A fúria de um Slytherin e os g



Capítulo 10 – A fúria de um Slytherin e os genes de um Black


Uma das torres Sul do castelo estremeceu diante dos berros que eram ouvidos do seu interior.
_ … E ESTE IDIOTA TRANSFORMOU UM INOCENTE ALUNO DA MINHA EQUIPA NUMA GALINHA!
Diante disso, Godric e Alexandre caíram na gargalhada. Madalena tentava esconder o rosto por detrás de um livro, mas era possível ver que ela ria, uma vez que o livro nas suas mãos estremecia.
_ MAS PORQUE É QUE VOCÊS ESTÃO A RIR? ISTO É MUITO SÉRIO. A REPUTAÇÃO DA MINHA CASA PODE NUNCA MAIS VIR A SER A MESMA.
Controlando as gargalhadas, Alexandre perguntou:
_ E o miúdo? Já está tudo resolvido, não está?
_ Miúdo? Que miúdo? – Salazar parecia momentaneamente atarantado.
_ O rapaz que foi transformado pelo Harry. Ainda agora estavas a falar nele.
_ Oh… pois… o miúdo. Esse fugiu! Agora sei lá onde está aquela galinha. O que interessa aqui é que a reputação da minha casa foi manchada.
Gabrielle olhou severamente para Salazar.
_ A tua sensibilidade para com a vida humana deixa-me comovida, Salazar. Devias ter procurado o miúdo e revertido o feitiço.
_ Mas porque que é que estão todos a chamar-me a atenção? Quem fez a asneira foi o Potter, não eu.
_ Salazar tem razão, Harry. – Merlin desviou o olhar de Salazar para o miudinho sentado à sua frente com os olhinhos a brilhar de pura inocência. – Nunca deverias ter usado os teus poderes para atacar um aluno. Estamos aqui para protege-los, não para enfeitiça-los.
_ Mas Merlin… ele estava a atacar um outro aluno. Estava a ser cobarde! Além de ter faltado ao respeito com uma aluna, só porque tinha origens Muggles, ainda atacou dois alunos com um grupo de nove!
_ Cobardes! – Godric elevou-se da sua cadeira, completamente furioso. – É típico dos Slytherin!
_ O que é que tu queres dizer com cobardes, sua juba humana?
_ Quero dizer que nove contra dois é cobardia. Coitados dos alunos.
_ Ainda por cima eram Gryffindors. – Atiçou Harry.
_ O QUÊ? POIS EU ACHO MUITO BEM QUE O HARRY O TENHA TRANSFORMADO NUMA GALINHA.
Madalena debruçou-se sobre o sofá e sussurrou para Mara:
_ Slytherin vs Gryffindor: novo Round. Em quantos já vamos?
_ Não sei. – respondeu Mara – parei de contar quando cheguei a um milhão.
Enquanto esfregava com os dedos as têmporas, Merlin avizinhava uma nova enxaqueca. Aquilo não ia ser fácil.
_ Já chega, meninos. Vamos lá acalmar. O importante é que o aluno volte ao normal. E tu, Harry…
_ Eu peço muita, muita, mas muita desculpa. Excedi-me, eu sei, mas foi por uma boa causa. Perdoa-me Merlin, por favoooooooooooor…
Salazar via chocado a expressão severa de Merlin começar a ceder diante dos olhinhos suplicantes de Harry. Ele não acreditava que Merlin iria cair num truque tão baixo.
_ Pronto, Harry. Eu sei que não fizeste por mal. Para a próxima tem mais paciência.
ELE CAIU!
_ Eu não acredito Merlin! Vais deixá-lo escapar impune? Tens o coração demasiadamente mole.
_ Olha para ele Salazar – Interrompeu Dumbledore – Ainda é tão novo…
_ Tu também, Albus. Vocês os dois são impossíveis! Estou a ver que o Potter tem-vos enrolados no dedo mindinho dele. Vocês nunca conseguem dizer-lhe não.
Merlin levantou-se da sua poltrona e colocou-se por detrás de Harry. Passou a mão pelos cabelos dele, despenteando-os ainda mais, numa atitude muito típica de um avô.
Salazar, ainda mais furioso, saiu da sala, resmungando alguma coisa como “Velhos babões” e “fazem as vontades todas ao seu bebé!”
Merlin simplesmente sorriu. Realmente Salazar tinha um fundo de razão. Amava imenso aquele pequenino. Não conseguia ficar muito tempo zangado com ele.

