O novo dragão do Hagrid



- Quando você vai começar os treinos de quadribol? - cochichou Rony para Harry, quando estavam na aula de Adivinhação. O ar da sala estava como sempre, quente e deixava os dois muito sonolentos. Somente Lilá e Padma estavam interessadas na aula sobre os animais que revelavam o futuro.
- Não sei - respondeu Harry, quando tentavam segurar um texugo, que a professora havia lhes emprestado para realizarem a tarefa.
- Vamos queridos - disse a professora aos dois - O que vocês vêem nesse animal?
- Poderíamos ver se ele parasse! - disse Rony puxando o texugo com tanta força, que os dois caíram no chão de costas. O bicho saiu correndo por baixo da saia da professora e se escondeu atrás das cortinas.
A sineta tocou assim que eles iam recolher o animal. Saíram o mais rápido possível deixando a professora na sala correndo atrás do texugo.
- O que vocês vão fazer agora a noite? - perguntou Hermione, na janta.
- Bom - começou Rony desanimado - temos o relatório do Prof. Deny... o Profª. McGonagall passou aquele resumo do Capítulo sete... Hum... Ah, a tarefa do Prof. Brendan.
A tarefa que havia de Defesa contra as Artes das Trevas era procurar uma planta que atordoasse o Naquário: uma criatura aquática, que atacava suas presas com o rabo afiado e que tinha um veneno que deixavam marcas vermelhas e roxas na pele.
- Vou fazer a lição de Defesa primeiro. - comentou Harry - Assim podemos dar uma passadinha no Hagrid. Não o vi desde o começo do ano. Vai com a gente Mione?
- Deixa ver - disse Hermione- Tenho só a tarefa de Aritmancia além de vocês... Acho que vou sim.
Ao terminarem de comer, foram correndo para a cabana do guarda-caças. Descendo o morro deram de cara com Malfoy. Já se preparavam para uma discussão com ele, quando ele passou direto olhando Hermione de cima a baixo. Pansy Parkinson, que sempre dava risinhos, estava totalmente emburrada. Crabbe e Goyle, porém olharam-nos com um sorriso sem-graça. Seguiram o caminho até a clareira.
Chegando lá, encontraram Canino correndo de um lado para o outro perto do campo de abóboras. Viram que fora da cabana, havia duas grandes caixas que se vibravam e emitia sons parecidos com guinchos. Quando se aproximaram, o grande cão pulou em cima de Harry, babando em suas vestes.
- Ah, Canino feio! - gritou Hagrid saindo de sua casa - Já não disse a você para não pular nas visitas!
O cachorrão saiu de cima de Harry, e entrou correndo na casa de Hagrid. O homem ajudou o menino a se levantar e convidou os garotos para entrarem.
- Fiquei sabendo que você, Harry - começou Hagrid, servindo a ele uma grande quantidade de chá, na xícara de tamanho de baldes. - Chegou a Hogwarts desacordado, eh?
- Foi - disse Harry sem emoção, limpando toda a baba de cachorro de seu uniforme.
- É... Fiquei preocupado em não ver você no Salão Principal no primeiro dia. Disseram-me que teve um ataque no Beco Diagonal.
- Teve - disse Hermione - Comensais da Morte. Atacaram a nós também - apontou para Rony com o polegar. - E Gina estava presente.
- Minha nossa! - exclamou Hagrid pegando uma tigela cheia de bolinhos duros - O que os seguidores de Você-Sabe-Quem estavam querendo fazer no Beco Diagonal em pleno dia?
Harry, Rony e Hermione não tinham contado á Hagrid sobre as Horcruxes, e sabiam que ele era de confiança para guardar o segredo. Resolveram contar-lhe.
- Mas se essas tais Orcruxas...
- Horcruxes - corrigiu Harry
- É isso aí... Se precisarem destruir elas, por que você Harry?
- Já disse. Prometi... A Dumbledore. - sua garganta ficou seca ao dizer isso.
Hagrid tomou o olhar em Harry em alguns instantes, imóvel. Parecia incrédulo com a história.
- Bom, se precisa mesmo fazer isso, conte com minha ajuda, Harry! - animou Hagrid com um sorriso. - Estarei ao seu lado!
