Controle Lobisomem



Enquanto dormia, Harry sentia-se incomodado com algo em seu corpo. Não queria acordar, mas fora obrigado a abrir os olhos.
O sol nascia nas montanhas à frente, fazendo os raios ofuscarem nele. Ele levantou-se rapidamente e foi para mais para dentro da gruta, onde havia sombra.
Viu que Rony e Hermione ainda dormiam profundamente.
Ainda não olhara o que havia mais fundo da caverna, e ao avançar mais adentro, descobriu que não era sem saída.
Passou algum tempo ali, caminhando e rondando pelo escuro. Ele sentou-se na parede fria da caverna, se lembrando dos dias anteriores. Reviu a cena de McGonagall caída no chão morta... lembrou de Gina tentando agarrar sua mão para sair segura do Chalé das Conchas... quando Voldemort lhe pedira a espada de Gryffindor... a espada...
- Harry? – exclamou a voz de Hermione pela entrada da gruta - Cadê o Harry?
- Estou aqui – disse saindo do escuro indo ao começo – Hermione onde está a espada de Gryffindor?- exclamou antes mesmo de a garota avistá-lo.
- Ah, acha que sou tola? – disse colocando a mão dentro de sua bolsa alterada e tirando a espada com o punho rodeado de rubis intensos.
Harry encostou-se na parede da gruta, aliviado por saber que mantivera a espada em seu poder.
- Valeu por me aliviar.
Hermione balançou a cabeça e Rony, que ainda mantivera-se deitado, deu um bocejo alto que ressoou pelo túnel adentro.
- O que tem de bóia? – foi a primeira coisa que disse.
- Só pensa em comer? – perguntou Hermione pegando os sacos de dormir, e enfiando na bolsinha. – Comeremos depois, Rony.
- Depois? Depois do quê?
Hermione, após guardar tudo, colocou a bolsa no ombro e caminhou para fora da caverna.
- Devemos procurar outro lugar para ficarmos. – explicou a garota. - Ou acha que vamos permanecer num lugar só, para poderem pegar a gente?
Ela pegou na mão dos dois, ainda na entrada da caverna e fez os três desaparatarem.
Chegaram à margem de um rio que ficava de frente á uma cidade com prédios antigos. Dali, não se via ruas, mas somente às várias janelas pequenas que davam de vista a eles. Ouviram sons de roncos de motor e buzinas.
Hermione se afastou dos dois, lançando feitiços às presas em volta.
- O que você está fazendo? – disse Rony observando a garota fazer círculos em torno deles e murmurando uma porção de feitiços.
-... Abaffiato... ãn? Estou... protegendo. Protego Totalum... Disperso Troxalum... Desparecio...
Rony ficou seguindo a menina com os olhos e parou depois que ela terminou.
- Pronto! – exclamou Hermione pegando fôlego - É o máximo que consigo fazer. Vamos ficar aqui mesmo...
Ela colocou a mão na bolsa e tirou uma lona grande, e atirou-a no chão.
- O que é isso? – perguntou Harry.
- A barraca que trouxe. – respondeu Hermione - É a mesma que acampamos na Copa Mundial de Quadribol, lembra?
Harry pegou a lona e ergueu-a, com a ajuda de Rony. Era apenas uma barraca pequena, aparentemente comum, mas quando pôs a cabeça para dentro, viu que parecia uma grande casa, com quartos, sala e cozinha.
Todos entraram na cabana e se acomodaram. Rony logo se jogou no sofá.
- Já podemos comer? – perguntou.
- Não.
- Porque não, Hermione?
- Não acha que devemos economizar o pouco que temos? – argumentou a menina parecendo impaciente.
Rony balançou os ombros e emburrou a cara para ela.
A garota retirou o que mantinha na bolsa, colocando em respectivos lugares na barraca. Roupas, mantimentos (deixando Rony só olhando-a guardar nos armários) e seus livros foram entre as coisas que armazenou. Por fim, ela atirou um rolo de jornais velhos na mesa; antigas edições do Profeta Diário.
Harry sentou-se numa das cadeiras, pegou e abriu o jornal mais próximo.
Ficou olhando e relendo as notícias, distraidamente, mas outra coisa lhe chamou mais atenção foi o fato de Hermione trazer um caldeirão para o meio da sala.
- O que vai fazer? – perguntou ele.
- Ah, eu vou preparar uma poção de Controle Lobisomem... sabe, para o Rony...
- Para mim? – disse Rony de um jeito meigo. – Não precisava...
