A Condição



- Capturamos Draco Malfoy!
Um barulho de copo se quebrando fez todos os rostos se voltarem para Hermione. Branca como papel, ela estava parada, imóvel, com as mãos na mesma posição como se ainda segurasse o copo, que estava estilhaçado no chão.
Harry se adiantou e a segurou, antes que ela caísse no chão.
- Preciso... Não... Sair... – ela parecia desorientada, se desvencilhou de Harry se muita noção do que estava fazendo e deixou a cozinha em passos cegos.
Matt se levantou ao vê-la ir, mas Harry ergueu a mão num sinal para que ficasse, o professor voltou a se sentar, contrariado.
- Sinto muito... - Harry disse e saiu da cozinha rápido, sem dar tempo para perguntas.
Lupin pareceu penalizado e toda sua euforia inicial se esvaiu, Rony olhava para as pessoas ali presentes em busca de respostas, mas todos pareciam na mesma. Sem entender o que acontecera.
O único que sabia o motivo de tal reação era Lupin, que pigarreou e tentou retomar a reunião, contando como fora a captura.

***


Hermione subiu as escadas num movimento involuntário, seu cérebro parara, ela não via nada, não conseguia respirar, parecia não haver oxigênio o suficiente no ar. Lembranças em montes vinham a sua mente, enquanto galgava os degraus ia balançando a cabeça, tentado tirar aquilo da mente... A vista estava turva, a mão foi em busca do corrimão, mas não o achou. Quando chegou ao segundo andar seus sentidos a abandonaram, nada mais fez sentido, era possível sentir de novo uma mão fria correr sua pernas...
Harry subiu a escada correndo a tempo de segurá-la, para não desmaiar e rolar escada a baixo.
- Está tudo bem, Mione... – falou ele, assim que a colocou nos braços. Entrou em seu quarto e fechou a porta com o pé, a sentou na cama, com as costas encostadas a cabeceira. – Hei, tudo bem, estou aqui...
- Ele. – ela sibilou, sem condições de falar, com a vista ainda turva era difícil focar Harry, mas sabia que ele estava ali, e isso bastava... Bastava para seu corpo e sua mente não se desligarem por completo.
- Eu sei, entendo...
- De novo. – ela tornou a sibilar, começando a sentir lágrimas escorrerem amargas pelo seu rosto.
- Não se preocupe... Calma, estou aqui com você. – ele sussurrou, se aproximando.
- Estou com medo. – ela confessou, voando para os braços de Harry.
O rapaz sentou e a abraçou. Ela escondeu o rosto na camisa dele, segurando-o com força.
- Não vou deixá-lo chegar perto de você.
- Por favor...
- Não vou deixar. Prometo.
- Ele... Prisioneiro da Ordem... Ele está aqui...? – ela ergueu a cabeça para encará-lo, Harry pôde ver um medo angustiante ofuscar o brilho diário daqueles olhos que sempre o acompanhavam.
- Não sei. Mas logo voltaremos pra Hogwarts, não se preocupe.
Ela não disse mais nada, apenas voltou a abraçá-lo. Harry a apertou forte contra si, era tudo que podia fazer.

