Casa de Dora



Harry, Rony, Hermione e Gina ocuparam a casa de Gui e Fleur desde o dia que chegaram ali, sendo bem admitidos. Durante cinco dias, eles permanecerem escondidos no Chalé das Conchas, recebendo noticias cada vez mais assombrosas sobre a procura de Harry pelo mundo e os domínios atingidos por Voldemort. Por vezes, Arthur Weasley e Remo Lupin os visitavam as escondidas, mas as aparições deles tornaram-se menos freqüentes com as novas informações que passavam pelos jornais locais.
- Arry! Venha aqui. – chamou Fleur.
Harry aproximou-se e ela estava procurando algo na gaveta. Quando voltou para ele, trazia uma bolsinha de couro nas mãos.
- Querrido, Gui quando saiu oje de manhã, deixou comigo uma coisa que gostarria de lhe darr.
Fleur largou a bolsa na mão de Harry. Ele a apalpou e viu que era grossa e continha um cordão, para ser preso ao pescoço.
- O que é isso?
- Ah, isso é um bolsa de... ah, Gui lhe explicarria melhor... disse a mim que é uma bolsinha que somente o dono pode abrrir. Pode guardar o que quiser, aí.
- Uau, obrigada! – exclamou Harry sentindo a textura felpuda da bolsa e colocando-a no pescoço.
- Agrradeça a Gui, quando...
A porta abriu.
- Consegui o Profeta Diário de hoje! – exclamou Gui entrando na casa com neve até a cabeça, depois de horas fora. – Não há noticia muito boa...
Hermione abriu o jornal. Harry já pôde ver quais seriam as surpresas. A primeira manchete que viu, leu-se “CAÇA AO INDESEJÁVEL NÚMERO UM SÃO INTENSIFICADAS”. A garota começou:
- Nada de bom mesmo. Ouçam: “Durante essa semana, foram realizados relatórios detalhados dos supostos locais onde Harry Potter pode estar. Informam-se de que ele deve localizar-se próximo as áreas de Londres, onde há um endereço não confirmado da casa dos antigos Black, ou seja, Potter pode ter ligações com o notário assassino falecido há cerca de dois anos: Sirius Black. Essa informação foi revelada após uma sigilosa investigação com pessoas ligadas á Potter e a localidade tem sido o mais suposto onde deve locar a pessoa mais procurada dos últimos meses. Continuamos contando com a colaboração da comunidade bruxa na caça de Harry Potter, e a qualquer conhecimento de novas noticias do seu paradeiro, pede-se que informe nossa rede, ou funcionário do Ministério da Magia.”.
- Minha nossa! – exclamou Gina impressionada. – Não... não há chances de eles terem alguma idéia de onde estejamos... não é?
- Impossível! – disse Gui – A casa está protegida com o maior número de Feitiços Anti-Localização existentes... mas não há duvida que podem suspeitar. Se interrogarem muita mais gente, teremos que mudar nossa localidade.
- Vamos ligar o rádio – falou Rony, caminhando até o aparelho de som antigo, posto ao lado da mesa - Talvez haja noticia mais inteligente... só falam de você nos rádios, Harry.
Sintonizando em várias rádios diferentes, Rony conseguiu encontrar uma que funcionasse.
-... claro, sim, mas agora imagina-se que tenham um novo local suposto e estão a caminho. – começou a voz do locutor – Acredita-se que se houver uma frota pronta para combate, estarão mais seguros de que Potter seja localizado mais rapidamente.
- E qual é a localidade descoberta agora, Mason?
- Há indícios de um local mais próximo ás praias litorâneas, talvez perto de Tinworth. Foram realizadas buscas de pessoas ligadas ao procurado, e acredita-se realmente de que seja mais um lugar capaz de acomodar Potter...

- Não! – berrou Hermione – Eles não... não podem! Estão vindo para cá!
Gui já se apressara a ir á sacada do lado de fora. Minutos de suspense e ele voltara transpirando.
- Estão se aproximando! – exclamou – Vamos, Harry precisa sair daqui!
Nem ao menos Gui terminou, ruídos realmente altos tomaram o lado de fora. Gui tomou a varinha e todos os outros o acompanharam.
