Procura-se Harry Potter



- O quê você disse? – disse Rony num tom alto, fazendo Neville dar um pulo na cama ao lado.
Os dois olharam para ele, mas Neville voltara a dormir profundamente. Sem pensar, Harry pegou a Capa de Invisibilidade que estava jogada em baixo da sua cama.
Ainda inspirando rapidamente e com o coração na garganta, Harry correu para fora do dormitório; deveria contar a Hermione.
Ao descer, Rony puxou sua blusa.
- Mione já foi dormir! – disse Rony - Já viu que horas são?
- Não podemos perder tempo! – exclamou Harry, não se importando com o tom de voz – Voldemort está entrando em Hogwarts e a qualquer momento, ele estará...
Ouviu-se um barulho de explosão ao longe e o chão vibrou. Harry suou e correu para fora da Sala Comunal; Voldemort já devia ter alcançado a Sala da Diretora.
Com Rony na sua cola, ele foi o mais rápido que pode. Os dois perceberam que pessoas saiam das Salas Comunais, pois deviam ter acordado com a explosão. Enquanto corria, viu uma pessoa encapuzada passar por atrás da confusão de alunos que corriam pelos corredores. Harry colocou a capa por cima de si, tentando encobrir Rony também.
- Não – disse Rony empurrando a capa para Harry – Fica com ela! Corre daqui! Eles vão querer te pegar!
- Não vou te deixar! Anda, entra aqui!
Rony ignorou o a oferta de Harry e empunhou a varinha, indo em direção ao Comensal da Morte que corria para a Sala de McGonagall. Harry pegou a varinha e foi atrás deles.
Correndo por toda velocidade, Harry acompanhou os passos de Rony, que velozmente avançava ao Comensal, e ao perceber que estava sendo seguido, lançou uma Maldição da Morte para cima de Rony.
O garoto desviou facilmente, e Harry, ainda escondido pela capa, estuporou o Comensal da Morte, fazendo-o cair em cima de uma armadura.
Os dois chegaram à porta da entrada da Sala da Diretora. Parecia mais uma grande cratera aberta por um feitiço muito potente. Harry correu a frente e subiu as escadas quase desmontadas, e chegou onde deveria estar à porta de carvalho, que visivelmente fora arrancada das dobradiças.
Ele entrou pela sala circular e viu o pior: havia um corpo caído atrás da mesa de madeira. Harry correu e olhou o corpo imóvel de McGonagall, que estava de braços e olhos abertos. Rony chegou a suas costas e deu uma exclamação.
- A espada! Ele sabe!
Harry ouviu alguém dizer. Ele virou-se e viu a grande cobra Nagini enroscada nos ombros de seu dono.
Rony correu para trás da mesa, onde se encontrava o corpo de McGonagall. Harry empunhou a varinha com firmeza apontando para o rosto de Voldemort, que o olhava com frieza, sem ter a varinha em mãos.
- Como tira-se a espada, Harry Potter? – sibilou Voldemort, num tom desafiante.
Harry não respondeu. Seu coração saltou para a garganta e ele sentiu sua cicatriz arder profundamente agora. Ele viu Rony lançar algo com a varinha, e o feitiço rebater para ele mesmo, fazendo-o cair de lado.
Voldemort agora tinha sacado a varinha e apontava para Harry.
- Sua ultima chance de fazer por espontânea vontade! Retire a espada!
Ainda com a mão na cabeça e ajoelhado no chão, Harry não teve coragem de abrir a boca.
Ele ouviu gritos abaixo e viu que alguém subia as escadas. Bellatriz surgiu às costas puxando Hermione e Gina pela blusa.
- Milorde! As duas são íntimas de Potter. Podem nos ajudar!
Voldemort ainda apontava a varinha para Harry e assentiu a com a cabeça, fazendo com que Bellatriz lançasse as duas garotas para onde ele e Rony estavam.
- Como se retira a espada de Godrico Gryffindor? Digam! – berrou Voldemort apontando a varinha com mais firmeza.
Harry olhou de beira para o onde a espada estava na caixa de vidro intocado. Possivelmente Voldemort não teria conseguido retirar a espada de dentro da caixa; ela era protegida por um feitiço, que Harry não conseguia imaginar qual seria.
Ele sentiu seu corpo levantar-se do chão sozinho. Voldemort o estava controlando. Harry tentou se livrar da Maldição Imperius, mas seus esforços não respondiam. Ele mesmo guardou a varinha no bolso e caminhou para a caixa de vidro mágica.
Percebeu que ele talvez pudesse retirar a espada, pois fizera isso com o chapéu; mas não queria. Concentrou toda sua força e se livrou do controle de Voldemort, caindo no chão ao lado de Gina.
Voldemort urrou. Harry sentiu seu ódio pela dor que passava por todo seu corpo, desde a cicatriz.
Harry viu uma segunda explosão. Tudo se transformou em fumaça negra, e ele viu a cobra de Voldemort rastejar em sua direção. Desviou rapidamente e mesmo com sua dor, ele voou direto para cima e colocou a mão para dentro da caixa de vidro.
