Planejando uma Invasão



Harry contou aos amigos tudo que vira e ouvira naquele sonho. Os dois ficaram amedrontados em ouvir o plano em que Harry falara.
- Como assim... invadir Azkaban? Com os dementadores e Comensais da Morte no comando?
- Claro Hermione! – exclamou ele impaciente – Como quer que peguemos a Horcrux? Ela não vai cair do céu...
- Sei disso. Mas seria tão arriscado quanto entrar no Ministério.
- Arriscado é. Como achava que íamos entrar? “Ah, licença, posso pegar aquela Horcrux de Voldemort?”. Qual é!
- Harry!
- Que é? – gritou.
Rony chamara sua atenção, agora meio medroso com a reação do amigo.
- Fala, Rony. – controlou-se Harry.
Assim, o amigo disse ainda pouco corajoso:
- Poderia não chamar por esse nome?
- Ãn... o quê? – perguntou Harry, indiferente.
- Você-sabe-quem...
Harry ficou olhando para Rony. Depois afirmou com a cabeça.
- Tá, tá!
Rony fez uma careta, e se levantou do sofá, no qual permanecera toda a conversa, indo para a cama.
- Noite para vocês. – e deitou.
A poção de Hermione estava no meio da sala, mas agora ela parecia congelada; seu liquido não se movia, nem cheirava, nem cor continha. Parecia mais um caldeirão de água fria.
- Precisamos de alguém para vigiar o lado de fora... – falou Hermione, parando para dar um bocejo. –... essa noite.
Ele ficou mirando-a por um momento.
- Tudo bem – disse se levantando, pegando a varinha do bolso e sentando-se do lado de fora, encostado no pano liso da cabana.
Ficou algum tempo ali, olhando para o cenário anoitecido dos prédios virados de costas para ele. Via as janelas todas apagadas, havendo pelo menos duas com as luzes acesas e cortinas fechadas. Lembrava uma vez, quando Harry passara a noite fora da casa dos Dursley, quando ficou ouvindo o noticiário escondido, a procura de informações sobre o mundo bruxo.
De vez em quando ouvia sons de motores em direções diversas. Mas, além disso, ouvia também ruídos da noite. Insetos fazendo canções para a lua, animais correndo pelo mato seco.
Mesmo que houvesse de pensar que no dia seguinte teria de ir à busca da Horcrux, tentava não lembrar. Não lhe agradava nenhum pouco ter de correr atrás delas. Dumbledore dera uma missão difícil, quase impossível. Se não mesmo impossível. Poucas pistas... muito trabalho.
Agora ele tentou pensar um pouco nas quais Horcrux já havia destruído, nas que sabia que existia e nas quais mal se quer tinha conhecimento.
Harry havia destruído uma. O Diário do Ridlle já era... Dumbledore tinha acabado com o Anel de Graunt... duas a menos. Mas havia sete Horcruxes; se não mais. Tinha em mãos o Diadema de Ravenclaw, mas como destruir essa?
Ele pegou-a, que estava guardada na sua bolsa que mantinha o tempo todo no pescoço. Olhando por todos os ângulos, era a peça mais bela que já tinha visto. Mesmo no escuro, ela era fascinante como brilhava com as poucas luzes que vinham da lua semi-cheia e das estrelas.
Reparou que havia letras gravadas no interior do arco.
- “O espírito sem limites é o maior tesouro do homem.” – leu baixinho para si mesmo.
Ouviu algo mover ao lado de umas árvores postas á frente do rio. Harry guardou imediatamente o diadema na bolsinha felpuda.
Ficou olhando para onde vinham os ruídos. Pensou em entrar na cabana, mas estava ali para isso: vigiar. Pegou automaticamente a varinha, apontando para o local. Sabia que não podiam ver-lo nem ouvi-lo, mas qualquer precaução era precisa.
Algum tempo passado, nada aconteceu. O local permaneceu imóvel, como antes, somente com o vento balançando as folhas das árvores.
Pensou ter sido sua imaginação, devia ter sido isso. Nada se movera ali.
Voltou para onde estava sentado, encostando-se novamente na cabana. Decidiu não retirar a Horcrux dali, até ter plena certeza de como destruí-la.

O amanhecer demorou muito para chegar. Mesmo que houvesse dormido o dia anterior todo, Harry sentiu-se esgotado quando os primeiros raios de sol chegaram.
Assim que o sol chegou, ele se levantou do lugar que permanecera a noite toda, indo para dentro da cabana.
Rony estava de boca aberta, dormindo com roncos altos no beliche, acima da cama que Hermione repousava.
Harry tinha um plano em mente. O plano para invadir Azkaban já estava pronto. Também tivera a noite toda para isso...
- Ei vocês! Acordem! – exclamou cutucando os amigos levemente para que despertassem.
Hermione abriu os olhos e se levantou sem cerimônias. Vendo que Harry não conseguia acordar Rony, ela ajudou:
- Rony...
- Ah, mamãe – disse Rony, ainda parecendo que estava dormindo - Fred arruma o porão hoje...
- Acorda Rony!
Rony abriu um dos olhos e exclamou.
- Você não é minha mãe! – disse sonolento, parecendo confuso.
- Pare de ser tolo! – falou Hermione. – Anda, acorda logo... vê se não enrola.
O garoto deu um longo bocejo. Esfregando os olhos, ele olhou para a abertura da cabana.
- Quê? O sol ainda nem nasceu, Harry!
- Temos que ir buscar a Horcrux, lembra? – disse Harry
- Tão cedo? – disse Hermione, voltando da cozinha, com uma bandeja que tinha três copos cheios e tigelas de biscoitos.
- Por que não? Melhor livrarmos logo desse peso.
Harry pegou primeiro sua xícara, tomou com vontade o leite com chocolate e comeu os biscoitos que Hermione prepara, pois com toda a agitação, ele simplesmente esquecera de algo tão bom assim.
Enquanto comiam, Harry comentou o que imaginara como plano para a invasão na prisão bruxa. Hermione logo acrescentou que deveriam usar Poção Polissuco.
- Ah, claro. – exclamou Harry ironicamente, quando a menina falou - Daqui um mês podemos ir lá com essa poção...
- Não seja bobo! Já a tenho preparada!
Revirando sua bolsa extensível, Hermione tirou um jarro de uma poção marrom.
- Genial! – aprovou Harry – Você realmente pensa em tudo, Mione!
- O que faríamos sem ela? – falou Rony num tom carinhoso.
- Obrigada... – agradeceu a garota - Seu plano está ótimo Harry, mas vejo algumas pequenas falhas... tipo, como vamos chegar lá se Azkaban é protegida com feitiço Anti-Aparatação?
Harry nem sabia que a prisão era protegida com esse encantamento.
- Se não fosse, os prisioneiros já poderiam ter escapado tão fácil quanto Azkaban ser dominada pelos Comensais. – explicou Hermione.
- Olha que isso deve ter sido fácil! – ironizou Rony.
- Isso. Mas Harry, acho que não podemos partir de imediato, ou pelo menos até o anoitecer...
- Como não Hermione? – espantou-se Harry.
- A poção do Rony – disse a menina - ela só ficará pronta ao pôr-do-sol.
Harry queria se livrar logo dessa tarefa, mas como não havia jeito de ir para Azkaban sem essa poção pronta, ela não demorou a concordar.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.