"Clanfero"'



- Olá, Hermione! – cumprimentou Hagrid, feliz, quando a garota entrou em sua cabana.
- Olá. É bom te ver... Não tem parado por aqui ultimamente...
- É. A Ordem tem precisado bastante de mim. – disse ele, satisfeito, pegando uma bola de pêlos encolhida. – Ele está novo em folha, dei uma poção pra ele que irá fazê-lo querer comer coisas ‘comíveis’. Nada de panos e objetos...
- Objetos? – Hermione perguntou, intrigada.
- Sim. Ele estava entalado com isso aqui. – disse o meio gigante, pegando sobre a mesa um grosso medalhão dourado. – Ele morreria se ficasse algum tempo a ma...
Mas Hagrid não terminou de falar, pois Hermione tomara o medalhão de suas mãos e disparara correndo para o Castelo.

***


Seu coração batia acelerado. Tinha uma Horcrux em suas mãos. Uma euforia e uma excitação infinita começaram a se apossar de cada partícula de seu corpo.
Sem conseguir conter um sorriso, ela correu pelos corredores do Castelo, amaldiçoando mentalmente o lugar por ser tão grande. Quando finalmente chegou ao Salão Comunal seus olhos não avistaram quem ela queria.
- Cadê o Harry? – ela perguntou para Neville que lia um livro despreocupadamente, em uma das poltronas, largando Bichento no chão.
- Disse que ia treinar o time de... – mas Neville também foi deixado no vácuo.
Hermione disparou no corredor, correndo o mais rápido que conseguia. Avistou alguem vindo em sua direção no corredor com vestes de Quadribol.
- Cadê o Harry? – ela perguntou para a mais nova membro da equipe, Lara Collins.
- Disse que ia tomar banho dep... – outra que foi deixada no vácuo.
Hermione voltou a se lançar no corredor correndo desenfreada, até chegar no banheiro dos monitores. Ofegante, descabelada e totalmente eufórica, disse a senha as pressas.
Entrou no enorme e luxuoso banheiro olhando em volta.
Viu que mais de um chuveiro estava sendo usado.
Qual deles era o Harry?
A garota olhou pela fresta entre a porta e o chão. Ela não conhecia exatamente os pés de Harry, mas não custava arriscar.
Bateu numa das portas, pensando em Harry, talvez o pingente dele o avisasse que ela estava ali.

