Uma primeira conversa...



Capítulo 8: Uma primeira conversa…


Naquele final de tarde, o mês de Dezembro mostrava toda a sua força. O vento soprava vigorosamente, impedindo que qualquer jogador de Quidditch permanecesse no ar. Com a confusão da chegada dos Magids, os treinos de Quidditch tinham sofrido. James, como capitão da equipa, decidira que estava mais do que na hora de contornar a situação. Reencaminhara toda a sua frustração de uma semana infrutífera para aquele treino. Afinal não conseguira aproximar-se de Harry, nem um segundo, ou porque ele estava na presença de outros Magids ou desaparecia sem deixar rasto durante várias horas. Sim… a frustração era tocável.
Acordara às sete da manhã, arrancara os cobertores de todos os outros jogadores e proferindo numa voz profunda e autoritária mandou-os levantar o rabo gordo da cama e colocá-lo no topo de uma vassoura. Mas passada uma hora e meia, o tempo decidiu contrariar os desejos de James. Soltando um suspiro mandou toda a gente de volta para o castelo.
Enquanto arrumava as bolas na caixa, algo despertou a sua atenção. Cerca de doze vultos saíam nesse momento da floresta proibida. Todos eles estavam envolvidos por longos mantos negros de tal modo que era impossível dizer quem eram. De repente, os vultos pararam e olharam directamente para James.
James não soube explicar a razão por que ficara parado. Poderia ser um ataque, uma ameaça para a vida de todos no castelo. Mas ele simplesmente ficara calado congelado no seu lugar, até que um dos vultos se separou do grupo e começou a dirigir-se em passos lentos ao seu corpo congelado.
A cerca de dois metros de distância, retirou o capuz e da mancha negra apareceu o rosto de Harry Potter.
_ Sempre soube que tinhas uma paixão pelo Quidditch, mas nunca pensei que chegarias ao ponto de quase morrer congelado agarrado a uma vassoura.
_ Ahmm…
_Estou a ver que para além da sensibilidade nos dedos também perdeste a capacidade da fala.
Harry sorriu-lhe com os olhos por detrás dos óculos embaciados com o frio. Agarrou-lhe no braço e começou a puxá-lo numa determinada direcção.
Finalmente saiu do torpor em que se encontrava e proferiu em voz rouca:
_ Onde é que vamos?
_ Estou a ver que já falas. Vamos apenas visitar um grande amigo.
Não foi preciso questionar mais nada. Naquele momento, a cabana de Hagrid tornava-se visível por entre as grossas camadas de neve. Dirigindo-se em passos apressados à porta, Harry deu três pancadas e a porta abriu-se imediatamente. O rosto de Hagrid desceu sobre eles.
_ Olá meninos! Estou a ver que o Harry finalmente conseguiu trazer-te aqui, James. Entrem, entrem, acabei de fazer um bolo.
Ainda com a boca ligeiramente aberta em sinal de espanto, James puxou de uma cadeira e sentou-se nela. Harry demonstrava um à vontade próprio de quem estava em sua casa. Retirou o pesado manto e pousou-o nas costas de uma cadeira.
_ Obrigado, Hagrid. Não estou com muita fome, por isso vou dispensar o bolo. Mas um chá é sempre bem-vindo. E tu James?
_ Como?
_ Queres bolo?
_ Não obrigado.
Harry sentou-se calmamente. Abriu um grande sorriso para James enquanto, falava com Hagrid:
_Como vão os Theastrals, Hagrid?
_ Muito melhor. Eles não apreciam muito este tempo gélido mas habituam-se. Como vão as buscas?
Harry dirigiu-lhe um olhar severo. Apercebendo-se de que falara muito, Hagrid calou-se.
_ Então James… parece que hoje não vou conseguir ver-te no ar. Talvez numa outra ocasião.
Pouco a pouco, a sensação desconfortável começou a desaparecer. Agora era a oportunidade pela qual James ansiara: conversar com Harry!
_Pois… queria fazer um treino mas parece que vai ser impossível. Interessas-te por Quidditch?
_ Claro! – Harry aparentava uma expressão de falso choque como se James o tivesse ofendido mortalmente – Que espécie de filho de James Potter seria eu se não me interessasse por Quidditch?
James mexeu-se desconfortavelmente na cadeira.
_ É um pouco esquisito não é? Estares aqui a tomar chá com o teu filho quando ainda só tens 17 anos, como se fosse algo normal.
_ Pois… é complicado.
_ Eu percebo. Se quiseres perguntar qualquer coisa está à vontade.
_ Que idade tens?
_ Fiz recentemente dezassete.
_ Andaste em Hogwarts?
_ ANDO em Hogwarts. Estou na casa dos Gryffindor e jogo Quidditch como seeker da equipa desde o primeiro ano.
James olhou desconfiado para ele. Parecia que tinha lido os seus pensamentos!
_ E não! Não te posso dizer quem será a minha mãe, pois o melhor será tu descobrires sozinho.
Agora a desconfiança tornara-se quase uma certeza.
_ Como é que soubeste o que iria perguntar. Isso é algum poder Magid?
_ Não – riu-se – é algo que na verdade é bastante simples. Não costumo fazer uso dos meus poderes Magid no dia-a-dia…bom…só às vezes, mas apenas uma pequena parte. Muitos são capazes de sentir os pensamentos e as emoções de outros. A leitura de pensamentos… isso sim já uma capacidade Magid da qual não costumamos fazer uso pois consideramos que os pensamentos de alguém são algo muito privado.
