Acho que não vai ser muito legal.
- Vai ser terrível! Ela falou comigo, agora pouco, jogando o charme barato dela. Está muito enganada se acha que eu vou cair... de novo. – disse ele, pegando uma caixa de feijões de todos os sabores.
- Ela viu tudo, não viu? – perguntou Hermione, encarando Harry.
- Tudo o que?
- O que aconteceu no corredor.
- Ah, acredito que sim. E foi bom ela ter visto, pra ver se me erra.
- Acho que agora que ela vai querer te conquistar pra valer. Da outra vez, lembra? Ela achou que você estava com ela, mas que tinha alguma coisa comigo. Deu ataque de ciúmes e tudo. Acho que ela vai querer se vingar de mim, sei lá, de algum jeito, te conquistar e mostrar que pode ser melhor que eu, que pode ‘tirar’ você de mim, entende?
- Coitada, vai tentar ate morrer. Ninguém vai me tirar da minha namorada. – disse Harry rindo.
Passaram mais alguns minutos falando sobre Cho e Parker, até que Hermione se levantou e disse:
- Está na minha hora, vou fazer minha ronda pelos corredores. Volto em uma hora mais ou menos.
- Vou com você, não tenho nada pra fazer. – disse Harry se levantando e se adiantando para abrir a porta pra ela. Hermione sorriu e saiu, ele a seguiu, encontraram Rony ali.
- Já estou indo Rony, não precisa me lembrar. – disse ela, andando em direção do outros vagões.
- Boa sorte, a turma de calouros está impossível. - o ruivo viu Hermione e Harry se distanciando e se sentiu triste, poderia muito bem estar indo com eles...

