E quando alguém parte...



Capitulo 27: E quando alguém parte…


_ Eu vou ter muitas saudades tuas Harry! Muitas…muitas…muitas!
Harry sorriu docemente enquanto segurava fortemente o pequeno Jack Minner nos seus braços. Poderia tê-lo conhecido apenas há 3 dias atrás, mas isso bastara para criar no coração de Harry um espaço muito especial, apenas reservado para Jack.
Soltando-se um pouco do abraço, Harry deparou-se com uma imagem que fez seu coração afundar-se ainda mais na saudade que sabia que ficaria com a partida do pequeno.
Dois olhos de um inocente azul celeste a olharem para seu rosto, por detrás das lágrimas cristalinas…face corada pelo salgado dessas mesmas lágrimas… pequenas mãos que tremiam mesmo quando pousadas nos ombros do Magid.
Uma vontade avassaladora apoderou-se de Harry naquele momento. Uma vontade de pegar em Jack, encostá-lo mais uma vez ao peito e não deixar que este partisse. Mas sabia que essa vontade egoísta não poderia ser concretizada. Jack teria de entrar nas carruagens de Hogwarts com destino a Hogsmead… com destino ao lar dos Minner.
_ Eu também pequenote. Eu também vou ter muitas saudades tuas. Mas agora tens de voltar a casa porque a tua mãe deve estar muito preocupada. Além disso, falta menos de uma semana para o Natal e convém estares em casa para que o Pai Natal possa saber onde deixar as tuas prendas.
Pela primeira vez desde que a reunião Magid acabara, há duas horas atrás, um sorriso desabrochou da face do pequeno garoto de 6 anos.
_ Achas que vou receber muitas prendas Harry?
Harry lançou-lhe um olhar misterioso.
_ Quem sabe?! Achas que foste um menino bem comportado?
Jack acenou vigorosamente a cabeça em sinal de concordância.
_ Então acho que mereces muitos presentes. Agora… vais ter de me prometer que vais enviar-me uma carta a contar-me tudo o que recebeste, está bem?
_ Eu escrevo. Mas tens de me responder. Porque se não fico muito triste.
_ Fica prometido!
_ Promessa de dedo mindinho? – A pequena mão ergueu-se no ar, com o dedo em questão pronto para selar aquela promessa.
Vendo isso, Harry não conseguiu evitar que um pequeno sorriso surgisse no seu rosto diante daquela atitude igualmente infantil e enternecedora. Adoptando a mesma expressão solene de Jack, Harry enroscou o seu dedo no dele, proferindo aquela promessa que não pretendia quebrar.
Já quando os votos haviam sido feitos, Ron e Hermione surgiram do seu lado.
_ Harry! Procuramos-te por todo lado. Mas… o que estás a fazer aí no chão? – Olhando para a pequena figura de Jack, Ron completou – com um pigmeu agarrado ao teu dedo?!
Ao ouvir as palavras do ruivo, Jack fechou a cara, enquanto cruzava os braços à frente do seu peito e analisava Ron desde a biqueira dos sapatos até ao último fio de cabelo ruivo.
_ Não sei quem é esse “Pigmeu”! Eu não sou baixinho! Na realidade, sou o mais alto da minha turma.
Hermione sorriu enternecida para o pequeno, enquanto uma expressão de choque e divertimento se formava no rosto de Ron.
_ Quem é este garoto, Harry? – Hermione ajoelhou-se ao lado do Magid de modo a ficar ao mesmo nível que Jack
_ Este é o Jack Minner! Ele veio junto com o pai para Hogwarts. – Proferindo numa voz mais baixa para que apenas Hermione pudesse ouvir – Sabes… ele foi uma das vítimas do ataque de Hogsmead.
Hermione olhou tristemente para o garoto. Doía-lhe o coração só de pensar que uma criança tão pequena e cheia de luz pudesse ter sofrido nas mãos daquelas criaturas horrorosas e assustadoras. Crianças como Jack Minner foram feitas para sorrir e jamais sofrer.
“ Bem… não é que ele esteja muito feliz neste momento” – Pensou divertida enquanto assistia à pequena disputa que se desenrolava entre uma criança de 6 anos e um adolescente de 17.
_ Podes não ser pequeno na tua classe mas continuas a ser pequeno. Mas não te preocupes… qualquer dia serás tão grande e forte como eu! - Ron sorriu convencido enquanto adquiria uma pose teatral.
_ Pode até ser... mas só espero não ficar tão feio como tu.
A expressão pomposa de Ron desfez-se rapidamente diante do sorriso trocista e algo vitorioso do garoto.
_ O que queres dizer com isso pirralho?!
_ Quero dizer que não quero ficar parecido contigo. Sabes… fazes me lembrar alguém… - Jack começou a caminhar em torno de Ron enquanto o estudava quase que clinicamente.
_ Ai sim?! Quem? Algum actor famoso… ou talvez um jogador de Quidditch?
_ Não… Não sei bem quem, mas… JÁ SEI! – contente consigo próprio, parou de andar e olhou em frente com um sorriso trocista a embelezar-lhe o rosto.
_ Já sabes? Então quem é que te lembro?
_ Lembras-me imenso o macaco que o meu amigo Will tem desde os 4 anos. Só existe a diferença de que ele não tem pintas vermelhas no rosto e não tem pêlo ruivo.
Diante do olhar aparvalhado do melhor amigo, Harry não resistiu a soltar gostosas gargalhadas, sendo rapidamente seguido por Hermione.
Recuperando-se do choque, Ron lançou um olhar negro para o pequeno.
_ Ah…ah…ah! Que piada! Desculpa por não rir mais mas sabes, estou com dores de dentes. – depois dirigindo um olhar raivoso para o melhor amigo – E tu, Harry… sinceramente não sei o que te passa pela cabeça. A cada ano que passa fazes amizade com alguém ainda mais novo e ainda mais insolente. Depois do Christopher pensei que não poderia aparecer pior, mas pelos vistos estava enganado. O que devo esperar para o ano?! O capeta encarnado num miúdo de 3 anos?!
Se Ronald Weasley pretendera acabar com as risadas e despertar no seu melhor amigo e namorada algum tipo de apoio, rapidamente seus desejos teriam sido contrariados. Tanto Harry, como Hermione riam cada vez mais alto, cada vez mais escandalosamente, chamando a atenção das várias pessoas que se encontravam no Hall de entrada de Hogwarts a despedir-se dos verdadeiros habitantes do castelo.