- Vá Harry... saia...
Uma explosão e tudo tornaram fumaça cinza. Harry voou para o outro lado do cômodo, ouvindo gritos e feitiços sendo lançados. Alguém pegara em sua mão e ia conduzindo-o para a sacada. Outra pessoa também o pegara, e as duas mãos faziam pressão, tentando puxá-lo.
Sentiu um clarão vermelho atingir uma das pessoas que o puxava. Viu o Comensal da Morte cair no chão, acertado por um Feitiço Estuporante de Hermione, que o conduziu para outro cômodo. Rony saiu correndo a frente e Gina acompanhando-os.
- Potter! – berrou a voz evidente de Lucio Malfoy. – Está ali! Peguem-no e esqueçam o resto!
Passos apressados foram diluindo a poeira do ar. Harry viu todos os Comensais da Morte presentes correr até ele e lançarem Feitiços Estuporantes em sua direção.
- Não o matem! – gritou um deles. – Precisamos dele vivo! Acabem com os outros!
Lucio apontou a varinha para Gina e berrou:
- Avada Kedavra!
- Speculum! – vociferou Harry mais rápido.
O feitiço ricocheteou no encantamento de Harry e voltou com mais força para Lúcio, acertando-o em cheio no peito, deixando-o cair num baque no chão. Sem tempo para olhar para trás, Hermione agarrou Harry na mão e ele sentiu a sensação de desaparatação atingi-lo. Rony pegou na mão de Hermione e Gina tentou agarrar a mão vazia de Harry. Quando tudo começava a rodar, Harry viu um Comensal aproximar-se da garota.
- Crucio! – gritou o Comensal da Morte.
O feitiço incidiu em Gina, fazendo-a cair no chão e largar a mão de Harry. Ele berrou tentando alcançar a tempo alguma parte do corpo de Gina, mas tudo escureceu e eles desaparataram.
Caindo depois de tanto rodopiar no vazio, Harry ainda via a visão de Gina caída no chão. Deixara-a na casa, e com certeza não duraria muito nas mãos dos Comensais da Morte.
- Precisamos voltar! A Gina ficou...! – berrou Harry
- Não tem como! – disse Hermione - Se voltarmos, eles te pegarão...
- Eles vão matá-la!
Harry olhava a sua volta com as mãos na cabeça. Estavam sobre morro alto, onde de longe se via uma pequena cidade. Em volta da colina, havia árvores mediocremente mortas e nevava muito. O frio cortava a pele, e o vento estava forte ali em cima.
- Não há como voltar, Harry – disse Rony, cruzando os braços de frio – Só devemos esperar sorte dela...
Harry balançou a cabeça.
- Onde estamos? – disse olhando para a cidadezinha longe.
Hermione e Rony também olharam para a cidade.
- Bem longe de Londres. – disse Hermione fixando o olhar distante – Em Aberdeen, norte do Reino Unido. Parece que o inverno está mais rigoroso aqui... devemos acampar mais abaixo...
- A-acampar? – exclamou Rony – Você acha que estamos fazendo o que?
Hermione desceu alguns metros do morro, parando numa caverna escura, porém mais quente.
- Estamos fugindo com o Harry, lembra? – disse a garota – Devemos nos abrigar por aqui, não muito perto da cidade. Acho que deve ser uma região de trouxas, mas mesmo sendo assim, devemos manter-nos longe.
Hermione tirou de dentro da blusa uma bolsa, e de dentro dela retirou três sacos de dormir.
- C-como você fez isso? – disse Rony olhando assustado para ela.
- Feitiço Indetectável de Extensão... acho que fiz certo. Guardei muita coisa aqui, bastante necessária para nossa viagem.
Ela colocou os sacos de dormir no chão frio da caverna. Hermione colocou o braço todo dentro da bolsa.
- O que faremos amanhã? – disse Rony deitando-se no saco.
- Não acredito! – exclamou Hermione tirando a mão da bolsa, fazendo os dois dar um pulo de susto – Não deu tempo de por alimentos...
- O quê? – disse Rony alto – Não tem rango?
- Não, Rony. Não tem rango. – falou Hermione impaciente. – Teremos que buscar.
