Instinto



- Hermione! HERMIONE!!! – Rony entrou na sala dos monitores bradando o nome da amiga.
- Estou bem aqui e não sou surda. – ela respondeu.
A cabeça da garota emergiu atrás do encosto do sofá.
- Precisamos achar o Harry e...
- BUH! – Harry gritou, aparecendo de trás do encosto também, assustando o amigo. Ao que parecia, ele estivera até então com a cabeça deitada no colo da amiga.
- Hei! Você não devia estar aqui. Você não pode!
- Estou com a monitora chefe!
- Não importa! – ele exclamou como se lembrasse de alguma coisa importante. – Atacaram uma vila vizinha.
- Hogsmeade? – Hermione perguntou, preocupada.
- Não. Trouxa. – Rony respondeu. – Toda a Ordem está lá.
- Por que não nos chamaram? – Harry foi se levantando, zangado já.
- Por que somos reforço. Quer dizer que ainda não precisam da gente. – ela respondeu. – Como soube?
- Matt me contou. Também é reforço, tá louco da vida com vontade de ir...
- Vamos! – Harry disse, transtornado, se dirigindo para porta, com pressa.
- Vamos aonde, exatamente? – Hermione perguntou, já sabendo a resposta.
- Vamos ajudá-los. Sabe onde é?
- Matt me falou. – Rony respondeu, incerto.
Harry saiu da sala enquanto os outros dois permaneceram parados, trocando olhares.
- Qual é? VAMOS! – ele berrou, parando no meio do caminho, olhando para trás.
- Não nos chamaram, Harry. – ela disse, cautelosa.
- Estão lutando! É claro que eles precisam de reforços.
- Harry... – ela começou.
- Não quer ir, não vá. Mas eu, estou indo.
Ela se sentiu ofendida com o tom usado. Rony, por sua vez, tentou contornar a situação.
- Da ultima vez, quando precisaram, eles nos chamaram. Devemos confiar neles, foi o combinado, foi a condição que nós aceitamos para entrar e...
- Dane-se! Estou indo. – ele continuou seu caminho sem olhar pra trás.
Rony e Hermione se entreolharam.
- Não vou deixá-lo ir sozinho. – ela disse, saindo. Rony seguiu em seu encalço.
- Vocês não vão se divertir sem mim! – Rony disse, alcançando a amiga.
Encontraram Harry com sua Capa já pronto no Saguão de Entrada.
- Nós vamos também! – Ron berrou, fazendo Harry para de chofre.
Ele virou e viu Hermione descer a escada de mármore correndo, calçando as luvas, com seus cachos presos num coque firme, sob um sobretudo longo e quente.
- Achou mesmo que o deixaríamos sozinho nessa? – ela disse, com riso, afoita.
Ele se sentiu culpado.
A ultima vez que Hermione o advertira por querer bancar o herói sem ninguém tê-lo chamado, terminara na morte de Sirius.
- Não vá se não concordar...
- O que? – ela perguntou, incrédula. – Sabe que a ultima coisa que eu faria na vida é te abandonar.
Ele quis sorrir, mas não conseguiu.
- Por favor...
- Harry, - ela disse, suavemente. - Não peça algo que eu não posso fazer.
- Vamos logo! – Rony apressou.
Saíram do castelo, enfiaram-se debaixo da Capa e aparataram.
A rua estava coberta por uma fina camada de neve, havia poucas pessoas lutando, mas os que tinham estavam concentrados em duelos acirrados.
Não era possível distinguir ninguém de longe, os três olharam em volta, Hermione tomou as mãos dos dois e os puxou rápido, a tempo de um Comensal cair no lugar onde estiveram segundos atrás. Abaixaram sob o reflexo rápido, escapando de um feitiço.
- Vamos sair daqui, procurar alguém da Ordem, entrar na batalha. – Harry sugeriu, sentindo as costas arderem de ficar embaixo da capa, com o corpo curvado, para que seus pés não aparecessem.
- Certo, vamos a... – antes que Rony terminasse de falar, dois Comensais vinham berrando na direção dos garotos. Eles se apressaram e saíram correndo.
Harry segurando firme a mão de Hermione, sentiu que alguma coisa estava errada alguns passos depois.
- Droga! – Hermione praguejou.
- O que...?