Atraído pelos risos, Howard Minner aproximou-se do grupo, focalizando a sua atenção no seu filho.
_ Jack… tu não estás a aprontar alguma, pois não?
_ Claro que não papá! Eu estou a portar-me muito bem! – Como que para enfatizar as suas palavras, sorriu inocentemente para o pai.
Harry pensou que quase conseguia imaginar uma pequena auréola dourada a aparecer no cimo da cabeleira loira do rapaz.
_ Ele não está a causar problemas, pois não? Eu sei que ele pode ser um pestinha quando quer. – Howard dirigiu-se para todos os outros, ignorando o olhar de fingido ressentimento que seu filho lhe lançava naquele momento.
_ Por acaso, ele até…
No entanto qualquer recriminação ou queixa morreram nos lábios de Ron quando este se virou de modo a encarar o pai de Jack. Durante alguns segundos manteve-se congelado no local a olhar ligeiramente chocado para a face de Howard. Quando o último se preparava para questionar se Ron estava a sentir-se bem, o último rapaz da família Weasley abanou a cabeça vigorosamente, enquanto olhava encantado para ele.
_ Pelas barbas de todos os feiticeiros do mundo… o senhor é…é… é o Howard Minner.
_ Desculpe, mas nós conhecemo-nos?
_ Não, mas eu sei tudo sobre si. Como poderia esquecer o último treinador que fez os Chudley Cannos brilhar como nunca antes? Que levou essa maravilhosa equipa de Quidditch para as finais!
_ Mas, eu não levei a equipa para as finais.
_ Levou sim senhor! Quer dizer… levará. No dia 27 de Março de 1979. Foi uma pena que não tenham ganho, mas o jogo foi fenomenal. Eu assisti uma gravação que o meu pai tinha e fiquei simplesmente apaixonado. O SENHOR – e diante dos olhares escandalizados de Harry e Hermione, Ron, deixando-se levar pelo calor da emoção, deu um passo em frente, enquanto agarrava uma das mãos de um Howard petrificado, enquanto olhava para cima com os olhos a brilhar intensamente - FOI A RAZÃO DA MINHA PAIXÃO PELO QUIDDICTH!
Durante breves momentos as palavras de Ron ecoaram pelo Hall silencioso, fazendo eco nas grossas paredes de pedra. Todos os ocupantes encontravam-se a fitar Ron como se aguardassem que este, a qualquer momento, desse um salto e retirasse qualquer tipo de feitiço enganador afirmando ser Lord Voldemort.
Lentamente, Hermione levou ambas as mãos ao rosto, enquanto abanava a cabeça, como que querendo dissipar algo incomodativo. Jack caiu na gargalhada de tal maneira que novas lágrimas eram vertidas sem que, no entanto, a tristeza fosse a causa.
Harry deu um passo em frente, colocando uma mão no ombro do amigo, enquanto olhava para um Howard Minner ainda em estado de choque.
_ O Ron vem do meu tempo, logo o que é presente para o senhor já é passado para ele. Ele apenas está um pouco entusiasmado pois ele sempre adorou os Chudley Cannons.
_ Mas… mas…- pouco a pouco, Howard ia se recuperando do choque – quer dizer que os Chudley Cannons vão às finais?
Harry olhou mal-humorado para o melhor amigo. Será que ele não sabia o que “ não contar nada sobre o futuro pois pode alterar os acontecimentos” significava?
Respirando fundo, Harry aproximou-se de Howard e de Jack, que se apoiara no pai visto que o ataque de risos provocara um surto de soluços, e colocou uma mão na testa de cada Minner. Nem dois segundos passaram quando Harry afastou a mão e sorriu para o Minner mais velho.
_ O Jack não está a causar problema algum. Não se preocupe, Sr. Minner.
Howard sorriu para Harry por uns momentos até focar a sua atenção em Hermione e Ron.
_ Que falta de educação a minha. Nem me apresentei. Howard Minner, muito prazer!
Tanto Hermione como Ron olharam aparvalhados para o treinador dos Chudley Cannons, enquanto este sorria suavemente para eles.
_ Nós sabemos – Disse Ron- ainda agora disse que o conhecia.
O sorriso de Howard foi substituído por uma expressão espantada.
_ Ai sim?! Mas o jovem ainda não me disse nada. – Soltando uma gostosa gargalhada – Deve ter ficado com essa impressão. Se calhar as aulas estão a cansar-vos de mais. Ainda bem que agora estão de férias!
Ron olhou para Jack à procura de apoio, mas este parecia tão espantado como o seu pai.
Harry sorriu divertido para os dois amigos, enquanto olhava para o Sr. Minner.
_ Sr. Minner, sabia que o Ron é um grande fã dos Chudley Cannons?
_ Ai sim?!
_ Sim! Ele acompanha todo o progresso da equipa desde sempre.
Howard olhou encantado para Ron que, por sua vez, olhava cheio de dúvidas para Harry. Este apenas retribui-o levando o indicador aos lábios em sinal de silêncio.
_ Então terei todo o prazer de responder a todas as questões que ele deseje colocar. Ainda temos 30 minutos antes das carruagens partirem, o que nos dá um tempo considerável.
Decidindo ignorar as questões que se apoderavam dele, Ron decidiu aproveitar aquela oportunidade única de conhecer o herói da sua infância.
Todos se despediam… trocavam uma última palavra…uma última promessa de escrever, de dar notícias. Fosse pelas fortes emoções da partida eminente, fosse pelo cansaço acumulado na última semana e suas aventuras, nenhum dos presentes reparou que estavam a ser minuciosamente observados por dois olhos dourados que espreitavam por de trás de um coluna. Um olhar intenso… marcante. Parecia avaliar tudo à sua volta até que sua atenção se focou apenas numa pessoa.
Harry parou de falar no momento que se sentiu observado. Olhando para trás apenas se deparou com uma coluna antiga. Durante alguns segundos segurou o seu olhar desconfiado, à procura de algo. No entanto, quando verificou que não existia nada além da coluna, voltou a dirigir a sua atenção para o grupo.
Os dois olhos dourados reapareceram no topo das escadas!