***


- O que houve? – perguntou Rony, preocupado, assim que Harry entrou na cozinha meia hora depois. Dera uma poção a Hermione para dormir sem sonhar.
- Ela se assustou com os fatos. Só isso.
- Ela está bem? – perguntou Matt.
- Ela vai ficar, não se preocupe. Podemos continuar agora. Como foi que o capturaram?
- Ele se entregou. – contou Rony.
- Se entregou? – indagou Harry, perplexo.
- Viu que todos os outros Comensais já tinham fugido, só restara ele e uma vila totalmente destruída. Ele está com um aspecto horrível, magro, abatido. Malfoy está quase irreconhecível, se deu por vencido, jogou a varinha em meus pés e ergueu as mãos. – explicou Lupin, afoito.
- Mas... Tem certeza que é o Malfoy? Digo... O real Draco Malfoy não se entregaria assim. – disse Harry.
- Sim, temos certeza sim Harry, checamos isso. Achamos que ele estava sendo tão torturado e estava sofrendo tanto nas mãos do Lorde, que qualquer coisa que nós fizermos com ele vai ser melhor do que o inferno no qual ele estava vivendo. – disse Quim.
- Onde ele está? – o rapaz tornou a perguntar.
- Hogwarts, na sela onde Sirius foi preso no terceiro ano. Lá outros Comensais não entrarão, não se preocupe.
- O que foi que ele disse...? Já o interrogaram...?
- Não. Não tivemos tempo. E achamos melhor dar um tempo a ele. Você não o viu, Potter, ele está horrível, não parece o mesmo. Não é o mesmo. Conversaremos com ele amanha. – disse Moody.
- Quero vê-lo. – disse Harry, firme. – Quero vê-lo e quero fazê-lo sofrer, quero fazê-lo pagar por tudo que ele fez, e por tudo que ele se propôs a fazer.
- Vá com calma Potter. Sabemos que era ele que deveria ter matado Dumbledore, mas não podemos chegar torturando-o assim. Ele está num estado lamentável, uma Maldição Cruciatus e o garoto iria direto para o inferno. – resmungou Moody, com seu olho mágico rodando em todas as direções.
- O que pretendem? – perguntou Harry, impaciente.
- Temos que dar um tempo a ele. Temos que esperar ele se recuperar um pouco. Tentaremos primeiro arrancar informações sem nenhum tipo de artimanha. Se houver resistência, apelaremos para Veritasserum. – disse Lupin, começando a andar de um lado para o outro.
- E por que já não usam Veritasserum de uma vez? – questionou Jorge.
- Não queremos forçá-lo, não queremos que ele fique com medo de nós.
- Mas, pretendem o que...? Quando eles apanham um de nós, nos torturam por diversão. – disse Gui.
- Sim, mas nós não vamos nos rebaixar ao nível deles. Acreditem, essa é melhor maneira de persuadirmos Malfoy. – disse Lupin.
- Ele está assustado e com medo, não vai resistir por muito tempo. – falou Quim.
- E agora? – pergunto Minerva.
- E agora... Teremos que esperar, ele não está em condições de falar nada no momento. Ele sequer pára em pé. – disse Moody.
- Certo. E quando ele puder falar, o que faremos? – perguntou a Sra. Weasley.
- Arrancaremos a maior quantidade de informações possíveis. A localização, principalmente. – disse Quim, com os olhos pretos brilhando.
- Acham que ele dirá por livre e espontânea vontade? – indagou Angelina.
- Não, esse tipo de informação ele não nos dará a troco de nada, acreditem. – disse Lupin.
- E então? – disse Tonks.
- Veritasserum, é obvio. – disse Fred.
- Não há alguma forma de Veritasserum não fazer efeito nele? – perguntou Tonks, olhando para o marido.
- Impossível. – disse Lupin, sem muita certeza.
- Acho que esse é o maior feito da Ordem até agora. – disse Gui, se levantando. – O que faremos agora?
- Por hora, acho que seria bom discutirmos quem será o novo líder, e tentar, ao máximo, recrutar pessoas para o nosso lado. – disse Quim.
- Faremos uma votação? – perguntou Fleur.
- Sim, é justo. Que se indique candidatos e votemos neles. – disse Quim.
- Eu me candidato! – disse Jorge, pulando atrás de Quim. – Prometo não fazer nada de bom.
- Então está cortado da lista. – Disse o Sr. Weasley, rindo. – A coisa é muito mais séria do que imaginamos. Acho que Quim ou Moody são os mais capacitados.
- Você também Arthur! – disse Moody, num rosnado.
- Não, Olho-Tonto. Olha o tamanho da minha família, seria muito fácil me atingir. Quanto menos laços o líder tiver, melhor é, pra conduzir as situações com mais lógica e frieza. Nessas horas o desespero por ser parte da família pode atrapalhar muito.
- O Sr. Weasley tem razão, eu acho. – disse Matt, baixo.
- Alastor e Quim são os mais aptos em minha opinião. E Lupin também. – disse Minerva.
Houve um murmúrio geral de concordância e protestos de Fred e Jorge, que queriam se candidatar.
- Então, que comece a votação. – disse Lupin, conjurando uma pena, um tinteiro e um pedaço de pergaminho.

