Consequencias



- Vamos, aproveite que não tem ninguém olhando.
Hermione virou-se, sentada no sofá, pronta para um sermão quando viu Rony puxando Harry para dentro da sala do monitores.
- Ronald Weasley... – ela começou, segurando firme o pergaminho que lia.
- Antes que você comece, Mione. – Rony disse, sorrindo.
Harry deu a volta no sofá e se colocou de frente para Hermione, sentando-se na mesinha de centro.
- Me dê sua mão. – ele disse, estendo a sua para segurar a dela.
- O que? – ela perguntou, assustada. – Vai me pedir em casamento?
Rony riu alto, Harry sorriu de canto de boca.
- Eu até o faria se você não fosse tão teimosa.
- Olha só quem fala: o homem que inventou a teimosia.
- Cale a boca e estenda a mão, Hermione! – disse Rony, impaciente.
- O que me garante que não estou arriscando minha vida? – ela perguntou, desconfiada.
- Eu. – Harry disse. – Antes a minha que a sua.
Ela hesitou por um instante, o fitou e piscou.
A mão dela cobriu a de Harry com a palma pra cima.
- Feche os olhos. – Harry ordenou.
- Eu não...
- Feche logo! – Rony gritou.
Ela se assustou e cerrou os olhos.
Sentiu alguma coisa, que mais pareciam duas iguais serem colocadas em sua mão.
- Abra. – a voz de Harry soou com uma excitação descomunal.
Ela hesitou e abriu os olhos olhando para sua mão, viu uma varinha partida em dois.
- Oh, Harry eu sinto muito... – ela começou, olhando pra ele. Ele riu, assim como Rony que se acabava de dar risada, segurando a barriga.
Harry definitivamente não ficaria feliz se houvessem destruído sua varinha.
- O que...? – ela parou por um instante. De repente pulou do sofá, gritando, largando tudo que segurava. – Oh, meu Deus! Oh, meu Deus!
Ela pulou no pescoço de Harry e quase o enforcou, depois fez o mesmo com Rony.
- Como...? Ah, Merlim! Eu amo vocês dois. São os homens da minha vida. – ela disse, afoita, olhando de um para o outro, eles pareceram encabulados.
- Na verdade, foi Rony que solucionou tudo. Eu apenas o acompanhei hoje...
- Você mentiu pra mim! Disse que era quadribol! Por que não me deixaram ir junto?
- Não tínhamos certeza, e você não anda muito bem...
- Besteira!
- Rony, ontem quando você saiu brava da biblioteca, por incrível que pareça, começou a pesquisar sobre varinhas e descobriu que o maior colecionador delas é exatamente o melhor produtor das mesmas.
Ela olhou pro ruivo, que estufou o peito cheio de si.
- E...?
- Olivaras! – disse Rony, extasiado.
- Mas Olivaras foi seqüestrado, não sabemos de nada sobre ele até hoje...
- Sim, Hermione, mas, por incrível que pareça, a loja continuava intacta por dentro.
- E trancada com um Clanfero. – disse Harry. – Por isso ninguém nunca conseguiu entrar lá...
- Vocês são geniais! – ela comentou, largando-se no sofá, sentindo-se mais leve.
- Por um acaso, você se lembra da vitrine do Olivaras?
- Claro, uma única varinha exposta, numa almofada... – ela parou, olhou para os pedaços da varinha sobre a mesa de centro na sala.
- Exato. Muitos se questionavam sobre ela... Questionavam ao Olivaras também, e tudo que ele dizia era que era especial. De todas as varinhas que ele vendeu para bruxos poderosíssimos, aquela foi a única que ele conseguiu de volta. – Harry explicou, satisfeito em ver um sorriso genuíno brincar nos lábios de Hermione, assim como o olhar brilhante dela que estava atento a suas palavras, instigando-o, quase provocando-o, ainda que essa não fosse a intenção.
- Não sei como isso me veio à mente, não estávamos certos de nada, mas resolvemos arriscar. Achamos que nem mesmo Olivaras sabia que a varinha já teria passado por Você-Sabe-Quem, e o Lorde poderia ficar tranqüilo porque Olivaras não deixaria que nada acontecesse a varinha, nunca a venderia e nada lhe aconteceria. A varinha estava protegida. – disse Ron.
- Brilhante... – ela murmurou.
- Mas aí eles o seqüestraram, e eu não faço idéia do porquê, afinal, Olivaras protegeu a Horcrux por anos, Você-Sabe-Quem deveria ser ao menos um pouquinho grato a ele. – o ruivo continuou.
- Mas ele não é grato a ninguém. – Harry falou, com uma pontada de raiva. – Fomos até lá, e era de se esperar que a partir do momento que Olivaras não estava mais lá para proteger a varinha, alguma outra coisa teria de fazê-lo.
- Ele lançou um Clanfero na loja e a selou pra sempre. – disse Hermione.
- Sim, mas jamais imaginou que eu poderia reabri-la, ou por que eu o faria.
- Mas agora, se ele voltar à loja, saberá que a varinha foi roubada, e saberá que nós estamos à caça...
- Sim. Mas agora só no resta duas, e uma delas é o próprio Voldemort. Ele não tem chances. E em todos esses anos, ele jamais voltou a um lugar onde as tenha escondido sob a certeza que ninguém as descobriria, e mesmo que o fizesse, não poderia destruí-las.
- Vocês destruíram a varinha de Rowena Revenclaw. – disse ela, entusiasmada. – A história os condenaria pra sempre.
- Fizemos isso para fazer da história uma coisa melhor que uma série de assassinatos e atentados a trouxas. – disse Rony, cheio de dignidade. – Me sinto satisfeito. Só resta uma e depois o cara!
- Fomos muito além do que eu jamais imaginei. – disse Harry. – Vocês são ótimos nisso, sabiam?
- Claro que sim! – disse Hermione, puxando-os para sentar cada uma a um lado seu. – Nós três somos ótimos nisso.