* * *

James Potter observava de longe as carruagens partirem, sob as despedidas de todos no castelo. Embora tivesse travado conhecimento com alguns dos habitantes de Hogsmead, não desejara despedir-se deles.
Naquele momento, sua alma estava por demais conflituosa. Sentia que se travava uma batalha no seu interior. Uma batalha sobre a qual nem sabia quais eram os dois lados… os dois inimigos. Talvez tivesse sido uma péssima ideia assistir à reunião. Embora tivesse recebido informações que desejara saber desde que os Magids haviam chegado a Hogwarts, agora… isso não era tão importante. Era apenas secundário. Durante toda a reunião, não conseguira desviar os olhos de Harry nem deixar de ouvir o que este dizia.
Durante todo o tempo que a reunião demorara, tentara convencer-se a si próprio de que aquele Harry que via no centro do salão era o Harry Magid, alguém muito distinto do Harry que conhecera e com o qual travara amizade. Mas, por mais que tentasse, por mais que falasse consigo próprio, o mesmo pensamento penetrava-lhe na mente vezes e vezes sem conta: O Harry que via finamente vestido de branco e dourado a falar seriamente para todos os ouvintes, não deixava de ser o Harry que conhecera. Os gestos eram os mesmos… os tiques não desapareciam… o olhar tinha o mesmo brilho de sempre. Não! Estava a mentir! O olhar de Harry modificara-se. Mas… o que James rapidamente percebeu foi que o brilho do olhar de Harry, que sempre existira mas que durante a reunião estivera ausente, não se alterara porque Harry era um Magid. Não! O brilho extinguira-se depois da discussão!
E quando James Potter se apercebera disso, durante a reunião, um sentimento demasiadamente avassalador tomou conta de si. Um sentimento que James já se acostumara há muito tempo mas por outra razão. Um sentimento que estivera escondido durante muito tempo mas que ressuscitara com a descoberta de James.
Um sentimento que o preenchia completamente: culpa!
Deixando-se cair pesadamente na neve, James flectiu as pernas apoiando a testa nos joelhos.
Ficou nessa posição durante vários minutos até que sons de passos começaram a ser ouvidos. Fechou fortemente os olhos, desejando que quem quer que fosse, não reparasse nele ou, caso reparasse, que o deixasse só
No entanto, os passos aproximavam-se cada vez mais, até que a pessoa parou ao seu lado. James continuou parado, sem executar qualquer movimento. Uma vontade avassaladora de se confundir com a neve cresceu dentro de si. Não queria ver ninguém… não queira falar com ninguém.
Mas, quando sentiu a quentura de uma manta sobre seus ombros, James olhou para cima… olhou para cima apenas para se deparar com as belas esmeraldas de Lily Evans.

