Gato de Prata



No dia seguinte, eles preparavam novamente o plano para a invasão em Azkaban; mas somente no dia seguinte, poderiam pôr-lo em ação. Já haviam mudado de lugar, e tinham desaparatado e permanecido numa ilha, que continha um vilarejo. Hermione dissera que ali ficariam mais próximos de Azkaban.
- Gente! Olhem aqui! – berrou Rony, chegando de uma saída que dera, para buscar algum Profeta Diário, mas ao invés do jornal, trouxera algo a mais: - Achei um rádio!
Hermione e Harry vieram ao seu encontro. Era uma pequena caixa, que mais parecia uma caixinha de música. Rony colocou-a em cima da mesa.
Ele puxou a tampa de cima, e de dentro saiu um som chiado, sem forma alguma. Havia uma manivela.
Quando Rony girou, a tampa se contorceu, tomando uma forma. Assim que Harry olhou de novo, a cobertura havia tornado-se uma boca, que se moveu dizendo:
- Hum-hum... o quê é isso?
- Seu... seu rádio... – falou Rony, meio medroso.
- Você? O que fez com meu dono?! – gritou o rádio, logo depois lhe deixando escapar um ruído fino, alto e ainda por cima ensurdecedor.
- Calma! – tentou dizer Hermione, embora o som ainda fosse alto. - Ah, silencio! – disse apontando a varinha para o rádio, que se calou de imediato.
O aparelho parou de emitir som, mas, mesmo assim, continuou gesticulando com a boca, o que pareciam ofensas.
- Agora quem vai ouvir é você! – avisou Hermione, ainda com a varinha apontada – Olha, agora o seus donos somos nós, OK?
Assim que a garota terminou, o rádio fechou a boca, e embora não tivesse olhos, expressou incapacidade de aceitar. Virou uma caixa comum, sem boca.
- Ele não tem escolha. – disse Rony, virando-se para Hermione – Eu peguei-o nos fundos de uma casa, no vilarejo aqui perto. Estava largado e meio quebrado, mas o dono da casa o consertou e deixou-me levá-lo. Disse que ele é simplesmente irritante!
- Não percebemos! – falou Harry olhando o aparelho por todos os ângulos, admirado.
Rony rodou de novo a manivela do rádio, que voltou a criar a sua boca, que tornou a falar:
- Devolvam-me seus parvos! Devolvam-me ao meu legítimo dono! Filhos da escória...!
Mas parou, quando Hermione ameaçou calar-te novamente.
- Mostre-nos o que há nas estações sobre Harry Potter!
O rádio pareceu não querer obedecer, mas mesmo de má vontade, o botão ao lado de sua boca rodou, e sua boca de escancarou como um círculo, e ouviram-se vozes diferentes da sua:
-... não há notícias de Harry Potter – como uma voz familiar á Harry - desde sua suposta aparição numa casa próxima ao vilarejo de Aberdeen, como nossa amiga Catherina havia dito aqui, no Observatório Potter...
- Observatório Potter? – perguntou Harry aos outros.
- Assim que chamaram a única estação oculta para dar notícias suas...
- Psiu! Silêncio vocês dois! – falou Hermione, aumentando o volume.
-... chamaremos agora, uma das pessoas que contém informações sobre o que Potter pode estar fazendo fora de nossas vistas. Boa tarde, Pablo.
- Boa tarde! – disse outra pessoa, rouca de bem conhecida.
- Não é o Olho-Tonto? – perguntou Harry.
- Ele mesmo!
- E por que usam Pablo?
- Para não reconhecerem as pessoas envolvidas...
- Então o locutor do rádio... é o Dino Thomas? – falou Harry, e Rony afirmou com a cabeça.
- Silêncio! – tornou a pedir Hermione.
-... diga a nós e nossos ouvintes, qual suas expectativas de Potter!
- De Potter? Bom eu tenho certeza que esse garoto tem muita audácia de sair pelo mundo, com os dois amigos, pois não é qualquer homem que tem coragem de fazer o que Potter faz. Em minha opinião, ele tem muito entusiasmo. Não há dúvidas de que, no que quer que Potter esteja fazendo, ele terá muita força de vontade para continuar, e terminar com muita categoria.