***


Harry tomou o rosto dela entre as mãos de forma possessiva e desesperada, não notara que estava chorando.
- É VOCÊ QUEM SEMPRE RESOLVE AS COISAS! É VOCÊ QUE SABE LIDAR COM ISSO! É VOCÊ QUE ME SALVA! EU NÃO SEI FAZER ISSO! EU NÃO SEI VIVER SEM VOCÊ! EU NÃO SEI... Eu não sei...
Eu amo você. – ele colou sua testa na dela, já sem forças para o que quer que fosse. Ela era toda sua força. – Volta pra mim...

Seus olhos se abriram de repente, seu corpo com uma sensação de entorpecimento, parecia anestesiado. A imagem tão viva, o sangue brilhando sob a luz fraca do lampião velho... Ele dissera que a amava.
- Harry, levanta cara. Aula do Matt. – Rony disse, em voz baixa, abrindo sem cerimônia a cortina que envolvia a cama de Harry.
O rapaz levou uns minutos para recobrar o fôlego e alinhar novamente o raciocínio, em sua cabeça tudo estava fora de ordem, como astronautas no espaço, seus pensamentos flutuavam em sua mente.
- Harry! – o ruivo tornou a chamar.
- Já vou. – ele se sentou, sentindo dificuldade pra respirar.
Havia alguma coisa errada.
Tudo estava errado.
Ele sentia que seus sentimentos pareciam um balão... Foram aumentando, aumentando, aumentado e agora parecia prestes a estourar. E isso, definitivamente, não podia acontecer.
Levantou-se, buscando alguma coisa em sua cabeça que o fizesse desviar do sonho que tivera, por hora.



