O Plano.



- Eu pensei que... - ela tentou dizer alguma coisa, mas seu cérebro parara.
- Eu ainda não te disse o que você quer saber, te devo uma resposta.
- O que? Não estou entendendo... - perguntou ela, sem rumo.
- Você me fez uma pergunta e eu não respondi. - explicou ele, ainda baixo, olhando-a nos olhos.
- Eu já entendi, eu... Não aconteceu nada, me desculpe se... - ela ia falando com a voz fraca, sem pensar direito, seu cérebro parara de tal forma que nem ela poderia explicar o que tinha acontecido, mas foi interrompido pelos dedos de Harry que tocaram sua boca, fazendo-a se calar. Um arrepio correu no corpo de ambos nesse momento. Ele se refez, parou, pensou, e começou a se explicar:
- Não aconteceu nada demais, nós jantamos, bebemos, dançamos e... - Harry pensou seriamente em contar o que havia acontecido, pois ela confiava nele, o não seria certo esconder dela, porém, ele tinha certeza que a verdade traria péssimas conseqüências pra amizade deles, já não havia mais Rony, ele não podia jogar a amizade de Hermione fora, e não queria isso também; decidiu então, que levaria esse segredo para o tumulo, e prometeu pra si mesmo, que nunca mais tentaria nada do tipo com Hermione, nem mais um beijo, nem nada, tudo ficaria somente na amizade. Só amizade. Logo, ele tratou de tirar sua mão da boca dela. - ...depois fomos dormir. Na verdade, eu tive que te levar até a cama, por que você não estava em condições chegar nela sozinha.
Ele sorriu e a soltou. Ela estava completamente aérea a tudo, ela o ouvia, mas seu cérebro parecia não digerir a informação, só acordou quando ele a soltou e ela pareceu se desequilibrar.
- Problema resolvido? - perguntou ele, já que ela não dizia nada.
- Claro que sim. - afirmou ela, categoricamente, sem nem pensar muito em que estava concordando.
- Ótimo, agora sim, isso acaba aqui! Bom, nós precisamos descer, os Weasley estão lá embaixo há um tempão, nos esperando! Só vou trocar de roupa no meu quarto e já descemos, o.k.? - ele se virou em direção da porta.
- O.k., mas... Harry?- chamou ela.
- Sim? - respondeu ele, virando-se novamente, pra ela.
- Seu nariz roxo. - disse ela, apontando pro nariz do rapaz.
- Não se preocupe com isso, considere como um problema resolvido!- ele riu, ela não entendeu.
Harry virou-se e saiu do quarto dela em direção ao seu. Sem entender muito bem tudo que havia acontecido, mas decidiu não pensar naquilo. Não naquele momento, pois ele tinha um plano pra por em funcionamento.
Hermione sentou em sua cama e pensou, involuntariamente, no que tinha acontecido. No que, exatamente, estava acontecendo entre eles. As coisas haviam mudado, ela não podia negar isso, mas ela não entendia como e para o que tinham mudado. Ela se levantou e abriu seu guarda-roupa, escolheu uma roupa qualquer, se vestiu e ficou esperando alguma movimentação no corredor, anunciando que Harry já estava descendo.