- Que modesto! – disse Rony. – O que será que ele tem em mente?
- Obrigada Pablo! Se Potter estiver ouvindo, tenho certeza que ele terá muito mais força de vontade ao ouvir suas palavras Pablo! Obrigada... e agora... o quê?
Dino parou de falar por um momento, depois continuou:
- Acabamos de receber uma notícia de última hora. Um de nossos colaborados do Observatório Potter foi ferido gravemente, em uma tentativa de escapar das mãos da Armada da Morte...
- A Armada da Morte está agindo! – falou Hermione com as juntas.
- E... – o locutor continuou – Por um infeliz destino, faleceu ao chegar ao St. Mungus, nesse exato momento. Jorge Weasley nunca terá morrido em vão...
- Quê?– Rony disse.
- Não! Jorge não! – gritou Harry, sentindo-se totalmente abalado.
- Minha nossa! – exclamou Hermione, num tom rouco.
Harry não podia acreditar. O gêmeo de Fred, irmão de Rony havia morrido. Rony se levantou com as mãos na cabeça.
- Jorge! Jorge! – falava baixinho para si mesmo.
- Calma Rony! Tenha calma! – consolou Hermione.
- Calma? Ele é meu irmão...!
- Sabemos Rony! – tentou Harry.
-... pois ele guardou fielmente os segredos mais profundos das buscas dos aurores, ao Harry Potter. Sua morte foi trágica, mas seria mais trágica se ele tivesse revelado as guarnições da Ordem. Sua família passa bem, mas alguns de seus membros foram cruelmente feridos... Depois dessa sádica perda, encerramos o programa com um minuto dedicado ao óbito desse homem consagrado. Tenham um bom dia.
Enquanto o minuto foi dado á Jorge, Rony parecia forte, e não chorava. Mas Hermione sim, e abraçando o namorado, ficaram os três calados.
O rádio começou a chiar novamente. A boca do aparelho fechou, tornando-se apenas uma comum caixa de madeira anosa.

Lá fora chovia. A noite tinha chegado, e os três amigos estavam deitados em sacos de dormir no chão. Rony, ao dia, tinha quebrado o beliche ao tentar reparar uma das xícaras, e mesmo Hermione não conseguira consertar as camas.
A chuva estava forte, e como chuva de primavera, trazia trovões e relâmpagos com ela. Ouvia-se no teto da cabana as gotas ferozes e o vento violento.
Harry não conseguia pegar no sono. Não era pela chuva, mas sim pela sensação estranha que tinha. Além dos sons da natureza, ele ás vezes via alguém caminhado ao lado de fora da cabana.
Uma sombra de uma pessoa parada estava o incomodando. Talvez fosse uma árvore retorcida, ou arbustos, mas aquilo o mantinha limitado. Sempre ali, a sua frente, se movendo por momentos. Se fosse uma pessoa própria, não estaria no meio da tempestade.
O garoto tentou esquecer aquilo, mantendo em mente que não era uma pessoa. Poderia ser apenas sua imaginação.
Virou-se para o lado oposto, de frente para Hermione, que dormia no meio dos dois homens. Harry fechou os olhos.
Por um bom período, ficou ali, tentando novamente dormir, mas outra coisa o tirou a atenção.
Uma luz forte vinha da entrada. Passava pela lona, cobrindo toda a cabana e a visão do garoto. Ele se levantou, cobrindo os olhos, caminhado para longe da claridade. Olhando para o lado, viu que Rony e Hermione não se incomodaram com nada. O brilho diminuiu.
Harry olhou para onde há alguns minutos atrás via a sombra. Não estava mais ali.
Aproximando da entrada da cabana, ele olhou para fora, por entre a chuva. Via-se algo luminoso caminhando calmamente no meio da chuva. Não era humano, mas sim um animal cor de prata; Harry sabia ser um Patrono.
Tentou olhar mais atento. Era um felino, que corria entre árvores próximas. O animal chegou numa árvore mais perto e levantou-se de pé, apoiado nela. Emitiu um ganido.
