Pressentimentos



Capítulo 15: Pressentimentos

Pouco a pouco o manto de Morfeu foi envolvendo todos os alunos… preenchendo-lhes a mente de sonhos onde tudo é possível. Mas esse manto não conseguiu abranger todos os habitantes daquele castelo. Alguns escaparam das suas malhas, abrindo mão de sonhos perfeitos em prol de uma realidade imperfeita mas palpável.
A lua cheia, aparecendo por detrás das nuvens, envolveu com toda a sua luz, o edifício magnífico que se erguia à sua frente. Cada pedra…cada janela…cada torre… Até mesmo a figura de uma Fénix empoleirada no topo da torre mais alta do castelo.
A Fénix observava tudo ao seu redor… Suas penas brancas e douradas estremeciam levemente ao sabor do vento. Seus olhos perscrutavam cada centímetro dos campos que se estendiam abaixo de si à procura de qualquer sinal. Suas poderosas garras envolviam o ferro em que se encontrava empoleirada. Numa única palavra: Magnifica!
De repente, estendeu suas asas e lançou-se num voo vertiginoso como quem abraça o ar. Descreveu vários arcos e voltas por todos os espaços deixados entre as torres, pontes e paredes de Hogwarts.
Soltando um som melodioso, começou a cantar. Todos os que mereciam ouvir o seu canto…todos os que em seu coração existisse uma luz e uma capacidade de amar, sorriram reconfortados pela bela melodia. Por outro lado, todos cujos corações estivessem inundados em plena escuridão, não ousavam aproximar-se com receio da luz que emanava da ave.
Parando o seu canto, a Fénix deslizou até a um ponto específico de um dos terrenos circundantes do lago, pousando graciosamente no braço de um Homem que a aguardava.
Merlin acariciou docemente a cabeça e pescoço da Fénix.
_ Parece que hoje não teremos mais surpresas, não achas Abner?
A Fénix fixou seus olhos em Merlin. Parecia de certo modo irrequieta. Merlin apenas lançou-lhe um olhar inquisidor.
_ Sentiste qualquer coisa Abner? – como que comunicando com a ave mentalmente- De qualquer maneira teremos de aguardar. Chega uma altura em que o melhor que fazemos é esperar que algo se manifeste.
Sentou-se numa das pedras do lago. A ave levantou voo do seu ombro para se instalar noutra pedra. Durante vários segundos, o silêncio instalou-se. Merlin fechou os olhos e concentrou-se em tudo o que se passava em seu redor.
Ao contrário dele, a Fénix fixou o seu olhar num ponto específico da floresta.
Manteve-se nessa posição durante muito tempo. De repente, das sombras localizadas entre as árvores, um cão grande e negro saltou. Correu alguns metros cheio de energia, chegando mesmo a dar alguns saltos. Como que se sentindo observado, o cão parou e olhou em redor. Se fosse possível que algum cão mostrasse uma expressão de choque, este com certeza estaria a enverga-la. Observou atentamente a figura de Merlin, ainda de olhos fechados e a Fénix ao lado do último. Inclinou a cabeça para o lado direito como que curioso sendo rapidamente imitado pela bela ave dourada. O seu olhar não se desviou nem quando, do mesmo local de onde tinha surgido, um cervo, um rato e um lobisomem apareceram. O cervo parou ao lado do cão como que tentando perceber o que cativara a atenção do companheiro. Só depois reparou na dupla ao pé do lago. Ao contrário do cão, intercalou o seu olhar entra as figuras à sua frente e o lobisomem atrás de si. Pareceu preocupado. A Fénix levantou voo até pousar no dorso do Lobisomem. Este apenas fez um pequeno som mas não atacou a ave. Nem a Fénix… nem Merlin. Sem abrir os olhos, Merlin sorriu.
Levantando-se fez um sinal de cumprimento ao grupo peculiar que havia emergido da floresta proibida. Sem dar muita atenção ao facto de que os últimos pareciam como que petrificados no local, começou a caminhar em direcção a Hogwarts.
Seguindo o mesmo exemplo, a Fénix ergueu-se no ar e cruzou os céus.
Apenas restaram as quatros figuras do cão, do cervo, do rato e do lobisomem, congelados nos seus lugares, entreolhando-se de vez em quando.
Nunca nas suas anteriores jornadas, haviam presenciando algo tão invulgar.