- Rony foi para o outro lado, e levou a Capa junto com ele! – ela disse, com raiva, olhando em volta. Não iriam vê-lo escondido sob a Capa, ele tomara um caminho diferente do deles. Estavam desprotegidos agora.
- Corre! – Harry disse, arrastando-a pela rua abaixo. – Precisamos nos esconder, antes que...
- POTTER! – um Comensal gritou, longe.
Harry gelou apertando o passo, dobrou a primeira esquina que viu e continuou correndo.
- Estão atrás de nós. – Hermione disse, voando rua abaixo para acompanhá-lo.
Correram, viravam esquinas, buscavam atalhos, havia três Comensais os seguindo e lançado feitiços sem mira na direção dos dois.
Entraram numa rua cheia de portas segmentada.
Harry empurrou a primeira porta que viu e entrou puxando Hermione com força para dentro. A porta fechou e eles ficaram imersos numa escuridão total, breu, sem nada que os ajudasse a identificar um centímetro a frente do nariz. Ele encostou-se na porta, respirando com dificuldade, o corpo de Hermione colou no seu.
O lugar era quente, bem aquecido, e ouvia-se música animada e algumas risadas em algum lugar bem próximo.
- Lumus. – A varinha de Hermione iluminou o lugar. – O que é isso?
- Não faço idéia. – ela se separou dele e deu uns passos pra trás. – Talvez seja... CUIDADO! – ele se esticou e passou um dos braços pelas costas dela segurando firme.
- Não vi a escada. – ela disse com o coração acelerado, lançando os braços no pescoço dele. Se Harry não a tivesse segurado, seus passos pra trás a fariam rolar escada abaixo.
- A música vem de lá... – ele apontou para baixo, onde a escada terminava.
- Nós não vamos...? – Alguma coisa explodiu lá fora, uma seqüência estrondeante de berros foram ouvidos. – Descer. Vamos descer.
Harry tomou a frente segurando firme a mão dela. Maldita hora que Rony escolhera o caminho oposto. Maldita hora que resolvera ajudar salvar o mundo sem que ninguém lhe pedisse. Essa mania de herói só o colocava em encrencas, e por conseqüência, naquele momento, Hermione também estava encrencada.
- Harry. – ela sussurrou, assim que ele tocou a maçaneta que se abriu com um clique.
Uma onda de ar quente e nebuloso tomou conta deles no momento que entraram no lugar, muita fumaça de cigarro, cheiro de bebida misturada a perfume barato. Musica animada, paredes cor de carmim, um balcão ao fundo, teto baixo.
- Ora, ora, ora... – ela disse, com graça. – Estamos em um... Cabaré? Bordel? Antro de prostituição?
Ele não entendeu como ela conseguia rir.
- Acho que sim. – ele soprou a resposta sem acreditar no que via.
Tudo era confuso, várias mesas espalhadas, homens bebendo com mulheres risonhas sentadas em seus colos, alguns casais se atracavam de maneira quase grosseira.
- Será que não tem quartos aqui? – ele perguntou, com uma careta.
- Aja com naturalidade. Senão vão nos notar. Que tal um Martini?
Harry a fitou perplexo.
- O que?
- Estou brincando, mas estão olhando pra gente, Harry.
Ele olhou em volta.
Alguns casais mais próximos se separaram apenas para olhar aquele estranho casal recém-chegado, que olhava o lugar como se nunca tivessem visto nada igual antes.
Um barulho no início da escada fez com que Harry acordasse e colocasse o cérebro pra funcionar.
Os Comensais estavam entrando, e ele não tinha por onde escapar.
A fumaça deixava o lugar nebuloso, difícil ver o final, o teto baixo, ambiente que sufocava. Musica alta, risadas exageradas, homens bêbados e mulheres tentando ganhar a noite. Ninguém os encontraria ali, se soubessem como se esconder.
- Hermione. – Harry disse, rude, tomando um dos braços dela com força, fechando a porta com o pé, depois puxando-a para o fundo do lugar. – Eu sei que a última coisa que você tem é... – ele começou, empurrando uma cadeira com brutalidade, chegando ao fundo do bar, a essa altura a fumaça não os permitia enxergar sequer a porta por onde haviam entrado. - ...cara de vagabunda.
