Smith



- Hermione! – Harry gritou. – HERMIONE!
Ele saiu em disparada atrás dela, deixando um Neville confuso e um Rony torcendo para que as coisas se acertassem, apesar de duvidar muito disso.
Ele gritou o nome dela mais uma vez, descendo as escadas para o Salão Comunal correndo, passando pelas pessoas que o olhavam curiosas e interessadas. A viu sair pelo buraco do quadro da Mulher Gorda, e apertou o passo.
Uma vez fora do Salão Comunal, ele começou a correr o mais rápido que podia, ainda gritando o nome dela.
Sabia que ela estava chorando, e ela parecia já não agüentar mais correr.
A viu trombar em alguém.
- Oh... Desculpe-me, Hermione. – disse Zacarias Smith, olhando pra ela. – Está tudo bem? Precisa de ajuda?
- Preciso. – Hermione respondeu pensando rápido. – Preciso muito da sua ajuda. Eu... Eu, Harry e Rony precisamos de alguns informações suas que podem nos ajudar a acabar com Lorde Voldemort.
Zacarias piscou algumas vezes.
- O que?
- Preciso que me responda algumas perguntas. Dependendo das respostas vou precisar que vá a um lugar comigo. Não há perigo, eu prometo.
Nesse instante Harry a alcançou, e o rosto dela estava manchado pelas lágrimas.
- E por que está chorando? – o Lufa-Lufa perguntou, assustado.
- Não ouviu o que eu disse? Isso pode nos ajudar a salvar o mundo, é muito importante, precisamos da sua ajuda. O mundo precisa.
O garoto pareceu ponderar.
Harry estava atrás dela... Como podia lembrar-se das Horcruxes? Como podia se lembrar dessas coisas enquanto ele estava despedaçado tentando explicar as coisas...
- Não chore, por favor. – Zacarias disse, ao ver Hermione recomeçar a chorar, mesmo sem querer. – Eu ajudo... Ajudo no que quiserem.
- Ah, obrigada.
Ela tentou conter suas emoções, o assunto agora era outro muito mais importante que qualquer outra coisa.
- Precisamos conversar... – disse Harry, tomando o controle da situação, pois Hermione parecia incapaz de pronunciar mais alguma palavra. – Na Sala Precisa?
Zacarias apenas assentiu, seguindo os dois pelos corredores.

***


Harry, Rony e Hermione estavam de pé, em frete a Zacarias que permanecia sentado num sofá pouco confortável.
- Que perguntas queriam me fazer? – ele perguntou, meio assustado com a magnitude e a seriedade que via que aquilo possuía.
- Na verdade é só uma. – Hermione disse, ainda com os olhos vermelhos, tentando se manter austera.
- Podem dizer...
- Você, por um acaso, é parente de Hepzibah Smith? – perguntou Harry, sem rodeios, olhando fundo nos olhos opacos do rapaz.
- Que importância isso tem? – ele perguntou, assustado.
- Apenas responda, por favor... – disse Rony.
- Sim. Era minha tia avó.
Harry pôde sentir uma energia vibrante aquecer cada parte de seu corpo.
- É tudo que precisamos saber. – disse ele, sorrindo.
- Harry, - Hermione disse, séria. – Pode ir até McGonagall e pedir autorização para sairmos do castelo, por favor? E avise que Zacarias vai conosco. Pegue a capa e a espada. Não se esqueça.
- Certo. – ele respondeu, embaraçado, deixando a Sala Precisa, enquanto Zacarias olhava para os dois que sobrara. Podia-se ver um grande ponto de interrogação estampado em sua cara.
Hermione respirou fundo, juntado todo seu autocontrole e sentou ao lado dele.
- Zacarias, preciso que vá a um lugar conosco...
- Que lugar?
- A casa da Helga Hufflepuff.
- O que?
- Precisamos pegar um objeto lá dentro, que só pode ser alcançado por um verdadeiro descendente de Helga. Precisamos que você vá conosco, apanhe esse objeto e nos dê ele.
- O que farão?
- Não podemos dizer. Preciso que me diga se vai querer nos ajudar, você é nossa única esperança de conseguimos esse objeto. Como já te disse, nos ajudará destruir Voldemort. Você pode nos fornecer uma ajuda inimaginável se for conosco e nos fazer esse favor, porém, pra sua segurança e de sua família, assim que terminarmos tudo, precisarei apagar a lembrança da sua memória, porque saber o que nós fizemos e onde fomos pode ser de extremo valor para Comensais, qualquer um deles faria qualquer coisa por uma informação como essa.
- É perigoso?
- Não. Não se nos deixar e ajudar a fazer todo e serviço depois apagar tudo de sua memória. Você não precisará se preocupar com absolutamente nada.
- Mesmo?
- Eu prometo. – ela disse, amável.
- O que nos diz, cara? Vai nos ajudar? – perguntou Rony.
- Sim. Ajudo. – ele respondeu, firme. – O que for preciso para destruir aquele maldito.
Hermione sorriu.
- Não há palavras possíveis para que possamos agradecer pelo que está fazendo. Seremos eternamente gratos. Mesmo que não se lembre de nada depois, quero que saiba que é de importância incomensurável o que você irá fazer hoje.
- Fico satisfeito em ajudar.

