Voltar?



Ele havia batido a cabeça, muito forte.
- Harry, você esta bem?- perguntou Hermione se ajoelhando ao lado de Harry.
Harry saiu de debaixo da cama, ajoelhou-se levando as mãos à cabeça, e fechou os olhos para as lágrimas de dor não escorressem.
- Ai!- foi tudo que ele conseguiu dizer. A dor o cegava, ele se sentia fraco, inconsciente, sua cabeça latejava, a dor era insuportável, ele não pode conter as lagrimas que desciam pelo seu rosto. Ele sequer tinha forças para se mexer. As mãos dele escorregaram e ele caiu, desmaiado, nas pernas de Hermione.
- Ah, Harry... O que foi que eu fiz pra merecer isso? Um dia a febre no outro você bate a cabeça... Harry, acorde, você está me ouvindo? Harry!- ela passava a mão pelo rosto dele, batia, mas ele não acordava. - Deve estar inconsciente... Anda Harry, vamos... Você é tão forte, acorda, por favor, por mim Harry... - ela pegou um travesseiro e calçou a cabeça dele. Desceu correndo até a cozinha, pegou uma bolsa de gelo e alguma coisa com cheiro forte, pra ver se ele reagia. Subiu, ajoelhou-se mais uma vez, colocou a cabeça dele novamente no colo e passou um vidro de uma poção, que ela encontrara na cozinha, bem próximo ao nariz do rapaz, ele se mexeu mais continuou de olhos fechado, inconsciente, ainda.
Hermione pegou a bolsa de gelo e procurou com uma das mãos o lugar da batida na cabeça de Harry, não foi difícil encontrar, pois estava extremamente inchado, ela pressionou a bolsa sobre o galo, enquanto passava a outra mão pelo rosto dele e dizia:
- Harry, acorda, por favor... Por mim, você me prometeu que nunca me deixaria sozinha... Você tem que cumprir sua promessa, tem que cumprir a profecia, temos tantas coisas pra fazer ainda, você não pode largar as coisas assim, não pode desistir... Não agora... - ela dizia tudo isso numa voz firme e decidida, não estava com pena, ou com medo, estava firme. - Eu sei que você pode acordar se quiser, e sei que você quer, agora acorde Harry, acorde!
Ela passou a poção perto do nariz de Harry mais uma vez, e por incrível que pareça, dessa vez ele reagiu. Mexeu o nariz, a cabeça, e lentamente foi abrindo os olhos. Hermione observava atentamente, ainda com a mão no rosto dele.
- Harry... Harry?Você sabe quem sou? Lembra-se de mim?
- Mione...?
- Isso... Você sabe onde está?
- Na casa do Sirius... - respondia ele, com uma voz pastosa.
- Ah, você já esta bom, a batida nem foi tão forte... - disse ela abrindo um belo sorriso, passando a mão pelo rosto dele.- Sabia que você ia acordar, tinha certeza que você não ia me abandonar... Acha que consegue se levantar?
Ele inclinou a cabeça num sinal afirmativo. Com a ajuda de Hermione, ele levantou e se deitou na cama. Ela ajeitou os travesseiros, Harry se encostou e pressionou a bolsa de gelo mais uma vez.
- Isso deve ter doído... - disse Hermione sentando-se ao lado dele.
- Você não imagina o quanto... Hogwarts mandou cartas pra nós?
- Sim... Vou achá-las. - ela se abaixou e pegou as cartas que estava debaixo da cama. Depois se sentou, mais uma vez, ao lado de Harry.- Aqui estão, essas são do Rony, e essas de Hogwarts.- ela entregou todas pra Harry.
O rapaz pegou os postais mandados por Rony, e ficou feliz de saber que a família Weasley estava no paraíso. As fotos eram maravilhosas. Harry pegou o postal que Rony mandara pra ele, sentou-se na cama, e leu:

Harry,
Esse lugar é maravilhoso, parece o paraíso... Eu voei no avião dos trouxas... Ah, foi demais, você não pode imaginar. Da pra ver pela foto, né? Eu mergulhei com essas coisas de oxigênio e vi todos os peixes, e golfinhos de baixo d’água, é tudo muito bonito. Todos nós estamos adorando... Papai quase enfartou quando o avião decolou... E eu passei mal...
Até a volta,
Rony.