Ele a encostou na parede mais oposta possível da entrada com força, ela estava assustada.
- O que...?
- Mas, por favor, aja como uma e salve nossas vidas. – ele desfez o nó do sobretudo dela com facilidade, desabotoou-o com destreza vislumbrando uma um vestido de alças fina com um belo decote. – Excelente.
Ouviu-se a porta do lugar abrir e bater na parede devido a brutalidade, algumas pessoas olharam, mas sequer ligaram, eram todos trouxas, um bando de homens vestidos de preto entrarem num lugar daqueles não era um acontecimento que merecesse atenção. Harry tirou o sobretudo dela e o jogou no chão.
Ele estava com as mãos gelada, tremia, o medo de ser pego e a adrenalina do desafio deixavam os olhos dele turvos. Ele não ligava de ser pego, não ligava de ter de tentar enfrentá-los, mas Hermione estava com ele, se arriscar sozinho era uma coisa, arriscá-la era outra. Faria qualquer loucura por ela, estava prestes a fazer uma agora.
Hermione sentiu os olhos de Harry sobre si, procurando alguma alternativa que não fosse o absurdo no qual ele estava pensando.
- Me desculpe por isso, Hermione. – ele sussurrou, levando um das mãos a nuca dela enquanto a outra tomou posse da cintura da garota.
Ela o olhou aterrorizada.
- Nem pense nisso, Har... – mas antes que ela terminasse, Harry a beijou. Não se podia dizer que era um beijo de verdade, ela estava assustada e ele, desesperado.
Uma voracidade desconhecida nasceu dentro dele, instinto de sobrevivência. Instinto de proteção.
Não deixaria nada acontecer a ela, mesmo que o que estivesse fazendo no momento colocasse a amizade deles a perder.
Ele desceu os lábios pelo pescoço dela sentindo os músculos da garota tensos.
- Relaxe. – ele sussurrou, enquanto mordiscava a orelha dela. – É questão de sobrevivência.
Ela não conseguia se mexer de tão assustada, suas mãos pendiam soltas e moles junto ao corpo, Harry a apertou mais contra a parede, apertando a cintura dela.
- Ponha suas mãos em mim, Hermione. – ele murmurou, rouco.
Ela hesitou, olhou em volta e vislumbrou um vulto vestido de preto.
- Comensais. – ela disse, contra a boca de Harry.
- Ponha suas mãos em mim, por favor. – ele implorou, pegando um das mãos dela e prendendo contra a parede, acima da cabeça da garota, beijando seu ombro.
Ela obedeceu sem questionar, os vultos pretos pareceram acionar o instinto dela. Sua mão livre encontrou os cabelos macios dele, os nós dos dedos dela apertaram a cabeça dele com força.
- Muito bem. – o ouviu murmurar.
- Estou com medo.
- Não se beija de olhos abertos, Hermione. – ele disse, tentando desanuviar a cabeça dela da idéia de que estava no mesmo cômodo que três comensais, sem nenhum tipo de disfarce. Ela não conseguiu evitar uma risada e Harry aproveitou a deixa e voltou a beijá-la na boca. Ela fechou os olhos automaticamente ao sentir a língua dele passar cuidadosa por seus lábios. Puxou os cabelos do rapaz, ele gemeu de dor contra sua boca.
- Não me machuque. – ele sussurrou, nervoso.
- Desculpe. – ela disse. – Estou nervosa. - Abriu o olho por uns segundos. – Tem dois deles vindo em nossa direção.
Usando o pé para trazer pra perto uma cadeira próxima, Harry soltou a mão dela presa contra a parede e a levou até a parte de trás do joelho dela, puxou-o pra cima, fazendo o pé dela apoiar na cadeira.
Ele pôde ouvir a risada abafada de um Comensal a suas costas, a adrenalina correu o corpo dele num flash. Todas as emoções possíveis a serem sentidas afloraram em seus terminais nervosos, Hermione arquejou, trazendo-o mais pra si apertando a nuca dele. Sinal de medo, ele notou, o toque dela não era suave, era frio, sem emoção.
