A Horcrux perdida



Os garotos e a Sra. Weasley desceram minutos depois. Rony lhe disse que o quarto já estava arrumado e que Fred e Jorge estavam mal por ter feito aquilo. Hermione, que estava vestindo uma camiseta rosa berrante com as iniciais F.A.L.E. escritas de azul claro.
- Não acredito Mione! - resmungou Rony com a voz aguda - Você fez uma camiseta para esse F.A.L.E.... Ah. Ah não! - disse Rony alto demais - Minha própria irmã!
Gina apareceu na cozinha com a blusa igualzinha a de Hermione. Rony fez cara de derrota e foi para a sala avisar os outros que iriam sair.
Quando todos que estavam na casa se encontravam na sala, Gui pegou um saquinho de pó de Flú e se direcionou até a lareira.
- Dá ultima vez, isso não deu muito certo comigo - cochichou Harry para Hermione lembrando-se da ultima vez em que havia ido para o Beco Diagonal de Pó de Flú.
- Você vai se sair bem, só dizer as palavras certas - sussurrou Rony sorrindo.
- Bom - disse Sra. Weasley sorridente - Quem vai primeiro?
- Ah Molly me deixa ir - disse Sr. Weasley parecendo um aluno ansioso para dar a resposta para a professora
- Tudo bem Arthur, vá à frente, mas... - disse Sra.Weasley ao marido quando se aproximou. E depois disse terminou a frase sussurrando alguma coisa no ouvido dele, mas Harry não ouviu o que seria.
Sr.Weasley entrou na lareira, pegou um pouquinho do pozinho que estava no saquinho na mão de Gui e disse:
- Beco Diagonal! - e Sr. Weasley sumiu num redemoinho de luz verde-esmeralda.
- Me deixa ir agora mamãe! - disse Jorge animado
- Ah... Querido deixe Tonks e Olho-Tonto irem à frente - disse Sra.Weasley seria. - Depois de Lupin você vai...
Ninfadora Tonks, Olho-Tonto Moddy e Remo Lupin foram sem demora para a lareira e uns a um sumiram através do fogo verde-esmeralda. Após eles irem, Fred acompanhou Jorge.
- Harry vá agora, por favor. - disse ela
O menino entrou com cuidado na lareira que cheirava a enxofre. Tomou nas mãos um punhado de Pó de Flú e lançou-os para o chão da lareira escura.
- Beco Diagonal! - gritou ele
Imediatamente o dizer de suas palavras sentiu seus cotovelos serem comprimido e começou a rodar. A sala da casa dos Black sumiu e deu lugar a um emaranhado de imagens borradas, que eram as lareiras vizinhas. Estava se sentindo enjoado quando sentiu que estava diminuindo a velocidade. De repente viu-se caído no chão nos fundos de uma loja ajoelhado.
Na loja estavam parados os que antes estavam na sala da casa dos Black. Fred ajudou Harry a se levantar. Eles esperaram Hermione, Rony, Gui, Gina e Sra. Weasley aparecerem na loja pela lareira. Depois disso saíram dos fundos e Harry pode perceber que estavam nos Floreios e Borrões. Sra.Weasley se apressou na frente deles.
- Ah queridos eu vou comprar seus livros. Gui vai me ajudar a carregar eles, não vai?
- Claro que vou mamãe. - disse Gui desapontado
- Muito bem. Podem ir andar por ai... -disse ela preocupada - mas não saiam de perto dos adultos.
- Tudo bem - disse os adolescentes em coro
Harry saiu dos Floreios de Borrões acompanhado de seus amigos e de Lupin, Tonks, Moody e Sr.Weasley. Ao sair da loja, viu que não havia muitas pessoas andando na rua como das ultimas vezes. Olho-Tonto sussurrou algo como "isso não é um bom sinal" mas Harry não sabia o que isso significaria naquela situação.
- É... Vamos para a loja de animais? - disse Rony - Preciso comprar mais alguns biscoitos para Pichí.
Pichí era a corujinha de Rony. Ela era tão miúda que na mão cabia, mas era muito agitada.
- Precisamos ir até nossa loja - disse Fred animado - Voltamos amanhã para o casamento. - e saiu andando com Jorge para a sua Loja de Logros e Brincadeiras.