- Harry e Hermione dessa vez. Rony comigo. – disse Matt, sentando-se numa cadeira em frente o ruivo, enquanto os outros dois se acomodavam também, um de frente para o outro. – Um último treino para passarmos para a fase de penetrar mente sem contato visual, o que vai exigir muito mais de vocês.
Rony não fez questão de disfarçar a decepção, até mesmo Hermione suspirou, cansada. As dores de cabeça pareciam lhe atingir todo o corpo, seu estômago revirava, e todos seus músculos doíam.
- Quando quiserem. – Matt falou.
Hermione respirou fundo e buscou o olhar de Harry com o seu. Ele sorriu como se pedisse permissão, ela assentiu.
Com toda sua concentração, entregando cada fibra de seu corpo aquela investida, Hermione resistiu bravamente a tentativa de Harry, até que ele desviou o olhar, ofegando.
- Você está ficando boa nisso. – ele disse, fazendo-a rir.
- Minha vez agora. – ela o encarou com firmeza e mergulhou nos olhos verdes de Harry, teve dificuldade no início até perceber que ele lhe deixara fazer isso, provavelmente agora que ela já entrara tentaria praticar a manipulação de imagens, escolhendo exatamente o que queria que ela visse, como Matt havia dito: Se não pode evitar a invasão, confunda o inimigo. Era o que Harry tentava fazer.
Suas têmporas latejaram, ele estava quase conseguindo fazê-la ver uma imagem que criara, uma imagem qualquer, mas uma pequena distração sua e ela virou o jogo. O rapaz se sentiu exposto e começou a ficar apavorado ao ver que ela tomou mais espaço que deveria, imagens das quais Harry sequer se lembrava começaram ao aparecer demasiado rápido em sua cabeça, ela parecia se divertir, parecia querer escolher o que queria ver. Ele perdera o controle, ela estava aproveitando.
- É VOCÊ QUEM SEMPRE RESOLVE AS COISAS! É VOCÊ QUE SABE LIDAR COM ISSO! É VOCÊ QUE ME SALVA! EU NÃO SEI FAZER ISSO! EU NÃO SEI VIVER SEM VOCÊ! EU NÃO SEI... Eu não sei... Eu amo você. – ele colou sua testa na dela, já sem forças para o que quer que fosse. Ela era toda sua força. – Volta pra mim...
Ela desviou o olhar no mesmo momento, ofegando.
Harry abaixou a cabeça, sentindo dor e medo, receio... Ela vira o que não podia. Campo proibido.
Depois de alguns segundos ambos ergueram suas cabeças e se fitaram. O olhar dela era questionador, cheio de incompreensão, enquanto o dele exibia uma ingenuidade inquestionável, livre de culpas, afinal, ele não tinha culpa.
- O que foi isso? – ela sibilou.
- Não sei. – respondeu, atordoado.
- Harry...
- Como foram? – Matt perguntou, assim que se recuperou de uma investida a mente de Rony. – Você está mesmo melhorando! – ele disse ao ruivo, que sorriu satisfeito.
- Bem, eu acho. Harry perdeu o controle. – disse a garota, casual.
- Uma distração. – ele comentou, com voz de pouco caso. “Uma distração que vai me custar caro.”
- Que tal um intervalo? Dez minutos?
- Sim, por favor. – Hermione disse, se levantando.
Matt se aproximou de Rony para elogiar seu progresso enquanto Harry e Hermione se isolaram num canto da sala.
- Harry...
- Hermione. – ele interrompeu, em voz baixa. – Eu sinto muito pelo que viu.
- O que...? O que significa...?
- Eu não estava numa situação muito boa. Isso você deve ter percebido. Situação desesperadora leva a atos desesperados, impensados e que não devem ser questionados.
Ela o fitou por alguns segundos, aquiesceu.
- Sinto muito por tudo que passou. – ela disse, horrorizada com o que vira.
- Já passou, você está aqui agora e é o que interessa. – se esquecendo de onde estavam, ela se aproximou dele que a abraçou com cuidado, enlaçando-a com carinho, afagando os cachos dela. – Eu não vivo sem você. Naquele momento eu simplesmente vislumbrei o que poderia ser minha vida sem você, não faria sentido... Eu estava desesperado.
Ela se apertou mais contra o peito dele.
- Esses dois... – Rony comentou, rindo, olhando para os dois amigos de costas para ele e Matt, juntos. Nada era ouvido, eles estavam falando realmente baixo.
- Eles...? – Matt começou, olhando do casal abraçado para Rony.
- Oh, não, não! – o ruivo negou veementemente. – Harry e Hermione? Nunca! Eles são assim mesmo, é normal.
Matt não se convenceu, mas Rony vivia com eles todos os dias nos últimos seis anos, se dizia isso é porque fazia algum sentido.
- Ao trabalho? – o professor perguntou, alteando a voz.
Os dois se separaram assustados.
- Claro. – disse Hermione, voltando para sua cadeira. – Sem contato visual?
- Isso. Vamos tentar agora sem contato visual, requer muito treinamento, mas vocês estão indo realmente bem.
- Mas assim qualquer um...? – começou Rony.
- Não. Há como você deixar sua mente aberta apenas para quem você quiser que tenha acesso a ela. Para quem não interessa, você a fecha e pronto.
- Uauuu, isso me parece muito bom. – o ruivo disse, fazendo-os rir.
- Realmente o é. Vamos ver... – Matt olhou para o dia nublado através da janela.
- O que foi que viu na mente dele que a deixou tão perturbada? – a voz de Matt ecoou na cabeça de Hermione. Os olhos dela se arregalaram.
- Como fez isso? – ela perguntou.
- Simples. – ele disse, sorrindo. – Basta se concentrar.