- Obrigado Hagrid! - disse Harry retribuindo o sorriso.
Depois de algum tempo Hermione falou:
- Hey, Hagrid... O que são aquelas caixas do lado de fora?
Hagrid parou de mexer nas panelas do fogão e encarou Hermione.
- Ah... Nada. Não... Nada!
- Não queira bancar o misterioso! - resmungou Rony - Conta pra gente...
- Assuntos da escola - disse Hagrid formalmente.
Ficaram novamente em silêncio. Os amigos se entreolharam. Então, o silêncio foi cortado novamente pela voz de Hermione.
- Hagrid!
- Por favor, não façam perguntas! – rosnou.
O silêncio foi retomado, mas desta vez foi mais longo. Hagrid ofereceu mais alguns bolinhos. Os garotos como bons entendedores da culinária de Hagrid, pegaram um bolinho cada, mas nem se quer tocaram a boca.
- Precisamos ir... - comentou Hermione depois de uns três minutos, ou pareceu á Harry - Temos que fazer uma tarefa...
- OK. - murmurou Hagrid
- Er... Será que você poderia dizer onde tem uma planta de Matuana por aqui?
- Quê... ah, Matuana... atrás da minha cabana vocês podem ver que tem um monte delas.
Eles saíram devagar se despedindo de Hagrid e foram para o lado oposto da casa. Tinham grudados nas paredes da casa plantas azuis que pareciam trepadeiras, mas espinhentas. Tiveram dificuldade em arrancar-las. Harry saiu com a mão cheia de feridas e Rony teve um corte profundo do polegar. Hermione pegou sua porção com um toque da varinha, fazendo cortar parte da planta. Harry guardou a quantidade dos três no bolso.
- Por que não nos disse que era isso que devíamos fazer? - comentou Rony, chupando o polegar. - Poderíamos...
Mas ele parou de falar e estacou. Harry olhou para frente. A grande caixa que estava fechada a pouco, agora estava escancarada e vazia. Hermione soltou um gritinho e os meninos taparam a boca dela para que ela se calasse. No meio das arvores da floresta a frente, ouviram farfalhar de folhas. Recuaram, mas antes que pudesse fazer outra coisa, Harry fora atingido por uma coisa que o ricocheteou e o fez sair voando para dentro da Floresta Proibida. Percebeu que Hermione e Rony também foram arremessados.
Ao olhar pelo o que foi atingido, Harry viu um dragão, mas bem menor dos quais já havia visto. Na certa ainda era bebê. Parecia ter no máximo um metro e meio de altura. Sua calda comprida e cheia de espinhos. Seu couro, cor de terra, quase preto, e olhos vermelhos que brilhavam no escuro. O bicho não voltou a atacar, sentou-se no chão, olhando para os garotos com um olhar misericordioso. Porém, os três se levantaram e andaram de costas, mas eles não viam mais a cabana de Hagrid. Talvez não porque eles estivessem tão longe, mas talvez estivesse muito escuro e as arvores muito densas.
- Caramba! - exclamou Rony batendo de costas numa arvore, assim como os outros dois. - O que faz Hagrid criar mais desses bichos?
O animal se levantou e ficou caminhando lentamente adiante deles. Hermione começou a choramingar, mas o dragão apenas farejou suas vestes. Harry percebeu que o bicho não faria mais mal a eles. Ele afastou o focinho da roupa de Hermione - que ainda choramingava - e levou-o para as vestes de Harry. Ele viu o farejar também, e sentiu arreganhar os dentes para pegar algo na parte interna do bolso. O animal tirou a porção de planta de Matuana e começou a mastigá-la com vontade.
- Eu nunca vi dragão gostar de plantas antes - comentou Rony incrédulo - Pensei que só comiam gente...
Hermione agora parara de choramingar e olhava de olhos arregalados para o bicho. Então ouviram passos vindos à frente.
- Onde você está? - gritou uma voz rouca
Era Hagrid. Vinha correndo em direção a eles.
- O que a senhora está fazendo aqui? - disse cruzando os braços
- Senhora? - exclamaram os três em um uníssono.
- É, esta é a Hannie. Um Rabo-Córneo Húngaro. E... eu a trouxe por ordens de Minerva. Disse que preciso treiná-la...