Harry sentiu o pingente queimar em sua nuca e imediatamente pegou a toalha e a enrolou na cintura. Abriu a porta e viu Hermione parada em frente a porta ao lado, batendo levemente, a garota estava de costas pra ele, não o viu sair do chuveiro.
No momento que Harry abriu a boca para chamá-la, a outra porta abriu e Hermione gritou.
Harry não se agüentou e caiu numa gargalhada mais que gostosa, enquanto Rony, mais vermelho que seus cabelos, procurava desesperadamente por uma toalha.
Eles ficaram assim por alguns segundos, Harry rindo como nunca fizera na vida, Rony quase roxo tentando esconder-se por inteiro atrás de uma toalha, e Hermione com cara de assustada, olhando estarrecida para o ruivo.
- Hei! – Harry disse, sem conseguir frear o riso. – O que foi isso Hermione? Assédio sexual?
Pôde-se ver Rony espumar de vergonha, enquanto Hermione cobria o rosto com as mãos.
- Eu pensei que fosse você... – ela falou, para Harry.
- Queria me assediar então? – ele perguntou, rindo mais.
Ela o encarou, nervosa, tremendo.
Rony, sem saber o que fazer, voltou a fechar a porta, deixando a garota ainda em estado de choque e Harry rindo com vontade.
Ela tomou coragem e fitou Harry, que continuava a rir, sem parar, olhando para cara dela.
- Pare de rir! Vim te mostrar isso. – ela disse, erguendo o braço na altura dos olhos de Harry, tendo o medalhão pendurado entre seus dedos.
Harry parou de rir abruptamente, olhando para o medalhão como se estivesse hipnotizado.
De repente, um sorriso enorme surgiu nos lábios dele e o garoto avançou em Hermione, abraçando-a de forma que a tirou do chão, e saiu rodopiando com ela pelo banheiro.
Ela brigou no começo, mas acabou juntando-se a ele e rindo abertamente, enquanto rodopiavam pelo grande banheiro.
Hermione viu-se ensopada, com seu corpo colado no corpo molhado de Harry, mas nem ligou.
- Já disse que você é brilhante? – ele indagou, colocando-a no chão. A alegria dele era tão grande, que chegava a ser contagiante, era possível vê-la estender-se para os olhos do rapaz, que brilhavam intensamente.
- Na verdade, Bichento é brilhante. Ele engoliu o medalhão, engasgou com ele.
Harry a olhou perplexo, depois voltou a sorrir.
- Ah... Ah... AH!!! – ele gritou, sem conseguir conter a alegria.
Rony saiu sorrateiro do chuveiro, terminando de vestir a camiseta. Ainda estava vermelho, não olhou para Hermione nem ela pra ele. Harry voltou a rir ao ver os dois amigos.
- Ora... Vamos lá... Somos adultos... – Harry falou, achando a situação mais que engraçada.
- Mas eu não precisava, necessariamente, saber disso. – reclamou Hermione, lançando um olhar de esguelha para Rony, verificando se o ruivo já estava vestido.
- Mione achou, Rony! – Harry disse, ignorando os pensamentos dos outros dois. – Mione encontrou!
Harry se aproximou do amigo brandindo o medalhão entre os dedos. Rony esqueceu toda a confusão e sorriu alegremente.
- Graças a Merlim!
- Bichento o havia comido. – ela comentou, sorrindo também. – Só precisamos descobrir agora como destruí-la.
Eles se olharam por alguns segundos, toda a euforia que se instalar ali foi se evaporando.
- Não podemos desanimar. Demos um passo importante: Nós temos a Horcrux! – disse Hermione, tentando animar os outros dois. Conseguiu arrancar um leve sorriso de Rony, até completar: – Mais algumas visitas noturnas a biblioteca e o problema estará resolvido!
Até os ombros do ruivo murcharam ao ouvir a ultima parte. Harry riu.
- Por que suas soluções estão sempre na biblioteca? – ele perguntou, aborrecido.
- Eu sempre resolvi tudo, não resolvi? – ela retrucou, olhando-o com advertência. Ele bufou. – Algumas horas a mais de pesquisa não vão te matar!
- Fale por você, Hermione...
- Vou me vestir enquanto vocês brigam... – Harry disse, distraidamente, voltando a entrar no boxe que estava.
Rony a olhou feio e foi até o espelho pentear os cabelos enquanto Hermione batia o pé no chão nervosamente.

***


- Alguma coisa em especial? – perguntou Rony, com a boca cheia de ovos com bacon, ao ver o rosto de Hermione sumir atrás do Profeta Diário, naquela fria e cinzenta quinta feira.
- Não, por enquanto. – ela respondeu tateando sobre a mesa, uma tigela cheia de frutas, sem sair de trás do jornal.
Harry, que estava sentado de frente pra ela, apanhou um pêssego e colocou na mão da garota, que ao sentir a pequena fruta em suas mãos abaixou ligeiramente o jornal para poder fitar o rapaz; um sorriso quase surpreso surgiu nos lábios dela: Como é que ele sabia que ela estava justamente querendo um pêssego?
Ele sorriu de volta, erguendo levemente a sobrancelha. Ela voltou a sumir atrás do Profeta enquanto Rony devorava alguns pães doces.
- Oh, meu Deus! – ela exclamou, depois de alguns segundo em silêncio, ouvindo apenas o tintilhar dos talheres nos pratos ao longo do salão.
- O que houve? – Harry perguntou, preocupado com o tom que ela usara.
- Héstia Jones foi encontrada morta esta madrugada, em Liverpool. – Hermione disse, num tom triste. – Tinha uma missão lá, Matt me falou algo sobre isso...
Sem poder evitar, Rony e Harry trocaram olhares quando ouviram o ultimo comentário, que naquele momento não era relevante.
Harry não soube o que dizer. Os três permaneceram em silêncio; Rony parou de mastigar por alguns segundos e passou a fitar o rosto pálido da amiga que logo depois voltou a sumir atrás do jornal.
- Mais um... – o ruivo murmurou, baixinho, abaixando a cabeça.