***


- Você está bem, Hermione? – Neville perguntou, observando a garota sentada ao seu lado na mesa onde se serviam do jantar.
Harry e Rony ergueram os olhos pra amiga, sentados do outro lado da mesa, enquanto Gina arregalou os olhos ao olhar pro lado e constatar a feição dela.
- Você está horrível Hermione. – ela disse, colocando a mão na testa dela. – O que você tem?
- Não sei. – ela murmurou, levando uma das mãos a altura do estômago.
- Você tem tido muitos enjôos ultimamente. – disse a ruiva.
- Não. É indisposição.
- Quer que eu a acompanhe até seu... Até o Salão Comunal? – Harry perguntou, tomando um gole de suco pra disfarçar.
- Não. – ela respondeu, se levantando. – Está tudo bem.
Ela saiu do Salão andando em passos desalinhados, enquanto isso Rony descansava, finalmente, os talheres depois da sobremesa.
- Vou a Madame Pomfrey. – disse, se levantando.
- Pra que? – Gina perguntou, levemente irritada. – Você tem ido lá todos os dias nos ultimas semanas... Tá tendo um caso com ela?
- Madame Pomfrey? – Rony perguntou, rindo. – Ora, por favor. Na minha vida, só minha Sam. Vou buscar algo pra minha cabeça que...
- Está explodindo. – completou Neville. – Tenho ouvido muito isso nas últimas semanas também.
Rony deu de ombros.
- Pegue algo pra mim também, por favor. – disse Harry. A dor os assolava o tempo todo, depois das aulas ficavam insuportáveis, logo abrandavam, mas não passavam por completo, estava sempre incomodando.
- Pode deixar. Até mais. – ele deixou o Salão mandando um beijo para Sam que o observava.
- Estou indo também. Descansar, afinal, segunda tem treino... Tenho umas mudanças pra fazer no time.
- Boa noite, Harry. – disseram Gina e Neville juntos.
- Boa noite.

***


- Oh, meu Deus! Você está com uma cara péssima!
- Sem piadas, por favor.
- Não é piada, é verdade! Está quase transparente.
Hermione lhe lançou um olhar fulminante junto a um riso sem vida, olhando-o parado as suas costas, através do espelho.
- Obrigada pela análise clínica do meu estado, Parker. – ela disse, com ironia, apoiando as duas mãos nas beiradas da pia para se sustentar.
- Por nada, querida. – ele respondeu, rindo. – Sério, Granger, o que houve, você não me parece nada bem.
- Nada... Só ando fazendo coisas demais.
- Como sempre...
- Não. Dessa vez está sendo bem pior. – ela disse, com um suspiro cansado. – Tantas coisas nas quais pensar, me preocupar... Minha cabeça parece prestes a explodir o tempo todo, e desde pequena, se algo afeta minha cabeça se estende ao meu estômago. Não tem refeição que agüente a uma enxaqueca.
- Já foi à enfermaria ver isso?
- Me fariam perguntas. – ela o viu sorrir.
- Está aprendendo Granger...
- Com certeza eu estou. – ela disse, se virando pra ele. – Como está o Nick?
- Ótimo. Recebi uma carta dele pela manhã. Disse que a comida que servem pra ele é maravilhosa. O lugar que ele está tem mais duas famílias que estão sendo protegidas, e uma garota da idade dele... Ao menos não fica sozinho.
- Isso é ótimo. – ela sorriu. – Ainda não entendo como você veio parar na Sonserina, afinal, você tem um coração.
Ele riu alto, jogando a cabeça pra trás.
- Nem todos os Sonserinos têm grandes quedas por serem assassinos compulsivos. São nossas características mais marcantes que nos colocam dentro de determinada casa. De todas suas qualidades, você é extremamente corajosa... Grifinória. De todas as minhas, eu sou extremamente ambicioso, Granger, o que me trouxe até aqui. Mas minha personalidade ainda não permitiu que eu passasse por cima de ninguém para chegar onde eu quero.
- Bom garoto. – ela disse, rindo.
- Obrigado.
Ela voltou-se ao espelho, abriu a torneira e molhou os punhos e a nuca.
- Preciso me deitar antes que eu caia num corredor qualquer...
- Quer que eu a acompanhe?
- De jeito nenhum! – ela disse, dando um tapa no ombro dele. – Te crucificariam se o vissem me acompanhando até a Torre da Grifinória só porque não me sinto bem. Você tem uma reputação a zelar, Parker.
- Claro. – ele disse. – Eu jamais faria um favor a você.
- Mau garoto. – ela comentou, saindo do banheiro, ouvindo a risada dele ecoar pelo grande banheiro.

