E o fogo eterno...



Capitulo 32: E o fogo eterno...

O sol já se preparava para a despedida, banhando as areias com seus últimos raios laranja… as escavações eram pouco a pouco abandonadas para um novo amanhã… os ajudantes fechavam suas mochilas… os arqueólogos e historiadores guardavam suas anotações…

Mas Bianca não se moveu. Permaneceu sentada numa velha pedra, localizada à entrada do túnel, que há 2 meses estudava e escavava, sem realmente ver a movimentação cada vez menor à sua volta. Sentia apenas os últimos resquícios de calor solar no seu rosto e as leves ondas de areia formadas pelo vento a acariciarem suas pernas. Mas Bianca sentia que o calor do pôr-do-sol não era suficiente para a aquecer. Sentia seu corpo gelado pela surpresa e pelo medo. Nunca antes imaginara que um dia o espelho iria voltar, mais uma vez, das sombras para o conhecimento do mundo. Era perigoso, sedutor no seu mistério! Fora sempre isso que apreendera. Fora para isso que se preparara.

Respirou fundo e olhou mais uma vez para as falésias, onde horas atrás havia visto as três figuras escondidas por mantos negros. E, embora já não mais os visse, sabia que eles ainda estavam lá, aguardando o momento próprio para entrarem no túnel e verem o espelho. Apenas aguardavam que todos aqueles que estavam nas escavações se fossem embora. Todos, menos ela.

_Bianca?!

A voz soou preocupada, despertando Bianca do seu entorpecimento. Olhando para cima, viu o rosto sempre amigo de Raul! Pobre Raul! Certamente ficara preocupado com ela, uma vez que raramente se comportava daquela maneira.

_ Eu estou bem.

_ De certeza? Porque olha que não me parecias nada bem horas atrás. Para falar a verdade, não me pareces nada bem neste momento.

_ Apenas estou cansada. O trabalho no museu está a drenar-me as forças mais do que imaginava.

Raul olhou para ela desconfiado, como que não acreditando que logo ela deixasse que o cansaço triunfasse.

_ Só estou, sei lá, desapontado.

_ Desapontado?!

Raul sentou-se ao lado dela e olhou para ela com uma expressão algo infantil.

_ Bem…sim! Quer dizer, eu a pensar que tinha feito uma grande descoberta e que se existisse alguém que iria vibrar tanto, se não mais, do que eu serias tu… quando te mostro o que encontramos ficas assim!

_ Assim como?

_ Como se tivesses visto o teu pior pesadelo!

“ Não fazes ideia, Raul! Não fazes ideia! “

_ E bem… - continuou o amigo - Não que tenha importância, como é lógico, mas até pensei que irias ficar tão extasiada que irias ver-me com respeito.

_ Eu já te respeito, Raul! Acho que o facto de seres meu parceiro já mostra claramente isso.

_ Eu sei disso. Mas é que –olhou em volta como que tentando encontrar as palavras que pareciam fugir-lhe - sempre achei que era bom no que fazia até te conhecer. Aí percebi que se eu era bom tu eras fenomenal. Dominas a cultura Egípcia antiga como nunca vi antes. E trabalhar contigo tornou-se um novo e grande desafio. Achei que nunca te conseguiria surpreender com nada que encontrasse até este dia. Quando abri aquela câmara e vi o espelho no interior pensei que finalmente te conseguiria surpreender.

_ E fizeste-o. Nem tu sabes o quanto! – Vendo o olhar confuso dele, tratou rapidamente de desviar a conversa para parâmetros mais seguros – E tu nunca tens de te sentir assim comigo. Tu também és fenomenal.

_ Não como tu! E além disso – Pareceu a Bianca que as faces tinham ficado um pouco rosadas - Se fizesse uma grande descoberta tu irias ver-me como teu herói e não aquele… aquele Ruben!

O nome tinha sido dito com tanto desprezo que Bianca não conseguiu impedir que uma golfada de riso se libertasse. Desde que tinham começado a trabalhar naquele projecto, uma certa animosidade se havia instalado entre Raul e um outro historiador de nome Ruben, que tinha começado uns meses antes deles uma escavação a sul. Bianca sentira nos primeiros tempos uma certa fascinação por ele. Mas, afinal, quem é que a poderia condenar? O corpo forte e bronzeado, os olhos azuis e cabelos negros tornavam Ruben um verdadeiro pedaço de mau caminho.

Os pensamentos que cruzaram a mente de Bianca talvez se tivessem manifestado na face dela, porque quanto mais ela pensava no porte masculino de Ruben mais a carranca de Raul se fechava.

_ Sinceramente não sei o que tu vês nele!

_ Poderia dar-te uma boa lista de justificações.

_ Não sei quais. Ele nem se quer é bonito.

Ela olhou para ele surpreendida.

_ Desculpa?! “ Ele não é bonito”? Por favor, dá-me espaço para discordar, mas Ruben é tudo menos “ Não bonito ”!