* * *

_ Apagaste-lhes a memória?
_ Só aqueles minutos. Não teria de recorrer a isso se o Ron não fosse tão falador.
A sala da Torre dos Magids encontrava-se deserta, naquele momento, com a excepção de Harry e Alexandre que se encontravam sentados à frente a lareira a comer um pedaço de bolo de chocolate.
_ E o Ron e a Hermione não disseram nada?
_ Ficaram surpreendidos quando o Sr. Minner comportou-se como se a explosão de Ron nem tivesse existido, mas eu falei com eles e expliquei-lhes o que se tinha passado. Na verdade, o Ron até achou piada e deu algumas ideias sobre situações em que este dom seria útil.
_ Ai sim?! - Alexandre olhou divertido para Harry – Tais como?
_ Como por exemplo durante um exame, fazendo o professor esquecer que aquele dia seria dia de fazer um. Ou fazer um professor esquecer quando tivéssemos feito alguma asneira. Ou, e esta foi a melhor, poder aprontar muito e fazer as nossas namoradas esquecerem-se de tudo o que viram ou ouviram.
Alexandre assobiou impressionado.
_ E ele disse isso à frente da Hermione?
_ Disse. Acho que já podes imaginar a reacção dela – colocando o prato do bolo na mesa ao lado da poltrona em que estava sentado, começou a falar numa voz fina de modo a imitar a amiga – “ Ai é, Ronald Weasley, e que tal se te esqueceres de que somos namorados? Ou melhor, esqueceres de que eu existo excepto quando estiver a enfeitiçar esse teu rabo presunçoso e chauvinista?” Ou qualquer coisa do género.
Alexandre soltou grandes gargalhadas enquanto assistia àquela versão potteriana de Hermione Granger.
Controlando as suas próprias risadas, Harry ajeitou-se na poltrona e esticou o braço para pegar no prato do bolo. No entanto, quando se preparava para comer a fatia que deixara ainda no prato, deparou-se com o último vazio.
_ Mas… mas… eu ia jurar que tinha ainda muito bolo no prato.
_ Se calhar és tão guloso que nem reparas no quanto comes e o quão rápido podes comer. – Não dando grande importância para o olhar estupefacto de Harry, Alexandre levou o seu garfo à boca só para se aperceber que não colocara nenhum pedaço de bolo nela.
Olhando para baixo para averiguar se deixara cair o bolo enquanto o levava à boca, ficou surpreendido por verificar que o seu prato também estava vazio.
_ Mas o que…EU TINHA BOLO NO PRATO!
_ Também eu! O bolo não pode ter desaparecido assim do nada. Tem de haver uma explicação!
_ Se calhar estamos cansados e já nem sabemos o que vemos – Alexandre levantou-se da sua poltrona e começou a dirigir-se para as escadas que davam acessos aos quartos – Se calhar deverias fazer o mesmo Harry! Sabes… este stress não faz bem a ninguém e…
As palavras ficaram a soar no ar enquanto, tanto Alexandre como Harry se apercebiam de outro som na sala. “ Hummmm… que bom!... hum…”
Caminhando lentamente, os dois Mgaids começaram a seguir o som até que atingiram uma das poltronas mais afastadas da lareira. Depois de um troca de olhares, Harry deu um passo em frente e rodou o cadeirão até conseguir vislumbrar a razão do desaparecimento dos bolos.
_ FEBUS!!!