***


Chegaram a um lugar sombrio, mal cuidado e totalmente abandonado. Atravessaram os portões e se dirigiram a porta dos fundos da velha e acaba mansão.
- Certo, vamos entrar. – Rony avançou para a fechadura e colocou sua mão nela, antes de conseguir girá-la, tirou-a correndo. – Isso queima!
- Era de se esperar. – Hermione disse. – Zacarias, por favor.
O rapaz tocou a fechadura com certo receio, mas nada aconteceu, virou-a e a porta se abriu.
Os quatro entraram no que parecia ter sido uma cozinha a muitos e muitos anos atrás. O pó dominava tudo ali, assim como as teias de aranha e uma sujeira descomunal.
- O que temos de achar é um alçapão que dê para o porão da casa. – disse Harry, tomando a frente entrando num corredor. – Algum lugar aqui deve ter, precisamos inspecionar tudo.
- Acho melhor nos dividirmos, será mais rápido assim... – disse Hermione, sentindo um frio abrupto gelar-lhe a espinha. Aproximou-se mais de Rony.
Queria distância de Harry. Estava tão machucada...
Chegaram num ponto que o corredor que estavam acabou, abrindo para outros dois, um à esquerda e outro a direita. A casa era enorme, escura, o chão coberto de pó, cheirava a coisa velha, guardada.
- Eu e Zacharias vamos por aqui. – disse o ruivo, apontando para o corredor da esquerda. – E vocês dois por ali.
Antes que Hermione pudesse contestar, Rony agarrou o braço do Lufa-Lufa e sumiu no corredor esquerdo. Sem mais opções, ela bufou e tomou o corredor oposto.
- Vamos. – murmurou.
Eles andaram pelo corredor que era escuro e sombrio, causava um certo frio na espinha estar ali, a única fonte de luz que tinham eram suas varinhas que iluminava o lugar com um feixe de luz prateado.
Pararam a primeira porta, Harry entrou. Era uma sala pequena, os dois iluminaram o chão, afastando o pó, procurando a porta do alçapão. Depois de alguns minutos, em um silêncio mortal, vasculhando cada ponto da sala, desistiram desta e voltando ao corredor.
Tendo tomado a frente, Hermione logo avistou uma porta bem ornamentada, de madeira imponente e pesada, estava fechada.
- Aqui... – ela disse, empurrando a porta com força.
Entraram empunhando as varinhas no alto de suas cabeças, tentando iluminar o maior espaço possível. A tal sala era muito grande, não era possível ver seu término, havia algumas mesas e cadeiras, encostadas a parede oposta, e o meio era livre. Talvez por causa do tamanho, o lugar era muito mais frio que os corredores.
- Me parece um salão... – Harry comentou, virando-se para olhar em volta. – Não colocariam um alçapão num salão, colocariam?
- Não seria elegante. – ela disse, com indiferença. – Acho que não há nada aqui. Vamos tentar outro cômodo.
Sem esperar pela resposta dele, Hermione saiu em passos determinados, com seu tênis pisando no assoalho de madeira coberto de sujeira, levantando lufadas de pó a cada passo.
- Hermione. – ele chamou.
Ela parou, sentindo uma insegurança enorme na voz baixa dele. O conhecia suficientemente bem para saber o que ele estava pensando.
- Vamos logo, não temos tempo a perder! – ela falou, voltando a andar.
- Por favor... Eu estou implorando. – ele sibilou, deixando todo seu orgulho de lado. Tudo que mais importava na vida era ela... Se não a tivesse, de que valeria todo seu orgulho e sua coragem, sem ter por quem lutar. Estava desesperado.
Ela se virou pra ele, que permanecia no fundo do salão, encostado a uma mesa.
- O que quer?