***


Harry abriu a porta do seu quarto silenciosamente, eram duas da manha. A votação tinha sido demorada, havia bastante gente, membros que não puderam estar presentes; tiveram que esperar os Patronos irem e virem com os votos, Fred e Jorge que não paravam um só minutos com suas lamentações e promessas de um mundo melhor. Assim que a votação acabou, Quim foi eleito o novo chefe da Ordem, com Moody como vice, caso alguma coisa acontecesse. Com Malfoy capturado, varias estratégias foram formadas, Harry se sentia zonzo, nunca vira tantos mapas na sua vida. Fazer parte da Ordem era mais cansativo do que emocionante.
Ao fechar a porta pôde ver uma sombra lá fora, na sacada. O luar prateado com um feixe fino de luz trazia pouquíssima iluminação pro lugar.
- Achei que estivesse dormindo.
- Por pouco tempo. Meus pesadelos foram mais fortes que a sua poção. – ela respondeu, vendo-o encostar-se à balaustrada, ao seu lado.
- Quim é o novo líder.
- É uma ótima escolha. Como foi? Votação?
- Sim, ele, Moody e Lupin foram os candidatos. Levando em consideração o fato de Lupin ter acabado de se casar, Quim foi eleito presidente e Moody o vice.
- Sábia escolha. Em quem eu votei?
- Anulei seu voto. Não seria justo eu escolher por você.
- Muito justo de sua parte Harry, mas poderia ter usado meu voto.
- Não faria isso!
- Eu sei que não.
Eles ficaram em silêncio, ainda não tinham se encarado, olhavam o vale a frente deles, ouviam o barulho de água caindo... As estrelas brilhando...
- Fui uma tola. Não podia ter me deixado abater daquele jeito. – ela disse, baixinho.
- Não diga isso Hermione. Nada mais normal do que a sua reação.
- Todos devem ter me achado uma idiota.
- Porque eles não sabem o que aconteceu. Lupin veio me perguntar como você estava logo depois que a reunião acabou.
- Ah, Harry, eu deveria ser mais forte...
- Mais...? – ele indagou, surpreso.
- Eu nunca vou poder te ajudar se ficar me lamentando desse jeito.
- Você não está se lamentando Hermione, você teve um bom motivo pra quebrar aquele copo.
Ela ficou em silêncio por mais um instante.
- Me desculpe, eu devo ser mais forte. Por mim e por você. – ela sussurrou.
Harry finalmente a encarou, os olhos dela estavam perdidos a procura de estrelas.
- Você já é forte. Por nós três. – ele disse, sério. – Por mim, por Rony, por você. Você é uma pessoa magnífica Hermione, não fique triste assim por ter tido uma pequena recaída.
Ela respirou fundo.
- Eu não tenho medo de nada. Nem da morte. Se tiver que ser, será. Mas ele... Ele despertou o que há de pior em mim, nem eu sabia que existia. – ela disse, derrotada.
- Malfoy foi cruel.
- Mal posso imaginar o que me aconteceria se eu o encarasse, novamente.
- Mione...
- Eu não o deixaria ver o quanto me fez sofrer. Eu não demonstraria nem um pouco do horror e do... Medo que ele me causa. Eu seria forte, na frente dele, pra mostrar que nada me abala.
Ela sentiu um nós se formar em sua garganta, uma vontade de chorar, doía tanto pensar nisso.
- Mas isso te abalou, não há como negar.
- Mas ele não precisa saber. Não vou dar esse gostinho a ele. Nunca.
Ela ficou em silêncio de novo, mas dessa vez respirando pesadamente. Harry sabia que ela estava sendo forte, que estava tentando engolir toda a aversão e o horror que Draco Malfoy lhe causava. Ela era orgulhosa, exatamente como Harry.
- Não fique assim. Por favor... Não mude por causa dele, ele não merece. Eu gosto do seu jeito, gosto da sua voz, da maneira como você sorri, do seu olhar, da maneira como me toca, me abraça... Gosto do seu calor, dos cachos do seu cabelo, da sua franja sobre seus olhos e o jeito que você a afasta. – Hermione olhou pra ele pela primeira vez até então. Ele estava olhando pra algum lugar no céu escuro. – Gosto da sua cara quando você está com sono, e do contorno dos lábios quando você fica brava, gosto do brilho que faísca no seu olhar quando você está com raiva, gosto do jeito como você põe seu cabelo atrás da orelha, gosto das covinhas que se formam no seu rosto quando você sorri... Gosto do seu perfume, gosto das suas mãos, gosto das curvas do seu corpo, da textura da sua pele... Gosto da maneira como você se comporta, das coisas que você diz, a forma como você pensa. Admiro cada milímetro seu, Hermione, não se deixe levar pelo sentimento que Draco fez nascer em você. Eu gosto de você da forma que você é... Por tudo que você é... – ele finalmente a encarou. – Agradeço tudo que você é e tudo que você me ensinou a ser, desde o início... Desde o primeiro momento. Você me ajudou a construir meu próprio eu, e no momento que eu estava perdido, foi você quem me achou.