* * *

Vastos mantos de neve se estendiam pelos terrenos de Hogwarts. Uma neve gélida na qual seria impensável tocar naquele momento. No entanto, eles pareciam não se importar. Desde a chegada de lily, nenhuma palavra fora proferida… A ruiva limitara-se a sentar ao lado de James e observar o Lago escuro e gélido que se abria à frente dos seus olhos.
Foi passado algum tempo que James decidiu quebrar o silêncio:
_ O que estás aqui a fazer? - as palavras haviam saído apenas como leves murmúrios… carregadas pelo vento… carregadas da incerteza do moreno se a rapariga ao seu lado as teria escutado.
_ Vim conversar contigo.
James soltou uma gargalhada triste.
_ Conversar?! Quer dizer que não me vais xingar nem enfeitiçar por ter sido um completo idiota?
_ Bom… esse era realmente o meu plano original mas parece que isso não será preciso. Acho que já te apercebeste do que fizeste, não foi?
James deixou a cabeça cair, encostando, novamente, a testa nos joelhos. Vendo isso, Lily não conseguiu deixar de se perguntar onde estaria o jovem arrogante que sempre conhecera. Onde estaria? Para onde fora deixando apenas um criança desprotegida e infeliz? A vontade de o abraçar e confortar era imensa, no entanto resistiu a essa tentação. Estava ali com um único propósito e esse era fazer James Potter ver a grande asneira que cometera.
_ Eu sei… fui idiota! O que fiz não tem perdão. Mas… eu não aguentei… não aguentei que Harry me tivesse omitido algo tão importante, que não tivesse confiado em mim!
_ Sabes que o Harry não fez por mal, não sabes? Ele apenas queria que tu conhecesses o verdadeiro Harry, aquele por detrás do manto branco e dourado de Magid.
_ Mas… - James fixou duramente o olhar nela- ele não me deveria ter omitido aquilo durante tanto tempo. Deveria ter-me contado depois de ver que nós gostávamos dele… que eu gostava dele!
_ Se calhar teve medo da tua reacção. De que o tratasses de forma diferente ou que agisses como estás agora a agir.
_ Eu não o iria tratar de forma diferente. Não depois de o conhecer! Não digo que não ficaria surpreendido ao descobrir que ele era o Magid Dourado mas… mas…
Lily sorriu ternamente para ele, espantando o moreno. Quando fora a última vez que vira aquele sorriso, pelo menos dirigido para si e para mais ninguém?!
_ Mas, ele sempre seria aquele garoto que conheceste e que participou nas tuas brincadeiras marotas. Quem diria… afinal James Potter cresceu! Se calhar já não és aquele garoto egoísta que sempre conheci.
_ Eu nunca fui egoísta!
_ Não…. Talvez egoísta não seja a palavra certa afinal sempre viveste para os teus amigos. Talvez arrogante! Agora convém saber se irás abrir mão desse teu orgulho e admitires que erraste!
James desviou o olhar dos olhos inquisidores de Lily. Não queria pensar… não queria sentir a culpa, novamente.
_ Porque é que não podemos voltar atrás e remediar aquilo que foi mal feito? Porque é que não podemos regressar e mudar as coisas?
_ James… - Lily colocou um das mãos por debaixo do queixo dele, fazendo olhar para ela – isto não é apenas sobre o Harry, pois não?
Durante o que pareceu uma eternidade, esmeralda e avelã se encontraram. Um esmeralda que transmitia compaixão para um avelã carregado de dor. James saiu do torpor e desviou o olhar mais uma vez. Não sabia se queria entrar naquele assunto… se tinha força para tal. Talvez tivesse chegado o momento de falar aquilo que evitara durante tanto tempo. Talvez Sirius tivesse razão quando afirmava que guardar aquilo tudo para si não lhe faria bem.
_ Não! Quer dizer, é tudo. O facto de Harry me ter omitido a verdade… o facto de que ele tinha o poder para evitar o ataque ao ministério e não o fez… o facto de que ele poderia voltar no tempo e evitar que aquilo acontecesse… que o levassem de mim!
_ James?! De quem estás a falar?!
_ Do meu pai, Robert Potter. Desculpa, tu provavelmente não sabes. O meu pai era um auror, e quando digo auror não falo de um qualquer. Ele era um auror de um nível muito elevado. Nós sempre nos demos muitos bem. O que estou para aqui a dizer… Ele era o meu ídolo! Ele ainda é! – Parou por uns segundos como que se preparando para o que estava prestes a dizer – Quando Voldemort apareceu, no início não davam muita importância a ele, afinal não são poucos os feiticeiros das trevas que desejam controlar o mundo. Mas, rapidamente todos se aperceberam que este feiticeiro em particular era diferente. O seu poder crescia a cada dia que passava, os seus aliados multiplicavam-se e o terror que infligia alastrava-se. Vi como meu pai e todos os outros aurores tentavam deter Voldemort e seus súbditos. Minha mãe ficava sempre preocupada quando o via sair de casa para lutar um pouco mais pela segurança de todos. Acho que ela receava de que haveria um dia em que ele não iria regressar.
Lily observava James em silêncio. Sabia que o seeker e capitão da equipa de Quiddtich precisava de falar tudo, sem interrupções. Apenas deixar-se levar pelas emoções enclausuradas dentro de si.
_ Há já um ano que Sirius mora connosco. Sabes, a família dele não é pêra doce então ele decidiu que não aguentava mais e veio morar connosco. Foram os melhores meses da minha vida, o meu melhor amigo juntamente com os meus pais. A minha mãe a pedir juízo e o meu pai a participar nas nossas brincadeiras. Porque é que não se manteve tudo assim?! Porque é que tudo tinha de mudar?!
“ Há 5 meses atrás, eu e o meu pai decidimos passar o dia juntos, como costumávamos fazer antes da Guerra. O Sirius não estava nesse dia em casa porque fora visitar a sua namorada daquela semana e a minha mãe ficou em casa. Éramos apenas eu e ele, a passar uma tarde fenomenal. O meu pai tinha arranjado bilhetes para um jogo de Quidditch e estávamos ansiosos para assisti-lo. No entanto, como ainda faltava muito para o jogo, fomos dar uma volta a Diagon-Alley, para comer um dos famosos gelados do Florean Fortescue. Até que…
A voz de James vacilou e finalmente Lily percebeu porquê. Recordava-se agora de um artigo de jornal que havia saído durante as férias. Um artigo sobre um ataque ao Beco!
_ Eles apareceram por todo lado… dezenas de devoradores da morte. O pânico das pessoas era enorme e todos tentavam fugir o mais que podiam. - James continuava resoluto… por mais que lhe doesse falar naquilo… por mais que desejasse fechar os olhos e esquecer de tudo, não conseguia. Sabia que teria de ir até ao fim! Sabia que agora que começara, não podia parar!
Enquanto isso, Lily tentava-se recordar daquela notícia que saíra na primeira página, mas que não lera até ao fim devido ao horror que sentira quando começara a ler. Recordava-se de que largara o jornal em estado de choque.
_ O meu pai correu para ajudar, proibiu-me de me envolver na luta e disse para aguardar dentro da loja. Mas eu não podia… fiquei durante uns minutos na loja a ver da janela o meu pai a correr ao longo da rua com a varinha em riste, até que o perdi de vista por entre a multidão. Não consegui pensar na ideia de ficar ali, escondido como um garotinho, sem ajudar quem precisava. Então, saí a correr da loja, a procurar o meu pai por todo lado. Nem consigo descrever o terror daquele dia. Os gritos… os pedidos de ajuda… as risadas dos devoradores da morte.
