O Convite



Harry só sentira tamanha euforia uma vez na vida. No dia em que beijou Gina Weasley pela primeira vez, durante a comemoração da Grifinória por ter ganhado a Taça das Casas, no ano anterior. Harry se sentiu bem ao se lembrar disso “É uma ótima lembrança...”, pensou. “Lembrança?” era assim que ele pensava em relação à Gina? Como uma mera lembrança? De repente o garoto se deu conta que desde o início das férias ele não pensava em Gina. “Muito estranho, pensava ele, onde está tudo aquilo que eu sentia por ela? Aquela sensação mágica que eu tinha quando a tocava, quando a beijava...” Agora ele pensava nisso como uma lembrança distante. “Deve ser a distância, não podemos sequer nos corresponder de maneira descente... Cartas vazias, sem muita informação.Será assim até nos encontrarmos novamente.”
O rapaz se sentia realmente aborrecido com o fato de não saber quando veria seus amigos novamente. Sentia falta deles; as brincadeiras de Rony, a maneira séria de Hermione... Por mais que gostasse de se divertir com Rony, não podia deixar de admirar a amiga com seus modos sérios e seu ar preocupado, já começava a sentir falta da voz dela lhe cobrado porque não tinha começado o dever ainda, seu olhar penetrante, ela parecia ter o poder de ler os pensamentos do garoto, quando o olhava daquele jeito. Ele nunca gostara tanto de relembrar os momentos que passaram juntos... “Nós três, é claro... Rony sempre esteve presente nos momentos mais difíceis”. Harry era grato aos amigos por isso, enquanto todos o achavam um louco, os amigos foram os únicos que acreditaram nele (Dumbledore também acreditou e por isso foi legendado como um “velho caduco”). Mas Rony lhe faltara uma vez, não acreditou que Harry não havia posto seu nome no Cálice de Fogo, mas Hermione se manteve firme ao lado dele, sempre o levou a sério, era muito sensata quanto aos assuntos sobre Voldemort, já Rony participava mas ainda tinha um certo bloqueio quanto ao assunto.
Harry disse a Gina que não poderiam continuar juntos, por causa da missão que o garoto se determinou a cumprir, a caça as Horcruxes, ele pensava muito sobre isso ultimamente. Ele só queria protegê-la, naquele momento, mas agora esperava que a ruiva tivesse levado a sério as palavras de Harry, ele continuava gostando dela, mas não como antes... O garoto não conseguia entender isso “Deve ser a distância... Só pode ser a distância...”.
Ele acordou de seu devaneio, mais uma vez, com as batidas de uma coruja no vidro da sua janela. O desespero emergiu mais uma vez dentro do garoto. Largou o prato de bolo, ao lado da gaiola de Edwiges. Abriu a janela e desamarrou a carta da perna da coruja com certa pressa... Havia dois pergaminhos ali... O que poderia ser?
O garoto abriu o primeiro, tinha a caligrafia de Rony, e dizia:

Harry,
O casamento de Gui e Fleur será no próximo sábado n’A Toca, no domingo de manhã iremos para sede da Ordem. Gostaríamos de saber se você virá, mande uma resposta o mais rápido possível, para podermos providenciar a sua viajem pra cá. Mamãe está ansiosa pra te ver, ela descobriu sobre você e Gina...Te esperamos para o casamento e se você puder passar o resto do verão conosco seria ótimo. Espero que os trouxas continuem te suportando, agora falta pouco tempo pra você sair daí.
Até sábado, Rony.
P.S.:Hermione chegou aqui hoje de manhã, a outra carta é dela...


É claro, a casamento de Gui e Fleur, Harry se esquecera completamente disso...
A carta seguinte trazia uma letra pequena e caprichada, sem dúvidas, era a letra de Hermione:

Oi Harry, como vai?
Espero que você esteja bem, eu estou ótima. Já estou estudando muito para os N.I.E.M’s, é claro... O problema é que eu ainda não sei se Hogwarts reabrirá, mas mesmo assim, é melhor prevenir do que remediar...
Você estará no casamento de Gui e Fleur? Ah, a Sra. Weasley já sabe sobre você e Gina, ela está realmente animada. Gina tentou convencê-la de que não é nada demais e que até já acabou, mas ela continua acreditando. Em minha opinião ela pensa que vocês também vão se casar... Espero te ver no sábado e ... Estou com saudades!!!
Sua amiga, Hermione.
P.S.:Já estou na casa do Rony, desde hoje de manhã, a outra carta é dele.