_ É um imbecil que acha que sabe tudo. E digo-te mais, se não fossem os outros que trabalham com ele, provavelmente iria acabar perdido dentro de um túmulo só para ser encontrado daqui a outros 2 mil anos. Não que fizesse muita falta!

Novamente tentou abafar as gargalhadas.

_ Tem cuidado Raul. Se não te conhecesse melhor diria que estás com ciúmes.

O outro levantou-se indignado, colocando-se à frente de Bianca e olhando furioso para ela.

_ Ciúmes?! Eu com ciúmes?! Daquele paspalho?! Mas nem que todos os faraós se erguessem de seus túmulos! Ciúmes… Putz! Era só o que me faltava!

Bianca apenas sorriu divertida, sentindo-se muito mais leve do que momentos atrás. Só mesmo Raul para a descontrair.

_ Olá Bianca!

Bianca nem precisava de olhar para trás para saber quem era. O tom de voz era inconfundível. E a carranca que Raul envergava também ajudava.

_ Olá Ruben!

Ruben deu mais uns passos, colocando-se entre Bianca e Raul, sem dar qualquer demonstração de que vira este.

_Já faz alguns dias que não te via por aqui. Onde andavas escondida?

O sorriso charmoso, sempre presente, apenas lhe enaltecia a beleza da sua face. E mesmo o facto de que o seu cabelo se encontrava levemente despenteado não o tornava menos apetecível, muito pelo contrário. E Bianca tinha a nítida impressão que ele próprio sabia disso.

_ Sabes como é. O novo trabalho no museu tem se tornado mais exigente, por isso tenho menos tempo para vir cá.

_ O ganho do museu e a nossa perda! Mas se precisares de alguma ajuda sabes que podes sempre contar comigo.

_ Ela não precisa! Eu estou aqui para isso! – a voz carregada de raiva de Raul surgiu por detrás da figura poderosa de Ruben – Afinal somos parceiros!

Ruben deu meia volta para se ver frente a frente a Raul. Sorriu divertido.

_ Raul! Não te tinha visto aí! – a falsa surpresa não convenceu ninguém.

_ Pois! Imagino que sim, cowboy. Olha lá, tu não tens mais do que fazer?

Os olhos do outro fecharam-se perigosamente por uns momentos, para rapidamente regressarem ao brilho usual.

_ Por acaso até tenho. Relatórios e coisas para pesquisar antes de recomeçar a escavação de amanhã. Sabes, coisas de exploradores conceituados. Tenho a certeza que já leste isso algures por ai.

E virando novamente as costas para um Raul furioso, sorriu charmosamente para Bianca.

_ Espero voltar a ver-te aqui amanhã Bianca. Afinal, o que seria do Egipto sem suas belas Rainhas!

E piscando um olho, afastou-se dos dois.

_ “ Afinal o que seria do Egipto sem suas belas Rainhas!”. Mas que idiota!

_ Vá lá, Raul! Admite! Tu estás com ciúmes!

_ Eu não estou com ciúmes, Bianca! Só digo a verdade ao chamar aquela coisa de presunçosa!

Bianca sorriu ainda mais ao ver a cara fechada do amigo, que mantinha agora os braços cruzados ao peito, em profundo aborrecimento.

_ Mas tens que admitir, Raul, que ele tem o seu charme. Olha só para os cabelos despenteados dele após um dia de trabalho. Não o tornam ainda mais sedutor?

_ E depois?! Eu tenho os cabelos sempre despenteados!

_ Mas os teus já são defeito de nascença ou então apenas ausência de pente.

Raul olhou para ela indignado. Sabia que não estava a ser justa mas não conseguia evitar troçar do amigo. Ela não era cega e sabia muito bem que grande parte das atenções femininas naquele local não eram, como Raul pensava, para Ruben. Eram sim para o mesmo jovem que se encontrava à sua frente a resmungar baixinho. Os cabelos castanhos sempre despenteados e os olhos cor de chocolate tornavam a figura de Raul muito atractiva. E o corpo em si também não deixava nada a desejar. Mas Raul era alheio a todas essas atenções, focalizando-se sempre naquilo que mais amava: o seu trabalho!

_ E não te preocupes, Raulzito! Tu serás sempre o meu herói!

Um sorriso começou a aparecer no rosto do amigo.

_ Mais do que o Sr. Empertigado?

_ Mais do que o Ruben, sim!

_ Então está bem!

O sorriso agora era completo e este aproximou-se da amiga.

_ Então? Vamos? Estou cheio de fome e ainda tenho muito o que pesquisar. Quero ver se consigo descobrir mais alguma coisa sobre aquele espelho.

A menção do espelho apagou automaticamente o sorriso dos lábios de Bianca. Por momentos se esquecera da razão de estar sentada naquela pedra a aguardar que todos se fossem embora. Agora apenas restavam ela e Raul e as três figuras escondidas.

_ Porque não vais indo. Eu se calhar vou aproveitar para tirar umas fotos aos progressos de hoje.