- Desculpe por isso. – ele subiu a mão do joelho as coxas dela, empurrando o vestido pra cima.
- Bela escolha. - O Comensal comentou, depois de uma bela olhada na perna dela.
Hermione sentiu Harry tremer, irado. Postou as duas mãos na cabeça dele e desceu beijando o pescoço do rapaz. Ele a soltou, disposto a virar e quebrar a cara do desgraçado.
- Não vale a pena.
- Vou matá-lo.
- Não. – ela tornou a puxar os cabelos dele, ele voltou a gemer.
A risada do Comensal foi mais forte.
Ele passou, se juntando a um outro.
- Isso dói. – ele disse, tirando a mão da coxa dela imediatamente.
- Faz parecer que você está gostando. – ela riu, jogando a cabeça pra trás, abrindo os olhos para observar o movimento dos caras de preto. Ninguém se intimidava, incrível como tudo seria diferente se aquele fosse um ambiente bruxo.
- Por que eles não estão matando esses trouxas? – ela perguntou, curiosa.
- Isso é pura orgia, não vale a pena acabar com lugares como esse. E, cá pra nós, a maioria desses comensais são burros como portas.
A mão dela tomou a dele e a colocou de volta em sua coxa.
- ...cabelos pretos, com uma moça de sobretudo bege... – explicava um Comensal, a um dos garçons.
- Não, senhor, não vi.
Passaram por eles sem sequer olhá-los.
Hermione os observou atravessar o lugar em direção a saída enquanto Harry beijava seu pescoço lentamente.
- Já foram. – ela sussurrou. Ele expirou forte, deitou a testa no ombro nu de Hermione, que afagou os cabelos dele com suavidade.
- Achei que íamos morrer. – ele disse, exausto. Mas não exaustão física, e sim psicológica. Passara os últimos dez minutos com três Comensais as suas costas e estava vivo.
- Está tudo bem agora. – ela falou, abraçando-o.
- Desculpe por isso... Por... Foi o que consegui pensar.
- Está tudo bem. Era a única maneira de nos misturarmos aos outros. E não foi dolorosa.
- Diga isso por você. – ela riu.
Ele ergueu a cabeça e a fitou, passou as mãos pelos braços dela, subindo até os ombros, onde colocou as alças do vestido no lugar certo.
- Me sinto culpado.
- Por ter me atacado? – ela disse, com graça. Se aproximou lentamente dele e beijou os lábios dele levemente. – Agora eu também te ataquei. Estamos quites.
Ele esboçou um sorriso, sem se convencer.
- Sua idéia salvou minha vida. Não se sinta culpado por salvar minha vida, Harry.
Ele apanhou o sobretudo no chão e ajudou-a colocá-lo.
- Vamos sair daqui.
Eles saíram na noite fria, não se ouvia barulho nenhum, parecia que toda e qualquer arruaça que acontecera já acabara.
Andaram com os pés pisando na neve acumulada na rua, um frio congelante, ele passou um dos braços pela cintura dela e Hermione deitou a cabeça no ombro dele.
Não disseram uma única palavra enquanto caminhava sem destino pelo frio nevado daquela rua estreita.
Ela ainda podia sentir os lábios quentes dele em sua pele, a respiração descompassada sobre si. Sobrevivência. Não passara de um apelo desesperado por sobrevivência.
- Acabou rápido. – ele disse.
- Vamos voltar pra Hogwarts?
- Sim. – eles pararam e aparataram.
Apareceram atrás do Três Vassouras, Harry se certificou que não havia ninguém ali e eles se dirigiram ao castelo o mais rápido possível.
Os portões se abriram como se já os esperasse.
- Graça as Merlim! – Sra. Weasley correu para os dois e os abraçou de uma só vez.
- Achamos que eles tivessem pego vocês. – Gui disse, respondendo aos olhares questionadores dos dois.
- Não, nós só nos perdemos de Rony, ele ficou com a capa e tivemos que nos esconder até acabar. – disse Harry.
- Vocês devem estar congelando, vamos entrar, pra enfermaria... – dizia a Sra. Weasley os empurrando pra dentro.
- Não estamos feridos, Sra. Weasley. – disse Hermione, cansada.
- Melhor garantirmos, vamos, vamos...