James inclinou-se sobre a mesa com um brilho diferente no olhar:
_ E… que outros poderes Magid tu possuis?
Harry soltou uma pequena gargalhada. Piscando o olho para James fez sinal para que ele se aproximasse. Ansioso, James rapidamente se aproximou de Harry, como quem recebe um segredo.
_ Isso, meu caro mini papá, vai ficar no desconhecido. Afinal… que graça tem em possuir poderes se toda a gente já sabe quais são. Nunca mostres tudo o que podes fazer, é mais fácil apanhar alguém desprevenido.
_ Nem para mim? – James aparentava uma expressão indignada – Vou ser o teu pai…
_ Olha para isto, Hagrid, só me conhece há 10 minutos e já me está a dar ordens.
James tentou aparentar uma expressão zangada, enquanto erguia um dedo em riste em frente da cara de Harry. Nem conseguia acreditar o quão confortável se sentia naquele momento. Durante toda a semana imaginara inúmeros encontros entre os dois e em todas essas visões, James não passava do momento em que estavam frente-a-frente. A partir daí nunca sabia o que dizer, como iniciar uma conversa e que tipo de expressões usar. Mas agora que Harry tinha tomado conta da situação, sentia-se completamente à vontade. Era como conversar com um amigo de longa data.
_ Então suponho que não me vais dizer quem é o Magid dourado, pois não?
_ Não…
_ Nem uma pistinha? – O olhar de James parecia de um cachorro abandonado. Os ensinamentos de Sirius estavam a ser aplicados.
_ Acho que ele não queria muito que tu soubesses. Apenas te posso dizer que é alguém muito óbvio. Nós não gostamos muito de dizer quais são as nossas cores.
_ Porquê?
_ Talvez porque os que estão numa escala mais baixa não gostam lá muito de admitir que existem outras pessoas acima deles e aqueles que estão num estatuto mais alto não gostam de vangloriar-se. As pessoas são muito complicadas.
_ Porque é que vocês não usam as vossas vestimentas de Magid?
_ Estás a gozar?! Tu alguma vez viste uma vestimenta de Magid? Só te digo três coisas: quentes, desconfortáveis e demasiadamente elaboradas. Nem deixes os chefes ouvirem isso.
_ Estou a ver que daqui não retiro nada. Acho que nem vale a pena perguntar o que estavam a fazer na floresta proibida, pois não?
_ Já apanhaste o espírito da coisa!
Naquele momento, Hagrid começa a mexer algo numa panela. A cabana encheu-se dum cheiro adocicado. Demasiadamente adocicado.
_ Então meninos, que tal se vocês ficarem para almoçar? Estou a fazer um guisadinho… Aproveitamos e pomos a conversa toda em dia.
Naquele preciso momento, a semelhança entre Harry e James era ainda mais marcante. Os dois exibiam expressões idênticas de horror, enquanto olhavam um para o outro. Os dois conheciam muito bem as capacidades culinárias de Rubeos Hagrid. Aproximando-se do ouvido de Harry, James proferiu em voz muito baixa:
_ É suposto os guisados soltarem um cheiro adocicado?
_ Com o Hagrid… tudo é possível.
Erguendo-se da cadeira como se tivesse apanhado um choque, James rapidamente tentou pensar numa desculpa.
_ Oh, Hagrid, eu tenho tanta pena, mas não vou poder ficar. Prometi ao Peter que lhe explicava os deveres de Transfiguração. Sabes como ele é… pensar não é o seu forte! - Agarrou num braço de Harry – Podes acompanhar-me até ao castelo, Harry? Tenho a certeza de que tens muitos deveres Magid.
_ Oh sim! O-o-o Merlin pediu-me para tratar de uma coisa e se eu falho estou tramado!
Despedindo-se rapidamente de um Hagrid muito desapontado, dirigiram-se para a porta da cabana. Uma vez lá fora, os dois soltaram suspiros de alívio.
_ Ufa! Eu sei que gosto de comer, mas o meu estômago ainda não está à altura dos cozinhados de Hagrid.
_ É verdade. Muito obrigado, James, salvaste-me de morte certa.
_ Queres vir almoçar connosco? Tenho a certeza de que os rapazes estão loucos por te conhecer.
_ Não posso. – Harry demonstrava uma cara de puro desapontamento. – Na realidade tenho muito que fazer. Talvez no jantar.
_ Olha que eu vou cobrar!
_ Está prometido.
Nessa altura, já tinham atingido a entrada do castelo. Antes que Harry desaparecesse no corredor, James lembrou-se de algo:
_ Espera! Acho que o Remus gostaria de saber uma coisa.
Harry virou-se para ele com interesse.
_ Vocês costumam visitar vários tempos, não é? – diante da confirmação de Harry, James prosseguiu. – E eu sei que tentam esconder a vossa presença. Mas… se assim é, porque é que não anulam por completo a referência aos Magids?
Naquele momento, pareceu a James que Harry aparentava uma idade muito mais avançada. Apenas sobre alguns raios de luz que atingiam o corredor, o Magid abriu um sorriso.
_ Porque é sempre bom saber que podemos contar com alguém. Os mitos ajudam as pessoas a sentir-se menos sozinhas no mundo!