“ Finalmente encontrei o meu pai a lutar com 3 devoradores, protegendo uma mãe e uma criança que estiveram a ser atacadas antes da sua chegada.
A notícia do ataque falara sobre a enorme quantidade de feridos e de mortos que houveram naquele dia. O jornalista intitulara aquele dia como AGOSTO SANGRENTO. Falara sobre os danos causados ao beco… falara de famílias que se haviam separado… mas falara, principalmente, da morte de um auror que sofrera horrores nesse dia. Horrores desumanos!
_ Ele estava tão focado na batalha que travava que não se apercebeu quando um quarto devorador da morte surgiu por detrás de si e, covardemente, o atingiram pelas costas. Lembro-me de ter corrido em seu auxílio, de gritar para ele, mas fui atingido por um feitiço que me pôs inconsciente. Apenas acordei horas depois, sob o cuidado de um dos amigos do meu pai, que olhava tristemente para mim. Perguntei pelo meu pai, chamei-o mas apenas o silêncio mortal me respondeu. Para todo os lados que olhava, apenas destruição era encontrada. Destruição e cadáveres! Cadáveres que estavam a ser, naquele momento, empacotados por agentes do Ministério. Já não se viam devoradores da Morte. Eles haviam fugido quando os aurores tinham chegado. Mas… já haviam causado muitos danos… demasiados danos!
James respirou fundo tentando conter as lágrimas que se preparavam para ser derramadas. Não! Ele prometera a si próprio que iria ser forte tal como pai havia sido!
_ Perguntei vezes sem conta pelo meu pai… mas nenhum dos colegas dele ousavam responder-me. Até que… algo segurou a minha atenção. Uma multidão começava a formar-se no topo da rua, olhando para algo que eu não conseguia ver. Levantei-me e comecei a caminhar nessa direcção. Vários dos colegas do meu pai tentaram impedir-me, mas quando mais me impediam mais o meu coração era avassalado por um pressentimento pavoroso… mais as minhas pernas exigiam andar. Lembro-me dos olhares angustiados por entre a multidão… lembro-me de vários aurores saírem da multidão com lágrimas nos olhos ou simplesmente vomitarem. Quando consegui atravessar a multidão, finalmente percebi o que causara tamanha dor e choque.
Lily recordava-se agora… o artigo falava sobre um auror de alto escalão que fora apanhado durante o ataque e que sofrera, durante 6 horas agonizantes, torturas. Durante 6 horas, em que os devoradores da morte conseguiram conter a entrada de aurores dentro do beco, o auror sofrera horrores nas mãos de todos os devoradores. No final, quando os aurores conseguiram entrar em Diagon Alley, todos os devoradores fugiram deixando algo para todo o Ministério… um aviso.
_ Pregado à parede de uma das lojas de Diagon Alley… estava… estava o meu pai! O MEU PAI! SUJO… ESFARRAPADO… COM SANGUE POR TODO LADO… MORTO!!! ELES MATARAM-NO A SANGUE FRIO! ELES TORTURARAM-NO DURANTE HORAS. DEIXARAM O CADÁVER DELE, COMO SE DE LIXO SE TRATASSE, EM TAL ESTADO QUE O AR SAIU-ME DOS PULMÕES. E NÃO FOI SÓ ISTO… ELES… ELES… ELES… ABRIRAM O ABDÓMEN DO MEU PAI DEIXANDO QUE OS ÓRGÃOS DESLIZASSEM PARA BAIXO SEGUINDO A LEI DA GRAVIDADE. – naquele momento, qualquer intenção de segurar as lágrimas havia desaparecido. Lily sentiu o seu coração afundar ao ver a expressão sofrida de James. As mãos tremidas…. a voz vacilante… as grossas lágrimas…
_ E TIVERAM O DESPLANTE DE DEIXAR UMA TABULETA POR CIMA DO MEU PAI A DIZER…
_ “Porque é assim que se tratam os porcos… aqueles que não merecem nada!” – James olhou espantado para Lily quando esta completou a sua frase.
_ Tu… tu… leste no jornal, não foi?
_ Eu li parte… mas não cheguei a ler o nome do auror. Oh James… Eu tenho tanta pena!
_ Talvez… se eu tivesse saído mais cedo da loja…. Talvez se eu tivesse agido mais cedo… aquilo não teria acontecido.
_ James, não digas isso!
_ Talvez eu não tivesse que ver o meu pai, um herói do departamento de Aurores, naquele estado. Talvez não tivesse que ver a reacção da minha mãe quando um auror me acompanhou a casa e contou tudo à minha mãe. O sofrimento dela…. O desespero dela. Eu devia ter agido mais depressa! Eu devia…
Lily colocou a mão sobre a boca de James, impedindo-o de continuar a falar.
_ Tu não poderias ter feito nada. Se existe alguém que é culpado esse alguém é Lord Voldemort e seus capangas. Não te deixes afundar na culpa que não é tua. Foste muito corajoso por tentares proteger o teu pai… mas, naquelas circunstâncias, não poderias ter feito mais nada. Era uma batalha injusta!
James olhou para ela durante alguns segundos até deixar a sua cabeça cair pesadamente.
_ Parte de mim sabe isso…. Sabe que eu não poderia ter feito nada! Mas outra parte deseja que tudo volte ao que era antes. Quando o meu pai continuava a defender-me da minha mãe quando esta recebia a lista das minhas detenções ou quando passávamos horas e horas a conversar. Agora, eu sei que perdi de vez o meu pai! Eu queria tanto que o Harry tivesse evitado que aquilo acontecesse. Que ressuscitasse o meu pai…
_ Mas ele não pode fazer isso! Tu sabes disso… lá no fundo, sabes! Por mais que o Harry queira ajudar ele não pode alterar o curso das coisas. Já pensaste como deve ser difícil para ele saber que tem o poder de mudar as coisas mas não poder?
_ Eu sei! Agora eu sei! Mas quando descobri fiquei tão magoado que só o queria magoar! E agora… fiz tamanha borrada… que para além de perder o meu pai… acho que perdi o meu futuro filho!
Lily olhou com pena para a figura derrotada de James. Ele agira mal… ele dissera coisas horríveis… mas agora estava arrependido!
_ Então o que vais fazer acerca disso?
James ergueu o rosto para a fitar espantado.
_ Como assim?
_ Vais ficar a choramingar feito um miudinho de 4 anos ou vais tentar pedir desculpas ao Harry?
James ficou alguns minutos em silêncio. Pouco a pouco um novo brilho foi-se formando nos seus olhos e um sorriso começou a esboçar-se.
_ Desculpar não resolve. Fui demasiado bruto!
_ E dizes isso com essa cara feliz?!- Lily começou a questionar-se sobre a saúde mental do rapaz.
_ Eu não tenho apenas de me desculpar. Eu tenho de o compensar! E eu já sei como!
Levantando-se rapidamente, James limpou as lágrimas do seu rosto, enquanto adquiria novamente a personalidade marota tão característica dele.
_ James?!- Lily olhava surpreendida para ele- O que tu vais fazer?!
_ Eu?! Vou apenas recuperar o meu filho. Nem que para isso tenha de atingir o impossível. James Potter está de volta! E vai ajeitar as coisas! Mas para isso, preciso de falar com ele!
_ Com ele?! Queres dizer, com o Harry?!
James sorriu divertido para ela.
_ Não. Com outra pessoa! James Potter regressou ao jogo!
E, diante do olhar estupefacto de Lily, começou a correr em direcção ao castelo soltando grandes gargalhadas.