* * *


Sirius Black sempre fora conhecido pela sua boa-disposição. Tinha uma tendência natural de, mesmo nos momentos mais negros, ver o lado positivo das coisas. Segundo Sirius, esta característica era comparável a um dom raro na sua família! Só em certas gerações aparecia, sendo que aqueles que fossem portadores desta qualidade, eram rapidamente apontados como aberrações da natureza. Existiam, naquele momento, apenas 3 pessoas dotadas dessa boa disposição Black e da incompreensão que dela advinha: ele, a sua prima Andrômena, e a filha desta, Nymphadora.
Mas, existe sempre um momento na nossa vida, em que as nossas origens decidem marcar a sua presença. Em que não é possível negar de onde somos e que sangue corre nas nossas veias.
Para Sirius Black esse era um desses momentos… O seu olhar apresentava uma tonalidade de um azul gélido e aterrorizador; os seus lábios encontravam-se fortemente serrados de modo a evitar que alguma palavra menos educada, saísse por eles; seus punhos encontravam-se colocados estrategicamente no cimo da mesa como que numa posição de superioridade.
Havia apenas dois sentimentos que delineavam toda a forma de Sirius: fúria e indignação.
A pessoa sentada à sua frente…aquela que era a causa e alvo da activação dos genes BLACK… mexeu-se desconfortavelmente na cadeira. James Potter, pela primeira vez na vida, percebeu o significado do ditado muggle que sua mãe tantas vezes dizia: “ assustado como um veado vendo os faróis de um carro!”
Soltando vários ciclos respiratórios, tentou falar numa voz calma e calculada:
_ Explica-me outra vez, James Potter! Pois eu acho que não percebi…
_ Apenas disse que estás a exagerar…
_ Estou a exagerar?! Tu ouviste isto Remus… Ele acha que eu “estou a exagerar”… Eu gostava de saber se pensarias o mesmo no meu lugar! Quer dizer… Primeiro estavas todo preocupado pois não sabias como falar com o Harry… depois quando volto a ver o Magid, TU já estás todo sorrisinhos e gracinhas como se o conhecesses desde sempre. TU JÁ TINHAS FALADO COM ELE E NÃO ME DISSESTE NADA! EU SOU O TEU MELHOR AMIGO!
Os alunos à volta deles cessaram as suas conversas e dirigiram as cabeças na direcção dos gritos. James puxou Sirius pelo cotovelo e sussurrou furioso:
_ Será que és capaz de te acalmar? Estás a chamar à atenção! E pela milésima vez… eu realmente acho que estás a exagerar… não foi de propósito…apenas esqueci de referir. Além disso só estive durante algum tempo com o Harry…
_ Ai sim…- a voz de Sirius encheu-se de um tom sarcástico - e a conversinha foi boa?! Falaram de biberões e fraldas?!
_ Deixa de ser parvo Sirius… na verdade até gostei da conversa. Descobri que afinal eu devo ter alguma capacidade extraordinária como pai, uma vez que o Harry saiu um rapaz tão simpático.
Remus começou a fazer uns sinais um pouco esquisitos como se estivesse a discutir com alguém atrás deles…
_ Eu não acredito que fizeste isto comigo James… Está bem que ele seja teu filho mas eu também queria conhecê-lo…
Não… os sinais eram para eles…mas continuaram a ignorar!
_ Não te preocupes… tenho a certeza que vais ter várias oportunidades para conversar com ele. Talvez até possamos convencê-lo a participar nos Marotos!
A expressão carrancuda de Sirius rapidamente foi substituída por um sorriso iluminado… O rei dos Marotos… o Génio das traquinices… o Lord do caos estava de volta… Nem os genes BLACK conseguiam derrotar a centelha diabólica que ardia em cada fibra do ser de Sirius Black!
_ James, meu amigo e companheiro, conseguiste atingir o núcleo da questão. Imagina… os marotos e um Magid! A família toda unida – no calor do momento, Sirius ergueu-se abraçado a James numa pose imperial completamente alheio à expressão de choque de Remus e de todos os alunos espalhados pelo salão principal – Para conseguirmos libertar o mundo da escuridão do pessimismo… da solidão… trazer gargalhadas em vez de lágrimas… tornar o nosso planeta em algo mais vivo e colorido! Viva às bombinhas de mau-cheiro que destroem os odores de livros empoeirados e maçudos… Viva rebuçados arco-íris que convertem o preto dos estudantes numa explosão de cor… Viva aos Marotos que dão significado à vida académica!
_ Viva!- gritou James igualmente tocado pelo momento.
Remus Lupin apenas enterrou o rosto nas suas mãos com uma expressão sofrida.
_ Só temos um problema Mr. Prongs.
_ E qual é ele Mr. Padfoot?
_ Temos de falar com Harry o quanto antes… E não sei como havemos de fazer isso!
De repente uma voz muito divertida fez-se ouvir atrás deles:
_ Acho que posso resolver rapidamente o assunto!
Lentamente, James PRONGS Potter e Sirius PADFOOT Black, completamente horrorizados, viraram-se para trás para se depararem com um Harry Potter claramente a segurar a risada, enquanto um Remus Lupin os observava por entre os dedos.
Remus não deixou de pensar que os tentara avisar!