Hermione olhou para os garotos.
- Nem pense que eu não vou sair nessa tempestade aí...
- Rony! Você sabe muito bem que quem está sendo procurado é o Harry.
- E daí? Se ele for com a Capa de Invisibilidade, não vejo porquê não!
- Ah, você...
Harry não queria ouvir os dois discutindo, por isso optou.
- Eu vou. – disse Harry.
- Não é perigoso... se virem você? – disse Hermione.
- Vou com a capa... você trouxe, não trouxe Mione?
A garota enfiou a mão na bolsa e tirou um pano fino e sedoso, dando a Harry.
- Rony, porque você não vai...?
- Me deixe ir, Hermione – disse Harry caminhando ao lado de fora da gruta, indo à direção da tempestade. – Volto logo.
- Harry! – exclamou Hermione, fazendo Harry virar-se para ela. – Leve esta outra capa... sabe, muito frio...
- Obrigado. – disse Harry pegando a capa preta grossa colocando-a, cobrindo o corpo e a cabeça com o capuz.
Ao sair, jogou a Capa de Invisibilidade por cima de si e tentou segura-la em meio ao vento feroz. Descendo ribanceira escorregadia, deslizou para baixo tentando agarrar em algo, e ao mesmo tempo manter-se dentro da capa.
Ele caiu por cima da neve amontoada na base do morro. Quando se levantou, não viu nada além da nevasca tentando leva-lo.
Correu para onde via poucas luzes, fracas, iluminarem bem mais a frente. Ainda segurando com firmeza a capa, ele andou e encontrou uma rua, com postes apagados e o chão escorregadio pela neve.
Andando por ali, tentou localizar alguma janela acesa. Viu que havia uma casinha, no final da rua, que possuía vidraças com luzes.
Harry temeu que na casa morasse algum bruxo, e que assim, reconhecesse sua identidade; decidiu manter sue rosto, pelo menos, parcialmente oculto. Tomou coragem, tirando a Capa de Invisibilidade, colocando-a no bolso. Bateu na porta.
Demorou um pouco, e assim, a porta abriu. Uma mulher baixinha e idosa abriu-a mancando, com uma bengala na mão. Olhou de cima a baixo, com seu estranho cabelo grisalho e roxo, balançando a cada movimento.
- Sim? – disse com uma voz fina e trêmula.
- Ah, a senhora poderia... me dar um pouco de comida? Passei... passei por aqui, e estou sem mantimentos...
- Claro, claro, meu bom jovem! Entre e aconchegue-se!
Harry entrou tremendo e despejando neve no chão de carpete da casa. Viu que perto da janela dos fundos havia uma enorme lareira acesa, e ao lado dela tinham três poltronas viradas para a mesma. Numa delas, sentava-se um homem ancião, com um enorme cão preto aos seus pés. Nas paredes da casa, tinham vários quadros, imóveis, de pessoas retratadas, aparentemente familiares dos proprietários da casa.
Quando se pôs mais perto da lareira, sentiu o calor do fogo envolver seu corpo. O cão que se mantinha num sono profundo, acordou dando uma bufada, mais parecendo um bocejo.
Rastejando as grandes patas até Harry, o animal farejou a capa. O garoto se afastou, temendo que pudesse atacá-lo. O senhor sentado na poltrona a direta deu uma risada.
- Não tema o Thor, garoto. Ele é uma preguiça de pelo negro!
O cão abriu a boca, dando um espirro. Depois, saiu caminhando com passos lentos até onde estivera dormindo, voltando a cochilar.
O homem olhou-o de frente, levantando-se. Não dava muito menos que seu tamanho, mas era bem mais alto que a senhora ao seu lado. Ela pegou uma bandeja que repousava na mesinha de canto, e ofereceu a Harry uma xícara de chocolate quente, e dando lugar a ele, para que se sentasse na poltrona do meio.
- O que faz aqui Aberdeen, em pleno inverno? – perguntou.
- Eu... precisei vir visitar... a família. – mentiu o garoto, tomando seu chocolate, sentindo-se cada vez mais confortável.
- Visitar a família? De onde vem jovem?
Harry hesitou um momento, e tomando mais um gole do chocolate quente, tentando tempo para inventar uma história.