_Não queres que fique contigo?

_ Tolice! É claro que não. Vai indo e guarda-nos lugar no restaurante do costume. Tu já sabes como fica movimentado a esta hora. Vai que eu não demoro nada.

Raul não parecia muito convencido, recusando-se a sair.

_ Vai! Eu não demoro! Prometo!

_ Está bem! Mas ficas avisada que se demoras mais do que 1 hora venho buscar-te!

_ Sim senhor! – Fez uma pose militar, controlando o riso.

Mas quando ficou a observar o jipe do amigo afastar-se cada vez mais, o peso que se ia formando dentro de si aumentou.

Fechou os olhos e apoiou a cabeça entre os joelhos mantendo-se nessa posição até que sons de passos foram ouvidos. Esfregando os olhos levemente, elevou a cabeça para observar as três figuras à frente dela. Não conseguia ver os seus rostos mas também não precisava. Sabia quem eram e o que queriam. Queriam ver o espelho… o mesmo espelho que encontrara na câmara antiga… o mesmo espelho cujo símbolo era igual ao que tinha no pulso.

Observou quando as três figuras entraram silenciosamente na caverna e desapareciam na escuridão do seu interior.

E ela ficou ali, sentada sozinha virada para o vasto deserto que se erguia à sua frente, com o único intuito de evitar que outros se aproximassem daquela caverna e entrassem. Não sabia quanto tempo estaria ali ao certo de guarda, mas sabia que seria o tempo que as três figuras estivessem com o espelho.



* * *

_O museu Timeshare recebe milhares de pessoas todos os anos. Como podem ver, embora o edifício seja moderno, tem também uma base antiga. A razão para isso foi que, quando os primeiros projectos do museu foram feitos, neste mesmo local, existia uma antiga casa de teatro onde se reuniam todos os poetas, escritores e mesmo pintores dos séculos XVIII e XIX.

A voz da guia ia deslizando pelas salas do museu, tentando cativar o interesse dos seus ouvintes. Mas um público de alunos de 17 anos numa visita guiada imposta pela escola para um “ banho de cultura há muito preciso”, não era, definitivamente, o público ideal.
Os olhares dos alunos vagueavam apenas levemente pelas peças de arte expostas com pouco ou mesmo nenhum interesse. Poucos eram os alunos que ouviam as palavras da guia por prazer e sentiam algo mais quando olhavam para as cores e formas presentes nas telas antigas.

Poucos eram os que olhavam com calma, chegando mesmo a acariciar docemente com o olhar os bustos de pedra e os rostos antigos.

E tal como era certo que a arte é apenas apreciada por alguns, também era certo que Cedric Bolt não era um deles.

Sentia-se aborrecido por estar enclausurado naquele museu quando poderia estar a aproveitar o sol quente numa esplanada, ou melhor, numa praia…uma típica praia australiana. Fechou os olhos e imaginou-se a deslizar pelas ondas do mar com a sua mente apenas no sal, no sol e no vento.

_ Eles acreditavam que existia algo de especial neste lugar. Algo que fazia o seu talento ganhar ainda mais alento e força. Vários poetas definiram a velha casa como o “santuário da alma”, uma vez que as suas emoções ganhavam ainda mais força neste local. - a voz da guia soava ainda mais distante, como que abafada pelas ondas do mar que desejava que fossem reais. – Portanto, quando o museu esteve para ser construído e a casa de teatro abolida, várias foram as manifestações contra. No final, as duas partes chegaram a um acordo: os projectos do museu seriam modificados de modo a que o edifício da velha casa de teatro estivesse incorporado na arquitectura do museu. Por esse razão, irão reparar que certas alas do museu têm um perfil mais antigo. No final, devo dizer que o museu lucrou muito. Com a mudança arquitectónica e mesmo com a exposição de várias coisas pertencentes à antiga casa de teatro aqui expostas, o museu tornou-se célebre por ser uma perfeita mistura entre o antigo e o moderno. O Passado e o presente.

Belas e poderosas ondas do mar, quebrando-se sobre seus pés. Quase conseguia sentir a brisa marítima e o gosto salgado do mar.

_ Uma pessoa sente-se iluminada quando rodeada por tanta arte, não é verdade?

Cedric abriu os olhos assustado diante da voz masculina, em nada parecida com a voz da guia. À sua frente, o seu professor de filosofia sorria.

_ Como?

_ Não era isso que estavas a fazer? A incorporar a beleza e arte deste lugar?

Sentiu as faces queimarem levemente com embaraço, quando se apercebeu que a última coisa que estava a fazer era isso. Bom… quer dizer… Será que incorporar a beleza e arte da sua prancha de surf valia?!

_ Pois, professor… incorporar a beleza…

_ Pelos vistos não estás muito animado com esta visita guiada pelo museu. Olha que pode ser muito útil.

_ Útil? Com o devido respeito professor, mas não vejo grande utilidade em conhecer algo feito por alguém que já não mais está entre os vivos e que, na minha opinião, não valem nada.