* * *

Harry bem tentava, mas não conseguia. Todo o controlo que adquirira durante todos os anos da sua vida (dezassete anos cheios de emoções), mais o seu treino Magid, tinha começado a desvanecer-se enquanto escutava a conversa entre os dois Marotos. Mas… as barreiras que não tinham sido quebradas diante da conversa, no mínimo engraçada, entre os dois e por entre as tentativas infrutíferas de um Remus Lupin horrorizado com as atitudes dos seus melhores amigos, tinham-se decididamente transformado em pó diante das expressões de Mr. Prongs e Mr. Padfoot.
Dezassete anos para o ar… maus-tratos, lutas interminadas, responsabilidades… Harry esquecera sobretudo isso e, pela primeira vez desde há muito tempo, converteu-se apenas num rapaz de dezassete anos que gargalhava alegremente das atitudes de dois amigos.
Saindo do torpor em que se encontrava, Sirius finalmente fechou a boca e proferiu muito atrapalhado:
_ Harry! Mr. Potter… quer dizer, Magid Potter…
As gargalhadas de Harry intensificaram-se ainda mais. Nunca… nunca teria imaginado ver o seu padrinho tão atrapalhado como ele estava naquele momento. E tudo por cauda de um nome. Foi das poucas vezes em que Harry sentia saudades de Colin Creevey com a sua sempre à mão máquina fotográfica. A expressão de Sirius Black era memorável!
Tentando controlar as gargalhadas, respirou fundo.
_ Podes chamar-me Harry. Acho que sou muito novo para alguém me chamar de Mr. Potter. Espero que não esteja a importunar, mas o James tinha-me convidado para jantar. Espero que não haja nenhum problema.
A boca de Sirius Black voltou a abrir-se.
_ Não ligues Harry! Ele é simplesmente um cachorro velho. Isto passa-lhe… O Harry pode jantar connosco, não pode, Sirius?
Sirius apenas abanou vigorosamente a cabeça a James, como que dizendo sim.
_ Muito obrigado, Sirius… ups… – envergando um sorriso trocista – desculpa! Se calhar preferes que te chame Mr. Black.
_ O quê?! Oh não… podes chamar-me Sirius.
Harry e James trocaram olhares cúmplices. Sentando-se todos finalmente na mesa de Gryffindor, tentaram ignorar os olhares ansiosos e admirados de todos os outros alunos. Um dos Magids acabara de se sentar no meio deles!
_ Olá, Harry! É bom voltar a ver-te. – Remus lançou um sorriso amigável para Harry.
_ Olá Remus. Parece que afinal as tuas tentativas extravagantes para parar Sirius e James não deram muito resultado. Espero que tenhas tido mais sorte com aquele trabalho de casa de DCAT.
_ Oh sim… aquela dica que tu me disseste foi excepcional. De onde é que tiraste aquelas ideias?
_ Experiência!
_ Alguém é capaz de me explicar o que raio se passa aqui?! – pela segunda vez naquele dia, Sirius envergava um olhar horrorizado, enquanto observava a troca de palavras entre Remus e Harry. – Mas de onde é que vocês se conhecem?
_ Conhecemo-nos na biblioteca. Estava lá a tentar fazer aquele trabalho que o professor Svatus passou. Não estava a compreender nada, quando o Harry apareceu e propôs-me uma resposta. A partir daí começamos a conversar e… o que foi?
Tanto Sirius como James olhavam escandalizados para o terceiro elemento do grupo Marotos. Foi James quem decidiu pronunciar-se.
_ E todo este tempo não disseste nada?! Mesmo quando eu e o Sirius estávamos a discutir?
_ Vocês não perguntaram!
_ Isto está bonito. Os meus dois melhores amigos já falaram todos com o Harry e não me disseram nada. Eu sou o único desgraçado, incompreendido e injustiçado que não teve essa oportunidade.
Com um sorriso nos lábios, Harry deu uma pequena cotovelada no Sirius.
_ Mas em compensação… vou poder falar com calma com o meu padrinho favorito!
_ Pois… espero bem que converses… espera aí! Disseste PADRINHO? – diante da confirmação de Harry, Sirius abriu um sorriso de orelha a orelha e deu uma palmada nas costas de James. – Grande Prongs! Soubeste reconhecer o que é óptimo material. Com que então, vou ser padrinho do Prongslet… Diz lá Harry… eu devo ser um padrinho 5 estrelas.
_ Inesquecível… disso tenho eu a certeza.
_ Ouviste, Prongs? Eu sou inesquecível!
_ Não o elogies muito, Harry. Convencido ele já o é que chegue. – Remus avisou enquanto erguia um dedo em riste a um Sirius Black ofendido.
_ Não te preocupes… eu conheço a peça. Agora vamos lá saber que planos marotos são esses…
Sim… Harry Potter conhecia muito bem Sirius Black. Embora o padrinho que conhecera fosse mais taciturno e perseguido por sombras do seu passado, existiam momentos… principalmente na sua presença… em que o olhar dele se tornava mais límpido e azul e um sorriso se formava no rosto gasto por anos de solidão. Agora compreendia que o Sirius que por vezes vislumbrava nesses momentos era uma projecção do Sirius mais jovem e alegre que o padrinho fora um dia.
Por entre as conversas animadas que se ouviam no salão, adocicadas pelas sobremesas do jantar; novatos que corriam alegres, entre as mesas atrás de uma galinha já só com metade das suas penas e, principalmente, enquanto escutava cada palavra, risada e comentário feitos pelos marotos… Harry não conseguiu deixar de pensar que finalmente tinha percebido o que toda a vida lhe parecera incompleto… o sentimento de fazer parte de uma família!