O resto deles andou até a loja de animais e entraram titilando a porta.
- Entrem e nós ficaremos aqui fora - disse Tonks seria
- OK. - disseram os quatro adolescentes
Ao entrarem não vira ninguém, a não ser os animais em suas gaiolas. Rony se aproximou do balcão acompanhado dos outros.
- Alguém para atender aqui?-disse ele olhando para trás do balcão
- Quê? - disse um homem que pulou para fora do balcão, fazendo Rony dar um pulo de susto.
O homem não era mais o mesmo que atendia há alguns anos. Aparentemente mais jovem, porem com roupas mais velhas e mãos enrugadas. A parte branca de seus olhos estava vermelha, e suas pupilas fracas. Olhava com uma enorme atenção aos garotos e parecia muito agitado.
- Er... Olá. - disse Rony meio nervoso - Você tem petiscos para corujas?
O homem ficou observando Rony por um instante, mas seus olhos rapidamente correram para Harry. O menino olhou para o chão e já sabia o que viria pela frente...
- Ah... Harry Potter, não é? - sussurrou o homem mais sério olhando para Harry e detendo seus olhos avermelhados em sua cicatriz.
- Sim - disse Rony agora mais nervoso - mas o senhor tem...
- Estamos em falta - disse ele ainda com os olhos fixados em Harry. Ele por sua vez estava ficando irritado com isso.
- Ah... Tudo bem então... Senhor - disse Gina atrás de Rony - Já estamos saindo!
- Por que não ficam mais um pouco?
Harry agora, assustado, olhou para o homem que ainda não tirara seus estranhos olhos dele e viu um sorriso malicioso em seus lábios surgirem. Puxou os outro para trás e saiu apressadamente da loja com os amigos em seu encalço.
- Por que ele ficou olhando para você daquele jeito, Harry? - cochichou Hermione quando alcançaram a porta e a fecharam.
- Não sei... - disse ele - Ele é muito estranho não é?
- O que é estranho? - perguntou Sr.Weasley
- Ah... Não...
Mas nem Harry começou a frase e ouviram um estrondo vindo do final da rua. Moody olhou com seu olho mágico para o lado que vinha o barulho e o outro detendo os olhos assustados dos outros.
- Saiam daqui... Agora! - disse ele olhando para os garotos - Os outros venham comigo!
Os adultos saíram o mais rápido possível para o final da rua, onde agora, Harry podia ver uma fumaça que esvoaçava alto em direção ao céu. Os garotos foram diretamente para os Floreios e Borrões. Chegando lá ofegantes, Sra.Weasley e Gui se aproximaram.
- O que houve? - perguntou Gui
- Ouvimos... Ouvimos um estrondo no final da rua - disse Hermione nervosa - nos mandaram correr...
- Gui! - gritou Sra.Weasley e saiu correndo para fora deixando as listas de Hogwarts na mão dos garotos
Todos saíram atrás da mulher e correram para fora. Já não estava mais tão vazia a rua. Agora estava ocupado por homens encapuzados e os adultos, que lançavam luzes verdes e vermelhas com suas varinhas. Um dos jorros de luz vermelha atingiu um cara encapuzado bem no peito e pelo jeito apagou. Um deles olhou para os Floreios e Borrões e avistou todos que estavam parados na porta.
- Seus burros! - vociferou ele - Ele está ali - disse ele apontando aparentemente para Harry
- Corram! Saiam do Beco Diagonal! - gritou Tonks no meio das luzes e foi atingida por uma luz vermelha bem no peito apos isso.
Harry correu para os fundos da loja com os outros bem atrás e Sra.Weasley liderando á frente. Ela empurrou todos apressadamente para dentro da salinha dos fundos. Mas antes que pudesse fechar a porta, um Comensal da Morte chutou a porta e lançou um jato de luz vermelha em Rony, que caiu desmaiado. Sra.Weasley tomou a varinha e lançou também uma luz vermelha, mas errou por pouco. O homem correu para alcançar Harry. Gina, a menor deles, deu-lhe um chute abaixo da barriga (acima dos joelhos). O Comensal gemeu de dor e caiu no chão.
