Malfoy?



- Olhe por onde anda!
Hermione congelou, conhecia aquela voz arrastada e arrogante, não queria acreditar, mas era a mais pura verdade, ele estava ali, em pé, ao lado dela. Ela olhou-o nos olhos. Viu um brilho diferente neles, no momento em que ele a encarou, logo em seguida o mesmo olhar frio e arrogante a mediu, de cima a baixo, e um sorriso malicioso se formou no rosto dele.
- Granger?
- Malfoy?- sussurrou ela, pasma, surpresa, estupefata.
- Granger... O que você está fazendo por aqui?- perguntou ele, desdenhoso.
- Eu que te pergunto. O que VOCÊ está fazendo aqui?- perguntou ela. Sua cabeça estava trabalhando furiosamente. “Cadê o membro da Ordem que não aparece? Malfoy é um Comensal, alguém da Ordem tem que prendê-lo!”
- Eu perguntei primeiro, Granger!
- Eu estou só passeando... - “Cadê? Alguém da Ordem? Apareça!!!”
- Acha que eu sou idiota, Granger? Você não sairia por aí sozinha, estaria correndo muito risco. Você deve estar acompanhada...
- Não, não estou! Estava farta de ter sempre alguém me acompanhado, resolvi me livrar deles por algum tempo.- “Por favor, Harry, não apareça agora! Não apareça! O que eu faço? Ninguém da Ordem aparece... Não posso lançar um feitiço nele, aqui, na frente de um monte de trouxas!”
- Sabe, Granger... Nesse ponto eu tenho que concordar com você! Eu também estava cheio de tudo e de todos. Vim andar no meio desses trouxas nojentos pensando que ninguém me encontraria, mas veja só... A vida tem dessas coisas, encontrei você, uma sangue-ruim, no meio do seu povo!
- Fale o que quiser Malfoy... Eu não me importo!- “Preciso agir, já que ninguém da Ordem se mexe... Será que não perceberam que tem um Comensal da Morte na minha frente?”. Hermione colocou a mão na perna, na altura de sua varinha. Malfoy a acompanhou com os olhos, olhou detalhadamente, todas as partes do corpo de Hermione. Ela sentiu medo. Medo do olhar faminto que ele tinha.
- É, Granger, como as coisas mudam em pouco tempo, hein? Eu detesto admitir. Mas o que foi que aconteceu com você? Deixou de ser aquela feiosa e se tornou, digamos... Bonitinha.
- Ah, e você acha que eu realmente me importo com a sua opinião? – perguntou ela, firme. Por mais que demonstrasse firmeza, ela estava com medo, muito medo.
- Que foi, hein? Eu te elogio e é assim que você me agradece?
- Eu não preciso dos seus elogios, eles me deprimem. Quer saber? Só o fato de estar perto de você me deixa deprimida, suja...
- Não vai mesmo me agradecer? Tudo bem, eu não me importo... Mas que você esta bonitinha, ah sim... Você está!- Malfoy foi se aproximando dela, e ela se afastando dele. - Está com medo de mim, Granger?
- O que você acha? Medo de VOCÊ? NUNCA!- ela estava nervosa. Ia andando para trás, a fim de fugir dele que estava cada vez mais próximo. Quando se deu conta, estava na rua estreita e escura que havia do lado da livraria. Estava deserta, não havia ninguém! Não havia escapatória, teria que usar magia, era a única solução. Ela levou a mão à perna, e quando estava quase tocando a varinha, Malfoy a segurou pelos braços.
- Você não vai me agradecer pelo elogio, Granger? - era possível ver um brilho nos olhos dele, ele sentia prazer em vê-la naquela situação, sentia prazer em vê-la sofrendo.
- N-U-N-C-A-! – sibilou ela, na cara dele.
- Se eu fosse você, seria mais boazinha... - ele foi se aproximando cada vez mais, e a apartando cada vez mais forte.
Hermione se desesperou ao vê-lo tão perto. Ele pretendia beijá-la? E beijá-la a força? Ela tentou de todas as maneiras se desvencilhar dele, mas foi inútil. Não consegui sentir mais seus braços, de tão forte que ele apertava. Malfoy encostou-se à parede e puxou Hermione junto.
- Me larga... - pediu ela.
- Não antes de você me agradecer...
- Obrigada. - sussurrou ela, derrotada. Não sentia os braços, estava imóvel, sem poder reagir de nenhuma forma. Gritar? Não, e se ele a matasse ali mesmo? O desespero tomou conta de todo seu corpo, não havia saída, teria que beijá-lo... Beijar Draco Malfoy? Nem em seus piores pesadelos...
- Não, eu não quero apenas um ‘obrigada’, eu quero mais, muito mais que isso. Sabe Granger, você deveria estar muito feliz, porque, afinal de contas, você está comigo...
- Ninguém é feliz quando está ao seu lado, agora, me solte...
- Não, enquanto eu não conseguir o que eu quero...
- Me solte... Me larga...
- Cala essa boca, um beijo não é nada comparado com o que eu posso te fazer...
Ele se aproximou mais e mais, ela ainda tentava usar as pernas na tentativa de se libertar, mas ele não se importava. Ela estava cansada, lívida, totalmente entregue ao desespero. A boca dele estava a um dedo da dela... Quando faltava um milímetro para ambas se tocarem, Mione virou o rosto, ele beijou a bochecha dela.
- Não seja tão teimosa, não há como escapar... -ele sussurrou no ouvido dela, depois foi beijando o rosto da garota, até onde pôde alcançar. Hermione se sentia suja, tinha nojo dele, nojo daquele momento, nojo dela mesma por estar em contato com ele. Estava preste a desmaiar, não tinha mais forças, não agüentava mais, sentiu a vista escurecer...