***


- Harry, pode me emprestar seu Quadribol Através dos Séculos? – perguntou Gina, assim que viu Harry descer do dormitório.
- Claro. – ele disse, pegando seus tênis que havia deixado ali. – Está numa dessas mesas aí... Mas, pra que?
- Fiz uma aposta com Neville, ele não acredita no que eu estou dizendo, tenho que provar.
Harry riu.
- Boa sorte.
- Não preciso. Estou certa.
- Boa sorte ao Neville então. – ele disse, voltando a subir para seu dormitório.
Se deitou em sua cama, olhando para o teto, esperaria mais algum tempo e iria até o quarto de Hermione.


- Hermione? – ele chamou, ao entrar no quarto e não vê-la na cama. – Oh, meu Deus!
Ela apareceu na porta do banheiro e ele correu pra ela.
- Não, Harry... – ela murmurou, mas ele a pegou nos braços e a levou até a cama.
- Você está muito pálida... O que está havendo?
- Não sei... – ela se irritou, sentando-se na cama. – Essas malditas aulas estão acabando comigo, minha cabeça dói, nada pára no meu estômago, as poções tem efeito curto...
- Acho que sua mente está esgotada de tanto ser usada, afinal, você é a única pessoa que eu conheço que a usa tão bem e pra tantas coisas. Esgotou-se... Não há mais de onde tirar nada, as aulas estão exigindo demais...
- Eu me sinto fraca. – ela reclamou. – Nunca me senti assim.
- Nunca teve agüentar uma dúzia de investidas a sua mente todos os dias, ter de resistir a elas e, ainda, pesquisar o que pode ser a última Horcrux e, o que é mais difícil, onde ela está; ser uma estudante brilhante; uma monitora exemplar e depois de tudo isso cuidar de mim. São coisas demais Hermione, não é de se admirar que esteja assim.
Ela o fitou, maneando a cabeça. Pálida, frágil.
- Queria sumir por alguns instantes. Poder esquecer tudo, descansar totalmente, sem me preocupar com nada. Só por alguns instantes...
Harry acariciou o rosto dela a trouxe pra si.
- Vai passar logo... Tudo isso.
- Eu sei.
Ele se moveu lentamente pra frente, fazendo Hermione deitar. Passou os dedos pelo rosto dela enquanto a via fechar os olhos. Parte da recém adquirida cicatriz aparecia do ombro até onde o pijama de alças permitia.
- Vai ficar tudo bem, meu anjo. – ele sussurrou, cobrindo-a.
Ela se virou na cama, aninhando-se a ele, respirando lentamente.
Harry afagou os cabelos dela, observando o rosto da garota.
Ia ficar tudo bem, e o que quer que fosse, ia passar logo.

