Hogwarts?



Hermione riu, acenou a varinha para o chão da sala e as cobertas se dobraram e foram levitando atrás da garota até o quarto. Ela tomou um banho, vestiu-se confortavelmente com uma blusa e uma calça de moletom azul-marinho, penteou o cabelo molhado e desceu. Ao entrar na cozinha, assustou-se, estava completamente enfumaçada, não era possível enxergar um palmo à frente do nariz, ela tossiu e gritou:
- Harry? HARRY...? CADÊ VOCÊ?
Ela foi andando e ao chegar perto do fogão encontrou Harry jogando água dentro do forno.
- Eu acho que queimou... - falou ele, rindo.
- Você acha, é? - ela riu também.
- Ficamos sem janta... - disse Harry, se sentando exausto, depois de desenfumaçar toda a cozinha.
- Ah, eu estou com tanta fome... Mas nós podemos dar um jeito nisso. - falou Hermione, abrindo o armário. - Bom, você se importa de jantar um sanduíche?
- Não, desde que coma alguma coisa... - disse ele, entendendo a idéia dela, foi ate a geladeira e pegou presunto, mussarela, maionese e um monte de outras coisas.
Ela colocou pães encima da mesa e eles fizeram seus lanches e comeram rapidamente, quando terminaram Hermione falou, com uma cara de poucos amigos:
- Harry, você se importa se eu não ajudá-lo a tirar a mesa, a cólica está cada vez pior, eu preciso me deitar...
- Nah... Mione, é claro que você deve ir se deitar, eu me viro...
Ela deu um beijo no rosto do rapaz e murmurou um ‘boa noite’, saiu da cozinha e rumou direto para o seu quarto, deitou-se na cama, sem nem trocar de roupa, se cobriu e adormeceu.Teve um sono inquieto, seu abdômen doía furiosamente, não havia nenhuma posição na qual ela se sentisse confortável, ela rolava na cama, de olhos fechados, tentando dormir, mas sua mente ainda estava acordada, muito acordada.

***

Harry terminara de arrumar a cozinha, e seguiu pra sala, a fim de curtir o calor da lareira, e pensar...
Aquele dia tinha sido realmente agradável. Passaram grande parte do dia na sala, conversando ora sobre coisas inúteis, ora sobre coisas importantes. Aquele dia tinha, de alguma maneira, fortalecido a amizade de Harry e Hermione, ambos sentiam isso. Mesmo depois daquele beijo, eles passaram um dia inteiro juntos conversando, sem inibições ou vergonha. Harry se perguntava como isso podia ter acontecido, num dia eles se beijam e no outro conversam como se nada tivesse acontecido? O rapaz pensou, refletiu e chegou a uma conclusão: Ele e Hermione eram amigos, apenas amigos, o que ele sentia por ela era apenas amizade, carinho de irmão. O beijo foi um impulso, uma conseqüência daquele momento que ambos estavam abalados emocionalmente, ele reconhecia isso.
“Como é que eu pude fazer uma coisa daquelas? Beijar, daquele jeito, minha melhor amiga? Eu só podia estar fora de mim... Mione tem razão, nós confundimos nossos sentimentos, ainda bem que isso não abalou nossa amizade, e sim a deixou mais forte. Que tolos nós fomos...” pensava ele. Harry estava realmente convencido que o beijo foi impulso, e que a única coisa que sentia por Hermione era carinho de irmão.
Meia hora depois, estava quase dormindo no sofá. Levantou e subiu as escadas, passou pela porta de Hermione, resolveu entrar, pra ver como ela estava. Bateu de leve na porta, de forma que se ela estivesse acordada ouviria, mas se estivesse dormindo, não acordaria. Não houve resposta, ele girou a maçaneta e entrou, encontrou a garota deitada, descoberta, com as mãos no abdômen, e de olhos bem abertos, cansados e revoltados.
- Mione...? Está tudo bem?- perguntou ele, da porta.
- Não, não está nada bem, eu não consigo me livra dessa cólica, e não consigo dormir. - choramingou ela, desesperada.
- Eu... Já volto... - disse ele, saindo do quarto, cinco minutos depois ele voltou com uma bolsa de água quente na mão.- Acho que isso pode funcionar...
Ele foi até a cama, sentou ao lado de Hermione e entregou a bolsa pra ela. A garota, logo, levantou a blusa deixando amostra a barriga perfeita que tinha, e colocou a bolsa d’água no abdômen, cobriu a bolsa com a blusa e se cobriu. Harry a olhava, admirado, ela fazia tudo bruscamente, como se estivesse com raiva de si mesma.
- Não fique assim zangada... A culpa não é sua, a dor está ai porque tinha estar... - disse ele rindo da cara emburrada que ela fazia.
- Não ria, está doendo muito...
- Desculpe, eu não resisto a essa carinha emburrada... - falou ele, se levantado. - Mas eu vou indo, você não me quer aqui, esta brava demais pra me agüentar...
- Não... Também não é assim... Pode ficar... - disse ela, em tom de desculpa. Ele a olhou como se esperasse ela pedir, queria que ela pedisse que ele ficasse, que o fizesse perceber que ela gostava da presença dele, ali, sempre junto. - Ah, por favor, fique...
Ela disse as ultimas palavras num tom de suplica. Depois continuou:
- Eu quero que você fique, estou irritada, nervosa e a única coisa que me faria esquecer os motivos dessa irritação é você, gosto de estar com você, você me faz rir, faz sentir-me bem, fique... - desabafou ela, totalmente entregue ao desespero.
Era isso que Harry queria, ele não sabia porque, mas queria que ela pedisse que ele ficasse, que ela falasse que a presença dele era importante. Ele adorou ouvir tudo que a garota dissera. “Não, eu ao posso ficar contente com isso... Não posso esperar que ela implore pra eu ficar... O que está acontecendo comigo?”. Então ele não resistiu, e voltou a se sentar na cama, encostou-se num travesseiro, tirou os sapatos e se cobriu também. Ela o olhou com espanto.
- Ora, eu estou com frio... - explicou ele.
- Obrigada. - disse ela se aninhando a ele. Harry ficou surpreso com aquela atitude, ficou um pouco sem graça também, mas mesmo assim, estava gostando daquilo.
- Não tem de que...
Eles ficaram ali, abraçados, por muito tempo, Harry percebeu que Hermione havia adormecido e ele precisava sair dali, mas estava receoso por ter que acordá-la, já que só conseguira pegar no sono depois de muito tentar. Então ele tirou os óculos, colocou-os na mesa de cabeceira e dormiu.