- Que me perdoe. – ele disse, sem rodeios, sabendo que o pouco de dignidade que lhe restava tinha descido pelo ralo naquele momento.
- Eu não tenho nada pra perdoar. Você não me deve satisfação, faça o que quiser da sua vida.
- Mas você está magoada comigo...
- Tenho direito de estar magoada com quem eu quiser. – ela disse, interrompendo-o. – Estamos num país livre!
- Você sabe sobre o qu...
- O que me deixa magoada é a sua falta de caráter, ou sua personalidade totalmente influenciável. Pelo que me consta você tinha uma opinião muito bem formada quanto a isso, e de repente sua visão mudou completamente.
- Não mudou...
- Não?! – ela repetiu, com incredulidade. Abriu a boca para continuar, mas achou totalmente inútil, não valeria a pena. Decepcionara-se amargamente com ele e nada mudaria isso. Apenas suspirou e voltou a dar as costas para deixar o cômodo.
Quando chegou a um passo da porta, essa se fechou num baque surdo, fazendo uma grande nuvem de poeira levantar. Hermione se virou para ele, que não passava de um vulto no fundo da sala escura, com um olhar questionador.
- Abra a porta. – ela mandou, com sua voz retumbando pelo lugar.
- Eu estou implorando para que me escute.
- E eu não estou disposta a escutá-lo. – ela disse, alteando a voz.
- EU ESTAVA FORA DE MIM!
- E BEM DENTRO DELA, NÃO É? – ela berrou de volta, sentindo toda sua raiva e mágoa querendo explodir dentro de si.
Ele se calou e baixou a cabeça.
Hermione bufou de raiva e voltou a virar-se para a porta.
- Abra agora!
Ele não disse nada, um silêncio mortal jazia no cômodo frio, com cheiro de mofo.
- Abra. – ela repetiu, mais alto.
Mais alguns segundos, e nenhum barulho foi feito.
- Eu disse para... – ela se virou pra ele de novo e o viu sentado na mesa, envolvendo o corpo nos próprios braços, parecia estar sob torpor ou algo assim. Será que haviam feitiços anti-intrusos na casa e ela não sabia? – Harry...?
- Eu estava com ódio de você... Você estava com ele. Se divertindo com ele. Rindo com ele. Brincando com ele. Sorrindo pra ele. Você só assim comigo, e de repente começa a agir da mesma forma com ele. Era como estar te perdendo...
- Não adianta. Não há justificativa. – ela disse, arrependendo-se amargamente de tê-lo chamado.
- Eu tive medo... Você é tudo para mim, Hermione, você sabe disso. – ele disse, erguendo a cabeça para encará-la. – Tudo que eu mais temo é ficar sem você... E ver você com ele foi como assistir em câmera lenta você voar para os braços dele e me deixar sozinho.
- Ele é meu amigo.
- Eu também sou.
- Você era meu melhor amigo.
- Hermione...
- Você me ofendeu! – ela vociferou, desistindo de sair dali, adiantando-se pra mais perto dele. – Você me ofendeu na frente de várias pessoas.
- Eu...
- Você pensa que eu sou o que, hein?
- Não...
- Aí você ficou com raiva de mim por estar conversando com Matt e pra extravasar resolveu transar com a Cho? – ela gritou, chegando bem perto dele. – E toda aquela história de não ceder a pressão das outras pessoas, que isso é ridículo, transar por transar... Qual é? Era tudo mentira... Para impressionar? A quantas outras você disse isso, Harry?
- Não!
- Então...? – ela esperou ele dizer alguma coisa, mas ao invés disso, ouviu um soluço. – Esqueça. Não sei por que estou levando isso à diante. Você é dono da sua vida, sabe o que faz.
- Eu não sabia o que eu estava fazendo.
- Ah, não? – ela disse, indignada. – Quer que a titia desenhe pra você, quer? – ela disse, cheia de ironia, jogando uma cadeira próxima no chão.