***


Malfoy sentiu alguma coisa encostar-se em seu pescoço, algo pontudo, que estava quase o perfurando, ele a soltou, de repente.
- Tire suas mãos dela... AGORA!- gritou Harry afundando a ponta da varinha no pescoço de Malfoy.
Uma mão aberta pousou na barriga de Hermione e a puxou, ela de um passo para trás e suas costas colidiu com o peito de Harry.
O rapaz apertou a barriga de Hermione, tentando deixá-la firme, ela estava quase desmaiando. - Quem você pensa que é, hein? Seu verme, nojento...
CRAQUE!
Malfoy aparatou.
Harry estava vermelho de ódio, como podia tê-lo deixado escapar? Mas isso não importava... A única coisa com a qual ele se preocupava era com Hermione. A garota ainda estava de costas, encostada no peito de Harry, seu corpo estava mole, desfalecido, continuava lívida e de olhos fechados. O rapaz a virou de frente pra ele, passou uma das mãos pelas costas dela, para poder segurá-la melhor. Com a outra mão, afastou os cabelos que estavam no seu rosto.
- Mione...? Mione...? Você está me ouvindo? Me responde...
- Harry... -falou ela, fracamente.
- Já vamos sair daqui, não se preocupe... Já vou te levar pra casa. - Ele a olhava, estava ali, tão frágil, tão fraca, tão desprotegida. Como ele queria poder apagar da cabeça dela todos os momentos horríveis que havia passado, fazê-la esquecer de tudo... - Nós vamos aparatar, está bem?
- Mas...- começou ela, mas o resto não saiu, ela desmaiara de vez. Harry a pegou nos braços, acenou a varinha para as sacolas de compras que estavam no chão e elas sumiram, e depois se concentrou e aparatou. Apareceu na frente da sua casa enfeitiçada, parou onde estaria a porta e pensou no endereço. Logo, a casa apareceu e ele entrou carregando Hermione. Subiu direto para o quarto da garota e a colocou na cama, a cobriu e a olhou. De repente Dobby entrou no quarto, correndo.
- Harry Potter, senhor, Remo Lupin está lá na cozinha querendo falar com o senhor. É muito grave, ele está muito nervoso.
Harry não queria abandonar Mione ali, sozinha naquele estado. Mas era necessário, pois nada disso haveria acontecido se realmente houvesse alguém da Ordem junto com eles.
- Dobby, fique aqui e cuide de Mione, ela está desmaiada, tente reanimá-la. Voltarei o mais rápido que puder. - Dobby inclinou a cabeça e Harry desceu voando pra cozinha. Quando entrou, encontrou Lupin com a testa franzida, olhos vermelhos, e inquieto, estava realmente nervoso.

- Como isso pôde acontecer? - perguntou Harry, bravo.

- Eu que te pergunto Harry: Como você se atreve a aparatar sem permissão? Aparatação deixa vestígios, pistas, você deixou vária delas no caminho, é só Voldemort segui-las, não é? Onde é que você estava com a cabeça quando aparatou? Você está indo atrás da própria morte, é Harry? ESTÁ IGNORANDO O SACRIFICIO QUE SUA MÃE FEZ POR VOCÊ? Qual é o seu problema? -alterou-se, Lupin.

- Eu não acredito... VOCÊ ESTÁ PREOCUPADO COM APARATAÇÃO, ENQUANTO HERMIONE ESTÁ QUASE MORRENDO LÁ EM CIMA! DRACO MALFOY TENTOU... AH, ELE ESTAVA LÁ... Malfoy estava lá!

- O que? – perguntou o homem, pálido, com a voz fraca.

- O que? O que? - repetiu Harry, sentido seus punhos cerrarem - É ISSO QUE VOCÊ ME PERGUNTA? O QUE? MALFOY ESTAVA LÁ, TENTOU ABUSAR DE HERMIONE, ELE A AGARROU A FORÇA E QUASE CONSEGUIU FAZER O QUE REALMENTE PRETENDIA... SE EU TIVESSE DEMORADO MAIS ALGUNS SEGUNDOS...

- Ah, Harry, eu não sabia disso... -disse Lupin, se sentando.