Harry pegou a espada e sentiu uma forte dor na perna, mas ao mesmo tempo tudo rodou e escureceu.
Ele caiu com a cara no chão. Estava caído na terra e tinha pessoas andando a suas costas. Ainda sentindo a perna e a cicatriz dormentes, ouviu vários gritos. Nagini o havia mordido e Harry viu a cobra ainda agarrada em sua perna, causando-lhe mais dor.
Alguém a fez voar ao ar. A serpente agora planava em pleno céu, afastando-se dele.
- Gina! – berrou a voz de Hermione – Pega na minha bolsa o Ditamno!
Ouviu-se uma confusão de passos próximos, e sentiu algo gelado em sua perna.
- Gina! – gritou Harry.
- Tenha calma! – disse Gina aproximando-se dele.
Harry viu o rosto de Gina bem próximo, mas mesmo assim, não conseguia ver nada além.
- Não está funcionando! – gritou Hermione. – Tente Burbotela!
A dor na perna piorava tanto quanto a dor na cicatriz. Harry tateou a grama ao seu lado e encontrou a espada cravejada de rubis; sentiu-se até melhor ao perceber que saíra de Hogwarts livre, e com a espada de Gryffindor.
Sentiu a dor na perna diminuir e tudo voltar ao foco. Viu que estava deitado na grama de um campo ensolarado, com uma casinha ao longe e uma praia com águas límpidas.
- Harry, está se sentindo melhor? – disse Hermione aproximando-se.
O garoto sentou-se e viu sua perna totalmente horrível, ainda sangrando. Nem conseguiu responder.
Hermione apontou para a perna e encobriu a profunda ferida com ataduras que saíram magicamente de sua varinha.
- Devemos curá-la o mais rápido possível! – exclamou Hermione tentando ajudar Harry a levantar-se – Pode ter algum veneno perigoso nessa cobra!
Harry tentou se levantar, mas a dor na perna voltara. Ele caiu no chão incapaz de
permanecer ficar em pé.
Hermione correu para dentro da casa e Gina ficou ao lado de Harry.
- Está sentindo o quê? – exclamou Gina examinando suas ataduras.
Harry sentiu-se bem pela garota voltar a se preocupar com ele e respondeu:
- Saudades sua.
Gina olhou-o e hesitou um momento antes de deixar lágrimas escorrerem por seu rosto.
Harry nem quis saber. Beijou-a com toda a paixão que guardava presa em seu peito desde a ultima vez que a tinha beijado. A dor na sua perna pareceu desaparecer e tudo a volta sumir.
Ele abriu os olhos e viu Gina ao seu lado, como se nada tivesse alterado. Estava deitado numa rede presa á parede da sacada, na pequena casa de praia; percebeu que ainda permanecia com as ataduras na perna machucada.
Viu alguém passar pela porta. Fleur veio com uma badeja na mão, colocando-a numa mesinha ao lado da rede.
- Como está? – perguntou Fleur dando-lhe um beijo na bochecha.
- Estou... bem. – respondeu Harry olhando a volta. – Onde...
- Estamos no Chalé das Conchas! – exclamou Gina animando-se – A casa do Gui e da Fleur.
Harry observou a vista bela da beira-mar, que era iluminada pelo sol que batia na água azul clara e rodeada pela areia branca e pura. A paisagem era a mais maravilhosa que havia visto a tempos.
- Cadê Rony e Mione? – disse Harry olhando para a porta
- Estão lá dentro – respondeu Gina - quer que eu vá chamá-los?
- Preferia ir eu mesmo. – falou Harry tentando levantar.
- Más você non esta em condiçons de andar querrido! – disse Fleur forçando-o a permanecer na rede – Prrecisa de rrepouso.
Rony abriu a porta e Fleur passou por ele, indo para dentro.
- Está se sentindo bem? – disse Rony pegando uma cadeira dobrável e sentando-se ao lado de Gina.
- Estou – falou Harry - Mas como que nós viemos parar aqui?
Agora, Hermione passara na porta e sentara-se ao lado dos amigos, explicando:
- Voldemort realmente invadiu Hogwarts – começou a garota – Quando você alcançou a sala da McGonagall, antes dela... – ela hesitou um momento – supostamente antes de você chegar, McGonagall transformou a espada de Gryffindor em uma Chave de Portal.
- Mas porque – disse Harry - ela escolheu o...
- Chalé das Conchas. – completou Gina.
- É, isso. Porque McGonagall escolheu justamente o Chalé das Conchas?
- Esse deve ter sido o primeiro lugar que ela imaginou. – falou Rony. – Sabia que aqui seria um local seguro, não é?
- Certamente que sim – disse Gui
Gui chegou à sacada e cumprimentou Harry. Estava com seus cabelos longos, como de costume.
Em agum tempo em silencio, Harry perguntou:
- Onde foi Nagini?
- Quem? – exclamou
- A cobra... de Voldemort. Aquela que me atacou.
Hermione olhou para ele e disse:
- Fugiu. Não conseguimos pegá-la.
- Infelizmente. – disse Gui - Mas há um propósito: Não devemos identificar a ninguém nossa localidade, para sua segurança, Harry. Olhe só.
Ele pegou um jornal que estava dobrado em cima da mesinha e deu-o a Harry. O garoto pegou e leu para si.