- Nem vem com gracinhas. – avisou Hermione dando um leve sorriso, pegando frascos na bolsa – Daqui três dias, precisamos dela pronta. – pegou o Livro Antigo da Magia Oculta, abrindo-o no chão. – Lua cheia.
Harry ficou olhando Hermione arrumando as coisas para preparar a poção.
- Já conseguiu controlar sua transfiguração Hermione? – indagou Harry.
A menina adicionou fogo embaixo do caldeirão.
- Ah, sim. Descobri que não era um Feitiço de Transfiguração, mas sim de Metamagoformologia...
- Meta o quê? – exclamou Rony – Metaforlogia...?
- Metamagoformologia, seu estúpido.
- Ah, claro! Metamagoformológicamente falando, você deve ter virado uma Metaformolomaga?
- Metaformaga...
- Tá bom! – interrompeu Harry aborrecido com a confusão que os dois fizeram.
Hermione balançou a cabeça e consultou o livro, na página que aparecia a poção de Controle Lobisomem.
Depois de um tempo, a poção de Hermione estava começando a ganhar uma cor cinzenta.
- Será que não existe alguma poção para mim aí? – perguntou Harry deitado com a cabeça na mesa, sentindo tédio.
Hermione lançou o conteúdo de um frasquinho no caldeirão, virando com uma colher.
- Ãn... vejamos... – disse a menina parando de mexer, virando as páginas do livro. – Venenos... Antídotos... não... suponho que não, Harry. Desculpe.
- Tudo bem. – murmurou Harry.
Ele ouviu um ronco vindo do sofá. Rony estava dormindo.
- A única coisa que pode te ajudar, é você manter controle. Não conheço mais nada.
- Grande conselho – exclamou Harry sentindo-se estranhamente exausto – Vou me deitar. – disse levantando-se e indo para o beliche.
- O quê? Vamos almoçar daqui a pouco...
- Guarde para mim. Estou sem fome. – disse ele caindo na cama. – Não precisa me acordar.
- Vocês meninos tem um grande dom de conseguir arranjar sono. – exclamou Hermione deixando a poção no meio da sala, indo para a cozinha.
Virou-se para o lado, de frente para a parede. Não sabia por que, mas sentia-se como não houvesse dormido a noite toda... olhos pesados... mente vazia para todo o resto...
- Guardou-a em segurança? – perguntou.
- Sim, senhor! – disse o homem a sua frente – Está segura. Não há como ninguém colocar as mãos nela! Protegida pelos dementadores...
- Claro. Claro que sim – disse Harry inquieto. – Fui eu que lhe pedi, Gembledor. Mas como vocês conseguiram invadir Azkaban sem um plano concreto?
Gembledor olhou para trás e Harry viu muitas pessoas com capas pretas irromperem o quarto iluminado pelas velas. O homem voltou-se para Harry.
- Poção Polissuco. - respondeu Gembledor com satisfação – Fingimos ser funcionários da prisão. Mais fácil do que pôde imaginar, Mestre.
“Entrei primeiro com Bella, que apagou o guarda acéfalo da entrada. Depois disso, coloquei todos para dentro; pedi para se separarem e invadir o maior número de celas. Como sabe que a única e ultima guarnição do Ministério que estava de pé, agora se foi. Azkaban está sendo vigia pelos nossos dementadores e por alguns dos Comensais da Morte. Ela será um ótimo lugar para guardar sua Horcrux.”
- Harry?
- Bem consagrado. Onde colocou?
- A coloquei em...
O homem parou um momento.
- Onde colocou? – repetiu.
- Harry?!
Abriu os olhos e viu Hermione seu rosto perto dele.
- Por que fez isso? – exclamou Harry.
A menina olhou-o de olhos arregalados, com Rony as suas costas.
- Isso? Isso o quê? – disse Hermione inocentemente.
- Por que me acordou? – tornou a falar extremamente aborrecido, pondo-se de pé.
- Pelo motivo de você estar dormindo até agora – disse Rony - já viu que é noite?
- O quê? Noite? – disse Harry olhando para a abertura da barraca. Estava tudo escuro lá fora.
Agora notara que estava esfomeado.
- Não conseguimos te acordar... parecia desmaiado! – disse Rony - Estávamos um tempão tentando... e responda: onde colocou o quê?
- Colocou? – perguntou Harry intrigado.
- Você quem estava dizendo isso... “Onde colocou?”...
Harry lembrou que Hermione interrompera bem onde descobriria a resposta para isso.
- Se tivesse me acordado cinco segundos depois, eu saberia. – disse Harry – Só sei que há um Horcrux em Azkaban...
- Em Azkaban? – exclamaram Rony e Hermione.

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