Mas em vez de ficar zangado com a resposta, o velho professor apenas riu-se.

_ Ai meu rapaz! Confesso que essa resposta não é novidade para mim. Mas deixa-me corrigir-te. Em primeiro lugar, alguns dos artistas ainda estão vivos. E olha que muitos deles têm mais vigor do que esta velha carcaça.

Cedric sorriu. Poderia não ser um grande fã da filosofia, mas o Professor era uma figura que valia a pena conhecer.

_ Em segundo lugar, não desvalorizes tão rapidamente algo que ainda não observaste com a atenção! Pode levar-te a grandes erros. Todas estas peças demonstram uma visão, uma interpretação de algo. Do mundo, da vida, das emoções, dos rostos ou até mesmo do queijo do pequeno-almoço! São sonhos pintados em telas, ideias esculpidas em mármore e pedra, construídas em madeira. Não digo para gostares de todas. Céus! Nem eu percebo certas coisas como por exemplo… como por exemplo isto aqui!
Estavam frente a frente a uma foto moderna que apenas focava uma velha bota com uma meia rota a pender-lhe. Olhando para a expressão do professor percebeu que não fora o único a não gostar da foto.

_ Humf! Nunca pensei que fotografar uma bota fosse arte. Talvez devesse começar a fotografar as minhas. Com alguma sorte ainda consigo captar alguns odores na imagem. Isso era capaz de substituir esta na exposição. Santo pandemónio! O que estaria o fotógrafo a pensar?! – abanando a cabeça disciplinadamente, voltou a sua atenção para o aluno. - Mas se existem certas tolices existe, com certeza, certas coisas que te fazem sentir algo mais e dizer com toda a certeza: isto é arte! E esta peça é um perfeito exemplo disso.

Desta vez tinham parado frente a frente a um quadro a óleo com uma criança a baloiçar num velho baloiço, com os olhos fechados. Ouviu o professor a suspirar encantado.

_ Consegues ver a expressão dela? O pintor conseguiu captar mesmo a pureza da criança numa pincelada. E se olhares com atenção quase consegues ver a imagem em movimento e ver o vento a mover-lhe os cabelos. Invejas a calma e serenidade do momento. Desejas estar com ela, a baloiçar sem preocupações. Isto, meu rapaz, é arte!

E embora nunca o admitisse, Cedric conseguia ver o que o Professor falava. Era incrível como aquele homem conseguia dar outro ânimo a um local tão aborrecido como o museu. Se ao menos aquela guia tivesse esse encanto… Olhou em volta e assustou-se ao ver que o professor e ele estavam sós naquele ala e que o grupo já prosseguira para outra sala.

_ Ahn? Professor? Acho que ficamos para trás.

_ Hum?! O quê? – aquilo pareceu tirar-lhe do torpor em que se encontrava – Oh sim! Temos de nos apressar. Não queremos perder uma palavra daquela doce jovem.

_A sério? O professor gostou de a ouvir?

_ Confesso que a miudita não é grande oradora mas acho a história da fundação do museu deveras fascinante! A ideia que parte deste edifício pertenceu a um local muito frequentado por mentes brilhantes dos séculos XVIII e XIX é extasiante. Gostaria muito de ver as bases da velha casa de teatro. Vamos lá, meu rapaz. Aprecemo-nos.

Encontraram o resto do grupo numa outra ala, um pouco diferente da anterior. Esta era mais antiga mas ainda assim muito bela. Vários quadros encontravam-se expostos em suas paredes e várias estantes contendo múltiplos livros encontravam-se espalhadas pelo recinto. Mas o que mais surpreendeu Cedric foi a existência de uma grande tina de pedra lisa colocada no meio da sala de onde brotava fortes labarelas de fogo.

“O que estaria uma tina de fogo a fazer numa sala recheada de livros e quadros que facilmente poderiam arder?”

_ Esta sala era a sala mais popular na casa de teatro. - a voz da guia voltou a encher o recinto – é lógico que sofreu várias modificações com a construção do museu, mas a essência da sala era esta. Particularmente, esta sala é a minha favorita. Todas as pessoas que entram aqui referem que sentem uma particular força de espírito, como se conseguissem concretizar qualquer desejo ou sonho… como se as emoções simplesmente brotassem de si. E devo dizer que já vi vários críticos, famosos por sua frieza, sucumbirem à magia desta local.

Cedric conseguia perceber o que ela dizia. Sentia-se capaz de tudo. O seu sonho de se tornar um investigador tornou-se ainda mais forte e parecia que encontrava em si as capacidades para tal. Além disso, não conseguia parar de pensar em todas as pessoas que faziam parte da sua vida e sentir com mais força o amor e amizade que elas despertavam. A mãe e o pai… a irmã mais nova… a namorada…os amigos. Parecia que tudo se tornava mais intenso!

