O Portal dos indesejados



Capítulo 11: O portal dos indesejados


Uma camada de nevoeiro começou a formar-se e a crescer rapidamente. Como que dançando por entre o manto negro da noite, dava passos lentos cobrindo cada centímetro de terra, tornando ainda mais negro o lago que rodeava a escola e substituindo as folhas que adornavam as árvores espalhadas pelos terrenos do castelo.
O silêncio era praticamente sólido. Já há muito que os alunos tinham iniciado a sua travessia pelo mundo dos sonhos. Nem os mais aventureiros conseguiram lutar contra o cansaço que se foi acumulando durante horas de um dia agitado.
A floresta proibida encontrava-se como que adormecida. O seu encanto estava ainda mais visível. A uma primeira vista, aquela imagem de calma e tranquilidade era considerada verdadeira. Mas onde olhos de outros viam um pano de fundo para o descanso, vinte personagens viam uma oportunidade perfeita para iniciarem a sua reunião.
No coração da floresta, uma clareira abria espaço sendo inundada parcialmente pelas águas gélidas do lago.
Vinte vultos encontravam-se em torno das margens da pequena lagoa. Dez com longos mantos de veludo negro… outros dez com mantos muito iguais, mas com uma cor mais branca do que o próprio luar. Suas faces não eram visíveis. Estavam escondidas nas sombras que o capuz lhes fornecia. Mas tal não tinha importância… eles reconheciam-se uns aos outros, mesmo de olhos fechados. A aura de cada um era única…
Um dos vultos negros destacou-se do grupo. Baixando o seu capuz a figura de Caleb Dewes fez-se visível. Elevando a mão, começou a deslizá-la lateralmente como que acariciando o ar. Instantaneamente, um silêncio mórbido instalou-se no local. Nem sons de animais a correrem por entre os arbustos, nem o som de corujas a cruzarem os céus foram audíveis. Foi como se uma barreira se tivesse estabelecido entre aquela clareira e o resto do mundo.
Albus Dumbledore dirigiu-se ao lago, até quase tocar com os pés na água. Fechando os olhos começou a dizer uma mantra muito baixinho, numa língua há muito esquecida.
Das águas anteriormente calmas, uma figura quase humanóide começou a erguer-se. O seu corpo era apenas feito de água, com pequenos pedaços de algas a penderem-lhe dos membros. Como se organizados numa pulseira, pequenos búzios e conchas dispunham-se em torno daquilo que parecia ser o seu pulso. Quando abriu os seus olhos nenhuma íris foi encontrada. Apenas duas manchas negras, como que feitas a partir das profundezas de um mar.
Todos os Magids fizeram uma pequena vénia diante da figura e cada um estendeu a sua mão direita, com a palma virada para cima, em direcção à figura que se erguera à sua frente. Em cada uma das mãos formou-se um feixe de luz. A clareira encheu-se de diferentes cores: vermelho, verde, castanho, dourado, prateado… cada um identificou-se com a sua cor.
Proferindo numa voz profunda e clara, Alexandre deu um passo em frente:
_ Nós te saudamos Acqus Filus. Bem-vindo ao mundo dos mortais…
Acqus fez uma profunda vénia. Reerguendo a sua cabeça, aproximou-se de Dumbledore. Soltando sons abafados que mais se assemelhavam a um sussurro proferido por entre as ondas do mar, fez um gesto com os membros a envolver todo o lugar.
_ Precisamos do teu auxílio. - Mara também baixou o seu capuz – Abre o Portal dos Indesejados.
Como que não percebendo a razão daquela ordem, a criatura aproximou-se de Mara. Soltando novamente sons muito semelhantes ao anterior, questionou relativamente ao seu pedido.
_ Deixa-nos ter um vislumbre do Portal.
Fazendo uma nova vénia, a criatura deslizou novamente para o centro da lagoa. Deitando-se no ar, sem no entanto tocar na água, começou a levitar-se lentamente em círculo, em torno de um ponto central. No seu rosto formou-se uma boca que se abriu muito mais para além de uma boca humana, e desta começou a surgir um jorro de água negra, que caiu pesadamente sobre o lago. Formando-se um redemoinho, uma imagem distinta começou a delinear-se. Um portal negro de madeira com esqueletos e imagens de demónios incrustadas, apareceu. Mas esta porta que durante séculos estivera completamente selada, encontrava-se agora entreaberta, com sons de puro terror a escaparem por entre a pequena abertura.
Salazar dirigiu um olhar para os seus companheiros e proferiu:
_ A hora chegou. Sabíamos que um dia isto iria acontecer.
_ Mas… ainda é tão cedo. Não era suposto o Portal já estar aberto.
_ Minha cara Gabrielle, há certas coisas que não podemos prever. Pelo menos agora sabemos o que enfrentamos.
_ Isso não é verdade, Albus. – interrompeu Martin – Não sabemos ao certo o que de lá saiu. São tantas as criaturas.
_ Concordo com o Albus. – Merlin envergava um olhar conhecedor. – Nós não estamos a falar de simples criaturas. Pensemos mais alto… mais além. Simples criaturas não causariam estes problemas.
_ E ainda só estamos no começo. Muito mais ainda vai acontecer.
_ Por que dizes isso, Harry?
_ É apenas intuição…
_ De qualquer maneira – Hengisto fez-se ouvir – temos de estar preparados para tudo. A vida de todo este tempo e o futuro que ainda está para vir poderá estar em grave perigo. Esperemos que não seja tarde de mais…
_ Devemos colocar uma protecção na escola…
_ Penso que o Amos não quer dizer apenas uma protecção mágica…
_ Não… isto vai muito mais para além da magia comum. Terá que ser uma protecção Magid.
_ Será necessário chegar a esse ponto. – interrompeu Alexandre – Uma protecção Magid não é uma coisa tão simples de se fazer e apenas um de nós pode fazê-lo.
_ O Amos tem razão. Não posso deixar a protecção dos meus alunos esquecida. A protecção Magid é requerida!
Virando-se para Acqus informou-o que já não precisavam mais dos seus serviços. Após o desaparecimento da criatura por entre as águas do lago, todos os Magids começaram a afastar-se. Apenas um, envolto num manto branco, permaneceu na clareira. Fechando os olhos, uma aura muito intensa marcada com um tom dourado começou a envolvê-lo. A terra estremeceu, os ventos enfureceram-se, as águas elevaram-se. De um fogo dourado lançado ao céu, os quatro elementos misturaram-se… uma explosão… e uma nuvem dourada espalhou-se em todas as direcções. Quando o dourado começou a desvanecer-se e a nuvem a dissipar-se com o amanhecer, o Magid reabriu os seus olhos e regressou ao castelo de Hogwarts.