***


Harry entrou em seu quarto e encontrou Rony e Fred sentados nas cadeiras na sacada, Jorge sentado na cama de Harry olhando pra baixo numa expressão pensativa. Dobby estava de pé num canto do quarto, olhando para seus pés e murmurando alguma coisa, como se fosse um texto que ele tinha que decorar. O rapaz pegou uma roupa qualquer e entro no banheiro, saiu pouco tempo depois, trocado.
Harry encarou Rony, que estava com o rosto limpo, também, só que seu lábio inferior estava extremamente inchado. Ele tinha uma cara contrariada, como se não quisesse acreditar em alguma coisa, Harry imaginou, então, que Jorge já tinha contado seu plano pra ele, por isso ele estava de mau humor. Fred estava segurando um dos produtos da loja de logros, um igual ao que deixara Hermione com um olho roxo no ano passado. Fred o disparou em direção do nada, como se fosse uma porrada.
- Pronto Harry, desce segurando isso, tá? Enquanto Jorge desce rindo e Dobby fazendo escândalo. E Rony desce comigo e... Bom... - ele começou a rir, Rony o olhou com ódio.
- Certo... Todos prontos?- perguntou Jorge, se levantando, todos afirmaram com a cabeça, com exceção de Rony. - Tentem ser o mais convincente possível, faça o maior drama que puder, tem que ser tudo muito real e nada exagerado. O.k.?
- Ótimo... Dobby, está pronto?- perguntou Harry.
- Sim, Harry Potter senhor.
- Então acho que você já pode ir, eu vou logo em seguida, só preciso avisar a Hermione.
- Esperem. - disse Fred. - Rony e Harry, não se esqueçam que vocês têm que fingir que esta tudo bem, a amizade de vocês está na mais perfeita harmonia.
- Certo. - respondeu Harry, sem emoção. Rony apenas confirmou com a cabeça. - Vamos Dobby, vou chamar Hermione enquanto você desce...
Harry e Dobby foram até o corredor, o rapaz bateu na porta de Hermione e esta abriu sem demora.
- Mione, não fique assustada com que você vai ver, só finja que um daqueles produtos dos gêmeos, sabe aquele que te deu uma porrada no ano passado? - perguntou ele, ela afirmou sem entender. - Então, apenas finja que um desses me acertou, finja preocupação e seja bem convincente, se não estamos perdidos...
- Mas Harry, por que... - começou ela, mas Harry a interrompeu.
- Não temos tempo agora, Mione. Já demoramos demais... Vá Dobby! - disse ele ao elfo.
- Vou ter que mentir na frente dos Srs. Weasley? - perguntou ela pasma, vendo Dobby começar a descer as escadas, e os ruivos que estavam no quarto de Harry, aparecerem na porta.
- Vai. - falou Harry, encarando-a, sério.
- Mas... - ela protestou, Harry a segurou pelos ombros e a fitou.
- Você confia em mim?
- É claro que sim!
- Ótimo, faça o que eu te pedi, acredite, é o melhor pra todos nós. A propósito, finja que nada aconteceu, os outros devem continuar achando que somos amigos, nós três. Só por enquanto Mione... - falou Harry, olhando carinhosamente. Ela estava contrariada, não gostava de mentir. Mas não havia outra saída.
Hermione o encarou por alguns instantes, e confirmou com a cabeça. Não estava entendendo nada, mas se Harry estava lhe pedindo, ela não poderia negar.

