O Ano de 1977



Capítulo 3:

Naquela manhã de Dezembro, o Inverno demonstrava toda a sua força. Os flocos de neve, que estiveram presentes durante toda a noite, eram empurrados bruscamente pelo vento contra as vidraças das janelas de Hogwarts, escola de feitiçaria e bruxaria.
Àquela hora, poucos eram os que já estavam acordados. Os alunos aproveitavam a quentura da cama até ao último segundo, repousando após uma longa noite de estudos ou de traquinices. Os professores começavam a levantar-se, preparando os últimos detalhes para as aulas que iriam decorrer durante o dia. As cozinhas eram preenchidas por sons e mil aromas de várias bebidas, torradas, panquecas, bolos e frutas que eram preparados por elfos agitados.
Numa das torres do castelo, Albus Dumbledore acabara de acordar. Na vida de um Magid, era apenas quando ele ou ela iria dormir que transitava para a ilha de Asera onde executava as suas funções como magid. O tempo na ilha decorria de diferente modo relativamente ao mundo real.1 dia na ilha correspondia a apenas 1 hora no mundo real. Deste modo as funções de magid não interferiam com a sua vida normal. Por essa razão não se criavam suspeitas quanto à identidade e existência dos magids. Alexandre costumava dizer que “somos simples bruxos durante o dia e magids à noite. Dupla identidade”. A princípio era um pouco estranho e complicado lidar com estas diferenças mas pouco a pouco Albus foi-se acostumando.
“Está na hora de levantar e fazer os preparativos.”


* * *
_ Padfoot! Acorda!
Frank Longbotton levantou ligeiramente a cabeça da almofada para ver um rapaz de 17 anos, de estatura média, cabelos e olhos castanhos a abanar um “embrulho” deitado numa das camas do dormitório do 7º ano dos Gryffindor. Frank não percebia porque é que Remus Lupin, autor dos abanões, não se cansava daquele ritual passado 7 anos de convivência. Porque uma coisa era certa, o “embrulho” não se levantaria a bem.
_ Padfoot… se não te levantares agora vais-te arrepender!
Apenas alguns murmúrios como resposta.
_ Desculpa, não percebi. Fala com mais clareza.
_ Continua… bolo de avelã… escorrega… vassoura sai…
_ Eu nem sei porque é que me preocupo – murmurou Remus enquanto puxava da varinha e lançava um jorro de água para cima o seu amigo.
_ AI… PARA QUE FOI ISSO! ESTÁS PARVO!
_ Bom dia para ti também Sirius. Adoro o teu humor matinal.
_ Sabes Moony… bastava abanares-me um pouco que eu levantava-me. Não era preciso partir para a agressão. A violência nunca é a opção.
Remus simplesmente revirou os olhos.
_ E o James? Já levantou?
_ Não. Ele ainda consegue ter um sono mais pesado do que o teu e olha que isso é um grande feito.
Sirius ignorou o comentário e dirigiu-se para a cama ao lado da sua. Ao abrir as longas cortinas vermelhas deparou-se com uma cena que lhe trouxe um sorriso aos lábios: James Potter, o grande seeker de Hogwarts, com os cabelos ainda mais rebeldes, completamente abraçado à almofada.
_ Eu não sabia que o Prongs era daqueles que mantinha as suas necessidades infantis de abraçar um ursinho enquanto dormia. Isto só prova que nunca chegamos a conhecer totalmente uma pessoa mesmo depois de tantos anos.
_ Lily querida… vá lá… dá-me um beijinho… e sai comigo…
_ Esquece o que disse. Agora estou mais descansado O meu amigo continua o mesmo.
Agarrou numa almofada e testou-a numa das colunas com uma forte pancada. Não parecendo satisfeito, agarrou noutra e fez o mesmo. Soltando desta vez um sorriso diabólico, fez mira, e acertou com toda a força no rapaz adormecido de tal modo que fez com que este caísse da cama.
_ Então aquilo que disseste de “Não era preciso partir para a agressão. A violência nunca é a opção.”?– retorquiu Remus por entre o enxame de palavrões que provinha da bola no chão do dormitório que era James Potter.
_ Com as outras pessoas a situação é outra. Além disso, isto não foi violência…foi um amigo a demonstrar o seu apreço a outro.
_ Ai é Sirius Black – falou James numa voz muito mansa – então deixa-me demonstrar o meu apreço por ti.
Sacou da varinha e correu atrás de Sirius que naquele momento estava a tentar esconder-se na casa de banho.