***


- Mamãe mandou uma carta... – disse, Rony, animado. – Disse que Fleur está cada vez maior!
- Maravilha. – Hermione e comentou, satisfeita. – Ela fará sete meses no começo do próximo mês. Dá pra creditar que já estamos no fim de novembro?
- O tempo voou. – Comentou Gina. – Mas, estive pensado em que nome darão para o bebe...
- Ainda não sabemos se é um menino ou uma menina. – disse Rony.
- Sim, acho que vai ser menina. – disse a ruiva, confiante.
- Não, vai ser um garoto. Eu vou ser o tio que vai ensiná-lo a jogar quadribol e azarar garotas.
Hermione e Gina caíram em gargalhadas gostosas.
- Você? – elas perguntaram, juntas.
- Ora, Rony... – Hermione começou.
- Você sabe muito bem que não tem dom nenhum nessa área. – completou Gina, fazendo Harry e Neville rirem.
- Se não tivesse, não estaria com Sam há... Três meses. – ele completou depois de uma pausa.
- Nós já chegamos num consenso quanto a isso. – disse Gina. – Sam tem um parafuso a menos.
- Claro que não! – ele se sentiu ofendido.
- Claro que tem! – Gina, disse, rindo. – E você é a prova absoluta disso.
Os outros riram enquanto a ruiva folheava o livro de Harry.
- Acho que vai ser menino. – disse Hermione. – Acho que Gui terá um garoto.
- Por que acha isso? – Neville perguntou.
- Não sei, intuição talvez. – ela respondeu.
- Acho que será uma menina ruiva, e não loira fresca como a Fleur. – disse Gina, parando de olhar o livro, mostrando-se interessada demais em uma das páginas.
- Não diga isso, Fleur é boa pessoa, apesar de tudo. – disse Harry.
Gina levantou-se de repente, fechando o livro e saiu correndo escada dos dormitórios acima.
- O que deu nela?- Neville perguntou.
- Não faço idéia.
- Eu vou ver a Sam. – disse Rony, saindo do São Comunal.
- Se não estivesse nevando eu bem que iria dar uma volta lá fora. – disse Neville, olhando pela janela, a neve se acumulando nos jardins. – Mas já que está, vou dormir, ótima tarde pra vocês.
Ela saiu rapidinho, para seu dormitório.
- Se não estivesse nevando eu te convidaria para um passeio lá fora. – disse Harry, olhando para a amiga, que riu.
- Se não estivesse nevando eu aceitaria seu convite, mas... – ela o fitou. – Que tal invadir as cozinhas para um chocolate quente?
- Perfeito. – ele disse, levantando-se num pulo.
Era domingo, não haviam tido aula com Matt, Hermione parecia melhor, mais corada, e não passara mal depois do almoço. O problema era saber que a semana começaria no dia seguinte, e tudo voltaria a mesma e dura batalha que viam enfrentando.

***


- Eu sei de tudo! – Gina berrou, abrindo a porta do quarto de Hermione com brutalidade. A garota se sobressaltou, largando o livro que lia de lado.
O sol estava se pondo em meio à neve que caía lá fora, acabara de voltar de uma ótima empreitada na cozinha junto a Harry, a última coisa que precisava era de um ataque de Gina.
- Sabe de que? – ela perguntou, pacientemente, sentando-se em sua cama.
- De tudo. Absolutamente tudo. E nem tente negar, são evidências demais.
Hermione a olhou sem entender de que se travava.
- Você está bem, Gina?
- Nunca estive melhor. Agora você... Está com problemas!
- De que está falando?
- Você sabe muito bem – a ruiva disse, com os olhos arregalados, apontando pra Hermione, segurando alguma coisa em uma das mãos. – Eu descobri, e não sou a única, acredite.
- Descobriu o que? – Hermione perguntou, sem saber se deveria temer alguma coisa. Podia ser um mal entendido ou ela podia ter descoberto sobre as aulas com Matt, ou, pior ainda, sobre as Horcruxes. Mas não havia como, eles eram bastante discretos quanto isso.
- Seus enjôos, o mal estar... Entendi tudo! Tudo encaixa. – ela disse, confiante, olhando pra Hermione de forma ameaçadora.
- Huuuu... – ela murmurou. As aulas com Matt então. – Gina...
- Não se explique. Não há o que explicar, está tudo muito claro. Você está grávida e ponto.

***

N/a: Esse capítulo não teve nada de tããããooo emocionante.
Só a Gina dando chilique, né?
Mas isso a gente releva porque nós sabemos como é a Gina.

Vocês realizaram o fato de que falta menos de dez capítulos para a fic acabar???

Vão pensando nisso...
=D

Muita maldade, né?


Fortes emoções...

Espero muitos comentários, e agradeço os que vocês comentaram sobre o ultimo capítulo.

Um mais lindo que o outro.


Eu amo você, hoje e pra sempre.


Aaaaah, alguém se lembra daquele beijo que eu falei que aconteceria e vocês sequer notariam?
Já aconteceu.

ha ha ha

Beijooos.

Paulinha


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