De escamas a penas



Capítulo 9: De escamas a penas


Existem milhões de escolas distribuídas pelo mundo! Umas para Muggles, outras para feiticeiros… Separadas por alguns metros, quilómetros ou léguas… de diferentes formas, tamanhos e com diferentes cores.
Mas existem certas coisas que jamais mudam. Independentemente do tipo de escola e da sua localização espacial e temporal, o tipo de pessoas que permitem chamar ESCOLA são sempre os mesmos.
Existem sempre aqueles professores severos mas justos, como Minerva McGonagall; aqueles que simplesmente consideramos arrogantes, como Horace Slughorn; aqueles que admiramos e que serão sempre imortais, como Albus Dumbledore.
Mas tal como existe uma estirpe imortal de professores, também existe uma de alunos.
Os estudiosos, como Lily Evans, os que sempre admiramos pela sua peculiaridade e coragem, como os Marotos; e aqueles que todos temem, mas que não ousam desafiar porque pura e simplesmente pertencem a um padrão mais elevado. Na Escola de Bruxaria e Feitiçaria de Hogwarts, esse grupo era representado por Lucius Malfoy e os seus capangas.
Lucius Malfoy sempre fora habituado de que tudo tinha um preço, de que tudo podia ser obtido. Provinha de uma família que tinha a honra de afirmar que o sangue que corria nas suas veias era puro.
Não havia mais nada que irritasse Malfoy do que a possibilidade de alguém ser superior a ele que não estivesse do seu lado. Desde que se lembrava, sempre odiara a família Potter. Era uma das poucas famílias que ainda mantinha a tradição de sangue puro, mas que não sentiam orgulho nisso. James Potter sempre fora um idiota, para além do facto de ser um Gryffindor, ainda vagueava pelo castelo, como se este lhe pertencesse. Ainda por cima protegia os miseráveis sangue-de-lama que inundavam os corredores do castelo.
Era esta uma das razões porque se aliara a um grande feiticeiro: Lord Voldemort. Malfoy tinha esperança de que um dia iria conquistar a confiança do bruxo e tornar-se um grande feiticeiro. Nem Potter poderia ultrapassar isso! Quando uma semana atrás vira Salazar Slytherin a pisar o chão de Hogwarts, Malfoy sentira um prazer absoluto. Ali estava, elegantemente vestido, num manto negro, um dos maiores bruxos de toda a história. Aquele sim merecia ser recordado para toda a eternidade. Ele com certeza iria limpar todos os cantos, corredores, salas e torres do castelo de Hogwarts, daquele lixo humano em cujas veias corria um sangue impuro.
Mas o feitiço foi quebrado… a visão de Malfoy tingiu-se de vermelho diante da verdade que lhe toldava todos os pensamentos. James Potter iria dar vida a um Magid, alguém mais poderoso do que ele… um Potter.
Se possível, o ódio que sentia do seeker dos Gryffindor triplicou. Ele não deixaria que ele, o Potter se ficasse a rir.
Enquanto cruzava os corredores, sendo seguido de perto pelos seus capangas, Crabbe e Goyle, vislumbrou o seu objecto de vingança. Aqueles cabelos ruivos, a caírem sobre o manto negro da escola eram inconfundíveis. Estava na altura de fazer justiça a todos puros sangues!
_ Cuidado, rapazes… nós não queremos sujar as nossas vestes com a imundice que anda neste corredor.
Lily Evans virou-se rapidamente para Malfoy. O seu olhar brilhava de pura fúria.
_ O que queres dizer com isso, Malfoy?! Que eu saiba a única coisa imunda aqui és tu!