***


Os Srs. Weasley, mais Gui, Carlinhos, Gina e Fleur estavam na sala, preocupados com o porquê da demora. A Sra. Weasley já tinha cogitado a idéia de mandar Gina lá pra cima, para apressá-los, mas a casa era de Harry, e apressar o dono da casa não era a melhor coisa a se fazer. Então eles esperam, pacientemente, algum sinal de vida, estavam tão entediados que se assustaram ao ver Dobby descer a escada em prantos e soluços.
- O que houve Dobby? - perguntou a Sra. Weasley preocupada.
- Harry Potter, desmaiou... - soluçava ele.
- Desmaiou? Como assim, desmaiou? - perguntou o Sr. Weasley.
- Uma porrada... Levou uma porrada... Daquelas da loja...
Naquele instante, Harry desceu segurando a tal ‘porrada’ com Hermione na sua cola. Ela o olhava atentamente.
- Tem certeza que esta tudo bem Harry? - perguntou ela, preocupada.
- Tenho Mione, Dobby é muito exagerado, foi só um presentinho que os gêmeos trouxeram pra mim...- disse ele, com a mão no rosto, olhando pacientemente pra Hermione.
- Harry, querido, o que aconteceu?- perguntou a Sra. Weasley, preocupada, indo ate o garoto.
- Nada, não se preocupe, só presente de Fred e Jorge pra mim, sem problema, só ficou um pouco inchado e dolorido. - disse ele, com cara de dor.
- Ah, mas eu vou dar um jeito nesses dois... - disse a Sra. Weasley colocando as mãos nos quadris.- Mas Dobby disse que você tinha desmaiado.
- Não, não... Dobby é muito exagerado, na hora da porrada eu me desequilibrei e cai na cama, Dobby viu tudo de longe e já imaginou que tinha acontecido algo mais grave.
- Ah, que bom... - falou a mulher examinando o estrago que a “porrada” fizera nele.
- Eu limpei o sangue que escorreu, por isso demoramos. - disse Hermione, com a cara mais deslavada do mundo.
- Certo, então está tudo bem?- perguntou a mulher, olhando pra Harry maternalmente.
- Sim, tudo ótimo, desculpe-nos ter feito vocês esperarem, é que realmente não dava pra descer com o rosto coberto de sangue.
- Sem problemas, Harry!- disse o Sr. Weasley dando um abraço no garoto, depois abraçando Hermione. - Então? Como passaram a semana?
- Muito bem, obrigada. - disse Hermione indo cumprimentar o resto dos presentes. Harry fez o mesmo.
Minutos depois Jorge desceu a escada correndo e rindo bobamente.
- E então Harry? Gostou do presente...? - ele ria tanto que lhe faltava ar nos pulmões.
- Você ainda me paga. - disse Harry, sorrindo.
- Jorge, isso é jeito de agradecer a hospitalidade do Harry?- ralhou a Sra. Weasley.
- Ah, mamãe, foi só uma brincadeira. - ele dava gostosas gargalhadas.
Nesse instante, apareceram Fred e Rony, também rindo, mas Rony fingia coçar o nariz, pra ninguém ver sua boca. Quando faltavam uns sete degraus para o fim da escada, Rony se “desequilibrou” - na verdade, Fred pôs o pé na frente do pé do garoto - e desceu rolando o que faltava, caiu no chão com o nariz batendo no assoalho. Foi um tombo hilário. Os gêmeos riam, Harry ficou com pena, por mais raiva que estivesse sentindo. Hermione olhava surpresa pro ruivo estirado no chão e o resto dos presentes ficaram estupefatos.
- Oh, Roniquinho, você esta bem? Fala com a mamãe... - Disse a Sra. Weasley se abaixando para ver o filho. Rony se sentou, e olhou para a mãe aflita, e além do lábio inchando que voltara a sangrar, Rony agora carregava uma enorme marca roxa em sua testa, um galo extremamente grande sob os cabelos e alguns aranhões nos braços, devido ao fato de ter rolado todos os degraus.
- Oh, Rony, você está bem?- perguntou o Sr. Weasley ajudando o filho a se levantar, conduzindo-o até o sofá.
- O que foi isso? Como caiu desse jeito, Rony?- perguntou a Sra. Weasley olhando, muito vermelha, para o filho.
- Tropecei nos meus próprios pés. - disse ele, sem emoção, com uma terrível cara de dor. Harry observava tudo pelas costas dos Srs. Weasley, o mesmo faziam Fred e Jorge, porem os gêmeos riam gostosamente. Gui olhava os machucados do irmão enquanto Fleur observava tudo ligeiramente encolhida no sofá.
- Deixe-me ver isso. - disse Carlinhos caminhando até o irmão machucado com a varinha em punho. - Sabe como é, tenho experiências com acidentes desse jeito... Quando se trabalha com dragões é preciso saber lidar com isso.
Enquanto Carlinhos observava e cuidava dos ferimentos de Rony, Hermione puxou Harry para o corredor que dava acesso a cozinha, sorrateiramente. Encostou-o na parede e o encarou muito furiosa.


***

N/a: Tive a impressão que esse capítulo está tão curto... É estranho estar escrevendo capítulos de doze páginas e postar um com apenas quatro!
haushauhsuahsuahushaus

Mas tenham paciência que muito em breve os capítulos ficarão bem grandes, conseqüentemente, os comentários também ficarão, não, é?
=D

Esse capítulo é dedicado a todos os leitores que comentaram o último capítulo, por suas palavras e por tudo que significam pra mim.
Espero que tenham gostado, e prometo que o próximo capítulo vem logo [esse está realmente curto... =/]

Save Me atualizada também, COMENTEM em ambas as fics, certo?

Beijos a todos e muito obrigada por tudo.

Paulinha.

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