Harry riu, e percebeu que Hermione também ria lendo o postal que recebera.
- Pobre Sr. Weasley... - ria ela.
- Coitado... - Harry estendeu o seu postal pra ela, e eles trocaram. Ambos tinham a mesma coisa escrita, mas a foto era diferente. As Bahamas era realmente deslumbrante.
Depois, Hermione abriu a carta que Rony havia mandado para os dois. Nela contava toda a aventura que eles passaram dentro do avião, os garotos riram muito, enquanto liam. Quando finalmente recuperaram o fôlego, Harry pegou a carta de Hogwarts e olhou para a carta e depois pra Hermione.
- O que você acha?
- Não sei não... Ah, Harry, você é quem sabe...
- Você quer voltar?
- Eu quero seguir com você, pra onde você for...
- Mas você quer voltar?
- Quero ir com você. Mas...
- Mas o que? Você quer voltar não é?
- Não é que eu queira voltar, mas eu acho que você precisa voltar... Nós precisamos...
- O que você quer dizer?
- Quero dizer que seria bom nós voltarmos para conversar com...
- Hermione, se você quiser voltar, estiver com vontade de voltar para terminar a escola, por mim tudo bem... Só não quero que você fique dando desculpas desse tipo... Se você não quiser ir comigo, é só me dizer, eu não vou me chatear...
- Eu não estou dando nenhuma desculpa Harry...
- É claro que está... Eu devia ter imaginado, você com certeza, vai preferir terminar Hogwarts, prestar os exames... Eu estou atrapalhando sua vida, você acha que tem a obrigação de me acompanhar, mas não é assim... Se você quiser voltar pra escola eu vou entender... - Harry falava isso da boca pra fora. Não queria seguir sozinho, precisava de Hermione, de Rony, precisava deles pra prosseguir. Ele estava desesperado, não podia impedir que os amigos voltassem pra Hogwarts, nem obriga-los a acompanhá-lo, não sabia o que fazer.
- Harry...
- Eu sei que você...
- ME DEIXA FALAR, POR FAVOR!- pediu ela, cansada de interrupções.
Harry a olhou e assentiu com a cabeça.
- Ótimo, obrigada. - ela abriu o envelope que tinha nas mãos e dele tirou três folhas de pergaminho. Harry achou isso estranho porque nas cartas de Hogwarts sempre vinham duas folhas, uma comunicava o dia de inicio das aulas e outra continha a lista de material escolar. Hermione pegou a terceira folha e largou as outras duas em cima da cama, olhou para Harry, e leu:

Srta. Granger,
Ultimamente tenho procurado informações que possam ser importantes para Ordem, e encontrei, entre alguns apontamentos do Profº Dumbledore uma carta escrita por ele, pelo próprio punho, que trata de uma certa missão designada ao Sr. Harry Potter.
A carta tratava também, do fato de o Sr. Potter deixar a escola para cumprir essa missão. Dumbledore, obviamente, cita a senhorita e o Sr. Weasley, que como conseqüência da forte amizade que existe entre vocês, deixarão Hogwarts também, para acompanhá-lo.
Entretanto, gostaria de fazer-lhes um pedido em especial, para que comparecessem ao menos, no primeiro dia de aula, para podermos conversar a respeito. Gostaria de deixar bem claro que não faço objeções ao fato dos senhores deixarem a escola, apenas gostaria de conversar sobre o assunto, aconselhá-los e mostrar-lhes algumas coisas que encontrei e que poderá ajudá-los futuramente.
Aguardo vocês no dia primeiro de setembro.

Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts.

P.S.: Os Srs. Potter e Weasley receberão esse mesmo aviso.