Nota da autora:

Eis um capítulo mais misterioso. Devo dizer que gostei muito de escrevê-lo. Espero que gostem. Eu sei que é mais pequeno do que o normal mas teve que ser. Eu compenso nos próximos.
Como a Carlapiks comentou eu coloquei hoje. Muito obrigada! Só tenho pena que mais ninguém comente... será que todos odeiam a minha fic e os meus magids?!
POR FAVOR, digam qualquer coisa...eu aceito.
Quero agradecer a todos que votaram... foram poucos mas valiosos.
Ainda não consegui colocar a capa mas vou tentar.
Quanto à senhorita Guida Potter, o capítulo que ela espera ( e que está constantemente a questionar-me como vai ser... coisa que não digo pois ela já sabe demais...) ainda vai demorar um pouco. Vou ver se acelero na escrita.
A todos que não estão a perceber o que eu estou para aqui a falar... também terão de aguardar... muita água ainda vai passar por este moinho :)
Comentem este capítulo... ele é diferente dos outros... quero saber se gostaram dele. Por favor...
Novamente (isto está a tornar-se um ritual) se comentarem... coloco amanhã o próximo. Tudo vale: elogios, ameaças de morte, criticas, raspanetes... enfim... SEJAM CRIATIVOS!
MUITOS BEIJOS,
Lightmagid

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Comentários (1)

  • Rosie Bolger

    Amei o cap, e estou adorando a fic... o unico problema que encontro é a linguagem da fic as expreções q vc está usando não sõ muito conhecidas e a concordancia está com pequeas falhas.

    2012-09-07
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