- É CLARO QUE NÃO SABIA, PORQUE A ORDEM NÃO MANDOU NINGUÉM PARA NOS PROTEGER DESSE TIPO DE COISA... CADÊ O MEMBRO QUE IA ESTAR CONOSCO, QUE IA CUIDAR DA NOSSA SEGURANÇA? CADÊ? HERMIONE ESTÁ FRACA, DESMAIADA LÁ NA CAMA DELA... VOCÊ REALMENTE QUERIA QUE EU A TROUXESSE PRA CÁ DE ÔNIBUS? QUERIA? QUERIA?

Harry não percebera, mas estava frente-a-frente com Lupin, com os punhos cerrados, a mão segurando a varinha apontada para o homem a sua frente.

- Calma, Harry... Acalma-se, senta aqui e me explica direitinho o que aconteceu. -disse Lupin, pacientemente.

Harry baixou a varinha, sentou-se contrariado, e começou a contar tudo o que havia acontecido, com todos os detalhes, desde o momento que eles haviam saído de casa, até o momento que regressaram, estava bravo, falava tudo muito rápido. Lupin ouviu tudo com muita atenção e quando Harry terminou, o homem parecia derrotado, como se alguém tivesse acabado de lhe dar uma porrada.

- Me desculpe Harry... Eu sinto muito... nós mandamos alguém sim, mandamos o Mundungo e...

- Então está explicado... O MUNDUNGO, LUPIN?

- É que todos os aurores estavam em Azkaban trabalhando, os outros estavam ocupados... Só ele podia...

- VOCÊS AINDA CONFIAM NO MUNDUNGO DEPOIS DELE NÃO ESTAR ONDE DEVIA ESTAR QUANDO AQUELE DEMENTADOR ME ATACOU HÁ DOIS ANOS?

- Harry, é que...

- AINDA CONFIAM NELE DEPOIS DE SABEREM QUE ELE AFANAVA AS COISAS DE SIRIUS, SEM O MENOR RESPEITO POR ELE OU POR MIM? AINDA CONFIAM?

- Nós erramos Harry, reconheço isso... Agora, por favor, pare de gritar! Eu vou entrar em contato com algumas pessoas da Ordem e ver o que eu posso fazer quanto a sua aparatação. Vai me dar um ‘senhor trabalho’ livrar sua cara lá no Ministério...

- Quero que todos se danem!- disse Harry, revoltado. Como eles podiam ter mandado Mundungo? Justo o Mundungo, que já fizera tantas besteiras, a pessoa mais irresponsável do mundo! E Lupin só admitia o erro, não estava desesperado, nem preocupado, só estava triste por ter cometido um erro. “Enquanto Hermione está quase morrendo lá em cima?”

- Quer que eu mande alguém para ajudá-lo com Hermione?

- Como assim? Nós precisamos levá-la para o hospital... - respondeu Harry, sem acreditar no que Lupin dizia.

- Não podemos Harry, não há condições para vocês dois saírem de casa, seria suicídio depois do que você fez...

- Ótimo, dá pra parar de se preocupar com essa merda dessa aparatação...

- Mas é a sua vida que está correndo risco, Harry, e além dis...

- É A VIDA DE HERMIONE QUE ESTÁ CORRENDO RISCO, SERÁ QUE VOCÊ AINDA NÃO PERCEBEU!?

- Quer que eu mande alguém?- Lupin suspirou, e foi até a porta da cozinha, deu uma última olhada pra Harry.

- Não.

- Tem certeza?- insistiu, o homem.

- TENHO!

Harry levantou-se revoltado, passou por Lupin e subiu a escada, cheio de raiva, de ódio... “Se eles tivessem mandado alguém competente para cuidar da nossa segurança, Hermione estaria muito bem! Ah, Mione... O que foi que ele fez com você... Aquele loiro maldito!”


***

N/a: Ho, ho, ho!
Aqui está o presente de Natal de vocês.
Hauhsuahsuahsuhaushauhsuas
Espero que tenham gostado.
Esses acontecimentos ainda darão o que falar no futuro. Prestem atenção.

Alarico: Você acertou quanto à ruazinha deserta, hein?
Houve outras meninas que citaram que podia ser um Comensal. De fato, foi.
Parabéns pra vocês!

Enfim, pessoal. Fiquei aqui esperando dar meia noite para postar o capítulo no dia 24, como combinado. Espero que possa postar um no dia 25 também... Mas só a noite, certo?

Espero que vocês sejam generosos comigo e me dêem comentários enormeeeeees de presente. Com muitooooos detalhes.

Obrigada a cada uma das pessoas que estão lendo, votando e comentando.
Amo muito todos vocês.
Simplesmente essenciais pra mim.

Desejo a todos um excelente Natal, com muita paz e felicidade.
E que Papai Noel seja bem generoso com vocês, certo?
=D


Beijooooos.




Exatamente a meia noite!
00:00

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.