- Entendeu agora por que nós precisamos ir?- perguntou Hermione pacientemente.
- Sim... Eu acho... - Harry abriu seu envelope e nele continha as mesmas três folhas, e uma delas trazia escrito a mesma coisa que na de Hermione.- Por que isso?
- Você ouviu Harry, ela quer nos ver para falar sobre nossa saída de Hogwarts e diz também que tem algumas informações que poderão nos ajudar...
- Não sei... Acho que ela vai tentar nos convencer a não sair da escola...
- Está claro aqui, - disse Hermione apontando pra carta- Ela diz que não fará objeções ao fato de largarmos a escola, está escrito...
- Eu sei, mas uma coisa é uma carta, outra é estar lá falando com ela pessoalmente... Nós nem podemos contar o porquê de sairmos da escola antes de nos formar.
- Ela diz na carta que sabe que você tem uma missão, Dumbledore escreveu isso... Ela confia em Dumbledore, sabe que ele não escreveria se a possibilidade de deixarmos a escola não fosse séria... Temos um ótimo motivo pra isso...
- O problema é que não podemos falar...
- Não precisaremos falar, Harry. Dumbledore sabia e isso já basta.
- Não sei, mas mesmo assim nós vamos... Ela diz que tem informações... Será que Rony recebeu a carta dele, lá nas Bahamas?
- Acho que sim... Então nós vamos apenas no primeiro dia?
- Sim... Eu acho que sim... Não sei se deixar Hogwarts seja a melhor coisa a fazer. Acho que é a decisão mais certa...
- Já te disse que irei pra qualquer lugar, farei o que for preciso... Eu, você e Rony, sempre juntos...
- Obrigado, eu nem sei como agradecer você dois por tudo o que vocês fazer por...
- Não há o que agradecer... Apenas nos deixe ajudá-lo.
- Você acha que devemos ficar em Hogwarts?
- Não sei Harry, essa é uma decisão muito difícil...
Nesse instante ouviu-se uma batida na porta.
- Entre, Dobby. - disse Harry.
Dobby entrou no quarto, fez uma reverência exagerada, e disse:
- Dobby preparou o café da manhã, Harry Potter quer que Dobby traga o café da manhã aqui pra cima?
- Não Dobby, não será necessário, nós já estamos descendo, obrigado.
Com outra reverencia Dobby saiu do quarto. Harry e Hermione o seguiram tomaram um delicioso café da manhã, em silêncio, cada um absorto em seus próprios pensamentos.
Depois do café da manhã – almoço (sim, porque eles terminaram de comer era meio dia e meio), Harry e Hermione subiram, cada um para seu quarto, se trancaram neles e começaram a pensar no que fariam a partir dali.