Outros dois homens entraram e saltaram para cima dos garotos. Harry saltou para o lado tentando escapar das mãos brancas de um dos Comensais da Morte e correu para fora. Ao fazer isso um pensamento extremamente rápido e confuso o tomou. Os Comensais foram diretamente atrás dele. Harry ouviu Sra.Weasley gritou para que o garoto voltasse, mas ele não ia voltar.
Nesse rápido pensamento, lembrou-se do aviso que o duende lhe disse á alguns dias... Era aquilo que eles queriam. Era aquilo que ele queria. Se o ouro é seu maior tesouro, o outro é sua Relíquia. A relíquia era um Horcrux! Ao sair da loja, Harry saiu em direção ao Gringotts, o banco dos bruxos. Onde haveria ouro? E onde teriam mais duendes? Estava cada vez mais obvio que os Comensais estariam tentando explodir o Gringotts para pegar uma das Horcruxes.
Agora havia mais um Comensal da Morte atrás dele. Harry viu Moody a sua frente gritar.
- O que esta...? - berrou Olho-Tonto, mas pelo jeito a consciência de Moody pensou mais rápido e lançou um feitiço que acabou com os três Comensais de uma vez. - O que você está fazendo aqui ainda? Já dissemos para...
- A Horcrux! - ofegou Harry com as mãos nos joelhos. - A Horcrux de Voldemort... Está no Gringotts!
- Horcrux? Mas... - perguntou Moody, mas ao começar a falar, Harry já estava novamente correndo para o final da rua.
Moody também gritou para que voltasse, mas Harry estava decidido a correr o mais depressa possível.
- Harry! Ei, espera a gente!
Hermione vinha atrás dele correndo com Rony e Gina ao seu encalço.
- O que você...?
- A Horcrux está... No Banco! - ofegou Harry
- A Horcrux está no Banco?! - repetiu Gina olhando para eles - O que é...
Mas Harry, novamente, havia saído correndo para o fim da rua. Rony, Hermione e Gina foram atrás dele. Harry olhou para trás bem na hora certa. Havia um Comensal da Morte preparando-se para atacar Gina. O menino tomou a varinha nas mãos e mirou para trás.
- Estupefaça! - gritou Harry apontando para o Comensal, fazendo cair e ficar para trás.
Devia ter olhado para frente. Alguma coisa e bateu o nariz, fazendo sangrar. Ele caiu no chão de costas e se levantou em tempo de ver quem lhe lançara um feitiço: Draco Malfoy. Vestia uma capa preta e um capuz, mas seu rosto ainda visível. Seus olhos cinzentos estavam semi-serrados e um sorriso malicioso se misturava com uma nova explosão no Banco Gringotts, á suas costas.
- Devia olhar por onde anda Potter! - disse dando gargalhadas e apontando a varinha para a cicatriz de Harry.
- Sai da frente Malfoy - disse Hermione rispidamente - ou vamos...
- Ou vai o que? - disse ele rindo mais ainda - Me fazer chorar? Deixe de ser "trouxa"... ha ha ha... "trouxa"...
- Differius - gritou Hermione apontando para os pés de Malfoy
As pernas de Malfoy o levaram, aparentemente sem ordens, para atrás e para frente. Pareciam ter enlouquecido. De repente ele saiu correndo de costas, entrou num beco escuro e os quatro ouviram um barulho de latas de lixo. Provavelmente, Malfoy havia caído dentro de uma delas. Hermione correu para o beco.
- Collometrus! - berrou ela apontando para a lata de lixo. Uma tampa voou e trancou Malfoy dentro.
- Você vai me pagar, Granger! - berrou ele sufocado - Vai pagar sua Sangue-Ruim!
- Se você sair daí limpinho... Vá comer lesma! - disse ela saindo do beco rindo-se com os outros.
Com Malfoy no caminho, Harry havia se esquecido do que estava indo fazer. Recomeçou a correr sem aviso. Todos os quatro continuaram e finalmente chegaram até o final da rua. Entraram correndo pelo portal do Banco, que agora, não havia mais portas, mas sim um enorme buraco formado pelas explosões. Correram e passaram pelas mesas onde ficavam os duendes, que agora não havia duende algum, somente estilhaços de vidros e também sangue.
