Amizade?



Harry, Hermione e Jorge atravessaram o corredor e entraram no quarto da garota. Harry foi o primeiro a entrar, sentou-se na cama de frente pro espelho e começou a examinar sua imagem refletida ali e avaliar qual o tamanho do estrago que Rony fizera em seu rosto. Hermione entrou calada, sentou-se ao lado de Harry, ela estava fria e tremia de raiva. Jorge foi o ultimo a entrar, fechando a porta.
- E agora? - perguntou ele, sem ter o que dizer.
- E agora o quê?- perguntou Hermione, rispidamente.
- O que vai acontecer?- questionou Jorge, sem entender o tom bravo de Hermione.
- Pergunte ao seu querido irmãozinho e não a mim! - respondeu Hermione se levantando, indo até o banheiro, ela entrou e fechou a porta numa batida violenta.
- Uau, ela está realmente furiosa. - comentou ele, rindo, sentando-se no lugar que Hermione ocupara anteriormente, ao lado de Harry.
- Você queria o que? - perguntou Harry, olhando pra Jorge através do espelho.
- Rony é um idiota. Não devia ter feito isso!
- Que bom que você não concorda com ele. - disse Harry, aliviado.
- Mas que ele tinha motivos pra desconfiar, isso ele tinha Harry. Você não pode negar. - falou Jorge, sorrindo maliciosamente.
- Pensei que você concordasse comigo!- falou Harry, indignado.
- Até certo ponto, admito que Rony pegou pesado, mas vocês dois também... Aquilo na sacada não era nada parecido com um jantar entre dois amigos... - ele ria gostosamente da cara de revolta de Harry.
- Acredite você ou não, não aconteceu nada de mais entrei mim e a Mione! Nunca aconteceu, por que aconteceria agora?- perguntou Harry, desafiando o ruivo.
- Porque agora Hermione virou uma mulher, e uma mulher linda, muito atraente. - Harry o olhou feio. - Não me olhe assim Harry, eu não sou cego, e você também não. Não vejo nenhum problema em vocês terem alguma outra relação além de amizade.
- Não vê nenhum problema? Hermione é minha amiga. Minha melhor amiga. - afirmou Harry, categoricamente. - Deixa de ser idiota você também, nós não temos nada além de amizade e uma amizade muito forte.
- Sei, sei... - falou Jorge, ainda rindo, e nada convencido das palavras de Harry.
- Estou falando sério, Jorge. Por favor, acredite em mim, eu já não agüento mais estar entre pessoas que não acreditam no que eu falo. - falou Harry, muito sério e com sinceridade. Jorge o olhou, ele estava meio nojento com todo aquele sangue pelo rosto, mas parecia estar dizendo a verdade, o ruivo, então, mudou o tom da voz mas continuou rindo:
- Acredito em você Harry. Mas entenda o Rony, não estou defendendo ele, mas, olhe pelo lado dele, ele ama Hermione desde que se conheceram e sempre escondeu isso de tudo e de todos, aí de repente, aparece você que é o melhor amigo dele, dormindo na mesma cama que ela!
- Dane-se, o que tem a ver uma coisa com a outra? Não aconteceu nada!
- Mas ele não pensa assim, e o jeito que aquela sacada estava arrumada, convenhamos Harry, parecia um jantar romântico.
- Parecia, mas não era!- finalizou Harry, farto daquela discussão inútil.
- Certo! Agora, você está todo estourado aqui, e Rony lá... O que é nós vamos dizer a minha mãe?- perguntou Jorge, fazendo cara de pensativo.
- Ai! O que é que eu vou dizer a Sra. Weasley? Como é que nós vamos explicar tudo... - Harry começou a pensar no que falaria aos Srs. Weasley, como explicaria toda a situação, que envolvia um de seus filhos, mais Hermione. O fim da amizade entre Harry e Rony, provavelmente faria os Weasley pensarem que o certo seria eles irem embora da casa de Harry, é claro que o garoto não queria isso, mas os Srs. Weasley eram muito corretos, não permaneceriam na casa de Harry, sabendo que ele e Rony tinham brigado feio. “Logo os Srs. Weasley, que sempre foram tão bons comigo, sempre me ajudaram tanto, foram como a família que eu nunca tive... Eles não merecem isso, não merecem esse desgosto!” - Acho melhor a gente falar com o Rony e fingir que nada aconteceu na frente dos seus pais, fingir que está tudo bem... Porque eles não merecem esse desgosto, seus pais sempre foram muito bons comigo, sua família toda me ajudou muito, não quero decepcioná-los dessa forma. É melhor a gente fingir que está tudo bem... Falta pouco pra irmos pra Hogwarts, a farsa não vai durar muito tempo. Mesmo que a gente não fique na escola, Rony volta pr’A Toca e a gente inventa um motivo qualquer depois.
- É, pode até ser que fingir dê certo, mas... - falou Jorge, rindo.
- Mas o que?- perguntou Harry.
- Harry! Você e Rony estão estourados, você com nariz inchado, ele com a boca toda cortada... O que nós vamos inventar pra minha mãe não saber que...- Jorge parou de falar, olhou, sonhadoramente pro teto, e abriu um largo sorriso.- Isso! Harry?
- Que?- perguntou o rapaz, impaciente.
- Você é bom em mentiras?
- O que?
- Mentir! Você mente bem?
- Não sei... Talvez... Depende da mentira. - disse Harry, confuso.
- Cadê o Dobby?- perguntou Jorge, radiante.