Parecia que Hagrid já havia falado demais a respeito. Parou de falar e começou a prender a dragão pelo pescoço, com uma corrente prata muito longa.
- Vamos Hagrid! - disse Hermione séria - Não iremos contar a ninguém!
Hagrid pegou a corrente começou a puxar. Parecia não ter dado atenção à promessa de Hermione.
- Hagrid - suplicou Harry - Por favor, sabe que somos de confiança!
O gigante suspirou. Parecia vencido com as palavras.
- Tudo bem. Mas só porque sei que vocês são de confiança. Vamos à minha cabana.
O dragão foi acompanhando os quatro. Quando chegaram próximo a casa de Hagrid, ele empurrou o bicho com toda a força para dentro da caixa, e a trancou, fazendo a caixa voltar a balançar violentamente com a força de Hannie. Entraram na cabana e Hagrid a fechou a porta.
- OK. - começou Hagrid - Bom, o Banco de Gringotts, depois daquele ataque, teve que ser quase que reconstruído por completo novamente. Os duendes estão achando que acontecerão novos ataques e estão dispostos a parar de trabalhar, se não receberem proteção extra por lá. Teve uma audiência no Ministério á alguns dias, e A Profª McGonagall disse que eu deveria ir...
“O Ministério da Magia estava em duvidas de como iriam reforçar a proteção do lugar, e deixar o Banco mais seguro. No começo, pensaram em colocar funcionários do Ministério lá, talvez até aurores. Mas eles estão em falta. Depois discutiram se deviam colocar criaturas nas áreas do prédio. Primeiro pensaram em dementadores...” ele deu um leve arrepio “... mas como vocês sabem, eles já não estão mais do nosso lado, não é?”
- Você está dizendo - interrompeu Rony - que eles vão colocar esse dragão para patrulhar o banco?
- Calma... Deixe-me terminar! - exclamou Hagrid agitado - Então eles perguntaram aos presentes: O que devemos fazer para aumentar a proteção? Então eu comentei que havia dragões disponíveis, se bem treinado, claro, para esse trabalho. - ele parou e olhou para a janela. - Alguns pensaram que eu estava ficando louco não que já não pensassem isso - acrescentou voltando a olhar para os garotos - mas tiveram alguns lá que faziam parte do Departamento de Controle das Criaturas Mágicas, que afirmaram isso para mim. Então eles aprovaram a idéia desde que eu ajudasse nessa tarefa. Concordei em treinar um dragão forte o bastante para isso.
Quando acabou, os três não acreditaram nisso. O Ministério estaria tão desesperado assim para colocar um dragão para patrulhar o Gringotts? Pensou Harry mirando Hagrid.
- Meu irmão Carlinhos já me disse - comentou Rony - que existem maneiras, muito difíceis, de se treinar um dragão. Só você mesmo ein, Hagrid?
- Gente - interrompeu Hermione olhando para o relógio de pulso - Já está muito tarde, se pegarem à gente fora do castelo á essa hora... estaremos numa fria!
Hagrid apressou-se a confirmar e levou os garotos para fora da cabana.
- Seria melhor eu acompanhar vocês até o castelo?... - disse
- Iremos com cuidado - disse Harry - Vamos rápido!
E subiram o morro correndo. Quando cruzaram a entrada do castelo, entraram cautelosamente.
- Devíamos ter levado a capa com a gente! - sussurrou Hermione enquanto subiam as escadas.
Enquanto corriam para o quadro da Mulher Gorda, ouviram passos apressados.
- Vamos acorda! - murmurou Harry para o quadro em que a Mulher Gorda dormia.
- Ora... Por que não aparece mais cedo, garoto? - reclamou sonolenta
- Qual a senha? - sussurrou Harry para os dois amigos
- Doce Sacrifício - respondeu Rony baixinho
- Passe de uma vez! - exclamou Mulher Gorda, voltando a se encostar para dormir.
O quadro girou e eles entraram.
- Caramba! - disse Harry. - Esqueci de pegar mais Matuana!
- Verdade! - exclamou Hermione espantada - Amanhã cedo, vamos voltar á clareira pra pegar mais...
- Só espero que a Hannie não acabe com o estoque de planta de Matuana... - comentou Rony subindo para o dormitório dos meninos.

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