Alcançaram o fim do Banco e entraram por uma porta arrombada, aparentemente por um feitiço. Olharam para o túnel que levava para trilhos que Harry reconheceu na mesma hora: levavam aos cofres. O trem que andava nos trilhos não estava ali, mas Harry se juntou a parede e começou a esquivar pelas beiras. Havia vozes ecoando pelo túnel.
- Harry! - gritou Gina - Vamos com você!
Os amigos foram esquivando-se com ele, tomando cuidado para não cair nos trilhos. As vozes foram aumentando e se tornando mais claras ao andaram um pouco.
- Não é assim que se abre! - disse uma voz mais longe, mas nítida.
- Porque não explodimos esse lugar logo? - disse uma segundo voz, rouca.
- O Lorde das Trevas não ai gostar se danificássemos a peça! - disse uma terceira voz, mais conhecida.
Os amigos pararam e tentaram olhar para a escuridão. Havia algumas pessoas se movendo perto de um cofre próximo. Harry pulou para a beira oposta, quase caindo. Os três outros o acompanharam. Gina quase escorregou, mas conseguiu subir. Estavam, agora, para diante de um cofre, mas as vozes vinham do cofre vizinho. Eles andaram cautelosamente para se esconderam atrás de um grosso pilar de pedra próximo. As vozes estavam mais nítidas do que nunca.
- Me deixe tentar! - disse novamente a terceira voz. - Assoniamora!
Um som de "clique" e de metal rangendo logo começaram e obviamente haviam conseguido abrir o cofre; aquele feitiço era desconhecido dele e deveria servir para arrombar portas. Harry sabia o que havia naquele cofre... Não sabia como sabia disso, mas que na hora era mais precioso que o ouro: uma das Horcruxes de Voldemort. Num súbito de ansiedade, ele saltou de trás do pilar e lançou-se atrás dos três homens que já haviam entrado no cofre.
- Harry! - falou Hermione nervosa.
Os outros correram atrás dele. O cofre era um outro túnel. Harry parou e olhou para o túnel escuro, e as vozes dos homens cessaram. Correu mais rápido que pode para dentro da escuridão. Eles não podem pegar a Horcrux, pensou ele desesperado, tenho que pega-la primeiro!
Continuou correndo, mas parou quando alguém puxou sua camiseta, quase rasgando.
- Harry, calma cara - disse Rony - O que você quer que façamos aqui? Vamos ir embora!
- Não podemos ir! Vocês não entendem? - sussurrou Harry já ficando com raiva de interrupções até a chegar do seu destino - A Horcrux está lá... Precisamos pega-la antes que eles peguem!
- Alguém pode me explicar o que... - cochichou Gina
Sua voz foi abafada por um novo estrondo a frente deles. E um clarão verde foi lançado em direção a eles. Bem a tempo Harry gritou para que abaixassem. Sentiu seu cabelo esvoaçar e olhou para trás. A luz verde bateu diretamente na parede do túnel de fora.
- Olha só Lucio! - disse o homem de voz rouca. - Não seu amiguinho, Harry Potter?
- Ora, ora, o nosso herói! - disse outra voz que Harry sabia que era a voz de Lúcio Mafoy, pai de Draco Malfoy. - Veio salvar o mundo, Potter?
Harry se levantou rapidamente ao mesmo tempo em que apontava para ele a varinha da mão. Os amigos fizeram o mesmo a suas costas.
Lucio Malfoy tinha em uma das mãos um objeto que parecia uma pequena taça. Harry reconheceu-a como a Taça de Helga Lufa-Lufa. Ficou muito nervoso, pois diante dele havia mais uma das Horcruxes de Voldemort. Tinha que toma-la dele...
- Estupefaça! - gritou ele o mais rápido que pode.
- Speculum! - gritou Malfoy ainda mais rápido do que Harry, fazendo o feitiço voltar contra o menino e acerta-lo no meio do peito.
Ele caiu para trás, tentou se levantar, mas seu corpo doía completamente. Harry ouviu Hermione lançar um feitiço e os outros a acompanharem... mas então ele se rendeu e desmaiou.

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