_ Esta era a sala sagrada de todos os artistas. Poetas, pintores, actores, tudo quanto possam imaginar passavam aqui horas a fio apenas a meditar. E quando saíam, faziam os seus mais belos trabalhos!

_ Tudo o que está nesta sala já cá estava antes da construção do museu? – uma colega sua perguntou.

_ Bom… nem tudo. Alguns quadros estavam expostos noutras salas da casa de teatro. E outros, bem como alguns livros, nem faziam parte da casa. Nós colocamos aqui porque são da autoria dos mesmos artistas que frequentavam a casa de teatro. Portanto, achamos apenas justo colocar suas obras aqui.

Todos ficaram em silêncio e focalizaram a sua atenção na estranha tina no centro da sala.

_Ah! Estou a ver que a nossa mais estranha obra exposta captou a vossa atenção.

_ Não é perigoso ter uma tina com fogo perto dos livros?

Ah! A sempre astuta Marlene. Podiam sempre contar com ela.

_ Não é a primeira a perguntar isso. Esta tina já estava na sala da casa antes do museu ser construído. No início tentaram movê-la, por receio que colocasse fogo aos quadros e livros, mas isso manifestou-se rapidamente impossível!

_ Como assim impossível? – perguntou outro.

_ Bom… digamos que, por mais tentativas feitas, nunca conseguiram mover a tina.
Parece que ela simplesmente não quer sair do sítio.

_ Como assim, não quer? - Cedric decidiu perguntar. – É uma tina! Não tem vida.

_ Se existe algo que aprendi enquanto trabalhei aqui é que a arte, por muito que não pareça, tem vida própria. E existem certas coisas que não se consegue explicar.

_Não me parece uma peça de arte. Quem foi o autor?

Os olhos da guia brilharam com a pergunta e o sorriso acentuou-se.

_ O mistério começa aí! Não sabemos! Através de várias pesquisas feitas, verificamos que existem várias referências a esta tina sem nunca revelar o autor. Na verdade esta tina existia antes mesmo da casa de teatro. A casa foi construída em torno da tina. Esta tina existe há vários séculos. Desde as primeiras referências do homem relativamente a esta cidade, a tina tem sempre feito parte dela. E querem saber outro mistério? Esse fogo, não se apaga!

Todos olharam pasmados para as fortes labarelas que serpenteavam a partir da tina.

_ Como assim não se apaga?

_ Exactamente isso. Não se apaga! Já tentamos tudo: água, espuma e outras coisas mais.
Nada resulta! E podem ter a certeza que nós não alimentamos esse fogo. Se olharem com atenção vão descobrir que não existe nenhum bico de gás, nenhum pedaço de madeira a alimentar esse fogo.

_ Então…- a voz de outro rapaz soou algo assustada - de onde vem o fogo?

_ Isso é uma óptima pergunta! Não sabemos. Todas as referências ao longo do tempo sobre esta tina referem sempre o misterioso fogo que não se apaga, cuja chama jamais se apagou ao longo dos séculos, e que, acreditam, é a fonte da razão porque nos sentimos diferentes nesta sala. “Mais humanos!”, foram as palavras utilizadas.

O silêncio era pesado e profundo. Todos olhavam, com um interesse redobrado, a estranha tina com fogo, acompanhando a dança misteriosa das chamas com os olhos.

_ O fogo eterno! É isso que lhe chamam.

_ Como a chama dos jogos olímpicos? – perguntou um.

_ Bom, esse de eterno não tem nada, pois não? Na realidade, a ideia da chama, nos jogos olímpicos partiu deste fogo. Quando adaptaram a ideia para os jogos olímpicos, queriam de certo modo transpor a força que sentimos neste local e a vontade de concretizar nossos sonhos para os jogos. Como uma motivação para os atletas! Mas se essa motivação pode não ser palpável e se esse fogo não é verdadeiramente eterno, podem ter a certeza que este fogo, nesta mesma tina, é eterno. Um fogo que não se extingue e que enche a alma de quem se aproxima dele, de mais sentimentos e mais garra. Mesmo não sabendo como é possível isto existir e o porquê de ter este impacto em todas as pessoas, o fogo continua a encantar quem dele ouve falar ou quem já o viu. Este sim é o verdadeiro fogo eterno!

E com estas palavras, recomeçou a caminhar para fora da sala, levando consigo um grupo já não sedento de apressar a visita. Cada aluno e professor sentia dificuldade em se afastar daquela sala. Por último restaram, mais uma vez, Cedric e o Professor de Filosofia.

_ Bela história, não é meu rapaz?

_ Acredita mesmo nisto, professor? Um fogo que não se apaga? Que já existe há séculos?

_ Tu não acreditas?

_ Bem… não! Acredito na ciência. Em tudo aquilo que posso comprovar. Aceitar estas balelas é como aceitar… - tentou procurar palavras.

_ Que nem tudo pode ser explicado cientificamente?! Que existe muito mais do que uma fórmula nos pode dar?! Que as ciências não explicam tudo?! Que existe algo como a magia?