Hermione não sabia o que pensar. Antes de mesmo de se lembrar que tinha que respirar, as mãos de Harry vieram de encontro com sua cintura e seu rosto. As costas dos dedos dele acariciaram levemente a bochecha dela, enquanto a outra mão, a suas costas, a trouxe pra si. Ele a fitou, ela fez o mesmo.
- Eu não tinha ninguém. Agora eu tenho tudo... Eu tenho você. – ele sussurrou.
Ela sentiu um arrepio correr seu corpo e findar na ponta de seus dedos no momento que o toque de Harry se misturou com a brisa suave, seus olhos se fecharam involuntariamente no instante que a testa de dele colou na sua.
Era totalmente estranho o efeito que Harry causava nela. Ela fugia de si, perdia os sentidos, nem a gravidade existia mais... Ela não se lembrava do seu nome, quem era ou quem queria ser. Não sabia o que estava fazendo. A única coisa que seu cérebro registrava era Harry. Pura e simplesmente Harry.
“Volte a si Hermione! Volte agora! Volte antes que seja tarde demais...”. Alguém gritava dentro da cabeça dela, mas a garota fazia questão de não ouvir. Não queria ouvir. Aquele torpor ao qual ela estava presa não a permitia ouvir.
O nariz dele roçou levemente no dela e Hermione poderia jurar que a qualquer momento o chão sumiria sob seus pés.
Harry que já abandonara a sã consciência há tempos sentiu um tremor estranho sacudir seu corpo quando seus olhos inocentemente pararam na boca entreaberta da amiga. Fechou os olhos, precisava resistir, tinha que resistir. Isso era... Loucura, insanidade, absurdo, piração, delírio, equívoco, era inconseqüente... Como ela conseguia deixá-lo em tal estado? O que ela tinha que o fazia fugir de si dessa maneira? O que ela pretendia levando-o a cúmulo da inconseqüência e insanidade dessa forma? Como ele podia ser tão maleável, seduzível e fraco para o ‘Efeito Hermione’? Que tipo de homem forte e sensato ele era quando só bastava ouvi-la respirar para todo o erro e o caos do mundo virar melodia? O que é que estava acontecendo, afinal?
Hermione sentiu o nariz de Harry correr suas bochechas, provocando um contato das duas faces.
Então era assim? Estava subentendido? Qualquer coisa menos a boca?
Pelo amor de Merlim, isso é tortura...
“Volte Hermione... Vamos... Volte...”
E nada mais importava no mundo. Nada mais era ouvido... Apenas sentido. Harry parou. Respirou fundo. Era tudo muito rápido e muito lento. Não dava tempo de raciocinar, mas era o suficiente para sentir... Memorizar.
“Maldição!”, ele praguejou num milésimo de segundo de consciência. Hermione suspirou, de alguma forma isso a trouxe mais pra perto, então Harry pôde sentir um roçar leve dos lábios dela. Rápido. Muito rápido. Mas foi possível sentir um arrepio de ambas as partes. Ela abriu os olhos num arroubo desesperado da pouca sanidade que lhe restava. O fitou. Ele permanecia com os olhos fechados, respiração descompassada... Hermione só o vira assim na batalhas nas quais eles lutaram. Uma mistura de bravura, coragem e desespero... Dúvida também.
A pele tão clara, o contorno bem delineado dos lábios... E lá estava ela contemplando Harry sem pudor nenhum. Era irresistível. Deus! Como ela se mostraria forte ao fazer o que ia fazer.
Harry sentiu dedos delicados e conhecidos tocarem sua boca. Ele abriu os olhos e a fitou. Ela estava séria. O dedo polegar da garota contornou levemente o desenho dos lábios dele.
Hermione sorriu.
Harry entendeu.
Ela fizera o que era certo.
Quebrou a conexão.
E ainda sorria... Estava tudo bem.
Harry sorriu levemente, ela relaxou em seus braços.
Sem dizer uma palavra, ele se abaixou e passou um de seus braços pela parte de trás do joelho dela, a pegou no colo. Ela não contestou, só riu alto. Ele a levou pro quarto e a deitou na cama. A fitou.
- Boa noite, meu anjo. – ele sussurrou.
- Boa noite, Harry. – ela respondeu com um sorriso.
Harry acenou sua varinha pra porta da sacada, ela se fechou silenciosamente enquanto o rapaz apagava a luz. Ele tirou sua camisa e se deitou ao lado de Hermione e se virou para ficar de frente pra ela.
- Eu adoro você. – ele sussurrou enquanto seu dedo indicador contornava o rosto dela.
Hermione se aproximou mais dele, colocando uma de suas pernas sobre as do rapaz. A escuridão do quarto não os permitia enxergar muito, pouquíssima luz entrava através das frestas da porta da sacada; mesmo assim, Harry pode sentir os lábios dela se curvarem num sorriso entre seus dedos.
- Eu também adoro você. – ela sussurrou em resposta, acariciando o rosto dele.