***


Hermione saiu do banheiro meia hora depois de ter entrado, estava com um roupão preto, dessa vez, os cabelos molhados e trazia nos braços várias coisas que depositou sobre a escrivaninha.
- Dobby?- perguntou ela, vendo o elfo junto com Harry e Jorge, de pé, perto da porta.
- Dobby já está de saída, né, Dobby?- falou Jorge, com voz estranha.
- Sim, Dobby já está saindo sim... Dobby já está indo!- falou o elfo, piscando uns dos olhos para Jorge. - Espera. Dobby tem que cuidar de Harry Potter. Senhor do Dobby.
- Não Dobby, do Harry cuido eu, vá ajudar o Rony, ele deve estar precisando. - disse Hermione, observando os três, muito desconfiada, pareciam estar tramando alguma coisa que não queriam contar.
- Isso mesmo, vá cuidar do Rony, e não se esqueça de dar o aviso que eu pedi hein, Dobby, é muito importante que eles saibam. - falou Jorge, abrindo a porta para o elfo.
- Sim, senhor Weasley. Dobby não vai esquecer. Dobby nunca esquece. - o elfo saiu do quarto, olhando significativamente para Jorge e para Harry.
- Posso saber o que vocês estão aprontando?- perguntou Hermione, virando-se para eles e cruzando os braços.
- Aprontando? Nós?- perguntou Harry, estranhamente confuso.
- Nada. - disse Jorge, com a maior naturalidade. Mentir pra ele, era a coisa mais fácil do mundo.
- Hum, tá. Vou fingir que acredito e vocês fingem que me enganam.
- Hermione! Eu já disse que não estamos aprontando nada. - falou Harry, tentando ser o mais convincente possível.
- Jorge até pode me enganar, mas você Harry, nunca! Sei exatamente quando você está mentindo pra mim. - disse ela, olhando muito atentamente pra Harry.
- Posso saber como a senhorita tem tanta certeza?- perguntou Harry, sorrindo.
- Seus olhos. Não te deixam mentir. Basta saber lê-los.- falou ela, com simplicidade, também sorrindo.
- Deixando a leitura de olhares de lado, alguém tem que cuidar do Harry... Está horrível assim, faz mais de meia hora...- falou Jorge, Harry o olhou com desgosto.- Ah, Harry, olhe-se no espelho, isso está... Nojento!- falou Jorge, com cara de nojo.
Definitivamente, Harry era mais bonito com o rosto limpo, sua varinha ficara em algum lugar do outro quarto e Jorge não tinha nenhuma vocação pra feitiços de cura, ele já tentara tirar um pouco do sangue com as mangas de sua camisa, mas seu rosto ainda tinha manchas de sangue.
- Eu já falei, do Harry eu cuido. E... Bem, nós precisamos conversar Harry, estamos com um grande problema. - disse ela, olhando de Harry, pra Jorge. O ruivo entendeu que sua parte ele já fizera, então saiu fechando a porta do quarto, deixando Harry e Hermione sozinhos.
- Sente aqui Harry, deixe-me cuidar disso. - falou Hermione, voltando-se para escrivaninha, mexendo nas coisas que trouxera.
Harry deu a volta no quarto e sentou-se na cama. Hermione estava bem de costas pra ele, na frente da garota estava a grande janela com as cortinas bem abertas, era possível ver o dia bonito que fazia lá fora. Ela virou-se para Harry, e colocou-se bem de frente pra ele, ele continuava sentado, e ela de pé.
- Está doendo?- perguntou ela, passando uma pequena toalha com água bem gelada nas manchas do rosto do rapaz.
- O que você acha?- perguntou ele, sorrindo, olhando diretamente nos olhos dela.
- Ah, que pergunta... - disse ela, sorrindo também. Ela o encarou por alguns instantes e depois voltou sua atenção em tirar as manchas do rosto de Harry.
Chegou bem no nariz, exatamente onde estava mais inchado.
- Ai! - disse ele, afastando o rosto dos cuidados da garota.
- Ah, Harry, por favor... Deixe-me cuidar disso... - falou ela, indo mais pra frente, tornando a tocar o rosto do rapaz, ele se afastou de novo.