_ Magia?!

_ Sim. Porque não?

Cedric sorriu divertido, pensando que o Professor brincava com ele.

_ Magia não existe professor!

_Não?! Olha que eu gostaria de ter essa tua certeza. Mas deixa que te diga que este fogo traz novas perspectivas, não é?

_ Não sei. Se calhar é só publicidade enganosa para conseguir mais visitas.

O adulto sorriu para ele.

_És muito desconfiado Cedric. O museu não faria isso. Perderiam sua credibilidade. Além disso, tudo o que é exposto num museu, em qualquer museu, tem que ser datado e avaliado por peritos de várias organizações por todo mundo de modo a atestar sua autenticidade.

_ Mesmo assim… Fogo eterno, professor! Eles dizem que é fogo eterno!

_ Eu sei…eu sei. Mas pensa o seguinte. Talvez um dia desvendes o mistério por detrás deste fogo e aí poderás dizer-nos se este fogo é autêntico ou não. E se for… bem... podemos dizer que temos de começar a renovar as nossas crenças. Porque isto seria, sem qualquer margem para dúvidas, uma fonte inexplicável para a ciência que tanto idolatras.

E colocando-lhe um braço no ombro, começou a conduzi-lo para a saída.

A sala ficou novamente vazia e silenciosa.

De repente, passos foram ouvidos e um dos guardas do museu aproximou-se da tina antiga. Lançando um último olhar em torno de si, para confirmar que se encontrava realmente só, voltou a focalizar a sua completa atenção na tina de fogo. Levantando a mão, passou-a levemente pelo fogo sentindo apenas um leve calor, sem no entanto se queimar. O fogo apenas respondeu com uma leve elevação das chamas, até que um símbolo se formou no meio das mesmas. O mesmo símbolo formou-se no pulso do segurança.

Agora, só teria de esperar…



* * *


Caminhavam com cautela pelo túnel antigo. O cheiro intenso envolvia-os como uma força brutal. Um cheiro a velho, pedra, poeira e mistério.

Madalena retirou o capuz negro da sua cabeça, olhando em seu redor com curiosidade.
Quando pequena, sempre se encantara com a cultura egípcia. Seu pai, aclamado
professor universitário de história, sempre lhe contara as grandes histórias da antiguidade, sendo a egípcia a sua favorita. Madalena nunca se importara com o facto de ambos os seus pais serem Muggles. Crescera com o encanto das civilizações antigas muggles para, mais tarde, quando descobrira que era uma bruxa, encantar o seu pai com os milhares de histórias do mundo mágico. Sorriu enternecida ao se recordar do modo carinhoso como que o pai lhe chamava. “Minha pequena sacerdotisa” dizia ele.

_ No que pensas?

A voz de Alberico trouxe-a de volta para a realidade.

_ No meu pai. - vendo a expressão confusa do outro acrescentou - No quanto ele adoraria estar aqui.

_ No ano de 1978? – perguntou divertido.

_ Não! No Egipto. Ele amava a história, o passado e as civilizações antigas. Costumava contar-me várias histórias para me adormecer. Acho que a Egípcia se tornou a minha favorita. – sorriu ao recordar-se – Lembro-me que quando pequena, adorava fazer pequenos teatros com os meus primos. Um deles era o Faraó, outra a sua rainha e outros lacaios e múmias. Mas o meu papel era sempre o mesmo.

_ Que era…- incentivou Alberico, sorrindo ao ver o olhar traquina da Magid.

_ A sacerdotisa que dava vida às múmias, lançava maldições e tornava o rio Nilo em sangue ou vinho.

Alberico soltou uma pequena gargalhada, fingindo-se chocado para ela.

_ Mas quem diria. Madalena Ween… uma peste! Nãoooo! Se calhar estás com a cor errada. O preto assentava-te melhor.

Riu-se de novo quando levou uma cotovelada da morena, que também não conseguia esconder o sorriso.

_ Eu era bem comportadinha, está bem? Quer dizer… Às vezes. Mas também qual a criança que não faz as suas traquinices, de vez em quando?

_ Eu fui muito comportado!

Madalena olhou para ele céptica não se deixando enganar pelo olhar falsamente inocente.

_ É claro que foste. O facto de teres inventado as bombinhas de mau cheiro, já diz tudo.

_ Bombinhas de mau cheiro - Alberico sorriu orgulhoso - a minha maior obra!

_ Alberico Grunnion, tu és uma peça e tanto! Mas adiante… Acho que quando pequena eu já queria que a magia existisse. Por isso fazia sempre de sacerdotisa, aquela que detinha o poder mágico. Embora os sacerdotes fossem homens isso não me afectava. Eu era a sacerdotisa e ponto final! Descobrir que era bruxa foi uma das melhores notícias que recebi. Com isso, compreendi que tornar água em vinho era mais fácil do que aparentava… aprendi a lançar maldições e pará-las. Quanto a dar vida a múmias… Bom… ou eu desejo ter inferis ou é melhor deixar esse trabalho para o Harry!