***


- Inferno! Tudo eu... Tudo eu! – praguejava Gina subindo as escadas da sede da Ordem.
A garota acordara bem cedo no sábado para ir a Hogsmeade, porém não encontrara seu irmão, nem Hermione em seu quarto, nem Harry. Exigiu saber o que tinha acontecido e Hagrid lhe contou sobre a reunião. A ruiva ficou irritada por não a terem avisado e fez questão de ir para o Lago Grimmauld também. Mas nesse momento se amaldiçoava por isso. Desde que chegara só obedecia as Ordens que a Sra. Weasley dava. Eram dez da manha e ela já perdera a conta de quantas vezes subira aquelas escadas desde as oito, quando chegara.
- Droga... Maldita hora que eu quis vir pra cá... – ela resmungava enquanto subia. – “Suba e pegue meu casaco.” “Busque os sapatos do seu pai.” “Peque a tigela no outro armário.” “Abaixe o fogo.” “Procure o sal.” “Não coma nada até eu servir.” – ela vociferava numa imitação da própria mãe. – Inferno!
- Bom dia Weasley. – disse Matt, ao passar por ela em direção a cozinha.
- Bom só pra você, porque pra mim... – ela respondeu com rispidez.
Matt a olhou feio, espantado com a falta de educação, ela costumava ser bastante gentil.
Gina parou ao alcançar o segundo andar.
- “Vá acordar o Harry, quero falar com ele sobre Hermione. E veja se ela está bem.” – ela imitou a voz da mãe mais uma vez. Bufou de raiva, com certeza em Hogsmeade as coisas estariam bem melhores... Arrependida até o ultimo fio de cabelo vermelho por estar ali, Gina abriu a porta de Harry num movimento brusco. Seu olhar caiu sobre a cama e, conseqüentemente, sobre as costas nuas de Harry que dormia de barriga pra baixo, no lugar mais afastado da cama, pela visão de Gina. Só então a ruiva dera-se conta que sequer batera na porta, “Eeeh, mal educada!”, ela pensou mirando as costas do rapaz que estava meio inclinada, como se tivesse com alguma coisa sob si.
- Mas já estou aqui dentro mesmo... – ela murmurou, andando lentamente, a fim de olhar para o rosto do rapaz. Ao dar a volta na cama ela parou de chofre.
Harry realmente estava sobre alguma coisa.
Ou melhor... Sobre alguém.
Seu corpo cobria parcialmente um outro corpo que possuía belos cachos castanhos lhe cobrindo a face.
A ruiva não se mexeu. Chocada e imóvel.
“Então é assim...? Dormindo juntos e tudo, hãm?”, ela pensou ao se recuperar do choque inicial. “Hermione nem me contou... Droga! Mal larguei e ela já pegou? E pegou pra valer!”. Seus olhos corriam de um lado pro outro tentando memorizar exatamente a cena. Harry estava sobre ela, que também estava de barriga para baixo, mas era de uma forma tão protetora a maneira como os braços dele envolviam o corpo dela... Era como se ele a tivesse protegendo com o próprio corpo.
A ruiva balançou a cabeça e saiu sorrateiramente do quarto sem fazer um ruído sequer.

***


- Boa tarde... – ele sussurrou no ouvido dela. Acordara há alguns minutos, não se mexeu para não despertá-la, porém, ela acabara de se mexer sob si.
- Tarde? – ela murmurou, preguiçosa, ainda de olhos fechados.
- Quase meio dia.
- Sério? – ela disse, abrindo os olhos de repente, só então dando-se conta de onde, exatamente, estava Harry.
- Sim senhorita. São, precisamente, onze e cinqüenta e sete. – ele a ouviu rir.
- O que pensa que está fazendo aí? – ela perguntou, com graça.
- Estava dormindo até poucos minutos atrás.
- Por um acaso, eu sou o colchão? – ela indagou, sorrindo.
- É muito melhor que um colchão. – ele respondeu fazendo-a soltar um gargalhada.
- Adoraria poder me virar pra olhar pra você. – ela disse, depois de algum tempo.
- Eu adoraria lhe proporcionar uma bela sessão de cócegas.
- Esqueça. – ela disse, séria. – Dá ultima vez eu quase morri de falta de ar.
- Ah! – ele murmurou, desapontado. – Que pena.
Ela sorriu e voltou a fechar os olhos já que estava sem condição nenhuma de olhar para Harry devido a posição na qual se encontravam.
- Como está se sentindo? – ele perguntou num tom sério. Hermione logo entendeu ao que se referia.
- Estou superando. Preciso superar. – ela respondeu, baixinho.
- Merlim... Depois diz que não é forte. A força também é feita de determinação, e isso não lhe falta.
- Ah, com certeza, determinação não está em falta aqui. – ela respondeu, sorrindo de leve.
Harry se ergueu ligeiramente, beijou a bochecha dela e se levantou.
- Levante logo para que apareçamos no almoço, pelo menos, senão a Sra. Weasley terá um ataque.
- Já vou levantar... – ela murmurou, sentindo um friozinho incomodar na suas costas, que até então estava sendo aquecida por Harry.
Hermione se levantou e parou de frente para o espelho. Tentou ajeitar os cabelos e sentou a borda da cama, esperando que Harry terminasse o banho. Mas ela estava impaciente e resolveu deixar um pedaço de pergaminho sobre o travesseiro que dormira. Saiu do quarto, em direção ao seu.
- Bom... Boa tarde Hermione! – disse Ron ao colidir com ela no corredor.
- Ah, olá! Tem muito tempo que está acordado?
- Não muito, estava conversando com Gui... E Harry?
- O que tem o Harry? – ela indagou, sem entender.
- Foi ao quarto dele... Ele já acordou...? Vai almoçar? – Rony perguntou parecendo meio óbvio.
- Ah! Claro, claro... Foi tomar um banho.
- Certo... Nos vemos daqui a pouco então.
- Até já.
A garota sorriu e foi direto pra seu quarto.