***
Eram cinco horas da tarde quando num estalo, Remo Lupin se materializou na cozinha da mansão Black, olhou em volta e encontrou Harry, de pé ao lado da pia, enchendo uma xícara de chá.
- Olá Harry.
- Ah... Oi Lupin, como vai?- disse o garoto, tomando um susto.
- Vou bem e você?
- Também vou bem, na medida do possível. Chá?
- Sim, obrigado. E Hermione?- perguntou ele, se sentando.
- Está lá em cima no quarto dela... Açúcar?
- Sim, por favor. Algum problema?
- Recebemos cartas de Hogwarts. - explicou ele, sentando-se de frente para Lupin, depois de lhe servir uma das xícaras que segurava.
- Ah, que ótimo... Qual o problema?- perguntou o homem, sem entender.
- Nós não sabemos se voltaremos pra escola, temos outros planos...
- O que? Vocês não voltarão pra escola?
- Nós ainda não sabemos... Esse é o problema...
- Mas como?Vocês precisam voltar, precisam concluir a escola...
- Acredite... Temos coisas mais importantes pra fazer.
- Mas, Harry, você não pode... Nada pode ser mais importante do que concluir a escola.
- Lupin, me desculpe a sinceridade, mas eu já sou maior de idade e dono da minha vida, sei que você quer o melhor pra mim, mas eu tenho uma missão a cumprir, uma missão que eu e Dumbledore começamos juntos e que eu terei que terminar, infelizmente, sozinho. Meu único problema é que eu ainda não sei se deixarei Hogwarts ou não...
- Ah Harry, me desculpe... Só que eu me preocupo com você...
- Eu entendo isso, e agradeço. Mas eu vou ter que decidir, na verdade eu já estava decidido a não voltar, porém, como eu já disse, nós recebemos a carta hoje, e além da lista de material e o aviso do inicio das aulas, a professora McGonagall mandou um outro bilhete, pra mim, Mione e Rony... Pedindo para nós comparecermos ao menos no primeiro dia de aula, porque ela quer conversar com a gente. Ela diz no bilhete que não fará nenhuma objeção ao fato de largarmos a escola, mas mesmo assim quer falar com a gente, diz que tem informações que podem ser importantes para nós...
- Eu acho que você deve ir só pra saber que informações são essas, depois, bom... Aí é você quem sabe Harry. Mas tenho certeza que Minerva irá entender qualquer decisão que você tomar.
- Mas não sou só eu, Rony e Mione insistem em ir comigo... Eu gostaria que eles me acompanhassem, mas não quero atrapalhar a vida deles...
- Rony e Hermione já deram várias provas que estarão sempre com você, eles superaram muitos medos, e venceram muitos desafios por e com você, Harry. Não pense que estará atrapalhando a vida deles, pois a vida deles é com você... Eles jamais te deixariam numa hora difícil como essa... Sabem que você precisa deles mais do que nunca, então deixe-os decidir...
- Acho que você tem razão, mas mesmo assim, tenho que conversar com eles antes mesmo de ir para Hogwarts. Vou esperar Rony chegar, aí a gente vê o que faz...
- Concordo com você... Converse com eles antes de qualquer coisa. Bom... Agora eu tenho que ir Harry. Mande um ‘oi’ pra Hermione. Até amanhã.
Lupin se levantou e seguiu em direção a porta de saída. Harry ficou olhando para cadeira em que Lupin sentara que, minutos depois foi ocupada por Hermione.
- Oi... Quem esteve aqui?- perguntou ela, olhando pra xícara vazia sobre a mesa.
- Lupin, foi embora não tem muito tempo... Mandou ‘oi’ pra você.
- Hum... Você está bem?Está com o olhar perdido... Estranho... Harry?
- Ah... Que? Ah, está tudo bem sim, Mione... Só estou pensando no que nós vamos fazer... E você? Está pálida... O que aconteceu?
- Nada não, é que eu estava tomando banho e quando sai do chuveiro escorreguei por causa do chão molhado, caí sentada. Não machucou não, mas eu tomei um susto...
- Ah, eu não acredito... - ele estava dando uma gostosa gargalhada. - Estou imaginado a cena...Tem certeza que não machucou?
- Ah, está meio dolorido, mas... Pare de rir, Harry!
- Desculpe... Você quer chá?- ele tentou conter o riso, mas o esforço foi inútil.
- Sim, quero. - ela tinha um sorriso no rosto, mas não queria dar o braço a torcer.
Harry levantou e foi até a pia preparar mais chá, ainda rindo. Hermione foi até o armário, pegou uma lata de biscoitos e colocou-a em cima da mesa. Sentou e esperou seu chá. Minutos depois Harry a serviu e sentou-se de frente pra ela, olhou-a e riu gostosamente...
- Que foi agora?- perguntou ela, rindo também.
- Estamos enlouquecendo aqui dentro, trancados... Precisamos sair, agora sei o que Sirius sofria... Isso é horrível. O que você acha de irmos a Londres amanhã?
- Você enlouqueceu? Não podemos sair daqui... Seria muito perigoso.
- A Sra. Weasley disse que uma vez só, com alguém da Ordem, não teria problema...
- Mesmo assim... Não podemos nos expor dessa forma... Você não pode se expor dessa maneira.
- Ah, Hermione... Por favor, nós vamos ficar loucos se continuarmos trancados aqui. Está decidido, vamos a Londres amanhã.
- Não vamos não. Você já avisou para a Ordem dessa sua intenção?
- Não, mas isso não é problema, vou avisar assim que eu subir. Escreverei uma carta para Lupin e tenho certeza que ele irá concordar.
- Mas não vai ter graça Harry... O Beco Diagonal deve estar quase sem movimento, as pessoas só saem de casa pra comprar o que é necessário, a maioria das lojas estão fechadas, estão todos com medo.
- Mas os trouxas não têm medo...
- E o que os trouxas têm a ver com o Beco Diagonal?


***

N/a: Capítulo novo e um pedido desesperado por comentários, ok???
Sem comentários, sem atualização!
É a lei da vida.
Ahsuhaushauhsuahsuhas
Huuum, o que será que esses dois vão aprontar, hein? Algum palpite?
A 'melhor fase' da fic tá chegando... Mais um pouco de paciência e ela vai surpreender vocês [haha, assim eu espero!]


Agradeço muito a todos que comentara e votaram. Thanks!!!
E eu to com a intuição que vem nova fic por aí... Férias, nada pra fazer, idéias antigas em mente... Aguardem, pois uma nova história provavelmente vem por aí!


Beeeeijos.
Paulinha.

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