- Por que não usa um feitiço? É bem menos doloroso. - reclamou ele.
- Porque, assim como a sua, a minha varinha também está no seu quarto, e eu não estou nem um pouco a fim de ir buscá-la. - falou ela. - E feitiços de cura não são assim tão eficazes, prefiro o método trouxa nessas horas.
- Prefere ver-me sofrer, você quer dizer. - disse ele, olhando-a. Ela fingiu não ouvir e voltou a limpar o rosto do rapaz. - Está doendo Hermione, pára...- disse ele, a olhando feio. Ela sorriu e o encarou.
- Qual é Harry? Está parecendo uma criança... Pra quem já caiu de uma vassoura a metros de altura, você está com muita frescura... E outra: ninguém mandou você partir pra violência...
- Espera aí!- disse ele indignado, segurando a mão dela que insistia em limpar seu rosto. - Ele te ofende, eu te defendo e é assim que você me agradece? Brigando comigo?
- Eu não pedi pra você me defender. - disse ela, ainda sorrindo, olhando pra ele.
- Preferia continuar sendo insultada daquele jeito!?
- Não, não! Mas você não devia ter aceitado as provocações dele...
- É, me valeu um nariz inchado!- reclamou ele.
- Harry! - advertiu Hermione.- Você me defendeu por você quis! Não reclame!
- Não estou reclamando... E nem poderia, te defendi porque não suporto ouvir Rony falando com você daquele jeito... Ele não te dá o valor que você realmente merece!- falou ele, sem pensar. Hermione o olhou surpresa.
- Obrigada, muito obrigada. - disse ela. - Agora me deixe retribuir o que você fez por mim hoje, deixe de ser criança Harry!
Ele a soltou e ela voltou a limpar rosto dele. Depois de limpar todo o rosto do rapaz, Hermione voltou-se, mais uma vez, pra escrivaninha e pegou um pouco e algodão e um vidro com um liquido rosa-choque. Ela embebedou o algodão no liquido e virou-se pra Harry.
- O que é isso? - perguntou ele, olhando pro algodão, desconfiado.
- É uma poção que acaba com o inchaço e cicatriza em caso de...
- Você não pretende enfiar isso no meu nariz, não é? - perguntou Harry, assustado. Olhado de Hermione para o algodão.
- Bem que eu gostaria! – falou Hermione, brava. - Mas só cicatriza em casos onde a lesão é externa. - explicou ela.
- Hum... - murmurou ele, de má vontade. Ela se aproximou bastante do rosto dela, e colocou o algodão no ponto mais inchado. - Isso arde...- reclamou ele, baixo.
- Levante um pouco mais a cabeça Harry, assim... - disse ela, colocando a mão livre na testa de Harry, pressionando-a. Tornou a colocar o algodão em contato com a pele do rapaz.
- Ai! - queixou-se ele, tentando se conter. Quando deu-se conta, a mão de Hermione que estava em sua testa, havia escorregado pra sua boca, os dedos dela tocavam levemente os lábios de Harry.
- Não reclame, quanto mais você se queixar, mais vai doer. - disse ela, em voz baixa, prestando atenção no que fazia. Sequer se tocara, onde, exatamente estava sua outra mão, estava concentrada nos ferimento dele.
Harry havia congelado. O mundo parou de girar, o tempo parou de contar, seu cérebro pariu de funcionar, tudo simplesmente parou. Ele apenas sentia, A sentia, o doce toque dos dedos dela em sua boca, sentia o perfume no pescoço dela, tão perto. A sentia. Só. O corpo dela tão perto que era possível sentir e ouvir sua respiração. O olhar dele parou nos olhos dela e ali permaneceu durante muito tempo, apenas sentindo a presença dela.
- Adorei o jeito que você me defendeu. Obrigada. - disse ela, tirando a mão da boca de Harry, rapidamente.
- O que?- ele não ouvira nada do que ele dizia.
- Disse que adorei o jeito que você me defendeu, obrigada!- disse ela, mais uma vez, terminando de curar os ferimentos de Harry. Agora o rapaz estava com o rosto limpo, e com o nariz bem menos inchado. Mas ainda era perceptível que ele tinha apanhado, por causa da marca roxa.