***


Harry saiu do banheiro e olhou em volta. Ela não estava lá, não a via, mas podia jurar que ela estava presente de alguma forma. O perfume doce dela estava impregnado em cada parte daquele quarto, era impossível tirá-la da mente. Quanto mais próximo a cama, mais presente se fazia o perfume, largado ali, sobre o travesseiro, havia um pequeno pedaço de pergaminho.


Obrigada pelo apoio, pelo carinho, pelo abraço, pelas palavras e pela noite magnífica.
“Obrigada por tudo que você é, e por tudo que você me ensinou a ser.”
Adoro você, hoje e sempre...
Hermione.


Ele sorriu ao terminar de ler... Ela memorizara cada palavra que ele havia dito. Pegou um de seus livros e colocou o pergaminho em uma das páginas, distraidamente, enquanto pegava uma roupa no guarda-roupas.


***


A tarde estava agradável, uma temperatura amena, mas o sol escondido atrás das nuvens deixava claro que logo o gelo tomaria conta de toda Londres.
Harry estava sentado no chão da sacada, com as pernas esticadas, a cabeça de Hermione repousava em seu colo, enquanto as pernas da garota estavam sobre as de Rony, sentado perto de Harry.
Fazia já algum tempo que eles estavam ali. Era difícil explicar o momento, estava tudo tão calmo e tão animado. Rony com suas piadas, Hermione com seu tom autoritário e as caretas de Harry quando eles pareciam que ia começar mais uma discussão. Estava divertido, sem preocupações, sem medos. Eles apenas estavam sendo adolescentes comuns, vivendo suas vidas comuns... Era tão difícil pra eles serem comuns.
Eles ficaram em silencio por um momento. Hermione sentia as mãos de Harry em meio aos seus cabelos, e os de Rony em seu tornozelo, indo e vindo.
- Ron? – Hermione chamou, levantando ligeiramente a cabeça para encará-lo.
- Sim?
- Farei uma pergunta. Promete que responde com toda sinceridade?
Harry já sabia o que vinha a seguir, um sorriso maroto brotou de seus lábios, enquanto Rony analisava lentamente a face de Hermione, procurando algum vestígio da tal pergunta.
- Não posso prometer Hermione. – ele disse.
- Por que não? Está nos escondendo algo? – os olhos dela faiscaram, Harry abafou uma gargalhada. Sempre perspicaz, Hermione...
- Não. – o ruivo falou.
- Então porque não promete?
- Porque não prometerei uma coisa que talvez não possa cumprir.
- Estão você realmente está escondendo algo de nós. – ela sorriu.
- Vocês também escondem coisas de mim! – disse o outro, se defendendo.
- Ah, é? O que, por exemplo? – Hermione indagou, levemente incomodada.
- Ora... Vocês... Vocês... É...
- Vamos Rony, diga algum motivo de alguma coisa que te faz desconfiar que te escondemos algo?
- Sei lá... Vocês são tão grudados. Parece que se comunicam com o olhar... Às vezes vocês me dão medo!
Harry e Hermione caíram na gargalhada.
- Ron! Sabe que nós dois não te escondemos nada!
- Eu também não escondo nada!
- Tem certeza? – indagou a garota, num tom sugestivo.
- Claro! O que te faz pensar que eu escondo algo de vocês? – ele preferiu não ter feito a pergunta depois que viu o olhar que os outros dois trocaram. – Ta vendo? Ta vendo? Esses olhares... Esses olhares...
- Rony. – disse Harry calmamente. – Esse olhar e todos os outros que eu e Hermione trocamos, que te deixam com medo, não passam de uma forma de sabermos que estamos pensando na mesma coisa.
Hermione assentiu com a cabeça.
- No que estão pensando? – indagou Rony.
Hermione sorriu um sorriso que beirava a perversidade, Harry sorriu com malicia. Rony se assustou.
- Aonde você vai quando estamos na biblioteca? – perguntou Hermione, num tom de triunfo.
- O... O que?
- Isso mesmo Rony. Onde é que você vai quando sai apressado da biblioteca todas as vezes que estamos procurando algo sobre as Horcruxes? Pra onde você sai correndo quando estamos no salão Comunal fazendo os deveres? – perguntou Harry, com um olhar curioso.
- Ãh... Ronda.
- Ronda? – repetiu Hermione, com incredulidade. - Desde quando você liga pra ronda, Ronald?
O ruivo olhou pro outros dois, sem saber o que dizer.
- Você simplesmente some, nos larga sozinhos durante toda a semana. E nos finais de semana fica como um louco, correndo contra o tempo para dar conta dos deveres. – disse ela.
Rony ficou em silencio, fitou o joelho de Hermione.
- Pode nos contar cara, somos seus amigos. Seja o que for, somos fortes! – disse Harry, com graça.
- Certo, certo, certo. Eu digo só uma coisa e vocês prometem me deixar em paz?
- Claro! – disse Hermione, eufórica, com seu senso de curiosidade mais aguçado que o normal.
- É... Uma garota.
Harry e Hermione se seguraram para não cair na gargalhada mais uma vez.
- Bem, Ron, disso nós já desconfiávamos. Quem é? – Hermione perguntou, usando todo seu autocontrole pra não rir da cara do ruivo.
- Eu disse que diria só uma coisa. Já disse. Agora me deixem em paz. – ele falou, bravo.
- Tudo bem... Não precisa ficar zangado. – disse Harry. – Espero que ela seja legal e boa o suficiente pra você, cara.
- Ela é.
- Maravilha. Não esqueça que eu e Harry somos os padrinhos do... – antes dela concluir a frase sentiu seus braços serem tomados com força por Harry, enquanto Rony lhe fazia cócegas. – Páraaaaaa, pára!
Quando Rony e Harry finalmente a soltaram, ela não tinha mais forças pra nada.
- Eu mato vocês dois! – ela murmurou, abrindo os braços sobre o chão, vencida pelo cansaço.
- Mata nada, Mione... Você ama a gente. – disse Rony, rindo do estado dela.
- Amava, num passado recente. Agora eu...
- Olá queridos, será que poderiam descer por alguns minutos, por favor? – disse a Sra. Weasley, aparecendo à porta dupla da sacada.
- O que é, mãe?
- Reunião.
- De novo?- indagou Harry.
- Sim, Quim, Lupin e Moody falaram com Malfoy. – disse a mulher, vendo os dois garotos se levantarem, depois ajudando Hermione a se por de pé.
- Ah, claro... Muito interessante. – disse Rony.
Harry reparou Hermione ficar ligeiramente lívida, mas pareceu não se importar, tomou a frente, e ao lado da Sra. Weasley, desceram para cozinha.