Harry ficou muito feliz com a carta dos amigos, e mais feliz ainda com a idéia de sair da casa dos Dursley um pouco mais cedo do que previra. Então, sem perder mais tempo, o garoto pegou um pequeno pedaço de pergaminho, que estava sobre sua escrivaninha, e escreveu as seguintes palavras:

Rony,
Ficaria imensamente feliz em participar do casamento de Gui e Fleur, e tenho certeza que meus tios não se importarão de eu passar o resto do verão fora... Mas ainda não sei como farei para ir, já que não tenho permissão para aparatar, mas irei pensar em uma maneira...
Até breve, Harry.


O garoto olhou para a gaiola que estava ao seu lado, constatou que Edwiges já saíra pra caçar, a solução seria usar a mesma coruja que trouxera as cartas. Harry amarrou o pergaminho na ave, e esta levantou vôo.
Harry deitou em sua cama, se sentia muito feliz, como não se sentia há muito tempo. Logo, estaria saindo da casa dos Dursley pra nunca mais voltar, sabia que não era aquilo que Dumbledore pretendia, ele pedira a Harry que permanecesse na casa dos tios. “Mas com certeza, pensou Harry, ele não iria querer que eu faltasse ao casamento”; “e quanto passar o resto do verão na casa de Sirius, ou melhor, minha casa?” questionou o garoto a si mesmo, “isso é um prêmio por eu ter passado tanto tempo na casa dos Dursley”.
As cartas tinham tanta informação, bem diferente das outras que o garoto recebera durante o verão. A Sra. Weasley já sabia sobre o rolo de Harry e Gina. Mas Harry já terminara com a garota,pelo visto, Gina tentou dizer isso a mãe, segundo a carta de Hermione, mas a mulher não quis acreditar. Ninguém tinha que alimentar esperança de nada... Não havia mais nada entre os dois. Ele se lembrou do quanto sofreu ao dizer a Gina que não poderiam mais continuar juntos. Sim, ele sofrera, mas agora, não se sentia mais tão triste. Por que?
Harry mal podia esperar para se reencontrar com seus melhores amigos, queria encontrar Rony, falar sobre o que aconteceria a partir dali, queria saber como estava a Ordem, o que estava acontecendo realmente. Ver Hermione pra saber o que aconteceria com Hogwarts, se a escola reabriria, se a amiga desistiria de acompanhar Harry na caça as Horcruxes pra poder concluir seus estudos, a garota já estava até estudando para os N.I.E.M.’s. Ele não queria, de maneira nenhuma, prender os amigos ou obrigá-los a segui-lo... Mas eles insistiam em acompanhá-lo, por onde ele fosse. Mas, o garoto tinha que admitir, que com eles tudo ficaria muito mais fácil.”A partir de agora, tudo que tenho é Rony e Hermione...TUDO.”, pensou ele. A esperteza e inteligência de Hermione poderiam ser realmente úteis... Mas não só a esperteza, nem a inteligência.Harry achava que Hermione seria essencial pra que ele pudesse terminar a missão que tinha de fazer, ela era como uma base pra ele. Ela sempre estava por perto, e Harry achava que seria difícil prosseguir sem a amiga.
Apesar disso, Harry era muito forte, já provara muitas vezes que era determinado e nada o faria desistir de acabar com Voldemort, com ou sem seus amigos, ele seguiria em frente. Mas, se sentiria culpado, se acontecesse alguma coisa com eles... Se por culpa dele, Harry, eles sofressem algum dano permanente, se morressem? Ele não queria ser responsável pelas coisas horríveis que poderiam acontecer. Não queria perder a única coisa de valor que ele tinha, a amizade de Rony e Hermione, porque eles insistiam em segui-lo numa aventura que não se podia ter idéia do final.
“Espero te ver no sábado e ... estou com saudades!!!” , dizia a carta dela .Harry também sentia muita falta dela...e de Rony.


***

N/a: Postando o começo de uma vez só, pra vocês irem se situando, ok...?

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