***


Na biblioteca, a meia noite.

Era tudo que dizia o pequeno pedaço de pergaminho que Hermione enfiara na mão de Harry no meio de uma turbulenta troca de aula no corredor. Iam para aulas diferentes, depois ele teria treino e não teriam tempo de se falar. Ele apenas assentiu levemente, ao vê-la sair correndo pelo corredor.

***


Entrou na biblioteca exausto, fez os feitiços na porta e saiu praticamente se arrastando para o fundo do lugar.
Ao se aproximar da mesa de sempre, viu bem a sua frente os olhos dela o fitar tão brilhantes que poderiam iluminar todo o Castelo.
- Terminei. – ela disse, sem conseguir esconder a euforia na voz.
Harry não entendeu a que ela se referia até seu olhar cair sobre a mesa. Um sorriso imenso se formou em seu rosto, e parte de seu cansaço dissipou-se naquele momento.
Ele caminhou até ela, e a tirou no banco que estava sentada, enlaçando-a pela cintura, e tirando-a do chão. Começou a rodopiar em volta da mesa enquanto ela ria alto.
De volta ao chão, Hermione sentiu uma das mãos dele tocar seu rosto com uma suavidade que só ele tinha, e ele sorria radiante, os olhos verdes exibiam um brilho misto de orgulho e admiração ao fitá-la.
- Estou tão orgulhoso de você... – ele disse, em voz baixa, fazendo-a sorrir. – Você é incrivelmente maravilhosa... Te admiro e sou tão grato a você...
Ela sorriu docemente, afastando a mão dele com delicadeza.
- Só nos servirá para destruir o medalhão, inicialmente. Ensina como abri-lo. – ela disse, satisfeita, apanhando o enorme livro de Dumbledore de sobre a mesa. – Nem acredito que terminei... Parecia que ia durar uma eternidade.
- Até parece... – Harry comentou, sentando-se. – Você jamais levaria uma eternidade para terminar essa tradução. Foi uma batalha árdua, teve até desmaio...
Ela sorriu quando o fitou.
- Mas valeu à pena. Tudo que nós precisamos é desfazer o feitiço Clanfero, que é o que lacra a Horcrux.
- Pode traduzir pra uma língua que eu entenda, por favor? – ele disse, com graça, vendo-a se sentar de frente pra si.
- Não vou ler tudo que está escrito aqui porque é muito complexo, mas em suma: existe um feitiço chamado Clanfero, que é o que lacra a Horcrux, e o que explica o fato de ninguém que a teve nas mãos até chegar à casa dos Black ter conseguido abri-la.
- Pode explicar, exatamente, o que é Clanfero?
- É um feitiço muito, muito antigo, e bastante secreto ao que me parece, pois eu nunca tinha lido nada sobre isso até então.
- E...? – ele incentivou.
Ela respirou fundo.
- Pelo que entendi, Clanfero é toda magia passada por várias gerações de uma família, ficando restringida apenas a ela. Atualmente não existem magias assim mais, pois as famílias foram se misturando tanto que muitos desses segredos de família morreram com os últimos descendentes legítimos.
- Quer dizer que cada família tem uma?