***

Baile á Fantasia
(Apenas para os Sétimos Anos)
A realizar-se na noite do dia 22 de Dezembro às 22:00 horas.
Será permitida a participação de alunos dos outros anos apenas como convidados.


- Já estava na hora deles anunciarem o Baile... – comentou Hermione, ao receber o comunicado das mãos da professora McGonagall.
- Eu nunca soube desse baile. – disse Rony, lendo o pergaminho.
- Você nunca esteve no sétimo ano antes, esteve?
- Mas, suponho que seja um assunto comentado.
- Apenas para os alunos do sétimo ano.
- Mas, meus irmãos... Como eu nunca soube...?
- Porque você nunca foi convidado. – ela disse, ríspida.
- Hei!
- Pra que fazer tanto alarde, você vai esse ano, não vai?
- Vou.
- Então pronto. – ela encerrou a discussão, ouvindo Harry rir dos dois.
- Isso é ridículo! – ele comentou.
- O que? O baile a fantasia? – Rony perguntou.
- Não. Vocês dois discutindo como duas crianças.
Hermione bufou guardando as coisas na mochila depois de ouvir o sinal anunciando o fim da aula soar.
- Apesar de que baile a fantasia também é meio ridículo. – Harry comentou, quando os três tomaram o corredor.
- Não é tão ruim quanto parece, Harry. – disse Hermione.
- Você já sabe o que vai vestir?
- Não, mas...
- Acho que não vou...
- Claro que vai! É nosso último ano, nossa ultima chance de festejar com nossos colegas de anos. É pra isso que o Baile serve. E outra, fica mais fácil quando você arrumar um par.
- Tenho que arrumar um par? – ele perguntou, num guincho, lembrando-se do fiasco do quarto ano, no Baile de Inverno.
- É claro. O que também não será difícil, afinal, você é Harry Potter. Aí, você e sua parceira vêm como um casal, sabe...
- Bruxo e bruxa? – ele sugeriu, com graça.
Ela caiu numa gostosa gargalhada, enquanto faziam seu caminho para o Salão Principal, para o almoço.

***


- Fleur! FLEUR! – gritou Rony, entrando pelo Salão Principal correndo, durante o jantar do sábado.
- O que tem a Fleuma? – perguntou Gina, sem interesse algum, assim que Rony alcançou o lugar da mesa onde a ruiva estava sentada a companhia de Harry, Hermione e Neville.
- Ela deu luz! Fleur deu a luz! Gui é papai! – ele dizia, pulando de felicidade.
Harry, Hermione e Gina levantaram-se num pulo, sem acreditar no que ouviam.
- Quem disse? O que? – Gina perguntava, afoita, vendo o irmão tropeçar nas palavras.
- Papai, lá fora, levar-nos, ver, bebê. – ele disse, abraçando Harry e depois Hermione. – EU SOU TIO!!!
- Seu pai está lá fora nos esperando para levar-nos para ver o bebe?
- é! Minerva autorizou, vamos!!!
Os quatro saíram correndo, mais que ligeiros foram aos seus quartos para se agasalharem e encontraram o Sr. Weasley os esperando nos portões do Castelo.
- Ora, ora, se não é o mais novo vovô do pedaço! – comentou Gina.
O Sr. Weasley riu nervosamente, ele parecia ansioso, orgulhoso, um brilho que não cabia em si dentro dos olhos.
- Neto ou neta? – perguntou Rony.
- Vocês verão quando chegarmos. – ele respondeu, conduzindo-os para fora, para aparatarem.
- Não nos deixe na curiosidade, papai! – Gina reclamou.
- St. Mungus. – ele disse, e todos aparataram.