***


- Subestimamos Vocês-Sabem-Quem.
Foi a primeira frase que saiu da boca de Quim, no momento que todos na cozinha fizeram silêncio, para o inicio da reunião.
A cozinha estava lotada, todas as cadeiras ocupadas, na maior parte delas pelas mulheres. Quim estava na posta da mesa, com Moody a sua direita. Os outros se encostavam as paredes e faziam o possível para enxergar quem falava. O cômodo era muito grande, mas a quantidade de pessoas ali crescera bastante. Encontravam-se no local: Quim, Moody, Lupin, Tonks, Sr. e Sra. Weasley, Fred, Jorge, Rony, Gui, Fleur, Harry, Hermione, Minerva, Matt, Lino, Angelina, e ainda pessoa que Harry lembrara ter visto raras vezes, como: Elifas Doge, o bruxo de voz asmática; Estúrgio Podmore e Héstia Jones.
Havia ainda, mais uma quatro pessoas que o rapaz nunca tinha visto na vida, eram três bruxos e uma bruxa. Que mais tarde Harry conheceu como Roxanny Müller – uma mulher velha, baixa, gorda, rosto redondo e cabelos bem enrolados e pretos. Erick Whiteford – parecia ter pouco mais de trinta anos, alto, magro, corpo bem definido, cabelo curto loiro e bem arrepiado; parecia simpático e do tipo sedutor – Auror do Ministério há dez anos. William Dufey era um jovem senhor – alto, esbelto, cabelos grisalhos, olhos pequenos e escuros emoldurados por óculos clássicos. Sub-Chefe da Sessão de Aurores. O último era bonito, porém tinha cara antipático, Michael Edwards tinha um cabelo loiro cheio e repicado jogado de lado, que junto com sua cara de mal o deixava bem interessante. Era jovem, ainda estava em treinamento, sob a supervisão de Moody que o trouxera pra Ordem.
- Como assim? Nós nunca o subestimamos! – indagou Minerva, com sua voz firme.
- O fizemos dessa vez, Minerva. – respondeu o líder, com sua voz retumbante, ligeiramente preocupada.
- Por que está dizendo isso? – perguntou um dos bruxos que Harry não conhecia.
- Porque não podemos dar Veritasserum ao Malfoy. – respondeu Quim, com displicência.
Um murmúrio de surpresa correu o lugar.
- Isso é impossível! – disse Jorge, sério. Era raro... Muito raro ver Jorge daquele jeito.
- Você disse que era impossível isso acontecer Remo! – disse Tonks, aflita. – Eu perguntei isso ainda ontem...
- Eu sei, Dora. Eu sei. – disse Lupin, com seu ar cansado. – Me perdoe, eu errei.
- Eu devia ter desconfiado. – Hermione murmurou. Todos voltaram sua atenção pra ela.
- O que disse, querida? – perguntou a Sra. Weasley.
- É obvio. Nós devíamos ter cogitado essa possibilidade! – falou a garota, com seu ar autoritário.
- Mas é impossível uma pessoa resistir a Veritasserum. Não existe poção nenhuma que corte o efeito, ou... – começou Matt. Mas Hermione o interrompeu.
- Não existe poção que corte o efeito. Mas existem substancias reagentes aos ingredientes da poção. Merlim... Como eu não pensei nisso antes? – ela indagou mais pra si mesma do que para os outros, com o desapontamento estampado na cara. Ela odiava não ter as resposta antes que elas fossem pedidas... Ela podia ter pensado nisso, mas não o fez.
- Exatamente Hermione. Genial! – Quim exclamou, com um sorriso vacilante. – Vocês-Sabem-Quem injetou no sangue dele algum tipo de substância que, quando reage com um dos ingredientes da Poção da Verdade, é fatal.