* * *

_ FEBUS!!! MAS O QUE RAIO ESTÁS TU AQUI A FAZER?!
Harry olhava possesso para a pequena figura sentada na poltrona e completamente rodeada de bolo de chocolate. Quem olhasse para a pequena figura iria provavelmente confundi-lo com um gato. Um gato com dois belos olhos dourados e pêlo em tons castanho claro com pequenos tufos brancos. No entanto, se toda a figura de Febus, guardião do Sol, era de um gato um pouco esquisito, as duas asas brancas que brotavam do seu dorso davam-lhe um aspecto ainda mais surreal.
_ Olá mestre!
_ Não me venhas com essa do “ olá mestre” pois eu quero saber o que estás aqui a fazer. Era suposto estares em Asera!
Febus olhou para Harry, com os olhos a brilharem inocentemente.
_ Mas… eu estava tão sozinho e tinha tantas saudades.
_ Como é que tu estavas sozinho se tens os outros guardiães a fazer-te companhia?
_ Ai Harry! Não é a mesma coisa! Além disso aquilo anda muito chato… sem acção. A minha poderosa pessoa precisa de se fazer sentir… afinal…- Voando em direcção a um espelho pregado na parede da sala, começou a admirar-se nele - Seria uma pena que uma beldade destas ficasse escondida dos olhares destes alunos. Não é todo o dia que eles irão conhecer alguém tão prestigioso como eu.
Tanto Harry como Alexandre reviraram os olhos. Por mais tempo que passasse, Febus nunca iria mudar.
_ Eu não quero saber o que pensaste. Vais voltar imediatamente para Asera!
Febus olhou aborrecido para Harry. Dando um salto no ar, a pequena figura foi envolvida por uma luz dourada, sendo que, quando esta se extinguiu, um belo leão dourado apareceu com as asas completamente estendidas. O leão deu um passo em direcção ao Magid Dourado e proferiu numa voz mais grossa:
_ E vais deixar o grandioso Febus, guardião do sol, protector dos Magids, trancado numa ilha?!
_ Febus?! Tu por acaso não estás a usar o teu vozeirão para me assustar, pois não?! - Harry olhou mal-humorado para o guardião.
O Guardião sorriu encabulado, voltando à sua forma diminuída.
_ Não! É claro que não!
_ Ainda bem! Afinal não te esqueças que fui eu que te criei e posso muito bem colocar-te com voz de menina!
_ HARRY!
Febus olhou horrorizado para o mestre enquanto Alexandre caía na gargalhada.
_ Mas… vá lá… deixa-me ficar aqui. Eu juro que me porto bem!
_ Eras tu que me estavas a observar no hall, não eras?
_ Era! Queria ver como estava o teu humor!
_ Pois… e já que me viste bem-humorado decidiste roubar-me o bolo de chocolate.
Febus sorriu inocentemente.
_ Tu sabes que eu estou em vias de crescimento. Preciso de me alimentar.
_ Febus… guardiães não crescem!
_ Pois... mas gastamos muita energia em usar os nossos poderes. Pensas que não gasto energia quando me transformo na minha forma original?!
_ Febus… a tua energia provém do sol. Não de bolo com chocolate!
Febus olhou para Harry, mal-humorado.
_ Tu tens sempre que me destruir as fantasias, não é?
Harry sorriu trocista.
_ É a minha razão de viver!
_ Mas… então posso ou não ficar?
Durante uns segundos, mestre e guardião observaram-se intensamente.
_ Podes. Mas livra-te de criar confusões. E não andes para aí a assustar os alunos.
_ Desde quando eu assusto os alunos?
_ Desde que começaste a apresentar-te a todos os habitantes de um determinado tempo como Febus, o ceifador das almas penadas!
_ Isso foi apenas brincadeirinha! Devias ter visto as caras deles. Pareciam que tinham visto o Behemoth de cueca!
_ Febus…
_ Pronto…pronto… eu já parei. - olhando para o lado – Então… quando é que vamos comer!
Alexandre e Harry trocaram um olhar significativo. Com Febus em Hogwarts, o castelo iria abaixo.


* * *

Correndo ao longo dos corredores de Hogwarts, um plano começava a formar-se na cabeça de James. Sabia que tinha muito o que fazer e que seria difícil demonstrar a Harry que estava arrependido e que o que mais queria era ser amigo dele. Não o perder!
Sim… James Potter tinha um plano e iria colocá-lo em prática custasse o que custasse!
Vendo a gárgula que dava entrada à sala do Director, ao fundo do corredor, James aumentou ainda mais a velocidade. Proferindo a senha (a qual já sabia de cor de tantas visitas que fazia à sala, depois de uma traquinice marota), subiu os degraus, dois a dois, até chegar à porta do escritório.
Sem nem bater à porta, James entrou intempestivamente na sala, apenas para a encontrar cheia de Magids. Olhando em volta, reparou, com grande alívio, que Harry não se encontrava na sala. Nem Harry nem Alexandre.
_ Mr. Potter! Mas o que vem a ser isto? – Olhando para o lado deparou-se com Merlin.
_ Eu sei que, provavelmente, não faço parte da vossa lista de pessoas preferidas, especialmente depois do que fiz ao Harry…
_ Especialmente – Mara olhou furiosa para ele.
Engolindo em seco, James tentou recuperar a coragem que sentia fugir-lhe por entre os dedos.
_ Mas eu peço que me oiçam. Eu sei que sou um idiota, que o que fiz ao Harry não tem perdão, mas eu estou muito mas muito arrependido! Muito mesmo! E eu quero recompensar o Harry. Mas para isso vou precisar da vossa ajuda. Por favor… por favor… deixai-me redimir-me
Todos os Magids olharam entre si dirigindo, de vez em quando, olhares profundos a James. Quando a tensão estava praticamente insuportável, Dumbledore levantou-se da sua cadeira, apoiando ambas as mãos na escrivaninha.
_ Muito bem! Conseguimos perceber que estás a ser sincero e nós todos queremos ver o Harry feliz. Portanto, o que nos resta perguntar é: o que podemos fazer?
James sorriu vitorioso!
_ Para começar, quero que me falem mais sobre o Harry. Depois… depois é só deixar a minha imaginação fluir!



