O Bolo de Duda



Introdução:
Para situá-los na história, começarei dando informações sobre onde e como essa fic começa. Então, após o término do sexto ano, Harry está, de novo e pela última vez, na casa dos seus tios, na Rua do Alfeneiros, nº4.Já tendo completado seus 17 anos, Harry já pode aparatar(ainda não passou no teste, mas em caso de emergência, ele já sabia o que fazer) e é dono da sede da Ordem da Fênix, sim, Harry, como não podia deixar de ser, cedeu a casa de Sirius para continuar sendo sede da Ordem, mas os membros preferem não usá-la por enquanto...Só estava ali, na casa dos seus tios porque Dumbledore desejava que assim fosse.O sexto ano de Harry em Hogwarts foi exatamente como o descrito no livro, até a volta dele para estação de King Cross, não farei nenhuma alteração, minha história começa no verão e Harry está, mais uma vez em seu quarto ouvindo vagamente a televisão que os Dursley assistiam na sala de estar, um patamar abaixo... Até então Harry não sabia que passaria pouquíssimo tempo na rua dos Alfeneiros.Essa história começa no verão e irá durar até o Natal.

***

Harry já não agüentava mais, esse ano estava muito mais difícil suportar a casa de seus tios do que nos anos anteriores, agora não tinha pelo que ansiar. Não sabia se Hogwarts reabriria, nem o que estava acontecendo no mundo Bruxo, apesar de se comunicar regularmente com Rony e Hermione a única coisa que conseguia saber era se seus amigos estavam bem...Não podiam fazer muitos comentários nas cartas, as corujas podiam ser interceptadas, – Harry tinha certeza disso – mas isso não era nada perto da perspectiva de que não só o Ministério tinha acesso à correspondência, mas também Voldemort e seus aliados.O Ministério podia estar cheio de pessoas agindo sob a maldição Imperius e passando informações de dentro dos gabinetes para o Lorde das Trevas.
O Profeta Diário, não ajudava muito também... As notícias envolviam pessoas que haviam sumido, ou outras que foram encontradas mortas, ou ainda insanas pelo fato de terem sido torturadas pelos Comensais da Morte. Ao ler notícias como esta última, Harry se sentia imensamente triste, um de seus amigos de Hogwarts, Neville Longbottom, visitava seus pais regularmente no hospital pelo mesmo motivo... Foram torturados até a insanidade pelos Comensais. Para piorar a situação – “Como é possível.Ainda dá pra piorar?Já não está bastante ruim, não?”,pensava Harry – os dementadores, uma das criaturas mais temidas pelos bruxos por conseguirem sugar a alma de uma pessoa através de um beijo, tinham se juntado a Voldemort, esse fato foi o que mais deixou Harry angustiado, da mesma maneira que angustiou toda a comunidade bruxa, - “Como o Ministério pôde deixar as coisas chegarem a esse ponto?” pensava Harry, desesperado “Se ainda tivessem ouvido Dumbledore na hora certa, seguido a sugestão dele...” o menino não pode deixar de pensar: “...talvez ele ainda estivesse vivo” - o que Harry entendia por “hora certa” era o momento em que saiu do labirinto, no quarto ano, junto com o corpo de Cedrico Diggory, a quem Voldemort mandou assassinar de forma fria e cruel... O momento em que Voldemort acabara de ressurgir, conseguira um corpo e estava pronto pra terminar a tarefa que há anos fora interrompida.
Harry foi despertado desses tristes pensamentos com o barulho de uma coruja que batia no vidro de sua janela. “Oh... não, uma coruja? Como? Mandei cartas para Rony e Hermione ainda hoje de manhã... as respostas já chegaram... Será que algo grave aconteceu?”.Mais do que depressa, Harry abriu a janela e a coruja pousou sobre sua escrivaninha, o garoto pegou a carta e a abriu com certa pressa, em letras garranchadas o pergaminho dizia:

Caro Harry,
Escrevo pra te informar que meu irmão foi pra um lugar onde existem pessoas iguais a ele... Vai tentar convencê-los a passarem pro nosso lado, antes que outros tentem levá-los pro outro lado. Estou com saudades e espero vê-lo em breve.
Seu amigo, Hagrid.