- Venho... da Irlanda...
- Então onde está sua família? - exclamou o homem.
Ele estava meio constrangido em manter informações falsas.
- Eu...
Antes de responder qualquer coisa, a porta abriu-se, deixando o vento gelado entrar e impregnar o cômodo. Com o sopro da brisa que entrou, a capa que mantinha o rosto de Harry protegido caiu. Ele já pôde reconhecer a pessoa somente pelos cabelos rosa-chiclete.
- Tonks? – perguntou.
- Harry? É você mesmo? – exclamou a moça.
Ele levantou-se e caminhou até a porta, depois que Ninfadora Tonks fechou-a numa batida forte.
- Ah, Harry! – disse Tonks abraçando-o - Pensei que haviam te pegado! Estava preocupada!
- Estou feliz em vê-la! – exclamou Harry.
Tonks veio andando pela sala e foi acariciar o cão Thor, fazendo-o dar outro bufo alto e voltar a dormir.
- Como veio cair em minha casa, Harry? – perguntou ela.
- Quê? Sua casa?
- Claro. Não se apresentaram? Papai, Ted – disse Tonks apontando para o senhor – Mamãe, Drômeda – apontou para a idosa. – E o prezado Thor. – exclamou indicando o cão deitado.
- Querida Dora – indagou Ted Tonks – Diga-me quem seria este gentil rapaz.
- Ah, este é o Harry, papai. – disse Tonks feliz - Lembra-se? Harry Potter?
Ted olhou para ele e olhou para a mulher. Sra. Tonks fez uma curta adoração.
- Ah, Dora... formosa seja tua alma. Minha casa abençoada por Harry Potter!
Harry nunca imaginara como seriam os pais de Tonks. Muito menos pensara que ela poderia ter um cão de estimação.
- Vim com Rony e Hermione – disse Harry - preciso me apressar...
- Diga-me, filho, do que precisa. – exclamou Ted - Faremos o que for possível!
- Chame Rony e Hermione para acomodarem-se aqui também! – disse Tonks
- Não, desculpe Tonks. Agradeço, mas preciso realmente voltar. – disse Harry.
- Não antes de levar algo para comer.
Tonks foi até um outro cômodo com sua mãe. Minutos depois voltaram com uma cesta enorme de mantimentos.
- Ah, não precisava...
- Claro querido. Aceite. – disse Drômeda Tonks, empurrando a cesta pesada em suas mãos.
Ninfadora olhou-o por algum tempo, depois perguntou:
- O que vocês estão tramando? Não podem ficar sozinhos...
- Não se preocupe com a gente, Tonks. Estaremos bem. Quanto ao o que estamos fazendo, não devo dizer...
Ela olhou para ele, enquanto caminhava para fora, cobrindo-se com a capa preta.
- Sinceramente Harry, acho que eu deveria ir com vocês...
- Avise aos outros que estamos bem. – disse Harry puxando a Capa de Invisibilidade para fora do bolso. – Até breve. – disse jogando-a para cima de si e sair andando rápido para cima do morro, ao longe da estrada.
Parecia muito mais noite que estivera quando chegou à casa de Tonks, mas agradeceu por não estar mais no meio da tempestade.
Chegando à caverna onde Rony e Hermione estavam, ele entrou, vendo que a luz da fogueira mantinha-se acesa, iluminado os rostos dos dois. Estavam dormindo de mãos dadas.
- Vocês dois! – exclamou tirando a Capa de Invisibilidade, colocando a cesta de mantimentos no chão.
Rony deu um pulo e Hermione deu um grito.
- Sou eu! – mostrou-se Harry, tirando a capa preta de cima.
- Ah, Harry! Assuste outro... – guinchou Hermione respirando rápido - do jeito que veio, achamos que era um Comensal da Morte!
- Antes fosse! Olhe só. – disse Harry indicando a grande cesta que trouxera com esforço para cima. – Sabem quem mora aqui nesse vilarejo? A Tonks!
- Quem? A Tonks? – espantou-se Rony.
Harry explicou aos amigos, que ali morava a família de Tonks; contou do que eles o ofereceram e terminaram a noite, sem fome e quentinhos.

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