***

Eram duas da manhã quando Harry sentiu ela se soltar dele. Abriu os olhos e viu Hermione no lado oposto da cama, resolveu que era hora de ir. Olhou mais uma vez pra ela, afastou a coberta e levantou a blusa da garota, tirou dali uma bolsa de água que já estava fria, levantou-se, deixou a bolsa no banheiro e foi pro seu quarto, deitou-se e dormiu.

***

- Acorda dorminhoco... - Harry ouviu a voz de Hermione bem perto.- Já são nove e meia, ta na hora de acordar...
Harry abriu os olhos e viu Hermione sentada bem perto, sorrindo. Ele fechou os olhos de novo e virou de costas pra ela. Não queria acordar.
- Me deixa dormir só mais dez minutos... - resmungou ele.
- Nada disso... Pode ir acordando. - ela, agora, dava leves socos no braço de Harry, tinha uma voz animada.
- Cinco minutos...
- Não!- ela passou a mão pelos cabelos dele. - Não Harry... Levanta logo...
- Nós não temos nada pra fazer... Me deixa dormir, por favor, Mione...
- Só você pensa que nós não temos nada pra fazer...
- Nós temos o que fazer?- disse ele se preparando pra dar o bote.
- Olha pra mim, não gosto de falar com alguém que está de costas... - a voz dela estava cada vez mais ansiosa. Harry não virou, continuou deitado, imóvel.
- O.k., vou falar assim mesmo, é que eu acordei com uma coruja baten...
Harry se virou de repente, sentou e começou a fazer cócegas em Hermione, ela foi pega completamente de surpresa, era essa a intenção de Harry. Depois dela gritar muito pra ela parar, e ele perceber que ela estava completamente sem ar, ele parou, rindo dela, deitada na cama, completamente vermelha e ofegante.
- Você me paga Harry Potter!- foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
- Ah, é só uma brincadeirinha pra começar bem o dia... - ironizou ele, rindo dela. Harry levantou e foi pro banheiro, voltou cinco minutos depois, com outra roupa e cabelo mais ajeitado (se é que se pode ajeitar...). Encontrou Hermione sentada, ainda vermelha, mas pelo menos conseguia respirar.
- O que você queria me falar?- perguntou ele, sentando ao lado dela.
- Fica longe de mim! E aqui estão seus óculos... Você os deixou no meu quarto a noite passada...- disse ela, brava.- Sai de perto...
- Não se preocupe, não vou fazer cócegas em você, agora... - ele colocou os óculos e sorriu pra garota.
- Não confio em você...
- Nossa... O que aconteceu com todo aquele discurso que, tirando minha teimosia, eu sou o cara perfeito? - perguntou ele, fingindo indignação.
- Esquece... Você quase me matou agora pouco, eu fiquei completamente sem ar...
- Você acha que eu ia deixar você morrer?
- Não sei...
- Ah, pára Mione, por favor, agora me diz o que você veio me falar e eu não deixei...
- Chegaram algumas cartas...
- Do Rony?
- Sim, tem um postal pra mim, outro pra você e uma carta pra nós dois.
- Ótimo, cadê?
- Eu estava segurando na hora que entrei aqui, mas depois de quase ter morrido por falta de ar, elas devem ter caído por ai...
- Então vamos procurar...
- Eu não vou procurar nada... Você procura!
Harry levantou e começou a balançar todos os lençóis e cobertas que estavam na cama, enquanto isso, Hermione falou:
- Mas não foram só essas as cartas que chegaram...
- Não?
- Não.
- E quem mais mandaria carta pra gente, aqui nessa casa?- perguntou ele, achando graça, ainda procurando as cartas, agora, no chão, embaixo da cama.
- Hogwarts.
Ao ouvir isso, Harry levantou a cabeça bruscamente. Hermione ouviu apenas um barulho forte de batida seguido de uma exclamação de dor e um monte de palavrões.

***

N/a: Próxima atualização mediante uma grande quantidade de comentários, ok?

Obrigada a todos que estão lendo, e principalmente, aos que comentam e votam.
^^


Bjux.

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