- Isso quer dizer...? – questionou Fred.
- Que se dermos Veritasserum ao Malfoy, ele morrerá instantaneamente. – completou Hermione, com perspicácia, se levantando.
- Mas... Mas... Como? – indagou a bruxa desconhecida, de sua cadeira.
- Simples. Se dermos Veritasserum ao Malfoy, um dos ingredientes da poção, que vai entrar em sua corrente sanguínea, vai reagir com essa substância que lhe foi injetada. Essa reação é fatal, o levará a morte em poucos minutos. Tenho que dizer que essa idéia foi realmente brilhante! – Hermione comentou.
- Como descobriram isso? – Harry perguntou.
- Malfoy nos disse. Nós não acreditamos a princípio, e pedimos para Madame Pomfrey fazer alguns exames para comprovar. – disse Quim.
- Ela tirou o sangue do garoto e analisou até o ultimo glóbulo. Cada célula dele tem essa substância. Para fazer o teste, realmente, fizemos uma simulação da mistura do sangue dele com Veritasserum... O resultado foi catastrófico. – resmungou Moody, com seu olho azul girando em todos os sentidos possíveis.
- E agora? – a voz de Fleur saiu baixa, em meio ao grande grupo de pessoas.
- Agora ferrou! – disse Fred, dando um soco na mesa.
- Como vamos saber de tudo que precisamos? Como tirar informações...? – começou Matt.
- Assim a captura dele terá sido inútil, não há motivos para... – falava Doge.
- Ele nos jurou contar tudo. – disse Lupin. Todos os olhares se voltaram pra ele.
- Jurou? – questionou o Sr. Weasley.
- Sim. Jurou. – afirmou Lupin.
- Com uma condição. – disse Quim.
- Ele não está em condições de impor exigências! Ele é nosso prisioneiro... – começou Jorge, com impaciência.
- Nós precisamos dele, Jorge. Ele tem todas as informações que nós precisamos. – disse Gui, calmamente.
- Até agora, eu, particularmente não entendi o porquê dessa condição. Mas com certeza, não nos acarretará problema algum. – falou Quim.
- Qual é a condição? – indagou a Sra. Weasley.
- É bem... Estranha! – disse Moody, com seu rosto contorcido.
- Cada coisa que me aparece nesse mundo... – comentou Quim, com indiferença.
- Qual é a maldita condição? – Tonks perguntou, com impaciência.
- Ele jurou contar tudo que precisamos saber se... – começou Quim, mas foi interrompido por Lupin.


***

N/a: Oieeee!

Teve gente que acertou que é que foi capturado, né???

ahsuhaushuahuahuhauhauhsuhasuhaushaus

Muito bom palpite.
Agora, qual é a condição?
Qual?

Espero palpites.

=D

Genteee, me desculpem, peço milhões de perdões.
Estou sendo uma autora relapsa, eu sei.
Mas meu tempo está tão curto, que tempo para o computador eu ando tendo.
Me desculpem, mesmo, por favor.
Mas eu leio o comentários, e adoro, cada um deles, amo demais.
E sou imensamente grata por tudo que vocês tem feito, por me apoiarem, e não me abandonarem.

Vocês são tudo, agradeço de todo o coração, de verdade.

Comentem esse comentário, porque tem uma parte H² bem fofa, né?
E mais uma vez, eu deixo vocês na vontade de ver um beijo!
Ha Ha Ha
Que má.

Mas, se servir de consolo, acabei de escrever DOIS beijos no mesmo capítulo.

Uhaushauhsuahushaushuahsuhauhsuahsuas

Pena que é no penúltimo capítulo da fic.
=/

Desculpem-me, mais uma vez.
Amo vocês!!!

Beijoooo.




Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.