- Exato. – ela respondeu, prestativa. – Cada família, principalmente as bem antigas, extremamente antigas, possuía uma magia própria, um feitiço ou poder que as tornavam diferente das outras. E isso era mantido em segredo, e passado pelas gerações. Clanfero é nome que generaliza, afinal, ninguém saía dizendo a todo mundo qual era seu poder especial, portanto, a maioria das famílias possuía um feitiço Clanfero, mas ninguém podia dizer como era, o que fazia, que efeito surtia.
- E onde é que isso se aplica na hora de tirar o lacre do medalhão? – Ele questionou, sem entender onde Hermione pretendia chegar.
- Simples Harry! – ela disse, alto, sorrindo. – Voldemort lacrou a Horcrux, tudo que temos que descobrir é qual era o feitiço, poder, ou magia passada de pai para filho na árvore genealógica dele. Aí abriremos o medalhão, destruiremos a Horcrux e seguimos nosso caminho em busca das outras.
Ele a olhou perplexo. Pelo que entendera, tudo que tinham que fazer no momento era descobrir uma característica mágica que somente a família de Voldemort tinha.
Muito fácil, pensou com ironia.
- Você fala como se já soubesse! Hermione, levaríamos anos para vasculhar a família dele e descobrir isso, você mesmo disse que é um segredo e...
- Não, Harry. Voldemort não faz, nem nunca fez disso um segredo.
- Você quer dizer que sabe qual é o Clanfero da família dele?
- Sei, e você também sabe, querido. – ela sorriu mais ainda ao vê-lo estreitar os olhos.
- Você não está pensando que é...
- Exatamente, Harry! – ela bateu na mesa, vitoriosa, que se levantou no pulo. – Somente pessoas da família dele podem fazer isso. E você também, já que de alguma forma ele te passou esse poder quando tentou te matar quando pequeno.
- E já disse que você é brilhante?
- Já.
- Reforço agora, então: Hermione, você é brilhante!
- Obrigada. – ela respondeu, sorrindo. Ele ainda parecia meio anestesiado diante da nova descoberta.
- Agora... – ele disse lentamente, tentando alinhar seu raciocínio. – Como destruiremos a Horcrux, depois de abri-la.
- Pensei em te perguntar isso. – ela respondeu, prática, voltando a se sentar a frente dele.
- A mim? – ele questionou, assustado.
- Claro. Você já destruiu uma Horcrux antes, o diário, você deve saber, não?
- Ah... – ele pensou um pouco. – O dente do basilisco... O veneno do basilisco destruiu a Horcrux.
- Certo, certo... – ela voltou a se levantar e passou a andar de um lado para o outro. – Veneno do Basilisco... O veneno... Será que encontramos esse veneno para vender?
- Acho que não...
- Não sabe de algo que ainda tenha algum resquício desse veneno? Será que o dente lá na Câmara Secreta ainda tem um pouco de veneno para...
- A espada. – ele gritou, triunfante, levantando-se também.
- O que?
- A espada... Eu enfiei aquela espada no basilisco, está impregnada de veneno e...
Hermione gritou também, pulou em Harry e o abraçou tão apertado que ele sentiu o ar faltar por alguns segundos.
- Você é brilhante, Harry... – ela disse, fazendo-o rir. – Brilhante...
- Obrigado. Eu não conseguiria nada disso sem você.
- Sim, até aí eu sei, mas...
- Mas...
- Há algum tempo atrás você disse que no dia em que eu terminasse a tradução eu receberia um prêmio.
- Você não esqueceu!
- Pudera... Então, o que eu vou ganhar?
- O que você quer?