Harry não podia acreditar no que lia, Hagrid deixara Grope, seu “irmãozinho”, voltar pras montanhas e melhor ainda, para tentar convencer outros gigantes a se juntarem a eles na luta contra Voldemort? Ótimo, era uma excelente idéia, mas o garoto tinha suas dúvidas quanto a Grope conseguir conquistar novos aliados, mas iria torcer para que o gigante se saísse muito bem em sua missão, quanto mais gente do lado da Ordem, melhor.
O relógio marcava oito horas da noite, Harry não tinha jantado ainda, não queria encarar os seus tios em mais uma refeição tão silenciosa quanto à noite que se estendia á sua janela. Estava faminto, tinha que comer alguma coisa...Abriu a porta do seu quarto, agora as notícias do telejornal ecoavam mais altas e claras. O garoto desceu as escadas e rumou para cozinha.
- O que você ta fazendo aqui em baixo moleque?- perguntou tio Valter pouco irritado.
- Estou com fome, vou comer alguma co... – tentou responder Harry, parando no corredor, na porta da sala de estar.
- Nem pense em tocar no bolo que eu fiz pro Duda. - disse a tia como se o sobrinho fosse devorar todo o bolo só com o olhar.
- Por que? Qual o problema de comer um pedaço do bolo?Se você o fez era pra que todos da casa comam...
- O bolo é só pro Duda, ele precisa comer pra ficar forte né, filhinho?- perguntou a tia, ao garoto que mais parecia um leão marinho sentado ao seu lado no sofá.
- Ficar forte?Tem como esse porco rosado ficar mais forte?- enfrentou Harry, sentindo-se cada vez mais nervoso.
- Não responda assim á sua tia, seu moleque insolente. COMO OUSA FALAR ASSIM DO DUDA? ONDE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ , HEIN?- começou a berrar Tio Valter, com saliva saltando da sua boca...
- Na casa das pessoas que eu mais odeio no mundo. - respondeu Harry com uma voz tão calma que nem ele mesmo acreditou... O garoto estava tranqüilo, não tinha mais que agüentar àquela tortura... Era maior de idade, podia fazer mágicas quando quisesse.
- COMO VOCÊ PODE SER TÃO INGRATO?- cuspia, tio Valter. Agora o homem já estava de pé, indo em direção á Harry, com os braços gordos esticados, como se fosse enforcar o garoto.
A única coisa que nunca falhara no instinto de Harry era seu reflexo, quando se deu por si, já tinha a varinha apontada para o peito do tio.
- VOCÊ ACHA QUE EU VOU MESMO CAIR NESSA? VOCÊ NÃO PODE FAZER ESSAS COISAS QUE VOCÊ FAZ, FORA DAQUELE LUGAR QUE VOCÊ CHAMA DE ESCOLA!!!- Valter estava descontrolado, suas mãos cada vez mais próximas do sobrinho. Tia Petúnia e Duda assistiam à cena chocados, sentados no sofá, sequer se mexiam...
- Haa, titio, se eu fosse você não teria tanta certeza assim – ironizou Harry- Por um acaso, titio, o senhor se esqueceu do que Dumbledore lhe disse no varão passado?
- Hã? O que? DO QUE É QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?- Tio Valter parecia levemente perturbado agora. Mas Harry percebeu que ele não entendia realmente do que o garoto falava, é claro, pensou, o tio estivera tão desconcertado com a presença de Dumbledore em sua sala de estar, que dificilmente deve ter prestado atenção no que o bruxo falara.
- No mundo da magia, titio – o rosto de Válter passou do tom vermelho para um tom arroxeado ao ouvir a palavra magia – as pessoas se tornam maiores de idade quando completam 17 anos.A partir de então estão livres para fazer o que quiserem, inclusive, usar magia...
Tio Válter parou de chofre, suas mãos, até então estendidas na tentativa de estrangular o sobrinho, baixaram de repente. O medo se espalhou pelo seu rosto, ficou ali parado por uns minutos, Harry ainda empunhava firmemente a varinha e encarava o tio, este correspondia o olhar, o garoto percebeu o pânico se instalar nos olhinhos miúdos a sua frente. Sentiu uma felicidade incomparável se apoderar de seu corpo, uma sensação de vitória, euforia. Acabou. Finalmente acabou. Todos os momentos mais humilhantes da vida de Harry vividos ali naquela casa, seu primo lhe batendo, seu antigo dormitório no armário debaixo da escada junto com aranhas e tralhas da família, os longos períodos sem comer por se comportar “mal”, a maneira que sempre foi detestado dentro daquela casa... Era o fim daquele tormento.
Percebendo a gravidade da situação, tio Valter achou melhor recuar. Girou os calcanhares e voltou para sala, se sentou na sua poltrona e voltou seu olhar para televisão. Harry estava guardando sua varinha no cós da jeans, com a alegria explodindo em seu peito, quando ouviu a voz do tio dizer:
- Vá comer... E depois suba pro seu quarto.-as palavras soaram como uma ordem, ao perceber isso, o tio completou – Hum...se você quiser, é claro.
Harry foi até a cozinha, pegou um enorme pedaço do bolo do Duda e voltou para seu quarto carregando o prato. Ao passar pela porta da sala, nem o tio nem a tia o olharam, mas Duda olhou para o pedaço de bolo que estava no prato que o primo carregava, o olhar dele era de egoísmo e cobiça. A alegria dentro de Harry aumentou, ele subiu as escadas e entrou em seu quarto, acendeu a luz, fechou a porta, sentou-se na cama e comeu o bolo que tinha um sabor especial, diferente de todos os outros bolos que o garoto já comera; este parecia um troféu, tinha gosto de vitória.

***

N/a: Já disse que não garanto nada no começo. Mas depois melhora muitooooooooo!
^^
Vocês não vão se arrepender.
Só peço que comentem, por favor, e votem!

>>> Dedico esse início a Thaís Mariana, leitora da minha oitra fic, que foi a pessoa que mais me incentivou a postar essa fic aqui, sem nem tê-la lido.

Beijos.

Paulinha.

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