Entraram todos risonhos, mas em silêncio num quarto muito branco onde Fleur estava numa cama segurando um pequeno embrulhinho nos braço, com Gui ao seu lado, sorrindo abobados.
Os quatro se aproximaram, nervosos e viram um rostinho pequeno e perfeito, envolto numa manta cor de rosa.
- Eu disse que seria menina! Me devem alguns galeões, eu acho. – disse Gina, fazendo os outros rirem.
Ela era tão pequenina, aos olhos de Harry, parecia tão frágil, tão delicada, com os dedinhos curtinhos se mexendo em torno do dedo de Rony, que observava a sobrinha, incrédulo.
- Ah, fizeram um bom trabalho, ela é linda. – disse Hermione, abraçando Gui, que parecia tentar controlar suas emoções.
- Obrrrigada. – disse Fleur, cheia de orgulho, olhando para a filha. – Ela muito linda mesmo.
Harry cumprimentou Gui com um abraço forte.
- Parece que foi ontem que nós estávamos na cozinha da Sede... – ele começou, mas não conseguiu terminar, olhando pra pequena que esticava as mãozinhas olhando pra ele.
- Mostre pra Hermione, querida, como você está linda com os sapatos que ela te deu... – Fleur puxou a coberta que revelou os pequeninos sapatos nos pés igualmente pequenos.
- Oh, ela... Os meus sapatos! – Hermione ficou emocionada.
- Mas ela já tem nome?
- Angelinne. – disse Gui. – Fleur escolheu.
- Era o nome da minha avó.
- É um lindo nome. – disse Hermione, tocando levemente o rostinho delicado.
A Sra. Weasley entrou no quarto, cuidadosa.
- Ah, queridos...
- Parabéns, Sra. Weasley, sua neta é linda.
- Ah, não é? Nos deu um belo susto querendo vir ao mundo antes do tempo, mas aí está ela. – comentou a mulher, dando uma espiada na criança. – Esse quarto está muito cheio, já disse a eles, Fleur?
- Não, ainda não.
- Oh, então vamos saindo porque muita gente pode incomodar, já viram a Angie, agora vamos... – ela foi empurrando Rony e Gina, Harry e Hermione foram seguindo atrás. – Não, não, meus queridos, vocês dois ficam.
Harry e Hermione se entreolharam, mas permaneceram onde estava, enquanto Gina, Rony e a Sra. Weasley deixavam o quarto.
- Eu... Nós... – começou Gui.
Os dois viraram para o casal.
- Vocês foram os primeiros a ficar sabendo da gravidez de Fleur, e quando pedimos descrição vocês respeitaram nossa decisão, nos ajudaram num momento tão delicado, nos apoiaram e fizeram toda a diferença naquele momento da nossa vida. – disse Fleur, olhando séria para os dois.
- Nós não... – começou Harry, assustado. Não fizera esperando nada em troca.
- Não importa o que digam. Foram muito importantes pra nós... São muito importantes pra nós. – disse Gui.
- Por esse motivo gostaríamos de saber se... Bem, se vocês gostariam de serem os padrinhos de Angie.
Harry e Hermione estacaram onde estavam, sem acreditar no que ouviam, enquanto os outros dois os olhavam esperando uma resposta.
- Ma... Mas... Há... Pessoas mais... – começou Hermione, realmente emocionada agora.
- Nós queremos vocês, - disse Gui. – Angie também quer, não é, querida?
A menina resmungou nos braços da mãe.
- Oh... – um som estranho saiu da garganta de Hermione.
- Será uma honra. – Harry disse, ainda meio perplexo com o convite, enquanto Hermione apenas assentia.
- Uma grande honra.

***

N/a: Uooouuu, esse foi ou não foi um capítulo cheio de emoções?
Haushauhsuhaushauhsuahushas

Eu tenho que me desculpar com vocês por causa do meu sumiço... Mas eu estou simplesmente enlouquecendo com a quantidade de coisas que eu tenho pra fazer. Eu precisava de um dia com 50 horas pra tentar concluir pelo menos metade das coisas que eu tenho que fazer.
Eu estarei ausente durante todo o mês de julho.
Vou viajar e tenho um zilhão de coisas para organizar antes de ir.
Vou tentar não abandonar a fic neste período de ausência, afinal, internet existe em todos os lugares do mundo, não?
Espero que eu consiga, ao menos, dar uns sinais de vida.

Quanto ao ganhador do prêmio sobre o beijo... Já mandei um e-mail. Vocês só saberão quem é depois que eu postar o capítulo aqui oficialmente, pra não estragar a surpresa. Porque eu sei que se eu disser quem é, vocês vão cair matando na pessoa para conseguir uma linha que seja do capítulo.
Haushauhsuahsuhauhsuahsuhaushuahsuhaushuahsuahushauhsuaushausuahushauhsua

Sinto muito... Mas se isso for consolá-los, não falta muito para o capítulo chegar até vocês... Já é o 63, então, agüentem firme.

Eu agradeço toda a mobilização que foi em torno disso, e esclareço que ninguém acertou em cheio, mas quem ganhou, foi quem chegou mais perto.

E , claro, eu agradeço infinitamente a vocês que sempre estão aqui, comentando, mantendo a fic sempre movimentada e conservando esse espírito lindooooo de família. Afinal, creio que seja exatamente isso que somos... Uma grande família.

=D

Eu amo vocês demais.
Muito obrigada por tudo.

Aaah, quanto ao último capítulo, ele ainda está pela metade porque eu estou tentando descobrir o jeito menos decepcionante de terminá-lo, ainda que já tenha surgido a idéia para, pelo menos, uns dois capítulos bônus depois do final.

Beijoooos mil, e comentem!!!

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