- Eu...
- Eu espero que você tenha, ao menos, tido um pouco de responsabilidade. – ela disse.
Harry não entendeu o que ela quis dizer, olhou para a garota, que estava transtornada.
- O que...?
Ela o olhou com profunda aversão, seu rosto sempre tão angelical perdera os belos traços, sua expressão estava dura, quase sofrida, a raiva faiscava nos belos olhos cor de avelã, que pareciam quase opacos, tal era a cólera que ela sentia. Hermione olhou pra ele que parecia totalmente desentendido... Ficou cega, irada, voou nele e lhe virou um tapa no rosto que fez Harry ver estrelas e sua cabeça dar quase uma volta completa sobre o pescoço.
- Ah, não! Quer dizer que nem nisso você pensou? Você não pensou que pode ter engravidado aquela vadia?
Harry tornou a levantar o rosto para fitá-la, com a mão na bochecha que ela tinha acertado. Fechou os olhos sentindo-se o mais burro e ignorante dos seres. Não tinha pensado nisso, sequer lhe passara pela cabeça. Sua garganta começou a queimar... Podia ter arruinado a própria vida.
- Nem adianta chorar. Suas lágrimas não mudarão nada que você fez...
Ela se calou por um instante, sentindo sua respiração difícil e sôfrega. Seu corpo todo tremia de raiva... E o que mais a atingira não fora o que ele fizera, em si, mas o fato de ele dizer ter uma opinião e no fim, agir totalmente oposto a isso.
O choro dele ficou compulsivo, Hermione só o vira chorar assim diante do túmulo dos pais, e os soluços e os engasgos pareciam querer matá-lo numa asfixia agonizante.
Ela esperou que ele dissesse alguma coisa, mas os soluços o impediam até mesmo de levantar a cabeça.
Estava desesperado, sentia como se estivesse sendo sufocado pela própria podridão. Morto pelo próprio veneno.
O que ele fizera? O que dera nele para fazê-lo?
E se ele realmente tivesse engravidado Cho? E se fosse isso que ela esteve querendo todo o tempo? E se ela tivesse planejado? Tivesse se aproveitado da fraqueza dele naquele momento?
Como tinha sido burro...
Hermione apenas o observou por alguns minutos, Harry não era de se entregar assim, não era do tipo que se arrependia das coisas que fazia, não era do tipo que demonstrava suas fraquezas, pelo menos não daquele jeito... Chegava a ser deprimente vê-lo assim.
De repente, ele escorregou da mesa e caiu no chão, fazendo poeira levantar.
- Harry... – Certo. O coração sempre falava mais alto.
Ela se ajoelhou ao lado dele.
Harry a encarou, de maneira suplicante. Hermione viu os olhos verdes de implorando por salvação. Era inexplicável... Era como se estivesse pedindo perdão a si mesmo e não conseguisse perdoar tal fora erro que cometera.
Ele se agarrou a Hermione, apertando a cabeça desesperadamente contra o busto dela.
- Me ajude... – ele murmurou, em meio os soluços. – Me ajude...
Sem poder se conter, ela o abraçou o mais forte que pôde, apertando- mais contra si.
- Me perdoe... Eu não queria... Eu estava desesperado... Eu...
- Calma, Harry...
- Por favor, eu imploro que me perdoe, Hermione, por favor...
- Harry...
- Me ajude a me livrar dessa culpa... Me ajude.
Uma das mãos dela enterram-se nos cabelos dele com força.
- Você sabe que você errou.
- Eu não queria... Fiquei desesperado com medo de te perder...
- Eu te prometi...
- Achei que tivesse quebrado a promessa.
- Eu jamais...
- Eu sei, eu sei... Mas na hora eu fiquei cego... Eu...
Hermione tomou o rosto molhado dele nas mãos o fez encará-la. Ele desviou o olhar.
- Olhe para mim, Harry.
Ele olhou.