NOVO CONCEITO NO MINISTÉRIO DA MAGIA É APROVADO

A comitiva ministerial bruxa foi convocada essa semana para novos fins no mundo bruxo, novas metas que beneficiarão os sangues-puros: a caça aos nascidos trouxas. A reforma ministerial terá como objetivo principal a melhor colocação dos nascidos bruxos na sociedade atual, e atuando com severidade na comunidade trouxa. “O mundo já está coberto de corrupção”. Diz o ministro, para nossa repórter “Precisamos de pulso firme e da colaboração da sociedade bruxa para essa nova reforma ministerial ter o sucesso preciso.”. Segundo fontes confiáveis, há uma boa chance de que essa meta seja realmente aplicada em mais áreas. (leia mais pág. 5)

- Não é só isso. Veja esse jornal de hoje de manhã. – disse Gui mostrando-lhe uma edição do Profeta Diário, que mantinha no bolso. Bem a frente, havia uma grande manchete, com uma foto de si próprio.

RECONPENSA PELA CAPTURA DE HARRY POTTER

O Ministério da Magia informou-nos que há um prêmio em galeões por quem conseguir capturar Harry Potter vivo. O atual nomeado “Indesejável número um”, Potter tem passado a muitos a impressão de insegurança, pois há indícios de que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado está a sua procura. “Sim, Potter tem sido cobiça para muitos caçadores de recompensas” respondeu o ministro, ao perguntarmos essa ação tem causado na população “Oferecemos a quem captura-lo uma quantia exata de cinqüenta mil galeões”...

- O QUÊ? – berrou Harry.
- Ãn... pois é. – disse Rony.
- Por isso devemos mantê-lo longe da comunidade bruxa. – falou Gui tomando o jornal - Eles estão a sua procura. Voldemort a pouco tempo ameaçou o Ministério.
Harry olhou pasmo para o horizonte da praia; seria um grande risco voltar a andar normalmente pelas cidades; agora era motivo de anseio, valia cinqüenta mil galeões...
- Mas como que o próprio Ministério pôde fazer isso?
- Você não leu o Profeta de antes de ontem. – falou Hermione – Não sabia que o Ministério da Magia foi tomado por Voldemort?
- Tomado?! – exclamou Harry mais assombrado. – Como... como assim?
- Foi tudo planejado. Leu-se no Profeta que há uma nova mudança dos cargos, funcionários e outros empregados estão sendo demitidos, e quem anda assumindo os cargos são os supostos Comensais da Morte e amiginhos de Voldemort... não diz claramente: “Voldemort tá comandando tudo...” mas como citam nomes mais conhecidos, assim como os irmãos Carrow, no cargo de Controle das Criaturas Mágicas... o pai do Draco, está lutando para ser ministro da magia... até Snape está conseguindo uma brecha...
- Não dá para acreditar, não é? – disse Gina. – Dias atrás o protegiam com unhas e dentes, agora lançam uma campanha para ver quem vai ser o primeiro burro a tentar pegar o Harry... eles não vão conseguir...
- Espero o mesmo. – disse Harry.
Harry agora se sentia como um prisioneiro fugitivo de Azkaban. Seria difícil escapar com o mais que o mundo todo a sua procura.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.