Nota da autora:

ESTOU DE VOLTA. Eu não coloquei ontem porque estive a fazer a capa da fanfic. ela já está pronta e tem todos os magids mas NÃO CONSIGO COLOCA-LA NA NET! se alguém me puder ajudar agradecia.
outra coisa... o DESAFIO ainda continua. pois ele prolonga-se até ao capítulo em que faço a revelação. e isso ainda vai demorar um pouco. Agradeço à carlapiks e à manoella ( agora tou sempre a agradecer) por colocarem as suas opiniões.
Quanto à menina Guida Potter: a menina não tem mais nada que fazer do que importunar a minha cobrinha. Pronto...está bem... batizaste-a...então tens ALGUNS direitos sobre ela. POBRE ESTRABIS!
agora a falar a sério... vôces não comentam nem dão ideias. Se estão a aguardar próximos cápítulos à procura de mais pistas, fazem bem... Mas gostaria que comentasse... podem dar as vossas respostas mais tarde mas digam o que acham da fic e dos capítulos... se mudariam algo...POR FAVOR....
portanto... escrevam... muito ou pouco... bem ou mal... com elogios ou maldições... ou mesmo ameaças de morte... que eu recebo tudo isso com os braços abertos. Assim, coloco já amanhã o próximo capitulo.
MUITOS BEIJOS desta vossa
Lightmagid

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