[N/a: ???]

***


- Vocês... Vocês... Descobriram mesmo? – Rony perguntou, ainda sem acreditar no que ouvira.
- Pela milésima vez, Ron, sim, nós descobrimos. – A garota respondeu num tom de tédio.
- Sabia que vocês são brilhantes? – Harry e Hermione se entreolharam e sorriram.
- Pela milésima vez, Ron, obrigada. – ela respondeu, abrindo a porta. – Tranque-a.
Os três entraram na Sala Precisa, que no momento era um grande espaço vazio, com uma mesa de madeira feia e solitária no centro.
Os três se aproximaram da mesa, Hermione colocou o medalhão sobre ela e encarou Harry.
- Certo. Você sabe o que fazer. – ela disse, segura, lhe dispensando um breve sorriso.
Harry assentiu. Estava tenso, prestes a destruir a primeira Horcrux.
- E se não funcionar? Se não for esse o Clanfero?
- Não saberemos se não tentar. – disse Rony, encorajando o amigo. – Ele era da família de Salazar Slytherin, qualquer um que pertenceu a família dele consegue falar a língua das cobras. Mais ninguém. É preciso ter o sangue de Slytherin correndo nas veias, ou apenas ter esse dom por um acidente, como é o seu caso. Nada vai dar errado Harry, esse é o Clanfero de Voldemort, ninguém mais no mundo pode ser ofidioglota, a não ser que tenha o sangue de Salazar.
Harry voltou a assentir, confiante.
- Abra. – disse.
Ouviu-se um clique. Rony e Hermione deram um passo para traz e arregalaram os olhos. Uma luz verde começou a irradiar pela pequena fresta que surgiu entre as duas partes que fechavam o medalhão.
- Prepara-se Harry... – Hermione alertou.
Harry empunhou a espada que trazia consigo com firmeza. Olhando firmemente para a luz que cada vez se fazia notar mais, a medida que o medalhão ia abrindo.
Estava com a espada de Gryffindor nas mãos, Harry pertencia a Grifinória, tinha orgulho disso, orgulho de ser quem era, apesar dos erros que já cometera.
Aquilo a sua frente era um pedaço de Voldemort, um pedaço de quem acabara com a vida de seus pais, e quase acabara com a sua... E vinha tentando liquidar um por um, todas as pessoas que Harry amava.
A luz foi ficando cada vez mais forte, até que o medalhão se abriu por inteiro, a luz cegou-os e de tão forte que era e fez Rony e Hermione recuarem.
Mas Harry se manteve firme, olhos semicerrados, era Voldemort... Quem lhe tomara seus pais... E quem queria lhe tomar Hermione.
Num grito de fúria ele desceu a espada sobre o medalhão com uma força descomunal.
O medalhão se desintegrou em pequenos pedaços e a luz cessou de repente.
Rony e Hermione tiraram os braços da frente do rosto e olharam boquiabertos para os restos de ouro sobre a mesa velha.
E olharam para Harry.
Ele parecia frágil naquele momento.
Os dois se aproximaram do amigo e o abraçaram com cuidado.
- Está tudo bem Harry... – Hermione murmurou. – Menos uma agora.

***


- Até que enfim, Hermione! – Rony exclamou, emburrado, cansado de esperar.
- Ron...
- Você está linda. – Harry disse, sem ao menos pensar, vendo Hermione em suas roupas de frio bem escolhidas. Era incrível como ela conseguia ficar elegante mesmo sob um casaco pesado, e um gorro de lã.
- Obrigada. – ela disse, um pouco desconcertada.
Muitas pessoas passavam, o Salão Comunal estava agitado, todos prontos para irem a Hogsmeade.
- Ron... Preciso te dizer uma coisa. – ela disse, aproximando-se dele. – Eu realmente sinto muito, muito mesmo, mas não poderei ir com vocês.
Rony pareceu zangado.
- Por quê? – Mas que perguntou foi Harry.
- Porque prometi a outra pessoa antes de falar que ia com vocês. – mentiu, sem fitar os olhos verdes de Harry.
- Você prefere ir com outra pessoa a ir conosco? – Rony pareceu indignado. – Eu ia te apresentar a Sam, minha namorada. Quero que sejam amigos dela.
- Eu sei Ron, eu entendo, e realmente me sinto muito mal por isso. Mas o problema é que devo um enorme favor a essa pessoa. – ela viu o olhar de Harry perfurá-la até a alma. – Mas não faltarão oportunidades, eu tenho certeza que adorarei a Sam.
- Ótimo, já que você prefere qualquer outro aos seus amigos, tenha um ótimo sábado! – Rony disse, bravo, saindo chateado.
Ela fitou Harry, que pareceu nervoso.
- Quem é? – ele perguntou, baixo.
- Professor McGonagall. – ela respondeu no mesmo tom.
- Bom passeio. – ele conseguiu sorrir. E saiu.
Hermione reconheceu o sorriso, não era um sorriso de verdade... Mas o que importava? Não devia satisfações a ele, e outra... Matt lhe faria um favor que beneficiaria Harry em grande proporção, ele não poderia culpá-la por isso.
Ela resmungou alguma coisa pra si mesma e saiu do Salão Comunal para encontrar Matt no Saguão de entrada.