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- Por que não escolheram monitor chefe dessa vez?- perguntou Harry, andando ao lado de Hermione pelos corredores, parando eventualmente quando ela precisava resolver alguma coisa.
- Não sei, mas dessa vez não tinha nenhum monitor-chefe. Todos nós estranhamos, recebemos ordens de um cara metido a esperto que diz que vai trabalhar em Hogwarts.
- Em que? Professor?
- Não, não. – disse Hermione numa risada irônica. – Claro que não, novo demais, não tem mais que vinte e cinco anos, diz que sabe de muita coisa e fica dando palpite, pra mim não passa de um Lockhart dois.
- Você gostava do Lockhart. – disse Harry, levantando uma sobrancelha.
- Não precisa me lembrar disso, Harry. – disse ela, parando ao lado de uma garotinha do segundo ano da Sonserina que segurava um saco cheio de kits Mata-Aula. – O que esta fazendo com isso?
- Vendendo. – disse a garotinha, sorridente, brandindo o saco. Hermione tomou o saco da mão da menina e disse em tom severo.
- É terminantemente proibido vender coisas em Hogwarts, também é proibido o uso dessas porcarias. Da próxima vez leva uma detenção.
- Mas não estamos em Hogwarts. – disse a garotinha num tom desafiador.
Hermione respirou fundo e se abaixou, ficando cara a cara com a menina, sorrindo desagradavelmente.
- Por isso mesmo ainda não te dei uma detenção. Vá pra sua cabine e só saia de lá quando chegarmos.
A garotinha a olhou feio e saiu correndo.
- Atrevida, onde já se viu? – disse Hermione, se levantando.
- Relaxa Mione, é só mais uma rebelde. - disse Harry sorrindo. – Mas então, o cara deve ser bonito, se realmente for um Lockhart dois...
- Que cara?
- O metido a esperto...
- Ah, hum... É, infelizmente é. – disse ela, desapontada. – Mas cortei o barato dele bem rapidinho, ele veio querendo dar uma de esperto pra cima de mim e eu, claro, não fiquei quieta, disse pra ele tudo que eu pensava.
- Como assim?
- Disse pra ele, com muita educação, é claro, que ele não passava de um idiota metido a sabe-tudo querendo mandar na gente.
- Meu Deus, você não foi mesmo com a cara dele!
- Não, não fui. Guarde isso, é proibida a prática de magia por menores. – disse ela pra dois calouros que brandiam suas varinhas um contra o outro, murmurando palavras estranhas, fazendo faíscas coloridas voar pelo corredor.
- Queremos duelar. – disse um deles, lançando uma labareda de fogo contra o outro, Harry rapidamente sacou sua varinha acabando com o encanto, antes que atingisse seu alvo. Os garotos estavam com os olhos arregalados.
- Por Merlim! Como fez isso? – disse Hermione, caminhando firmemente até o garoto alvo. Ajoelhou-se na frente dele e começou a verificar se ele estava bem.
- Não sei... Saiu. – disse o outro, choramingando.
- Tudo bem, tudo bem. Agora prometam que não farão mais nada com essas varinhas. Guardem-nas e só as use de novo se for a pedido de um professor. – disse ela, carinhosamente, para os garotos que estavam bastante assustados. Eles obedeceram e guardaram as varinhas na capa. – Tiveram sorte de Harry estar aqui, agora vão, pra suas cabines.
- Harry? – disse um deles.
- Harry Potter? – falou o outro, olhando curiosamente pra Harry, com os olhos brilhando.
- Sim. – disse Hermione.
- Ah, Harry Potter, sempre foi meu herói. Tenho vários pôsteres seus no meu quarto, sei tudo sobre você, sou seu fã. Nem acredito que fui salvo por Harry Potter! – disse o garoto, com os olhinhos marejados.
Harry ficou desconcertado.
- Sinto muito garotos, mas temos que ir. – disse Hermione, puxando Harry pela mão.
- Obrigado! Obrigado! – gritou o garotinho, enquanto eles se afastavam.
- Hum, então, você discutiu com o tal cara?
- Sim, discuti.
- E o que ele fez?
- Riu.
- Riu?
- Sim, é um idiota.- disse Hermione entre dentes.
- Hum, deve ter achado estranho uma pessoa discutir com ele sem nem conhecê-lo.
- Harry. – disse ela, apressando o passo e parando de frente pra ele. – Ele é louco, disse que viajou meio mundo, que conhece um monte de países, que é mais bem informado que qualquer um de nós e quis nos dar ordens e ditar regras de como nos comportar! Pelo amor de Deus! Somos monitores, sabemos como nos comportar, sabemos as regras! Caso contrário não teriam nos escolhido para o cargo. Ele só pode ter algum tipo de problema, deve faltar alguma coisa na cabeça de...
- Ora, ora, se não é a Srta. Esquentadinha Granger. – disse um homem, aparecendo por de trás de Hermione, tinha uns vinte e cinco anos, alto, pele branca, cabelos castanhos médios e olhos verdes bem claros e penetrantes (completamente o oposto do verde dos olhos de Harry), magro, porém de corpo forte e bem definido. Tinha uma cara de intelectual e inteligente.
- Ah, é você? – disse ela, virando-se pra ele com aversão.
- Acredito que estava falando mal de mim... – disse ele sorrindo, tinha dentes extremamente brancos e um sorriso que derreteria qualquer mulher, era lindo demais. – Hum, não vai me apresentar seu... – os olhos dele pararam nas mãos dadas de Harry e Hermione. – namorado?
- Em primeiro lugar, ele não é meu namorado. Em segundo, ele não precisa de apresentação, afinal, tem que ser muito desprovido de inteligência pra não conhecer Harry Potter. – disse ela, firme, encarando o homem.
O rosto do homem mudou de um sorriso para uma cara séria e concentrada, ficava bastante atraente com aquele olhar de quem estuda alguma coisa, encarou Harry e estendeu a mão.
- Me desculpe, é que a educação da sua... amiga – disse ele, lançando um olhar a Hermione.- me tira do sério. Sr. Potter, é um prazer conhecê-lo, devo dizer que esperei bastante por isso.
Harry apertou a mão do homem, que parecia exatamente o contrário do que Hermione falara. Era bastante simpático e educado.
- O prazer é todo meu Sr....?
- McGonagall. Matthew John McGonagall. O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. - disse ele, formalmente, soltando a mão de Harry.
Ouviu-se um som estranho vindo de Hermione, ela levou as duas mãos à boca.
- McGonagall? Você não é...? – disse Harry, vendo que Hermione estava num estado de choque total.
- Parente de Minerva McGonagall? Sim, sim. Sou filho dela. Se não se importam, preciso ir. Foi realmente um prazer conhecê-lo Sr. Potter, minha mãe fala muito bem de você, te admira muito, assim como Dumbledore admirava.
- Foi um prazer conhecê-lo também.
- Com licença e... Srta. Esquentadinha, não se preocupe com o que aconteceu no vagão dos monitores, gostei da sua atitude e fico maravilhado em saber que darei aula pra tão inteligente criatura. – disse ele, pra Hermione, que sequer respirava. – Página virada, vamos recomeçar, o que acha? Acho que nosso primeiro encontro não foi muito agradável...
O Professor McGonagall estendeu a mão para Hermione que lentamente a apertou.
- Ótimo, espero que a primeira impressão não seja a que fique. – disse ele, soltando a mão da garota e sumindo no corredor.
- Ah, meu Deus! – disse ela um sopro. – Ah, meu Deus!
Ela foi se apoiando em Harry até se deixar cair em cima dele.
- Calma Mione, ele foi bastante legal com você. Não precisa ficar assim.
- Eu disse que ele era desprovido de inteligência... Eu disse a um professor que ele era burro! – disse ela, num fio de voz.
- Você não poderia imaginar que ele fosse professor...
- Talvez, se eu tivesse deixado ele se apresentar lá no vagão dos monitores. – disse ela, sendo guiada por Harry.
- Você não deixou ele se apresentar? –perguntou Harry abismado.
- Ele foi falando um monte de besteiras antes de dizer o nome, ai eu comecei a discutir antes de saber o nome dele... – disse ela, quase chorando.
- Merlim, o que foi que você fez?
- Harry! Eu disse um monte de coisas horríveis pra ele. Você não estava lá, você não viu, eu... Eu...
Harry abriu a porta da cabine deles e entrou com Hermione, Rony não estava lá. Ele a sentou e depois fez o mesmo.
- Calma Mione, ele disse que está tudo bem, página virada, ele te entendeu.
- Como? Harry eu o xinguei de burro, de metido, de sabe-tudo quando no fim não sabe nada... – disse ela, desesperada, quase chorando. – É o fim... Fim... Fim dos tempos... Eu? Xingando um professor!
- O que? Eu ouvi bem? Mione xingando um professor? –disse Rony entrando na cabine.
Passaram o resto da viagem contando a Rony o que acontecera, Harry falava pouco, na maior parte das vezes, tentando acalmar Hermione que estava à beira de um ataque de nervos.




***

N/a: Yeaaaah! Finalmente eles estão indo para Hogwarts!

Huhu!

COMENTEM o capítulo.

Tem um aviso geral importante pra vocês na área de comentários...
Leiam, por favor.

Amo todos vocês.


Beijooooo.

Paulinha.

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