Andaram mais alguns metros em silêncio, até que a voz de Alberico se fez novamente ouvir, ressoando pelas paredes frias:

_ Ele está abatido.

_ Quem?

_ O Harry!

_ É normal. Este tempo está sobre grande ameaça. E se isso já não é factor o bastante para nos deixar preocupados, o facto de Harry ter aqui pessoas que ama e conhece, piora ainda mais as coisas.

_ Não é só este tempo que está em perigo.

Alberico e Madalena olharam surpreendidos para a terceira pessoa vestida de negro. Baixando o capuz, a face de Berta apareceu por entre as sombras, olhando profundamente para eles.

_ O que queres dizer com isso, Berta?

_ Se este tempo sucumbir ao poder de Behemoth, tudo o que vem para a frente deixará de fazer parte das linhas do destino.

_ Queres dizer… que o futuro desaparecerá.

_ Quero dizer que tudo o que conhecemos daqui para diante, não mais existirá. As coisas mudarão de rumo. E acho que o aparecimento dos Magids serão os acontecimentos mais afectados.

_ Não percebo…

_ Todos os Magids estão em perigo. Todos! Somos inimigos de Behemoth e isso é factor mais que suficiente para estarmos nos primeiros lugares de matança. Mas os Magids que só aparecerão no futuro estão em ainda maior perigo do que os outros. O perigo de não nascerem. No outro dia, eu vi o rosto de Danielle desvanecer por alguns minutos diante dos meus olhos. Eu vi! Só pode significar que o futuro que conhecemos está em grave risco.

_ Mas nós estamos a tentar prevenir que isso aconteça - falou Alberico com convicção - Enquanto os outros Gamyths não forem quebrados, Behemoth não poderá chamar o seu exército e os 7 Malditos!

Haviam chegado à sala que tinha sido descoberta nesse mesmo dia. E tal como horas atrás, o belo espelho continuava no centro dela, imponente e marcante.
Madalena colocou-se frente a frente a ele, olhando-o profundamente, estudando todos os pormenores.

_ Receio que temos pouco tempo. - sussurrou Berta.

_ Harry já está a postos. Ele apenas aguarda que o resto de nós esteja preparado. Depois de reforçarmos os Gamyth, Behemoth não os poderá quebrar. – Assegurou Alberico.
_ Pelo menos até que os Magids desapareçam.

_ Não digas isso, Berta. Pára de dizer isso antes que nos condenes a todos. Isto vai dar resultado.

Madalena desviou os olhos do espelho para os fixar na outra Magid.

_Tiveste alguma visão, Berta? Alguma visão que te mostre que este plano não irá dar resultado.

A outra negou com a cabeça.

_ Não nesse sentido. Apenas tenho um mau pressentimento. Harry já usou a sua Magia para a protecção em Hogwarts e agora, a lançar este lacre mágico, mesmo com a nossa ajuda, ele ficará muito fraco. Mais vulnerável. Tenho medo que Behemoth se aproveite disso. Que ataque antes que Harry recupere as suas forças.

_ Ele sempre terá todos nós para o proteger.

_ Eu sei. Mas continuo com este pressentimento. E o facto de que nunca me engano não ajuda nada. Este mau pressentimento apenas não me larga.

Berta e Alberico aproximaram-se do espelho, colocando-se um de cada lado de Madalena. No espelho, estavam reflectidas as pedras ao fundo da sala, a porta por onde os três Magids, segundos atrás, haviam entrado e os hieróglifos desenhados nas paredes. Tudo era reflectido, excepto os três Magids colocados imediatamente à frente espelho.

* * *

O museu já se encontrava silencioso e vazio. Os corredores já não mais eram preenchidos por curiosidade… as paredes já não mais ecoavam perguntas lançadas ao ar… o sepulcral vazio dançava para os quadros, estátuas e livros já há muito não lidos. Um vazio apenas quebrado pela alta e imponente figura do segurança do museu. Ryan Stewart já tinha os seus 45 anos e “20 de serviço”, como costumava dizer. O seu porte poderoso sempre criara em torno de si uma barreira que fazia os outros temerem a sua ira. Não que fosse alguém que facilmente gritava ou se zangava. Apenas gostava de transparecer essa faceta austera e gélida, de modo a controlar todos aqueles que ousassem profanar as obras exposta no museu. Considerava aquele edifício a sua casa e tornara sua missão de vida proteger tudo o que ali existisse. Proteger contra críticos inoportunos, proteger contra adolescentes endiabrados, proteger contra estrangeiros “eu posso tocar naquele quadro”… Mas nunca pensou que algum vez chegaria o dia em que tivesse de proteger contra forças negras e misteriosas.

Claro que sempre soubera que um dia, talvez, isso viesse a acontecer. Mas o facto de que outros antes de si, que tiveram a mesma função, não tinham sequer sentido um resquício de perigo, sempre lhe dera uma ilusão de segurança.