_ Vê lá como falas comigo, Sangue de Lama! Nunca te disseram que deves respeitar aqueles que te são superiores. Hogwarts desceu realmente muito baixo. Aqui estamos nós, feiticeiros de alta patente a serem ensinados juntamente com miseráveis, como se fossemos todos iguais. Olha bem para mim, Evans… achas mesmo que consegues chegar ao meu nível?
_ Claro que não, oxigenado. Para chegar ao teu nível ela teria que descer muito. – ouviu-se a vós de escárnio de James Potter.
Lentamente, Malfoy virou-se para olhar para a cara do seu pior inimigo. Este tinha pousado a mochila no chão enquanto que brincava com a varinha.
_ Ora vejam só. Chegou o grandioso Potter. Ultimamente deves andar muito convencido, não é, com a ideia de ter um filho Magid… provavelmente, deve ser o mais fraco. Imaginem… comparar um miudinho com o grande Slytherin. O pensamento até me faz rir.
Antes que James pudesse dizer o que fosse, Lily colocou-se entre os dois e olhou furiosa para ele.
_ Potter! O que raio pensas que estás a fazer? Não preciso da tua protecção para me defender desta… coisa.
_ Coisa? Como te atreves, sua impura?
_ Tu vê lá como falas com ela, Malfoy. Não queiras meter-te comigo.
Naquele momento, Sirius e Remus juntaram-se ao grupo. Sirius dirigiu um olhar maldoso a Malfoy, enquanto Remus tentava acalmar a situação.
_ Vamos lá com calma! Não me façam usar os meus poderes de monitor. Já chega a confusão da semana passada.
_ Lupin, cala a boca! A semana passada foi uma questão de honra. Esse renegado – apontando para Sirius – não tinha o direito de enfeitiçar alunos de Slytherin.
_ Oh… que pena… e eu a pensar que todos tinham adorado serem convertidos em ratos. Convenhamos, não mudei muita coisa.
_ O que é que disseste, Black!
Naquele momento, todas as varinhas estavam em riste, excepto por Crabbe e Goyle que começavam a arregaçar as mangas.
_ Estão todos parvos!? – avisou Remus – E se a McGonagall passa por aqui?
_ Tem calma, Moony. Eu e o Prongs tratamos disto num instante.
_ Isso é o que nós vamos ver. Stupefy!
James rapidamente elaborou um escudo invisível enquanto que Sirius tentava desarmar o oponente. Rapidamente, mais seis alunos de Slytherin rodearam Prongs e Padfoot. Todos de varinhas apontadas, aguardavam ordens de Malfoy.
_ Agora vamos ver o que os grandes Potter e Black podem fazer. Serpensortia!
Uma enorme serpente negra saiu da varinha de Malfoy. Esta fixou ambos os olhos nos rapazes localizados no centro. James bramiu a varinha pronto para atacar a serpente mas recebeu uma cotovelada nas costas, dada por Goyle. Cada vez mais alunos se juntavam em torno dos Marotos. Cada vez mais Slytherins tentavam atacá-los.
Até que, mesmo antes da cobra morder uma das pernas de James, esta estagnou e olhou em volta. Docilmente, começou a afastar-se do grupo, enquanto os outros abriam caminho para ela.
No fundo do corredor, Harry Potter encontrava-se preguiçosamente encostado numa das paredes de pedra. Lentamente começou a caminhar em direcção do grupo, até que a meio do caminho, encontrou a serpente. Abaixou-se, esticou o braço e esta deslizou por ele até repousar quase que carinhosamente a cabeça no ombro de Harry. Continuou a caminhar até que parou à frente de Malfoy.