* * *

Fantasmas… Esperava não encontrar nenhum…Jonathan Ross sempre se considerara uma pessoa com relativa coragem. Tinha medos tal como qualquer pessoa mas havia um desses medos que se manifestava com mais impacto...esse medo envolvia Fantasmas. Embora já frequentasse Hogwarts há três anos, não conseguia de maneira alguma habituar-se às figuras translúcidas que deslizavam por todo o castelo. Era um terror inconsciente… algo que pura e simplesmente não conseguia ultrapassar.
Talvez fosse essa a razão porque não entrara para os Gryffindors: a sua cobardia! Não que não gostasse dos Hufflepuff. Ao contrário do que as pessoas pensavam, esta equipa estava longe de ser a equipa dos restos. Havia uma coisa que Helga Hufflepuff considerara essencial para que um aluno fizesse parte da sua equipa: a lealdade. E Jonathan considerava-se um amigo leal. Mas a coragem… essa era algo que talvez devesse ter mais.
Soltando um suspiro tentou recordar-se a razão pela qual se encontrava a vaguear pelos corredores do sétimo andar quase de madrugada. Ah! Era verdade! A aposta… Os seus colegas tinham apostado que ele não era capaz de passar uma hora a vaguear por Hogwarts durante a noite devido ao terror que sentia dos Fantasmas. Ele, como qualquer garoto, tinha o seu orgulho. Afirmando de que não receava nada, aceitara a aposta. Mas agora que se encontrava naquele corredor frio e silencioso, a aguardar temeroso que algo transparente cruzasse a esquina ou simplesmente atravessasse a parede, Jonathan Ross começou a pôr em causa a sua escolha.
Já estava quase na hora de regressar aos aposentos de Hufflepuff. Só faltavam 10 minutos. Dando passos mais apressados, tentou ignorar os olhares inquisidores dos ocupantes dos quadros.
Mas algo o fez parar. Do silêncio sepulcral do corredor começou a ouvir murmúrios…murmúrios horripilantes e gélidos. Fechou os olhos e contou mentalmente até 10. Aquilo era apenas fruto da sua imaginação…da vontade enorme que sentia de regressar ao seu quarto e deitar a cabeça na almofada. Parou de contar quando sentiu que o ar escapava dos seus pulmões…tentou inspirar grandes golfadas mas não conseguiu… era como se estivesse numa sala em completo vácuo. Os murmúrios tornaram-se gritos estridentes de tal modo que foi necessário colocar as mãos sob os ouvidos para evitar que os tímpanos se furassem. Não sabia de onde provinham, a que distância estariam… mas de uma coisa tinha a certeza: os gritos não eram humanos!
Quando já não conseguia aguentar, os gritos cessaram. Retirando as mãos dos ouvidos, Jonathan olhou à volta. O corredor estava completamente vazio! Recomeçou a andar…num ritmo tão acelerado que quase corria. Queria lá saber da aposta. Nenhuma aposta valia isto!
Mas o destino não desejava que ele voltasse essa noite para a cama. Ao virar a esquina deparou-se com uma cena que o aterrorizou mais do que qualquer fantasma…
No centro do corredor, uma esfera negra girava e crescia segundo após segundo. Desta começou a brotar uma luz violeta que iluminou todo o corredor.
Jonathan abafou um grito quando viu as paredes do corredor a mexerem-se. Destas brotaram mãos grotescas de pedra com os punhos cerrados.
Com maior horror ainda, percebeu que o que as mãos agarravam eram corpos humanos!

* * *

Deitado sob o muro da torre de astronomia, Harry Potter observava o espaço. O céu pouco a pouco começava a perder a sua cor negra devido aos raios frágeis do sol que começavam a brotar com o amanhecer.
Tivera uma noite terrível! Depois do episódio envolvendo o professor Svatus, fora perseguido por um mau pressentimento. Sentia que algo estaria para acontecer. Não sabia quando, nem como, nem se era bom ou mau. Isto deixava-o ainda mais preocupado. A perspectiva de que as coisas estavam a fugir do controle era no mínimo agoirenta. Detestava quando sentia que algo lhe estava a escapar.
Sentou-se e cruzou as pernas em posição de meditação. Antes de descobrir de que era um Magid, nunca conseguira estar muito tempo no mesmo local apenas a reflectir calmamente nas coisas. Sentira sempre a necessidade de agir o mais rapidamente possível. Agora, embora não tivesse deixado de lado o seu lado activo, reconhecia a importância de uma boa meditação.
Fixando o seu olhar no sol que começava a aparecer, soltou lentamente o ar dos seus pulmões. Uma brisa fresca começou a soprar. Deixou que esta tocasse seus pensamentos. Desconfiava do que estaria por detrás de tudo isto, apenas não conseguia perceber o que estava a fazer. Qual era o intuito de tudo o que se estava a passar! Pessoas desaparecidas, manifestações anormais de magia em todos os cantos do mundo, a impossibilidade de observar o futuro daquele tempo nos livros da biblioteca de Asera… Agora, quando um Magid abria um livro relativo a 1977, ou a anos à frente deste, o livro apenas mostrava uma imagem em branco. Tal só podia significar que o futuro estava em grande risco. Era preciso agir!
Dumbledore achava que isto ainda estava no início. Harry concordava.
Seus pensamentos foram brutalmente quebrados. Uma emissão de magia…magia ancestral…era sentida a alguns andares abaixo. Levantando-se, fechou os olhos e tentou procurar com a mente o que se estaria a passar. Viu um corredor e uma forte luz violeta… Viu um rapaz novo parado no corredor com os olhos assustados. Viu-o abrir a boca e a soltar um grito de puro terror que foi ouvido por toda a escola.