- Nada vai me tirar de você. – ela sussurrou, olhando-o de forma penetrante, Harry podia sentir as palavras dela, enquanto ela ora lhe acariciava a testa, ora lhe afagava os cabelos desalinhados. A ponta dos dedos dela brincava com os seus. – Nada, nem ninguém.
- Mio... – ele começou, levando uma das mãos ao rosto delicado dela. Mas ela o interrompeu tocando seus lábios com o dedo indicador, fazendo-o se calar.
-
Isso é uma promessa.

Ela sorriu levemente.
- Ainda é uma promessa. – ela sussurrou.
Ele não conseguiu dizer nada, e mais lágrimas rolaram pelo rosto dele.
- Preciso de você... Preciso que perdoe... Não me deixe...
- Está tudo bem, Harry. Vai ficar tudo bem... – ela disse – Preciso que você levante agora e ache a Horcrux que está aqui dentro. Preciso ver aquele Harry que admiro, meu melhor amigo, o que jamais vou deixar. Não quero mais ver você assim, Harry, por favor...
Ela secou as lágrimas no rosto dele com os dedos polegares.
- Você é meu herói... Não me decepcione assim. – ela disse, sorrindo e fazendo-o sorrir.
- Não mereço você...
- Por que não?
- Porque é boa demais pra mim... Eu fui um burro, idiota. Você não merecia...
- Não sou sua esposa, namorada ou qualquer outro tipo que precise das suas satisfações, você pode sair com quem quiser, eu não tinha direito de ficar magoada. Também fui errada.
Ele a fitou.
- Não... Você estava certa, fui o maior imbecil de todos os tempos, você está certa de brigar comigo. Até Rony achou um absurdo.
Hermione riu , depois o fitou.
- Eu amo você, Harry. – ela disse, voz baixa. – Amo você com suas virtudes e defeitos. Você é um homem, não um deus. Não é perfeito. Ninguém é.
Ele ajoelhou de frente pra ela e lhe deu um longo beijo na testa.
- Obrigado por amar esse tolo que não sabe dividir uma amiga. Estou me saindo um tanto quanto egoísta, não?
- Sim. Mas tenho certeza que irá melhorar nesse ponto.
Ela se levantou junto com ele.
- Sinto que perdi o peso insustentável que carregava em minhas costas.
Ela sorriu, e eles saíram da sala e voltaram ao corredor.
- Próxima porta... – ela murmurou, entrando no próximo cômodo. – Você não acha...
- HEI! AQUI! ACHEI!!! – ouviu-se a voz de Rony berrar.
Os dois se olharam, sentindo um certo pânico.
Dispararam pelo corredor, até encontraram Rony e Zacarias numa sala minúscula com apenas um velho piano.
- Estava sob o piano. – Zacarias disse, sorrindo bobamente.
Rony puxou a porta que se abriu num rangido estridente.
- Eu vou à frente. – Harry disse, descendo pela estreita escada mal iluminada por sua varinha.
Ali, o cheiro de coisa velha e fechada se acentuava, mofo e cheiro de coisas podres lhes invadiam as narinas.
Os quatro ergueram as varinhas em sentidos diferente. O porão era enorme.
- Vamos procurar... – Rony murmurou.
Eles foram se afastando um dos outros e seguindo caminhos diferentes.
- Por acaso estão procurando uma arca? – Zacarias perguntou, longo minutos depois, de algum lugar do porão escuro.
- Sim! – responderam as outras três vozes, juntas.
- Então eu a encontrei. – ele falou, vendo uma pequena arca a uns dois metros de distância de si. Sobre um pedestal, coberta de pó. Parecia tão inofensiva.
Os outros três chegaram correndo, olharam para a pequena arca sem nem acreditar no que viam.
Os olhos de Harry brilhavam de excitação.
- Por favor, Zacarias. Abra e pegue a taça que está lá dentro. – disse Hermione, com voz ansiosa.
- Como sabem que tem uma taça lá dentro?
- Porque é por ela que viemos procurar, se não estiver lá, perdemos a viagem. – disse Rony, com impaciência. – Anda logo...
O Lufa-Lufa pareceu apreensivo, mas foi se aproximando lentamente.
- E se a arca tiver algum feitiço de proteção? – Hermione questionou.
- Vou com ele... – disse Harry.
O rapaz avançou alguns passos para alcançar Zacarias, porém, antes de se juntar a ele, Harry parou abruptamente.