_ Lucius Malfoy… quanta honra… ou não! Bem me parecia estranho andares tão quietinho.
_ Isto não é contigo, Potter.
_ Oh… eu acho que é, por várias razões. – começou a enumerá-las enquanto caminhava em torno de Malfoy como um leão a observar a sua presa – Primeiro, atacaste um aluno sem razão aparente. Acho que a Srta. Evans não merecia tal desrespeito.
“Para não falar que ela é minha mãe” – Pensou Harry absolutamente zangado.
_ Segundo, tu disseste “Vamos ver o que os grandes POTTER e Black podem fazer”. Digamos que não especificaste que Potter.
Harry não conseguiu conter a satisfação ao ver medo no olhar de Lucius Malfoy. Havia tanto tempo que vira aquele mesmo olhar no Lucius Malfoy mais velho. Sentia saudades…
_ Terceiro, ofendeste-me. Com que então eu sou o mais fraquinho de todos. Eu até posso ser, mas podes ter a certeza que continuo a ser areia de mais para o teu camiãozinho minúsculo.
_ Eu… não quis dizer aquilo. Deves estar a confundir.
_ Malfoy! Será que eu tenho IDIOTA escrito na minha testa? Estou a ver, sempre foste o mesmo cobarde. Vá lá Malfoy… mostra-me o que vale o teu sangue puro. Falas muito mas provas pouco. Para te mostrar a minha boa vontade, até vou abdicar da minha varinha.
Harry retirou a varinha do bolso e pediu a uma Lily muito espantada que a segurasse. De seguida, fez desaparecer a serpente enrolada no seu braço. Malfoy trocou olhares de riso com os seus colegas enquanto empunhava a sua própria varinha. Enquanto Harry ainda estava de costas, lançou-lhe uma maldição. Mas o feixe de luz nunca atingiu Harry. Simplesmente bateu numa barreira invisível e desapareceu.
_ Atacar pelas costas! A que ponto nós chegamos. Ainda por cima alguém mais novo do que tu. Acho que também posso brincar um bocadinho.
Após fazer uma vénia de troça a Malfoy, Harry esticou a mão. Levantando lentamente a mão, fez Malfoy subir até ao tecto. Num rápido movimento para a direita… Malfoy deslizou para dentro da sala de aula… para a esquerda… Malfoy deu um “beijo” ao frade gordo do quadro.
_ LARGA-ME!
_ Só se pedires desculpas a quem ofendeste. Acho que a Srta. Evans merece.
Lily sorriu divertida. Enquanto cruzava os braços à frente do peito, esperou pela resposta do Malfoy.
_ NEM PENSES!
_ Ok…
Mais um movimento e Malfoy rodopiou. Parecia uma bailarina…. outro movimento e passou por baixo das pernas de Crabbe.
_ PRONTO! PRONTO! PRONTO!... Eu peço. Desculpa Evans.
_ O quê?! Não ouvi… fala mais alto! – como que a gozar Malfoy, pôs a mão no ouvido.
_ DESCULPA! EU TENHO MUITA PENA!
_ Oh… não tens! – um sorriso diabólico formava-se nos lábios de Harry – Mais vais ter!
De súbito, Lucius Malfoy desapareceu! No lugar dele apenas se via uma galinha.
_ Agora sim! Já tens penas que cheguem!
Um coro de risadas estourou naquele corredor. Todos apontavam o dedo a Lucius Malfoy, que andava de um lado para o outro, batendo as asas vigorosamente, apenas conseguindo largar penas pelo caminho. E não eram penas quaisquer, eram penas vermelhas.
James, tentando segurar o riso que ameaçava sufocá-lo, sussurrou algo ao ouvido de Harry. Soltando um sorrido ainda mais diabólico do que o anterior, Harry abaixou-se à frente da galinha e proferiu:
_ Canta lá, Malfoy, que eu quero ouvir!
_ O MEU NOME É LUCIUS
SOU UMA GALINHA
DÁ-ME UM CHUTO
QUE EU GRITO COMO UMA MENINA