Amaldiçoou baixinho a sua má sorte. Porque tinha de ser no seu “turno” que os mauzões tinham acordado para a vida? Porquê ele? Não poderiam ter esperado mais uma geração?

Mas sabia que estava a ser egoísta. Sabia que, se embora o perigo fosse mais forte neste tempo, se aquilo que protegia fosse profanado, nenhum tempo estaria a salvo.

Deu uns passos em frente, acariciando a pedra lisa da tina de fogo, pensando em como amava aquele objecto. De certo modo, seria estranho pensar que um homem tão imponente como ele pudesse dizer que “amava” um mero objecto, uma peça de arte.

Mas o que o mundo não sabia é que a tina de fogo não era uma reles obra de arte feita por excêntricos artistas, conhecedores apenas da arte do licor, absinto e outras “poções” alucinantes, mas algo muito mais valioso. Muito mais especial!

E o mundo também não compreendia que ele crescera sobre o mito da tina, banhado por suas chamas, protegido pelo seu voto de protecção. Crescera a amar as arestas de pedra, as ondas vermelhas e quentes. Jurara proteger, como tantos outros antes de si, e era isso que iria fazer. Agora aguardava com paciência que o silêncio fosse ocupado por sons de passos… que as paredes envergassem sombras de pessoas… que o fogo se erguesse em saudação aos seus mestres.

E assim foi… passos foram ouvidos ressoando pelo silêncio… três sombras se ergueram do vazio… e o fogo que tanto amava fortificou-se, dando as boas vindas aos três vultos.

Ryan virou-se para os saudar, para matar a saudade das suas presenças.

Quando se afastou da sala, deixando as três figuras em redor do fogo, fechando as pesadas portas, sentiu em si a esperança que tudo voltaria ao que era antes. A esperança que o novo amanhã fosse melhor.

Mara, Caleb e Danielle apenas fecharam os olhos, aguardando o começo de uma longa noite…


Nota de autora:

Isso mesmo… sou eu, Lightmagid vinda do além!!! Mas é claro que depois de tantas maldições, incluindo Avada Kedravas, não haveria como estar viva. E sim… eu sei que mereci!!! Mas mesmo do outro lado, mesmo numa forma não muito sólida ( rs) decidi que está na hora de vos mostrar que não me esqueci de todos vocês.

O facto é que quando iniciei este ano na faculdade não esperei ter tantos trabalhos para elaborar. E agora vejo-me no inicio da minha época de exames, o período infernal de qualquer aluno.

Mas decidi publicar este capítulo, mesmo tendo decidido que só o iria fazer quando tivesse muitos outros escritos. Mas o cansaço e o tempo contado não me deixaram escrever. Por isso publico este, tendo pena de não publicar mais. Mas tenho consciência que se agora, nestes próximos 2 meses infernais não poderei escrever, terei um período pós-exames onde poderei aplicar toda a minha devoção a Asera, aos Magids, à família Magid, ao site e a todos os meus vilões já criados na minha mente.

Peço desculpa aos meus leitores por ser uma autora tão pouco presente. Desculpem… mereci todas as maldições!!!

Peço desculpa à minha família Magid pela minha ausência. Sinto tanta falta de falar com eles.

E a própria Asera e minhas personagens chamam por mim, exigindo atenção!!!

Peço paciência!! Neste momento, ando tão cansada que nem tenho forças para escrever. E tenho consciência que se escrevesse neste momento, a minha história iria sofrer.

Assim, postei este capítulo sabendo que não está perfeito, não tanto como gostaria… mas publico para os meus leitores cansados de tantos feitiços lançados e principalmente para todos aqueles cujos aniversários não presenteei!!

Este capítulo é para vocês!!!

Hoje é o dia de anos do meu filhote na família, Mike!! Mike, hoje terás de partilhar o teu presente com os teus irmãos, com os teus primos, a tua avó e todos os leitores que não receberam presentes!!! Parabéns!!! Espero que este seja o começo de uma nova história para ti!!!


Despeço-me com o rosnar de Febus, mandando doces maravilhosos feitos pelos Bastet (criaturas mágicas de Asera conhecedores da culinária), e toda a magia da minha casa, e também vossa… Asera!!!

Um bom natal!!! Façam os vossos pedidos… concretizem os sonhos daqueles que amam… e acima de tudo, sintam a magia especial do Natal!!! Poderosa, infinita, misteriosa magia!!!

Uma boa entrada num nova ano!! Não tropecem… Saltem!!!!

Até a um novo encontro onde, espero, a minha escrita esteja incrivelmente activa.

Bons desejos, Lighmagid

ps.: um beijo para ti guida, minha aodrada mana e beta, por sempre estares ao meu lado. Sempre...

PS2.: Atendi ao teu pedido bianca!!!! AH AH AH. despois de tantas exigências... custou mas saiu!!!

ps3.: NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR, PELO AMOR DE TODOS OS MAGIDS!!!!

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