Nota da autora:

FELIZ NATAL!!!!!!!!

Bem… como prometido aqui está um presente bem catita. É um capitulo novo!!! Dá para acreditar? Na verdade eu vou colocar outro capítulo amanhã. E esse sim vai ser o capitulo das pazes!!

ANTES DE MAIS QUERO AGRADECER À MINHA BETA, GUIDA POTTER MAGID, POR ME TER ATURADO TODO ESTE TEMPO E PELO FACTO DE NÃO ME TER DEIXADO COLOCAR DE LADO, PELO MENOS AGORA, ESTA FIC. QUANDO ELA DIZIA "ENTÃO... JÁ ESCREVESTE?" FAZIA-ME SENTIR CULPADA E TINHA LOGO DE ESCREVER NEM QUE FOSSE UM POUCO. É CLARO QUE FAZENDO CORO COM ELA TAMBÉM EXISTIRAM MUITOS LEITORES.... A TODOS ELES UM MUITO OBRIGADA! OBRIGADA POR GOSTAREM DO QUE ESCREVO!

Outra coisa… eu não sei se este capítulo vai de encontro com as vossas expectativas uma vez que estou cheia de trabalho e cansada. Tentei escrever o que podia mas foi escrito de coração.

Vamos lá…

Agradeço todos os elogios que me foram dados… e eu tive em consideração todos os pedidos. Embora tenha demorado a actualizar… aqui está! Não vou poder responder um a um por falta de tempo mas logo que esta loucura passe… logo que os meus exames estejam feitos, eu vou comentar um a um e escrever tantos capítulos que vocês até vão enjoar.

Respondendo a questões:

Biank Potter: muito bem vinda! Eu não me importo que comentes vezes sem conta. Fico muito contente que tenhas gostado da minha história. Respondendo às tuas questões o nome é Gabriella, fui eu que me enganei. Sorry! Quanto ao desaparecimento da Danielle… bem… ela não desapareceu realmente. Elas apenas desapareceu naquele momento por breves instantes. Isto deve-se ao efeito que Behemoth tem sobre a linha temporal. E mais uma razão que não posso falar porque é surpresa. Terás de ter um pouco de paciência e aguardar que o mistério seja solucionado.
Quanto ao christopher… bem ele é um rapaz de 11 anos que tem uma ligação com o Harry. Que ligação? Bem isso é surpresa. também vai ser abordado mais para a frente. Cepatorta é o mesmo que aborto. E sim, o Filch é um aborto.
Quanto À capa e às fotos de cada um dos magids… bem… existe um blog que eu disponibilizei em que está tudo isso. O Nome do blog está num capitulo chamada “ finalmente capa”


Renata Darkness: OLÁ E BEM VINDA! Se vai haver mais alguma falha temporal? Oh se vai… vocês vão ter uma surpresa. É incrível o que uma mente maluca como a minha pode inventar!

Pronto… mais umas coisas… a todos que entraram pela primeira vez neste mundo louco dos Magids: SEJAM MUITO BEM VINDOS!!!


Vocês querem ver até que ponto eu posso ser doida? Querem? Então aqui vai…

Criei uma família magid!!! uma família em que eu sou a grã-magid e todos os leitores podem participar. Nesta altura já tenho 6 filhas, 3 sobrinhos, uma mãe, uma irmã, um futuro genro, um marido… e um casamento para escrever.

Esta família é para todos os leitores conhecerem e travarem amizade uns com os outros! No msn, falamos todos juntos numa janela comum… é bastante divertido. Além disso a minha filha mais velha, JALINE, criou uma comunidade orkut para esta família doida.

Quem quiser participar é sempre muito bem vindo… Basta adicionar-me no msn

[email protected]

e depois fala comigo e escolhe a posição que quer ter na família! É simples!

Acham que aguentam uma família doida?

Por último quero desejar a todos uma Natal mágico.

Sim… MÁGICO!!

PORQUE FELIZ NÃO BASTA
ALEGRE MUITO MENOS

AGORA… UM NATAL MÁGICO ENVOLVE UM NATAL INESQUECÍVEL pARA TODOS… ALGO PARA RECORDAR SEMPRE
E É ISSO QUE VOS DESEJO.

AHH… ANTES QUE ME ESQUEÇA

NÃO SE ESQUEÇAM DE VER O VOSSO SAPATINHO AMANHÃ SE QUISEREM VER AS PAZES ENTRE OS POTTERS!!!

MUITOS BEIJOS DA GRÃ-MAGID, Lightmagid

PS: NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR!!!!

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