SOU UM IDIOTA
MAS BEM SABOROSO
PÕE-ME NUMA PANELA
E FICO PAPO GROSSO

A TODOS OS NOVATOS
LANÇO UM DESAFIO
ARRANQUEM-ME AS PENAS
E TIREM-ME O PIO

Durante uns breves segundos, todo o corredor ficou em silêncio. Como um tremor de terra, todas as barrigas e ombros começaram a tremer, enquanto que as bocas se abriam para soltar grandes gargalhadas.
Atraído pelo barulho, Salazar Slytherin perfurou a multidão, até chegar à beira da galinha cantante. Naquela altura, já alguém tinha enrolado um cachecol dos Slytherin na galinha.
_ Mas o que raio se passa aqui?
_ O MEU NOME É LUCIUS…
_ Oh… Slytherin, ainda bem que te juntaste a nós… irias perder um espectáculo fantástico.
_ DÁ-ME UM CHUTO…
_ Potter... aquilo é um aluno da minha equipa?
_ Talvez…
_ SOU UM IDIOTA…
_ ISTO É OBRA TUA, NÃO É?
_ PÕE-ME NUMA PANELA…
Harry apenas sorriu enigmaticamente. Naquele momento, Lucius Malfoy, a galinha, deu a correr até desaparecer da vista de todos. Alguns alunos seguiram a galinha fugitiva, mas outros decidiram que estava ali um outro tipo de espectáculo.
_ TU VAIS PAGÁ-LAS, MEIA-LECA! VOU JÁ CONTAR TUDO AO MERLIN!
_ Vai… vai fazer queixinhas ao papá.
_ Podes crer que vou. Vamos ver que tipo de castigo Merlin te aplica.
Rodando nos seus calcanhares, Salazar desapareceu ao fundo do corredor, com o manto abanando furiosamente atrás dele.
_ Acho que arranjaste problemas, Harry. – disse James preocupado.
_ É capaz. Mas o Merlin normalmente não é muito severo. – virando-se para Lily – Eu sei que tinha tudo sobre controlo, Srta. Evans, por isso peço que me perdoe por ter interferido. Mas normalmente não consigo ficar impune quando insultam alguém, principalmente usando um argumento tão idiota como a origem dos bruxos.
Lily sorriu docemente para ele. Simplesmente não conseguia ficar zangada com ele.
_ Além disso, - continuou Harry – o que ele disse está muito longe da verdade. A minha melhor amiga também é filha de pais muggles e é a melhor aluna do nosso ano. Pelo que soube, a Senhorita também não fica nada atrás. Agora se me dá licença vou ter de me retirar. Tenham todos um excelente dia.
Enquanto observava Harry afastar-se, Lily virou-se para James.
_ Potter, parece que afinal um idiota como tu consegue dar origem a alguém encantador. Devias aprender com ele.
Sorrindo para si mesma, Lily afastou-se enquanto deixava um James Potter chocado, agarrado aos seus melhores amigos.
Sim… Harry Potter era um verdadeiro cavalheiro.


Nota da autora:

Como prometido… um novo capítulo! Eu tinha avisado que iria demorar um pouco mais mas graças à nossa querida Carlapiks e suas SEMPRE BEM VINDAS AMEAÇAS decidi colocar antes do fim-de-semana.
Quero AGRADECER IMENSO a todo o pessoal que tem comentado. SÃO OS MAIORES!
Sem querer ser insensível para os meus queridos leitores… este capítulo é dedicado à minha querida beta-reader, Guida Potter, que disse que a minha cobra ( a do capítulo) era ESTRÁBICA só porque disse que “ esta fixou AMBOS OS OLHOS nos rapazes…” É sempre bom sentir o apoio dos nossos amigos… ( Lightmagid faz uma pose teatral enquanto Guida Potter ri NA CARA DELA) SOU UMA INCOMPREENDIDA!
Muito obrigada Manoella pelo comentário. Continua a dizer o que achas.
Quanto a Merlin e Eduardo Gomes, gostei das vossas respostas! Como é óbvio não posso confirmar ou desmentir.
Na verdade os vossos comentários deram-me uma ideia. Vou-vos propor um DESAFIO! Dos vinte magids, proponho que tentem acertar os quatro primeiros na ordem correcta: que me digam quem são os magids dourado, prateado, roxo e azul-claro.
QUEM ACERTAR À PRIMEIRA TENTATIVA EU ENVIO COM ANTECEDÊNCIA O CAPÍTULO EM QUE FAÇO ESSA REVELAÇÃO PARA O E_MAIL DELES. INDEPENDENTEMENTE DE QUANTOS ACERTAREM! SE MUITOS COMENTAREM E TENTAREM (MESMO SE FALHANDO), EU COLOCO O MAIS RAPIDAMENTE POSSÍVEL OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS. QUE ACHAM?
NOTA MUITO IMPORTANTE: A MINHA BETA NÃO PODE TENTAR POIS ELA SABE MUITO BEM QUEM SÃO TODOS OS MAGIDS! Ela é a prova viva de que a hierarquia não mudou desde o início!
Por isso, digam as vossas opiniões através dos vossos comentários… Não custa nada tentar… Colocar este desafio NÃO QUER DIZER que respostas anteriores estão erradas! Apenas quero que se divirtam a pensar nesses quatro.
UAU…COMENTÁRIO LONGO! Desculpem… entusiasmei-me.
Como sempre, se me ameaçarem, eu coloco mais rapidamente: ESTOU A CONTAR CONTIGO CARLAPIKS!
Portanto… Espero que a Magia Magid vos auxilie neste novo desafio. PENSEM… INVENTEM… MAS ACIMA DE TUDO… DIVIRTAM-SE
MUITOS BEIJOS DESTA VOSSA AUTORA SEMPRE DOIDA,
Lightmagid

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