- O que houve? – Rony perguntou.
- Tem uma barreira, não consigo ir além... – Harry disse, forçando o nada, sem conseguir prosseguir.
Viu Zacarias a poucos centímetros da arca.
Realmente, aquela era a proteção.
Talvez Voldemort tivesse suposto que uma pessoa pertencente a Lufa-Lufa não teria inteligência e astucia o suficiente para chegar até ali e destruir uma Horcrux.
Zacarias tocou a arca hesitante, porém nada aconteceu, ele abriu a tampa e uma luz branca invadiu o lugar.
Dentro da pequena arca reluzia uma pequena taça de cristal.
Ele a pegou e ergueu.
Hermione sentiu coração disparar.
Ele retomou o caminho de volta, cruzou a barreira invisível e mostrou-a a Harry, que sorria abobalhado.
- Pronto? – ele perguntou.
- Ainda não. - Harry respondeu, pegando a espada.
- Acho que, mesmo sem saber o porquê, Zacarias deveria fazer as honras. – disse Hermione, radiante.
- Também acho. – disse Rony.
- Ponha a taça aqui. – disse Harry, apontando para uma mesa que de tão velha, era incompreensível como ainda estava de pé.
Zacarias obedeceu.
- Agora, - Harry falou, lhe oferecendo a espada. – Destrua a taça. Mas faça isso com vontade. Pense que é Voldemort.
- Por que...?
- Apenas faça. – disse Hermione.
O rapaz pegou a espada oferecida e a ergueu. Mesmo sem saber a razão, desceu a espada com toda sua força sobre a pequena e frágil taça.
A luz que ela irradiava se apagou, e tudo que restou foram apenas cacos.
Rony pulou, exultante.
Hermione deu um grito de alegria enquanto Harry sorria sem parar.
- Você entrará na história por ter feito isso, Zacarias. – Harry disse, dando um abraço apertado no rapaz. – Muito obrigado.
Sem entender exatamente o que tudo aquilo queria dizer, Zacarias sorriu retribuindo o abraço de Harry, contente por ter sido tão útil.
- Hora de ir... – disse Hermione.
Os quatro saíram do porão fechando a porta do alçapão e deixando tudo como exatamente estivera.
Saíram da casa e aparataram em Hogsmeade. Rony e Harry sob a capa e Hermione e Zacarias conversando animadamente sobre um assunto qualquer que Hermione acabara de puxar, para disfarçar.
Entraram no castelo, e seguiram direto para a Sala precisa, que estava exatamente do jeito que deixaram.
- Acho que é hora de se despedir dessa aventura. – Hermione disse, fazendo Zacarias se sentar no sofá.
- Somos eternamente gratos a você. – disse Harry. – Não faz idéia do quanto.
- O prazer foi meu em ajudá-los. – ele disse.
Hermione sorriu e deu um abraço rápido no rapaz.
Depois empunhou a varinha.
- Valeu, cara. Jamais esqueceremos o que fez por nós. – Rony disse, com uns tapas amigáveis no ombro de Zacarias.
O rapaz assentiu e olhou para Hermione.
- Estou pronto.
Ela sacudiu a varinha e com um feitiço silencioso Zacarias pareceu aturdido por um momento, depois olhou para os outros três.
- O que estão fazendo aqui? Por que estou aqui com vocês?
- Nada de importante... – disse Hermione.
- Até outro dia, Zacarias. – disse Rony, rindo. – Vemos você por aí...
- Até! – Harry foi o último a sair da Sala Precisa deixando um Zacarias totalmente confuso pra trás.





****

N/a: GENTEEEEEEE, CADÊ O POVO DESSA FIC???

Se eu estou ficando chata, insistente e insuportável, por favor, avisem, eu não vou achar ruim, melhor parar antes que piore.
=D
A fic não está boa?

Eu realmente me desculpo por não poder dar a vocês a atenção que eu costumava dar, antes. Mas não é minha culpa, eu realmente ando super-hiper-mega-blaster-masterocupada.

Mas assim que eu puder, eu responderei os poucos - porém MARAVILHOSOS - comentários que eu recebi.

Amo vocês demais, espero que gostem desse capítulo, que foi bem dificil de escrever. E se não gostarem [não estiverem gostando, num modo geral] também falem, para eu tomar providências.

Beijooooo.

Amo vocês,

Beijooooos.

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