***


Ótimo!
Então era assim... Ela estava saindo com o professor de DCAT.
Hermione estava saindo com um professor.
Isso era inaceitável.
Dissera que lhe devia um favor?
Que favor?
Ela não dissera nada...
E ela sempre lhe dizia tudo.
- Frio maldito! – ele resmungou.
- Tudo bem, Harry? – Samantha perguntou.
- Sim... Tudo.
Andavam pela rua principal de Hogsmeade. Todos felizes, com exceção de Harry, que parecia encrencar com tudo.
Ela estava saindo com um professor.
Ela estava saindo com alguém!
Harry balançou a cabeça e riu sozinho... Sua cabeça maquinando freneticamente.
Não podia se sentir bravo. Não tinha esse direito. Não era nada de Hermione, apenas amigo. Ela não lhe devia satisfação, nem explicação. Ele não podia exigir nada dela, muito menos que ela estivesse presente ao seu lado 24 horas por dia.
Afinal, ela também tinha uma vida.
E já se doava demais para ajudar Harry, estava sendo ingrato achando ruim que ela saísse para se divertir com outras pessoas.
Mas precisava mesmo ser com um homem?
Um professor?
Ele tornou a resmungar, mas dessa vez foi ignorado.
Não quis acreditar, mas estava mesmo com ciúme de Hermione?
Ciúme de Hermione?
Hermione?
Amigos também sentem ciúme, não sentem?
Ele ergueu a cabeça e riu alto, até avistar Hermione, como sempre elegante, andando ao lado do professor.
Eles pareciam estar se divertindo.
Ela estava sorrindo.
Ela estava sorrindo pra aquele homem o mesmo sorriso que sorria pra Harry.
Ele abriu mais os olhos.
O professor abriu a porta do Três Vassouras para que ela entrasse, e ela agradeceu.
Ela estava mesmo apreciando a companhia daquele idiota, sabe-tudo?
Estava mesmo agindo com ele como agia com Harry?
Afinal, o que era de Harry só podia ser de Harry.
Aquele sorriso hipnotizante de Hermione era dele, ela não podia simplesmente sair espalhando por aí.
Sentiu seu sangue ferver nas veias.
E se ela gostasse do professor?
E se eles virassem amigos?
E se Hermione preferisse ele a Harry?
O rapaz parou do nada, já não via mais Sam e Rony.
Já não via mais nada.
Hermione não podia querer trocá-lo por Matt.
Não...
Apertou o passo, decidido.
Tiraria a garota das mãos daquele desgraçado, antes que ele a tomasse de si.


***

N/a: Consigo sentir o cheiro de confusão... e vocês??? Conseguem também?


Um capítulo muito cheio de coisas esse, não?
Desde a descoberta do "Mistério do Bichento", que vinha deixando muitos intrigados aqui, que eu sei.
Pois bem, aí está a participação dele. Tão esperada participação.
Passamos por um momento totalmente constrangedor... Descobrimos como abrir uma Horcrux e depois a destruimos!

Genteeee!

Muitas coisas...

E para terminar, Harry louco da vida por causa do Matt.

Olha, tenho que dizer... Muitas bombas de uma só vez... Esperem a explosão no próximo capítulo.
Coisas que vocês jamais imaginaram que um dos personagens seria capaz de fazer, foi feito.

O.o


Segurem-se em suas cadeiras, protejam seus mouses, garantam que ninguém esteja em casa na hora que vocês surtarem, lendo o próximo capítulo.



...
...
...



HAHSUHAUSHAUHSUAHUSHAUSHUAHSUAHSUHAUSHAU


Quantooooo drama, não?

=]


Adoro deixa-los curiosos. Me perdoem.
É muita maldade, eu sei.
Principalmente com pessoas tão maravilhosas como vocês, donos dos comentários mais, mais mais, mais.... Mais indescritíveis que eu já tive o prazer de ler.

Obrigada, milhões e bilhões de vezes, de todo meu coração, pelo carinho, paciência, e disposição de sempre.


Amo vocês, demais, vocês neeeem fazem idéia do quanto.

Comentem, por favor.

Responderei a vocês, eu espero, no próximo fim de semana, quando já estarei de férias [ da escola, pelo menos.]


Beijoooooos mil,


Paulinha.

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