* * *

Dumbledore caminhou apressadamente em direcção ao corredor do sétimo andar. De todos os lados surgiam alunos curiosos tentando perceber de onde viera o grito que os acordara.
Após verem o seu director a caminhar em grandes passadas numa determinada direcção, apressaram-se a seguir.
Quando Albus chegou ao local, já Merlin, Morgana e Oliver se encontravam lá. Criaram uma barreira mágica a envolver todo o corredor de tal modo que impossibilitava a passagem de qualquer pessoa, que não um Magid, para o corredor e visualizar o que se passava no interior deste. Albus atravessou o mar de alunos que se concentrara em torno da barreira e a última, até finalmente ver o que se passava. Um dos seus alunos encontrava-se desacordado ao pé de uma das paredes. Pelo que parecia, tinha sido projectado para trás, embatera na parede e caíra ao chão sem sentidos.
Vendo que Gabrielle, que chegara naquele momento, já se tinha aproximado do aluno com o intuito do ajudar, Albus concentrou a sua atenção naquilo que chocara o seu aluno. Das paredes laterais do corredor, 10 mãos gigantes emergiam. No interior de cada uma delas encontrava-se enclausurada uma figura. Mas ao contrário de Jonathan, Dumbledore percebeu que as 10 pessoas não se encontravam mortas. Apenas inconscientes…
_ Mas o que se passa aqui –inquiriu Hengisto, que chegara pouco depois de Dumbledore ainda envergando o seu robe- são alunos teus, Albus?
Dumbledore aproximou-se de uma das figuras inconscientes. Afastou-se confuso. Mas o que significaria aquilo?!
_ Meu caro Hengisto, não são meus alunos mas virão a ser.
O sentimento de confusão que se apoderara de Albus, alargou-se para Hengisto.
Antes que conseguisse dizer alguma coisa, Harry entrou no corredor envergando uma expressão preocupada.
_ O que se passa? Senti uma força mágica incrivelmente forte e negra.
Albus limitou-se a apontar para a figura mais próxima. Seguindo as indicações de Dumbledore, Harry aproximou-se. O que viu fê-lo soltar uma exclamação de choque. À sua frente, completamente envolvido pela mão de pedra, encontrava-se um rapaz da sua idade, com cabelos ruivos e algumas sardas no rosto. Harry viu-se frente a frente com o seu melhor amigo, Ron Weasley!




Nota da autora:

Novo capítulo… eu devia ter colocado ontem uma vez que a juliia-chan comentou mas como a página da floreios foi abaixo e só consegui entrar à noite, decidi colocar hoje. Espero que não tenham ficado chateados.
TAL COMO TINHA DITO… deixei um pouco de lado o romance e passar para o MISTÉRIO. Este foi um dos capítulos pelos quais a minha beta mais me chateou, pois eu nunca mais o escrevia e ela queria lê-lo. QUERO SABER SE GOSTARAM…
Respostas a comentários:
A juliia-chan: FICO MUITO CONTENTE QUE TENHAS GOSTADO DO CAPÍTULO ANTERIOR… ESPERO QUE ESTE TAMBÉM TENHA ESTADO À ALTURA. Também não quero demorar a actualizar.
A carlapiks: MUITA GENTE TEM IMAGINAÇÃO, eu posso considerar-me uma delas… MAS EXISTEM ALGUNS CUJA IMAGINAÇÃO FAZ PARTE DELES. Nesse último grupo está a nossa autora favorita, J. K. Rowling, e mais alguns autores de fics. Eu fico sempre de queixo caído quando leio as histórias deles.
Quanto à tua questão: eu para já não posso dizer quem acertou no concurso porque senão todos saberiam a resposta e seria injusto para aqueles que se esforçaram a pensar em primeiro lugar. Eu tinha pensado dizer quem acertou no capítulo anterior ao capítulo em que faço a revelação. Mas aí todos iriam saber a resposta antes de ler o capítulo. Quero que não saibam de nada antes de ler o capítulo. Por isso, quando colocar o capítulo anterior ao referido, vou informar que aquela é a última oportunidade para participar. Vou dar um limite de tempo até responderem: 1 dia ou dois, depois decido. Depois pego em todas as respostas e quem acertar vai receber um e_mail meu: para dar os parabéns e, em anexo, o capítulo seguinte. Na floreios, só coloco mais tarde.
Se ninguém acertar, eu coloco mais cedo na floreios.
Eu estive a pensar, e decidi algo para todos os que já deram as respostas. EU PEÇO A TODOS QUE JÁ COLOCARAM AS SUAS RESPOSTAS O SEGUINTE: como podem sentir-se injustiçados relativamente a outros pois deram as respostas muito mais cedo e podem sentir que descobriram mais pistas e já não as podem usar… eu deixo que depois de colocar o capítulo anterior ao CAPITULO “ MAGID”, escrevam as suas respostas, junto com todos os outros que estão a tentar a primeira vez. ATENÇÃO: EU NÃO ESTOU A DIZER QUE AS RESPOTAS QUE JÁ DERAM ESTÃO ERRADAS! NÃO ME INTERPRETEM MAL. SÓ QUERO QUE NÃO SE SINTAM INJUSTIÇADOS. PODEM COLOCAR EXACTAMENTE A MESMA RESPOSTA QUE JÁ TINHAM DADO OU ENTÃO MUDÁ-LA. MAS SÓ PODEM FAZER ISSO MAIS UMA VEZ. SE COLOCAREM AGORA, JÁ NÃO POSSO DAR MAIS UMA OPORTUNIDADE.
Para todos os que ainda não responderam: não quero que fiquem zangados com esta decisão. Pode parecer que estou a dar 2 oportunidades aos outros mas não estou, pois não estou a dizer se respostas anteriores estão mal ou não. Apenas estou a dar as mesmas oportunidades a todos. Assim, todos podem ter em consideração todos os capítulos antes do CAPÍTULO RESPOSTA.
Se alguém tiver mais alguma dúvida ou reclamação, pode perguntar à vontade. Vou responder a todas elas ( excepto se me perguntarem a resposta… coisa que não posso dizer)
Deste modo todos podem participar excepto DUAS PESSOAS: EU ( é obvio pois sou eu que escrevo) e a minha beta Guida Potter ( pois sempre soube as respostas… ela esteve ao meu lado enquanto eu escrevia a hierarquia e inventava TODAS AQUELAS CORES). Também foi ela que ouviu os meus desabafos, enquanto construía a hierarquia: “ MAS PORQUE RAIO TINHA EU DE ESCOLHER 20 MAGIDS… PORQUE É QUE NÃO ESCOLHI UM NÚMERO MAIS PEQUENO, TIPO 10… MAS NÃOOOOOOO EU TENHO A MANIA DE QUE 20 ERA O IDEAL… AGORA TENHO UMA MANADA DE PERSONAGENS” 
Não me levem a mal… ADORO… SOU DOIDA… AMO TODOS OS MEUS MAGIDS. NÃO DEITARIA FORA NENHUM DELES. MAS QUE TENHO UMA LISTA DE PERSONAGENS ENORME, LÁ ISSO TENHO.
A Guida Potter: tu não me vais deixar esquecer a estrabis, pois não? Eu vou tentar coloca-la mais para a frente só para ti, minha beta resmungona. E TU JÁ LESTES MUITOS CAPÍTULOS A MAIS. AINDA NÃO ME ESQUESCI QUE FIZESTE-ME ESCREVER CAPÍTULOS ATÉ ÀS 3 DA MANHÃ SÓ PARA SABERES O QUE IRIA ACONTECER MAIS À FRENTE. EU SOU UMA ESCRAVA! ( lightmagid limpa uma lágrima no canto do olho)
Eu cada vez escrevo comentários maiores… peço muita desculpa… falo demais.
Eu amanhã não posso colocar um novo capítulo pois saio às 20:00 e ainda não tenho net. Mas terça vou ver se coloco o próximo quando for à faculdade. Mas isto só se COMENTAREM OU AMEAÇAREM-ME DE MORTE.
Muitos beijos da Grã-magid (o Eduardo ainda não disse se posso ou não utilizar este termo… tou à espera),
Lightmagid

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