Nota da autora:

Aqui está! A primeira interacção. Não queria pôr nada lamechas porque James não tem razão para tal e Harry tem de ser forte. Afinal é um Magid. Para já o encontro foi pequeno mas isto não acabou por aqui... ainda muito coisa vai acontecer a estes dois...
Coloquei hoje pois recebi ameças de morte:) e comentários. é verdade carlapiks! para postar preciso de ser ameçada então continua... que eu não me importo. sei que deve existir ainda muita curiosidade a ser saciada portanto vou tentar faze-lo da melhor maneira...
Luana, obrigada pelo comentário! Agradeço o elogio à minha fic. continua a dizer o que achas. Respondendo à tua pergunta eu vou dizer mais para a frente toda a hierarquia Magid... E NÃO... AINDA NÃO POSSO DIZER QUEM É O MAGID DOURADO...assim não teria graça. Quero que descobram por si mesmos.
Quanto ao próximo capítulo... ele vai ficar muito divertido... para quem gostar de vêr Slytherins a passarem um mau bocado acho que vão gostar.
MAIS UMA VEZ, SE COMENTAREM EU ACTUALIZO. talvez não consiga actualizar amanhã pois tenho aulas até às 8 da tarde e tenho de ir à faculdade postar... mas coloco o mais rápido possível.
Bem... acho que já escrevi de mais...
MUITOS BEIJOS, lightmagid

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