- Me valeu uma marca roxa que vai levar dias pra sair daqui. - disse ele sorrindo, apontando pro próprio nariz.
Ela examinou o rosto dele com cuidado.
- Não vai demorar tanto assim... E nem está tão feio. - ela sorriu e o encarou.- Não vai demorar pra sair e nem está tão roxo assim Harry, dependendo do lado que olha nem parece que você apanhou...
- Não precisa mentir para me animar Mione... - disse ele sorrindo. Harry se sentia feliz por ter Hermione como amiga, com o cuidado e a preocupação que ela tinha com ele, a maneira que tentava enxergar e mostrar o lado bom das coisas, mesmo quando tudo parecia perdido e triste.
- Não estou mentindo!- afirmou ela sorrindo.
- É claro que está! Eu sei que está horrível. E também sei que vai demorar pra sair, não adianta dizer o contrario.
- É sério Harry, não vai demorar, a poção que eu passei ajuda, seria bom você passá-la algumas vezes ao dia, aí sai mais rápido. - disse ela, encarando-o.
- Tenho uma amiga enfermeira e nunca soube?- perguntou ele, erguendo uma das sobrancelhas, olhando-a.
- Não! Não enfermeira, só cuidadosa e preocupada. - respondeu ela, entrando na brincadeira.
- Superprotetora! É isso, você é superprotetora! - falou ele, animado.
- Eu não sou superprotetora! - afirmou ela, categoricamente, olhando-o, agora mais séria.
- Se isso não é superproteção é o que?- perguntou ele, rindo da contrariedade dela.
- Excesso de cuidado, eu diria. - falou ela sorrindo.
- Hum... Bela desculpa. - disse ele, agora as gargalhadas.
Ela virou-se mais uma vez pra escrivaninha e juntou, de qualquer jeito, tudo que usara até ali. Depois, sentou-se ao lado de Harry e fitou o sol, através da janela. Ele a observava, de perfil, era linda de mais! “Como ela conseguiu ficar tão linda em tão pouco tempo? Ih... Pode ir parando, já vi esse filme antes...”.
- Tudo isso que aconteceu... Não valeu apenas uma marca roxa, valeu uma prova de amizade e de respeito. - disse ela, ainda fitando o mundo além da janela.
- Você acha?- perguntou ele, sem parar de observá-la.
- O que?- perguntou ela, ainda, sem encará-lo.
- Uma prova de amizade?
- É claro! Você não arriscaria tomar um monte de porradas se não fosse meu amigo de verdade!- ela falou, rindo.
- Não foi um monte!- defendeu-se ele.
- Mas poderia ter sido!- respondeu ela, perdida no mundo ali fora.
- Não há o que agradecer, tomaria quantos socos fossem necessários pra calar a boca de qualquer um que tivesse te fazendo mal.
- Não seja tão dramático. - falou ela sorrindo pro céu azul lá fora.
- Não é drama... É amizade, carinho... Cumplicidade... - falou ele, com sinceridade.
- Cumplicidade?- repetiu ela, ainda sem olhá-lo.
- Sem dúvida. - afirmou ele, sem vacilar.
- Carinho?- tornou ela.
- Claro!- respondeu ele, sem nem pensar.
- Amizade?- ela o encarou. Os olhos castanhos dela, encontraram rapidamente um par de olhos verdes extremamente pensativos. “Por que pensar? Não é obvio que é amizade?!”, pensava ele.



***

N/a: Espero que tenham gostado.

COMENTEM!

Obrigada a todos pelo carinho de sempre.

E sobre a nova fic, o nome é Save Me.
Romance/Drama. - UA.
Espero que vocês gostem dela... Eu gostei bastante do resultado!
Muito em breve eu irei postá-la. Espero que todos vocês que lêem essa fic, leiam Save Me também.

Beijoooos.
Até a próxima atualização.

Paulinha.



Att 01/02/08: O primeiro capítulo da nova fic já está on.

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=26404

Enjoy!












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