* * *

Lilian Evans andava muito desconfiada. Não era normalmente alguém que tinha essa mania mas hoje, desde que saiu do dormitório em direcção ao salão principal não conseguiu evitar o sentimento de desconfiança. Em primeiro lugar, uma das suas melhores amigas, Katherine, andava muito esquisita. Em segundo lugar, vários dos professores apresentaram um semblante sério e um pouco distraído durante todo o dia. E por último, mas ainda mais preocupante, James Potter, aquele atentado à paciência de qualquer pessoa, ainda não tinha feito a sua aparição. Verdade seja dita, nenhum dos marotos tinha dado o ar da sua graça, o que era ainda mais preocupante. Lilian tinha a nítida impressão de que algo grande e perigoso iria ocorrer.
_ Lily querida, que bom que te vejo. O dia fica sempre mais bonito com a tua presença.
“OK, retirar o último facto”
_ Potter! Em primeiro lugar é Evans para ti. Depois, tenho muita pena por não puder retribuir o elogio pois quando te vejo o dia fica tudo menos bonito.
_ Sabes Lily, eu até poderia ficar magoado com os teus comentários, mas não fico pois sei que no fundo tu não vives sem mim, apenas és demasiado orgulhosa para o admitir.
_ O QUÊ?
Naquela altura a face de Lily estava tão vermelha quanto o seu cabelo.
_ Mas vamos directos ao assunto. Não queres vir comigo a Hogsmeade no próximo sábado?
_ Deixa-me pensar…NÃO!
_ Não precisas de responder já. Eu posso esperar. Na verdade tenho de ir tratar de uns assuntos inacabados mas podemos voltar a falar do assunto à hora de jantar. Adeus minha flor – e desapareceu na esquina do corredor.
“Ele não vai estragar o meu dia. NÃO VAI!”

* * *

A melhor altura do dia tinha chegado: a hora do jantar. Pelo menos era a opinião de Sirius Black. Por um lado podia comer à vontade, com tempo. Para não falar que a comida ainda era mais deliciosa. Por outro, encontrava o resto do pessoal da escola (amigos, inimigos, namorada do momento, ex-namoradas) e planear o que fazer nas horas de divertimento que se iriam iniciar logo após o jantar.
Enquanto aguardava pela vinda do jantar, Sirius olhou ao redor. Remus estava a ler um capítulo do livro de defesa contra as artes das trevas provavelmente pela centésima vez. “Que desperdício de tempo”. Peter olhava para o prato vazio com um olhar aparvalhado. “Que desperdício de neurónios”.James olhava completamente fascinado para Lilian Evans a falar alegremente com suas amigas embora tenha levado outro fora à alguns segundos atrás. “Este rapaz está completamente apaixonado.”
Naquele momento Sarah “qualquer coisa” (já não se recordava do nome inteiro) atravessou o salão e acenou-lhe. Era simpática e beijava muito bem, mas Sirius não era do tipo de se comprometer. A única coisa que era fixa na sua vida eram os amigos, com quem vivia aventuras e sentia-se parte de algo importante, e os inimigos, com quem praticava os seus dotes mágicos. As namoradas estavam em constante mudança. Era uma pena que a família também não estivesse.
Quando todo o salão estava cheio, Sirius começou a ocupar a sua mente com duas coisas muito importantes: contar os segundos que faltavam para que um dos planos marotos se manifestasse e fazer uma lista mental do que iria comer. Mas viu, para seu grande horror, os seus planos a serem destruídos quando o director levantou-se e todo o salão se calou.
_ Meus caros alunos. Eu sei que normalmente não interrompo o jantar excepto no primeiro e último dias mas hoje é um dia especial. Não se trata de algo ruim -acrescentou rapidamente ao ver as caras assustadas de alguns alunos - é apenas algo que preciso falar. Esta noite, vamos receber algumas visitas!


Nota da autora:

Olá pessoal. Já devem ter reparado que os nomes das personagens estão escritos de acordo com a versão inglesa. Eu sou portuguesa e aqui os nomes não são traduzidos. Espero que não se importem.
Aqui está um novo capítulo.espero que gostem.
Por favor... comentem... se não vou pensar que odeiam e que não querem que continue a escrever. AS criticas são sempre bem vindas.
beijos, Lightmagid

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