Harry percebeu que o animal queria chamá-lo. O garoto correu e pegou a capa preta que estava ao lado de si e foi pela chuva intensa, atrás do felino.
Correndo e seguindo o animal, sentiu-se encharcado, mas sabia que aquele Patrono era de uma pessoa boa. Valeria a pena.
Entre as árvores, o felino foi se afastando velozmente e com muita agilidade. Com a água que caía de Harry, estava deixando-o com frio e trêmulo, mesmo com a capa o encobrindo.
Correu muito, até que o animal parou. Harry se aproximou mais e percebeu que era um lince. Assim que notou isso, o felino desapareceu.
Estava parado no meio de uma clareira, dentro da floresta vazia. O que aquela criatura queria que ele fizesse ali? Não tinha nada a não ser árvores, arbustos e água empossada.
A tempestade tornava-se mais forte e Harry estava parado inutilmente no meio dela, pensando no que o dono do Patrono tinha pensado que ele faria. Olhou para o lado. Tentou andar mais a frente.
Agora a chuva estava tão violenta, que Harry achou que ia se afogar nela. Cobriu mais o corpo com a capa, e continuou andando desorientado. Percebeu que havia se afastado muito da cabana, pois não via nada além do que tinha na floresta.
Harry parou. Não tinha nada para fazer ali se não pegar um resfriado. Mas algo mudou sua idéia.
Uma luz esverdeada ofuscava em seus olhos. Era realmente atraente e Harry chegou mais perto, seguindo-a. No chão da clareira, havia um medalhão com uma corrente metálica. No centro do oval, continha uma cobra parada na forma de um “S”. Abaixou e pegou-a.
Tirando a capa de sua cabeça, ele pegou pela corrente de prata e a passou pelo pescoço.
A corrente era fria. Sentiu como se ela interagisse com seu corpo, ajustando-se ao seu pescoço. Estava bem justa, mas não lhe apertava.
Harry espirrou. Ainda permanecera no meio da precipitação, e estava mais molhado que a própria chuva. Cobriu-se melhor com a capa. Andou um pouco, por onde supostamente tinha vindo da cabana.
Estava se sentindo mal, com uma forte dor de cabeça. Correu tentando achar a cabana novamente, mas não achou nada.
Tinha alguém andando ali à frente. Olhou melhor e a pessoa correu. Ele espirrou novamente. Estava realmente ruim.
- Harry! – chamou a voz de Hermione.
- Harry, onde você está! – ouviu da voz de Rony.
Viu os dois amigos parados perto da cabana. Correu até o encontro deles, retirando a capa de cima do rosto.
Espirrou novamente.
- Harry! – gritou Hermione, indo até ele.
Os três entraram. A garota correu para a cozinha e Rony permaneceu com Harry na sala. Os dois estavam molhados, mas Harry estava mil vezes mais, deixando a água do corpo cair no chão.
- Você é louco? – perguntou Rony.
- T-talvez – falou Harry trêmulo.
Hermione trouxera toalhas e cobriu Harry, fazendo-o sentar no sofá de dar outro violento espirro.
- Harry, o que foi fazer lá fora com esse tempo? – exclamou Hermione.
Harry sentia-se tonto e muito indisposto.
- E-eu vi... um Patrono, Hermione! – justificou-se. – Ele... ele queria que eu... – e espirrou. Depois continuou: - queria q-que eu buscasse a... a Horcrux!
E tirou de dentro da blusa, o Medalhão de Salazar Slaytherin, mostrando aos amigos.
- De quem era o Patrono? – perguntou Rony.
- Não sei. Só sei que era um... um... - Harry deu outro espirro – um Lince.
- Lince? Não conheço ninguém com um Patrono em forma de Lince...
- E... e tinha alguém andando do lado de fora...
- Quem Harry? – falou Hermione.
E depois com outro espirro, Harry confirmou:
- Também não sei!
- Harry, você não está bem! – afirmou Hermione.
- Estou... – outro espirro. – ótimo Hermione!
- Não está não! – disse Rony. – Isso pode render uma pneumonia!
- Já pro banho! – ordenou Hermione olhando para Harry, e o mesmo foi sem protestar.

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